Destruição total
O grupo seguia Floresta adentro. Um barulho fez Elisabeth parar, e erguendo a mão fez sinal pro grupo fazer o mesmo. Ela olhava a sua volta, seus olhos acostumados a escuridão tentando enxergar além da mata fechada.
De repente duas figuras saltaram atrás deles, todos viraram com as varinhas em punho.
- Somos nós! Somos nós! – a voz nervosa de Fred ecoou no silêncio da floresta.
- Fred... Jorge... é tão bom ver vocês! – Gina correu até os irmãos abraçando-os enquanto as lágrimas escorriam molhando suas vestes.
- Como chegaram até aqui? Como sabiam que estávamos aqui? – perguntou Harry.
- Hogsmead foi invadida... – começou Jorge.
- ... a nossa loja ficou em pedaços. A gente sabia que se hogsmead havia sido invadida... – continuou Fred
- ...Hogwarts também estaria sobre o domínio dos comensais.
- Foi quando a gente viu a Marca Negra no céu. E não tivemos dúvida. Corremos pra cá.
- Mas como souberam que estaríamos aqui? – perguntou Elisabeth se aproximando dos dois com a varinha apontando ora pra um, ora pra outro.
- O que está fazendo? – perguntou Rony colocando-se a sua frente.
- Apenas me certificando que eles são realmente quem dizem ser.
- Claro que eles são quem dizem ser. Você acha que eu não reconheceria meus próprios irmãos? – retrucou Gina.
- Ela têm razão. – defendeu Harry. E virando-se para os gêmeos perguntou. – Temos que nos certificar. Quem deu dinheiro a vocês pra abrir o Geminialidades Weasley?
- Você, é claro! – responderam ambos juntos.
- Está certo!
- O.k. – Elisabeth baixou a varinha – Bem vindos ao grupo! – e ela afastou-se deles continuando seu caminho como se nada tivesse acontecido.
Floresta proibida. O grupo está sentado em círculo. Suas varinhas acesas na ponta iluminando muito pouco ao seu redor, o ruído das explosões ao longe seguidas de gritos abafados faziam um frio percorrer a espinha de todos. Gina encolheu as pernas abraçando-as enquanto olhava para o lugar onde ao longe se podia ver a torre da Grifnória. Harry colocou a mão sobre seu ombro e ela virou-se para encará-lo abrindo um sorriso nervoso. Um sorriso que fez o estômago de Harry dar uma cambalhota seguida de um formigamento esquisito. Dino gemia enquanto Hermione tentava alguns feitiços para parar o sangramento.
- Hogwarts está cercado, não temos como voltar pra lá! – afirmou Fred, Rony estava pálido olhando fixamente para a ponta luminosa de sua varinha.
- Se não chegarem reforços do ministério a coisa vai piorar. – disse Jorge com um tom nervoso na voz. Fred deu um tapinha em suas costas para tentar acalmar o irmão.
- Elisabeth, o que vamos fazer? Eles são muitos. E nós... O que nós vamos fazer? – Gina acabara de falar e pousou a cabeça sobre os joelhos, lágrimas finas escorrendo de seus olhos em silêncio. A mente de Elisabeth trabalhava num ritmo frenético. Eles não poderiam continuar parados, Gina estava certa eles eram muitos, e ainda tinham os dragões ao seu lado e com certeza em breve os gigantes iriam aparecer o que não facilitaria as coisas.
- Talvez você pudesse fazer aquele troço que eles fizeram, e explodir todo mundo. – arriscou Rony com a raiva sendo percebida na forma como falava.
- nós vamos morrer... nós vamos morrer... – repetia Gina fracamente.
- Escutem todo mundo. Nós temos que manter a calma se quisermos sair vivos dessa, entenderam? – de repente a voz de Hermione ecoou forte pela floresta, sobressaltando a todos, tudo ao redor deles estava em silêncio.
- O que está acontecendo? – perguntou Harry com medo da resposta que ouviria. – Elisabeth! – ela olhava fixo pra nada – O que está acontecendo.
- Eu não sei! – respondeu ela balançando a cabeça ainda olhando fixo pro ponto invisível na escuridão. – Nós temos que sair daqui.
- Não! Você está maluca? È mais garantido ficar aqui! – atacou Jorge.
