A escolha
Começou a chover. Harry olhava a porta por onde Elisabeth havia saído.
- Como você é estúpido Harry! – a voz de Gina trouxe Harry de volta aquele lugar. – Como você é... se não fosse por ela nós todos estaríamos provavelmente mortos.
- Gina, por favor... – pediu Dino segurando seu braço.
- Não! – ela falou soltando o braço do dele e caminhando até Harry continuou – Como você pode pensar que a atacando dessa maneira, você conseguiria resolver alguma coisa?
- Ela é filha de Voldemort...
- Foda-se Voldemort. Não me interessa de quem ela é filha. A única coisa que realmente me interessa é que ela arriscou a vida por nós...
- Gina está certa. – Hermione postou-se ao seu lado – O que temos a ganhar com ela se afastando da gente? Cada um aqui tem um motivo diferente pra querer Voldemort morto. Ela não é diferente.
- Eu não acredito nisso... o que há de errado com vocês?
- O que há de errado contigo! – corrigiu Hermione – Desde que o ano começou você tem agido de forma estranha, nos atacando sem razão. Você sabe que está errado Harry.
- Ron?! – ele precisava de alguém ao seu lado.
- Sinto muito Harry.
- Eu não acredito nisso... – e Harry deixou todos naquela sala topando com Lupin ao sair.
- Harry?! Onde você vai?
- Deixe ele Lupin. Ele vai voltar. – respondeu Hermione indo até a porta e olhando Harry se afastar.
Harry passou pela escadaria de Gringotes sem se importar com a chuva que começara a molhá-lo. Uma figura o observava de cima do telhado em silêncio, o vento esvoaçando sua capa.
Assim que Harry alcançou a rua, a figura aparatou, aparecendo no chão e caminhando calmamente atrás dele.
Harry, ao sentir a presença do estranho, virou-se de súbito, e acabou sendo atingido por algo pesado desabando no chão. O estranho aproximou-se e pisou em sua mão onde ele segurava firmemente a varinha.
- Sua mãe nunca lhe ensinou a não sair sem a companhia de um adulto? – ao erguer os olhos Harry viu Lucio Malfoy sorrindo com desprezo pra ele, sua visão sendo turvada pelo sangue que cobria seus olhos escorrendo de sua cabeça. Uma risada estridente chamou sua atenção. E virando o rosto seus olhos encontraram os de Belatriz. A mulher segurava um pedaço de cano nas mãos.
- Levante garoto! Em breve estará implorando pra que eu o mate!– ordenou Lucio, a varinha apontada pra Harry. Belatriz riu novamente, mas desta vez sua risada fora cortada. Seus olhos soltaram das órbitas, e ela olhou para o próprio peito. – Mas que diabos... – começou Lucio seguindo o olhar dela.
Com o punhal sendo arrancado de sua carne, Belatriz caiu de joelhos. Lucio olhou a sua frente e a figura de Elisabeth, com o mesmo sorriso dele, o fez recuar um passo. Ela limpava o sangue da bruxa na própria roupa enquanto dizia:
- E agora? Quem não está em condições de ameaçar alguém?
- Sua... – Lucio ergueu a varinha, porém Elisabeth fora mais rápida, seu punhal cravou em sua testa com destreza, fazendo seu corpo tombar pra trás.
- Por acaso é estúpido Harry?! – ela falou levantando-o com um puxão no braço.
- Estou começando a achar que sim... – ele murmurou pra si colocando a mão sobre o ferimento, soltando um gemido de dor ao contato.
- O que faz aqui fora? Não é seguro aqui. – a bruxa colocou o pé sobre o corpo de Lucio e com força retirou a adaga limpando-a novamente.
Ao virar-se para olhar o garoto, ele estava com a varinha apontada para o seu peito.
- Eu quero respostas. E nem tente me fazer entrar na sua mente de novo. Eu quero respostas concretas. Agora! – ele aumentou a voz pra conseguir ser ouvido através da chuva que havia aumentado seu nível.
- De que adiantaria se você iria continuar ouvindo as mentiras de Voldemort.
- Então Voldemort está mentindo.
- Claro que está mentindo. Harry, você tem que entender que pra viver, Voldemort tem que te matar. E não Sam, como ele tentou faze-lo acreditar.
- Prove!
- Bem... se Voldemort quisesse mesmo meu filho, você não acha que ele já teria pego ele? Porque Voldemort perderia seu tempo invadindo Hogwarts sabendo que Sam não estaria lá? Porque ele enviaria seus melhores Comensais atrás de você se você nem ao menos sabia da existência de Sam? Voldemort sabe onde Sam está... e se Ele consegue penetrar e desfazer a magia de Hogwarts, não será um orfanato trouxa que manterá ele longe do meu filho. Pense nisso Harry. Pense nisso, e depois me diga sinceramente quem está mentindo.
- Como eu posso saber quem está mentindo?
- Eu não sei... mas você tem que decidir agora. Porque se a resposta for ‘eu’, eu continuarei atrás de Voldemort sozinha. – o silêncio caiu sobre eles. Apenas o som da chuva podia ser ouvido. O garoto olhava as ondulações da poça sob seus pés – Vamos lá Harry, não temos muito tempo. – ouvindo isso ele levantou os olhos e num sussurro deu sua resposta.
- Avada Kedavra.
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N/A: esse capítulo é em memória de José Barbosa Ribeiro.
* 17/09/1937 + 23/03/2009
- Pai, você me ensinou tudo o que hoje eu sei, e pode ter certeza que a mulher eu sou hoje é graças a ti. te amo de mais, e onde quer que estejas agora, saiba que te levarei pra sempre no meu coração. Até nosso encontro.
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