- Se você quiser morrer, então sim, é mais garantido ficar aqui. – respondeu rispidamente ela.
- Então... quem sabe a gente volta pra lá... se está tudo em silêncio é porque está acabado. Certo?! – arriscou Dino.
- É! Certo! Mas como vamos saber quem venceu, inteligência? – Hermione não sabia ao certo porque, mas aquela calmaria estava deixando-a inquieta e irritada, preferia mil vezes escutar os gritos agonizantes do que não escutar nada. – Quem sabe nós caminhamos até lá e se um de nós morrer no meio do caminho é porque Voldemort venceu. – Gina estremeceu ligeiramente ao ouvir o nome de Voldemort, e Harry puxou-a pra perto de si abraçando-a.
- Quem te garante que foi ele quem venceu e não nós? – Dino alterou a voz.
- Esta é a questão! – Hermione também começara a se alterar.
- Gente! – tentou Elisabeth.
- Se você não sabe quem venceu, como pode querer voltar pro lugar onde tudo começou? A não ser que a idéia de ser acertado com uma rajada de fogo na bunda lhe agrade. – Hermione já estava de pé.
- Gente! – tentou mais uma vez
- Bem, pelo menos eu estou tendo alguma idéia. E quanto a você sabichona... qual é a sua idéia?
- Você chama isso de idéia? Eu chamo isso de suicídio coletivo, seu projeto de trasgo.
- Ora sua...
- CALEM A BOCA!!! – explodiu Harry, Gina já estava aos soluços em seu ombro. – VOCÊS DOIS... JÁ TEMOS MUITA COISA PRA SE PREOCUPAR, NÃO VAMOS COMEÇAR A BRIGAR ENTRE NÓS, CARAMBA!
- Harry tem razão! – concordou Jorge – Se começarmos a brigar entre nós vamos...
- Escutem! – disse Fred interrompendo o irmão.
- Que barulho é esse? – perguntou Rony se levantando.
- Lardos! – disse Hermione – Mensageiros da morte, comedores da carne humana. Eles bicam os olhos pra cegar a vítima e depois...
- Hermione, por favor! – pediu Harry apontando para Gina que soluçava.
- Temos que sair daqui, por Cristo, vamos sair daqui! – suplicou Gina.
- E pra onde vamos? – perguntou Fred.
- Hogsmead! – respondeu Elisabeth.
- O que? – perguntaram todos ao mesmo tempo.
- Temos que chegar até o Beco Diagonal e passar pela parede. Do outro lado as coisas devem estar mais calmas.
- Hogsmead é perigoso! – disse Harry entre dentes.
- Está infestado de Comensais, as coisas lá estão um inferno. – acrescentou Gina recompondo-se e limpando as lágrimas com a barra das vestes.
- Logo tudo estará tomado pelos Comensais. – explicou Elisabeth calmamente como se passasse uma informação sem importância. – Nós temos que sair desse mundo.
- Ela tem razão! – a voz de Lupin chamou a atenção de todos. Com um sorriso no rosto mas um olhar apreensivo ele se aproximou do grupo. Sua presença trazia alivio para os garotos como se ele fosse o salvador de que precisassem – Hogsmead é nossa única chance.
- Lupin, como você... – começou Harry mas logo foi interrompido por ele.
- Verifiquem primeiro, antes de se contentarem com a minha presença.
- Quem me ajudou a fugir do São Pedro e me esconder de Voldemort por dez anos? – perguntou Elisabeth. Sua perguntou espantou Lupin, que num suspiro respondeu...
- Ninguém. Você esteve completamente sozinha todos esses anos, se escondendo em esgotos e lugares pútridos enquanto eu me arrependia mortalmente de ter obedecido a Dumbledore e te abandonado a própria sorte ao invés de ajudar. – silêncio. Elisabeth sorriu pra ele que correspondeu.
- Do que vocês estão falando? – perguntou Harry ansioso.
- Não há tempo para explicações! Temos que ir, rápido. Hogwarts foi dominado, não há sobreviventes. – a informação de Lupin fez muitos segurarem a respiração. – todos que conseguiram foram se arriscar em hogsmead. Lardos já estão a caminho, e não tardará pros Gigantes romperem pela Floresta! – ele apontou com a cabeça para a vastidão escura que se estendia a frente.
Sem mais, todos se levantaram prontos para seguir caminho.
...
Todos aparataram até a entrada principal de Hogsmead. Gina, Hermione aparataram junto de Elisabeth, enquanto Lupin ia com Harry e Rony, e os gêmeos guiavam Dino que já possuía uma fina camada de pele sobre o ferimento graças à morena.
Chegando à estrada que guiava até a rua principal, seus olhos foram invadidos por uma visão horrenda. O lugar havia sido devastado. Sobrara muito pouco do que um dia havia sido o ponto de encontro entre os amigos nos muitos passeios escolares.
- Oh Meu Deus! – disse Hermione à vastidão do lugar, onde corpos caídos pelas ruas obrigavam os visitantes a passarem por eles. Várias lojas estavam destruídas. Escombros por todo lado
- O que aconteceu aqui? – perguntou Gina distraída. – Onde está todo mundo?
- Eles tomaram o lugar! – disse Elisabeth e lançou a Lupin um olhar preocupado, Lupin enrugou a testa compreendendo completamente o que ela estava pensando. – Se tu não encontra o que tu procura, passe para a próxima cidade!
Eles entraram em Hogsmead caminhando vagarosamente, seus olhos espiavam para todos os lados, rastreando cada ponto da cidade completamente tomada pela morte. Era como se não houvesse mais ninguém naquele lugar.
- Está vazia! – concluiu Lupin, andando na frente junto de Elisabeth e Gina no meio deles. – Nenhum Comensal. Nada.
- Você sabe o que isso significa... – respondeu Elisabeth olhando a sua volta, Gina trazia a mão na boca e uma cor esverdeada no rosto, era evidente que ela passava mal, mas naquele momento ninguém percebia. – Eles reviraram a cidade, loja por loja. Fizeram uma limpa e mataram quem encontraram pela frente. – Lupin a olhou pensativo, Elisabeth porém continuava andando observando tudo a sua volta.
Gina estancou de repente, não agüentava mais segurar, e como se não tivesse mais forças caiu de joelhos no chão, apoiando as mãos no asfalto manchado pelo sangue e vomitou. Elisabeth parou na mesma hora curvando-se sobre ela com a mão sobre sua nuca.
- Gina, você está bem? – ela perguntou. A menina, visivelmente abatida balançou a cabeça em resposta, vomitando novamente. Elisabeth guardou a varinha na calça e segurou os cabelos ruivos de Gina que lhe cobriam o rosto. Lupin não se moveu apenas seus olhos percorriam a cidade silenciosa. Rapidamente os outros postaram-se em torno das duas olhando a cena sem saber ao certo o que fazer.
- Harry fique com ela. Você também Hermione. – mandou Lupin, ambos assentiram com a cabeça. – Vocês dois... – falou a Fred e Jorge. – fiquem de olhos abertos, vigiem tudo enquanto a irmã de vocês se recupera.
- Sim Senhor! – concordaram os dois juntos. Elisabeth havia levado Gina até a um degrau da escadaria que levava ao banco Gringotes, Harry e Hermione sentaram ao lado dela, Hermione conjurando um copo com água e oferecendo à amiga. Fred e Jorge se postaram correndo atrás dos três com as varinhas em posição de ataque.
- Vocês dois. – disse a Rony e Dino – vigiem a entrada da rua, mas não se afastem, fiquem pertos para que eu consiga estar de olho em vocês. – os garotos assentiram e se posicionaram. – Elisabeth e eu vamos fazer a varredura da quadra.
O sol já se punha na cidade e a visão se tornava pior. Ao reconhecer alguns dos alunos de Hogwarts que Harry mandara para aquele lugar, ele sentiu um aperto no peito e uma forte dificuldade em respirar, como se tivessem apertando sua garganta com força. Tentando se controlar, ele fechou os olhos e respirou fundo três vezes. “Eles iam morrer de qualquer jeito” pensou ele “Hogwarts está pior, nem todo mundo conseguiu vir pra cá. E é tudo minha culpa. Se eu não tivesse mandado eles pra cá, se eu tivesse ficado no castelo e lutado ao invés de fugir como um covarde...”
- Não vejo nenhum Comensal. – disse Hermione baixinho interrompendo os pensamentos de Harry. Gina estava sentada, aos poucos recuperava a cor rosada de seu rosto, o copo ainda na mão completamente cheio, nada que ela coloca-se na boca iria descer. Sua garganta estava totalmente fechada e seu estômago doía de forma assustadora. – Onde eles estão?
- Eu não sei. – respondeu Harry olhando a amiga apreensivo – Mas se eles não estão aqui, nem em Hogwarts...
- Você acha que eles invadiram o mundo dos trouxas? – perguntou Gina numa voz tão fina que quase passou despercebida.
- Eu realmente não sei. – ele achava que sim, ele achava que era tarde de mais, que quando chegassem em Londres veriam a cidade como viam Hogsmead agora, Mortos por todos os lados, mas como falar isso? Não conseguia, Hermione deveria estar com a cabeça girando, pensando nos pais, e seus tios? Como estaria Duda, tia Petúnia e tio Valter? Mortos? Harry sacudiu a cabeça tentando apagar tais pensamentos.
- Droga! – Elisabeth havia pisado na mão de uma criança de onze anos. – Aqueles filhos da mãe.
- Está limpo! – informou Lupin voltando até onde ela estava. O sol de fim de tarde fazendo a escuridão aos poucos chegar a cidade – É melhor voltarmos pra vermos os garotos.
- Tudo bem! Vamos sair logo daqui antes que eles resolvem voltar. – ela caminhou junto de Lupin até os outros. – Pessoal vamos lá. Vamos tentar chegar ao Ministério antes da noite cair.
- Como assim chegar ao Ministério? – quis saber Harry levantando e caminhando até Elisabeth.
- Nós não vamos voltar ao Largo Grimauld? Reunir a Ordem, atacar eles? – com a testa enrugada, Hermione havia descido os degraus num pulo e já se encontrava ao lado de Harry, Fred e Jorge desceram até o degrau onde Gina continuava sentada, Rony e Dino olhavam curiosos de Elisabeth para Hermione voltando para Elisabeth.
- Provavelmente eles já sabem onde é a ordem. Não é seguro irmos pra lá.
- E desde quando o Ministério se tornou um lugar seguro? – rompeu Jorge ao longe.
- Provavelmente – debochou Fred – eles já mataram todos por lá.
- Há níveis lá que eles desconhecem... – tentou Elisabeth
- Quem nos garante isso? Você? – perguntou Harry o olhar raivoso penetrando os olhos verdes da mulher. Elisabeth abriu a boca pra responder, porém não conseguiu, sabia que o que eles diziam era verdade, mas o que ela poderia fazer? Ela também estava certa sobre a Ordem.
- Escutem todos. – a voz de Lupin interrompeu o silêncio – Londres é nosso primeiro destino, o próximo passo a ser dado decidiremos quando chegarmos lá. Entendido? – ninguém respondeu – Entendido? – sua voz cortante e forte os forçou a concordar. – Vamos nessa. – Lupin lançou um olhar desaprovador pra Harry e em seguida para Elisabeth caminhando em direção a Dedosdemel. Harry e Hermione foram os primeiros a segui-lo, Elisabeth olhava as costas de Lupin, podia-se ver em seu olhar a fúria tomando conta de seu peito. Quem ele pensava que era? Ela não era uma daquelas crianças pra ele mandar e desmandar. Ódio, raiva, vingança, eram sentimentos que no momento afloravam nela com rapidez.
Ao fechar os olhos, tentando manter a calma, Elisabeth viu vultos. Na mesma hora ela abriu os olhos e olhou na direção em que os demais estavam indo.
- ESPEREM! – eles se viraram para encará-la.
- O que foi agora? – perguntou Harry.
O olhar de Elisabeth que até então estavam em Harry moveu-se para além dele. Elisabeth enxergou os vultos caminhando sorrateiros dentro de algum lugar, escondidos entre armários e prateleiras. De repente som de passos começou a ser perceptíveis em sua mente e reconhecendo o lugar ela voltou o olhar para Lupin. Todos apertavam a varinha e posicionavam-se prontos para atacar. Ela conhecia aquele lugar, mas não sabia dizer ao certo onde era. Até que num lapso repentino ela reconheceu. Era a loja de Logros que estava a menos de cinco passadas de onde todos se encontravam.
- RECUEM!!! – gritou ela pegando a varinha e se postando. Todos obedeceram, Lupin colocou-se ao lado de Elisabeth enquanto tentava, sem sucesso, empurrar Harry para as sua costas, a mulher fazia o mesmo com Gina e Hermione, ficando na frente das garotas.
De repente a porta da loja explodiu e de dentro saíram pelo menos uns cinco Comensais da Morte, sem pestanejar todos começaram a atacar. Logo eles se dispersaram. Desarmada, Gina corria pela rua gritando, Elisabeth percebeu o que ocorrera. E na mesma hora largou-se a correr na direção da garota. Ela entrou no banco desesperada tropeçando em quatro duendes que se encontravam amontoados a um canto, petrificados com os rostos aterrorizados olhando para a porta dupla. Ela se levantou rápido e o homem que a perseguia ria satisfeito, havia guardado a varinha no bolso do casaco e fazia daquela perseguição uma brincadeira.
- ESTUPEFAÇA! – gritou Elisabeth estuporando o homem. Gina continuava correndo, entrando pelo corredor do banco totalmente desprotegida. – GINA! – a mulher gritara para chamar sua atenção, neste momento dois Comensais a puxaram pelos braços pra trás empurrando-a pela porta do banco, fazendo Elisabeth rolar a escadaria de entrada. Os Comensais desceram correndo a escadaria atrás dela e rapidamente ela pegou a varinha que havia caído de suas mãos ao seu lado – IMPEDIMENTA! – nada aconteceu. Foi quando ela percebeu a varinha quebrada na sua mão. Os dois homens riram e imediatamente ela se ajoelhou retirando o punhal do tornozelo e com um grito ela o atirou acertando um dos bruxos no meio da testa. Ela se levantou e pulou sobre o corpo morto dele e arrancou o punhal, e fazendo um movimento calculado com o braço acertou o punhal no meio das pernas do segundo bruxo. Este urrou de dor e caiu de joelhos. Elisabeth o empurrou com o pé e cravou o punhal em seu peito, o sangue jorrando em seu rosto, manchando sua roupa.
- ESTUPEFAÇA! – gritou Rony ao ver um Comensal da Morte correr em direção a Hermione tentando pega-la por trás. Ao fazer isso Rony não percebera o segundo Comensal que o agarrou por trás e erguendo-o do chão jogou-o contra um poste. Rony bateu as costas no poste e despencou de cara em cima de um cadáver de uma velha bruxa caolha. Rony se apoiou nas mãos para levantar, o Comensal o segurou pelo ombro e o virou com força apontando a varinha para seu peito.
- AVADA KEDAVRA! – e o comensal caiu morto em cima de Rony, o garoto empurrou o cadáver e saiu de baixo com a ajuda de Dino que estendia a mão para levanta-lo.
- Valeu cara. – disse ele pegando a varinha do chão.
- AVADA KEDAVRA! – gritou Harry, o corpo caiu a sua frente, ele olhou para o inimigo abatido e teve a sensação de prazer tomar seu corpo. Com a respiração ofegante, uma lente dos óculos quebrada e um fio de sangue escorrendo de sua boca, Harry olhou a sua volta e avistou Hermione desprotegida a um canto, ele correu até ela, mas no meio do caminho, alguém surgiu do nada e se jogou contra ele fazendo os dois caírem sobre o asfalto duro. Harry sentiu um corte na cabeça se criar. – ESTUPEFAÇA! – e com agilidade atirou aquele que o segurava longe. Ele levantou e viu o homem em pé o olhando de maneira divertida e reconheceu Crabbe. O homem soltou um grito forte e enérgico e correu em direção a Harry com o punho fechado pronto para lhe aplicar um golpe. Harry pareceu aquilo ridículo e apontando a varinha gritou novamente – IMPEDIMENTA!
Elisabeth se ergueu passando a mão sobre o rosto para retirar o excesso de sangue. Um homem correu ao seu encontro, ela pulou com a perna deu-lhe um chute certeiro que o fez voar e bater de encontro a porta do banco. Ela subiu as escadas novamente, tinha que encontrar Gina. O homem já estava em pé, ela correu até ele e pulou segurando o punhal fortemente. Elisabeth caiu sobre ele cravando a arma em seu peito. O homem caiu no chão com um baque surdo. Elisabeth se levantou e olhou para o corredor por onde Gina havia entrado.
Lupin avistou Hermione a um canto encurralada, seu corpo era jogado de um lado a outro por dois Comensais como se fosse uma bola de vôlei. Sua varinha encontrava-se a meio metro de distância. Ele correu até a menina. Com um pedaço de madeira, um bruxo gordo e de riso estrondoso, acertou Lupin na barriga fortemente fazendo-o vir ao chão.
- PETRIFICUS TOTALUS! – e o bruxo que já se preparava para outro golpe caiu de lado como uma arvore velha. Lupin se levantou de um pulo e pondo-se em posição apontou para os homens e um a um derrotou-os, fazendo hermione desabar no chão com violência. Lupin correu até ela e a ergueu com um puxão. E ainda segurando-a pelo braço, arrastou-a até onde se encontrava sua varinha. Ela abaixou e pegou-a, Lupin continuava segurando-a enquanto disparava contra os homens que chegavam até eles.
Gina estava agarrada numa prateleira alta enquanto um Comensal agarrava seu pé com força puxando-a pra baixo. Elisabeth agarrou-o por trás e fincou o punhal nas suas costas o mais fundo que podia retirando-o em seguida. O homem tentou colocar a mão sobre o ferimento e se afastou encostando-se na parede. Elisabeth foi até ele e olhando-o nos olhos disse:
- Eu odeio gente da sua laia! – e num movimento rápido segurou-o com ambas as mãos e virou sua cabeça quebrando seu pescoço. Gina fechou os olhos frente a brutalidade daquela mulher. Ela virou-se para Gina. – Tranque essa porta e esconda-se entre as estantes agora! – ela saiu da sala e Gina prontamente obedeceu. Ela trancou a porta com um pedaço de madeira que havia em meio aos escombros e se retirou para o fundo da sala onde o sol ainda não penetrava.
- ABAIXE-SE! – gritou Harry para Dino, ele o obedeceu e Harry estuporou um bruxo de olhos caramelos e cabelos desgrenhados que corria com um tampo de mesa para acertar Dino.
Harry sentiu de repente uma sensação estranha, as vozes começaram a ficar distantes, e sem forças suas pernas cederam fazendo-o se ajoelhar. Sua cicatriz ardia como nunca antes. A dor dilacerava e era como se sua cabeça estivesse pegando fogo.
- HARRY! – chamou Dino. Ele não ouvira, sua cabeça doía, seus ossos doíam às coisas a sua volta rodavam e em meio a tanta confusão ele o viu. Caminhando lentamente entre os corpos que jaziam perto de si. Seus olhos se encontraram e era como se o mundo ao seu redor ficasse em câmera lenta. Ele estava tão perto, conseguia sentir o cheiro de podre que exalava dele, a respiração quente que saia de suas narinas de cobra.
Lupin ao ouvir o nome de Harry, virou em direção a voz e avistou o menino caído de joelhos, a mão na cicatriz. Ele está ferido foi a única coisa em que conseguiu pensar.
- Junte-se com os outros! – falou a Hermione e correndo abaixou-se em frente a Harry. – Harry! HARRY! – como não houve resposta, era como se o menino estivesse hipnotizado, Lupin agarrou-o e pendurou-o em seu ombro, a cabeça pendendo pra baixo. De pé, Lupin ergueu a varinha e azarou mais dois comensais que corriam até Rony e Dino. Hermione já se encontrava ao lado de Fred e Jorge.
Elisabeth saiu do banco, pulou os degraus de três em três e correu até Lupin. Ao chegar perto deles, ela lançou o punhal acertando um comensal que acabara de pular de um poste em cima de Rony. Ele olha pra ela e sorri tremulo, ela assenti com a cabeça e virou-se para observar o perímetro. Mais dois comensais saíram correndo da loja da floreios e borrões, e sem perder tempo, Elisabeth girou sobre o corpo e chutou o rosto do primeiro, fazendo dois dentes da frente saltarem longe. O segundo pegou a varinha e apontou para ela, mas com outro chute ela o desarmou. E pegando um ferro que estava preso na parede da loja, ela enfiou-o em sua barriga puxando-o com força pra cima fazendo um corte por todo seu tronco. O primeiro agarrou suas pernas derrubando-a no chão. Ele deitou seu corpo sobre o dela segurando suas mãos impedindo-a de se movimentar. Ele se aproximou e abriu a boca mostrando uma língua de cobra, Elisabeth virou o rosto ao sentir o bafo fedido que saia de sua boca e com agilidade, ergueu a perna chutando-o na cabeça, o homem soltou um dos braços da mulher e colocou instintivamente a mão sobre o lugar atingido, Elisabeth aproveitou e pegou um pedaço de vidro dos estilhaços da vitrine e passou sobre a pele do homem cortando sua garganta de um ponto a outro, em seguida ela o chutou tirando-o de cima de si e se levantou cravando o ferro em seu peito.
Gina estava encolhida no canto, tentava escutar o que ocorria do lado de fora mas não obtinha sucesso. Decidida ela se levantou com cautela e caminhou até a porta da sala, precisava saber o que estava acontecendo. Ela colocou o ouvido contra a porta e não escutou barulho nenhum, será que já havia acabado? Devagar ela retirou a madeira que trancava a porta e respirando fundo, ela colocou a mão sobre a maçaneta.
Neste instante alguém escancarou a porta fazendo-a gritar em pânico.
- Está tudo bem... está tudo bem... sou eu. – Lupin havia aberto com tudo a porta imaginando estar trancada. Gina, atirou-se nos braços dele o soluço ecoando na sala.
- Que há de errado com essa gente? – perguntou Elisabeth entrando na sala e colocando o pé sobre uma escrivaninha guardou o punhal na bota. Em seguida sentou-se numa cadeira.
- Porque eles nos atacaram sem usar magia? – perguntou Fred sendo o último a entrar, fechando porta com a madeira.
- Essa é uma boa pergunta. – disse Hermione sentando-se ao lado de Elisabeth.
- Foi por diversão! – disse Harry, todos o olharam.
- Como assim? – perguntou Hermione.
- A maioria daqueles bruxos estava sob o efeito da Maldição Imperius. – disse Lupin cruzando os braços sobre o peito encostando na parede de frente para Elisabeth.
- Então quer dizer que...era como se fosse um jogo? – perguntou Fred
- Onde aquele que vencia era condecorado com uma medalha ou coisa parecida? – acrescentou Jorge.
- Mais ou menos isso. – concordou Lupin, ainda olhando Elisabeth. – Ele nos quer morto, mas também quer ter o prazer de nos ver morrendo agoniados.
- Ele estava aqui! Eu o vi! – revelou Harry, todos o olharam novamente.
- Harry, ele não estava aqui. Eu estava de olho o tempo todo em você e definitivamente ele não estava aqui. – afirmou Lupin desencostando da parede e indo até uma janela avistando a rua vazia.
- Sua alma estava. Ele falou comigo.
- E o que ele disse? – quis saber Hermione.
- Ele disse que o herdeiro estava a caminho pra seguir seus passos e assumir o controle. – Fred e Jorge se entreolharam sem entender ao certo o conteúdo da mensagem, Gina gemeu baixinho, Hermione levou a mão a boca, Rony continuava pálido a um canto sem pronunciar uma palavra, Lupin, que até então olhava a rua, virou-se para encarar o garoto com ar de interesse.
- E o que ele quis dizer exatamente com isso? – perguntou Lupin.
- Eu não sou mais a chave! A chave é...
- MENTIRA!!! – esbravejou Elisabeth se levantando de supetão deixando a cadeira cair atrás de si. – Não percebem?! Ele quer que desacreditemos que Harry seja a passagem dele de volta. Que baixemos guarda, assim o caminho fica livre pra ele atacar Harry.
- Você sabe muito bem que eu estou falando a verdade! – falou Harry na defensiva.
- Sei?! Porque então ele não te matou, quando pode? E não me venha com essa história de diversão de novo. – avisou ela a Lupin – Ele te quer morto, Harry. Ele só estará satisfeito quando cortar o teu pescoço e jogar teu corpo pros lobos, mas sabe porque ele não faz isso? Porque ele precisa de você. Precisa de sua alma.
- NÃO É MAIS DA MINHA ALMA QUE ELE PRECISA. – gritava Harry, será que ninguém iria acreditar nele? – E SE ELE NÃO ME MATOU AINDA É PORQUE NÃO TEM FORÇAS PRA ISSO.
- MAS CONSEGUE LANÇAR CRUCIATUS EM VOCÊ! – Elisabeth também gritava. – PELO AMOR DE DEUS... COMO VOCÊ PODE ACREDITAR NISSO? VOLDEMORT É FORTE O BASTANTE PRA ACABAR COM QUALQUER UM DE NÓS! NUNCA ESQUEÇA DISSO! – Elisabeth levantou a cadeira encerrando o assunto, mas Harry não pretendia parar, seu coração estava apertado e o fato de seus amigos não o defenderem daquela mulher o deixava raivoso.
- Você fede como seu pai! – a frase teve o efeito desejado. Elisabeth se virou pronta a atacar o garoto, e conseguiria se não fosse Lupin ter se colocado entre os dois e a agarrado.
- Seu bostinha... quem você pensa que é? Você não sabe nada sobre mim seu idiota. – ela tentava se livrar de Lupin que a segurava com força.
- Eu sei o suficiente pra saber que você é uma mentirosa, como seu pai.
- TIRE AS PATAS DE CIMA DE MIM! – gritava ela tentando se desvencilhar.
- SOLTA ELA LUPIN. – instigava Harry, os outros observavam a cena boquiabertos. – DEIXE QUE TODOS VEJAM O TIPO DE ANIMAL QUE ELA É. PORQUE NÃO DIZ PRA TODO MUNDO PORQUE SE IRRITOU TANTO QUANDO EU MENCIONEI O HERDEIRO?
- CHEGA HARRY! – gritou o homem. Com medo de que ela conseguisse se soltar Fred e Jorge foram ajudar Lupin a segurar Elisabeth deixando-a mais agitada.
- NÃO!!! TODO MUNDO AQUI TEM QUE SABER QUEM É ESSA AÍ REALMENTE!
- CALA A BOCA HARRY!
- QUEM É A FAMÍLIA DELA!
- Harry não faça isso. – pediu Hermione com a mão sobre a boca.
- ME SOLTEM! – ela parou de se debater e olhando firmemente para Harry ela continuou num tom frio – Você quer que seus amiginhos saibam quem é minha família, certo?! Então conte a eles, vamos, conte a eles. – Fred e Jorge haviam soltado ela Lupin ainda a segurava – Conte a eles, Harry, que Voldemort é meu pai. Que se hoje eu estou aqui é porque mais do que ninguém eu quero o ver apodrecendo embaixo da terra. Vamos lá, conte a eles se isso vai te fazer se sentir um pouco melhor.
O silêncio tomou conta da sala, Elisabeth puxou o braço que Sirius ainda segurava.
- Você esqueceu um detalhe. – cutucou Harry – Ele quer o seu filho!
- Seu filho da mãe! – sussurrou ela entre dentes antes de sair da sala batendo a porta atrás de si. Lupin a seguiu segurando-a pelo braço antes que ela alcançasse o corredor.
- ME LARGA REMO, ME DEIXE IR EMBORA.
- Pra onde?
- Não interessa.
- É verdade o que ele disse? Ele realmente quer o seu filho?
- Não é da sua conta Lupin.
- Se isso mudará o curso das coisas, então sim, é da minha conta.
- Ele está seguro. Ele está num lugar onde Voldemort nunca colocara as mãos nele. Essa é a única coisa que importa. – ele a soltou e Elisabeth saiu pelo corredor indo à direção à rua ainda deserta e com mais corpos no chão. Lupin ficou parado jogando o corpo contra a parede fria, seus pensamentos rodando a mil em sua cabeça. Ela sabia onde Sam estava, esse tempo todo ela sabia onde Sam estava, Voldemort queria o filho de Elisabeth para herdeiro das trevas, Harry tinha contato com Você-sabe-quem, ela sabia onde Sam estava.
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N/A: A fic agora tem trailer, dá uma olhada no menu dela e acessa o vídeo.
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