Você?!




Elisabeth seguia correndo pelo corredor destruído até chegar à ala ainda intacta da explosão. Harry a acompanhava de perto.
- Onde você está indo? – perguntava num tom mais alto para conseguir ser ouvido no meio de tanto choro e grito.
- A essa altura a rede de Flu já foi bloqueada. A única chance que temos de alertar a Ordem é através de Nigellus. Apenas torça pra que ele não tenha sido atingido com essa explosão.

Ao virar para o corredor que daria até a entrada para o escritório de Dumbledore, Elizabeth parou bruscamente fazendo Harry topar com ela.
- Desculpe. – sussurrou ele visivelmente envergonhado. Ao perceber a mulher quieta olhando pro corredor que se estendia na frente deles Harry perguntou – O que aconteceu?
- Shh! – pediu ela colocando a mão sobre o peito do garoto – Tem alguma coisa errada aqui.
- Pra mim parece tudo normal... – e antes que Harry pudesse concluir seu pensamento, Elizabeth o segurou forte pelo braço e o arrastou de volta ao caminho por onde haviam chegado.
- Vá até a professora McGonagall. Diga a ela que não temos como nos comunicar através do quadro e muito menos pela rede de Flu e que será necessário enviar aurores até o Largo Grimauld. Não pare por nada neste mundo.
- Mas.. o que está acontecendo?
- VAI! – mandou ela e prontamente Harry obedeceu correndo o máximo que podia.

Elizabeth respirou profundamente e voltou a passos firmes ao corredor. Parou e tornou a observar a sua volta. Um vento estranho soprou fazendo as velas que se erguiam pelo corredor tremeluzirem. Neste momento ela pegou a varinha que trazia na cintura e a agarrou firmemente entre os dedos, caminhando em direção as gárgulas.

...

Harry Potter chegou ofegante até a professora McGonagall que guiava um aluno do segundo ano até a enfermaria. Ele parou a sua frente impedindo-a de continuar, em seu olhar podia-se ver a preocupação.
– O que houve?
- Não há tempo para conversar professora. Elizabeth me mandou avisa-la que a rede de Flu foi bloqueada e temos que avisar a Ordem mandando os aurores até lá.
- E onde ela está?
- Indo para o escritório do diretor... – ao terminar a frase ouviu-se um grito de horror vindos da torre da Grifnória. Imediatamente McGonagall pegou sua varinha e deixando o aluno aos cuidados de McMillan saiu correndo.
- Permaneça atrás de mim Potter! – ordenou ela, mas sua voz ecoou no vazio. A professora estancou de repente e olhou pra trás. Harry já não a seguia mais. – POTTER! – gritou ela em vão.
Mais um grito, e sua atenção voltou à torre pra onde partiu correndo.

...

Barulhos de vidros sendo quebrados podiam-se ser ouvidos nas masmorras. O chão tremeu levemente assustando os alunos que estavam tendo aulas de Poções. Snape imediatamente olhou pra teto sobressaltado com o barulho e levantando-se apressado da cadeira, pegou sua varinha e saiu da sala ordenando que seus alunos permanecessem lá dentro até segunda ordem. Ele subiu a enorme escadaria até o andar superior.
Ao chegar no primeiro andar, percebeu os alunos correndo para todos os lados enquanto muitos permaneciam deitados e feridos.
- O que está acontecendo? – perguntou Snape agarrando o braço de Gina e guiando-a a um lugar mais seguro, longe dos destroços do que um dia fora uma sala de aula.
- eu não sei. – dizia a menina com dificuldade – Num minuto estávamos conversando e no outro... eu não sei o que aconteceu.
Snape colocou Gina sentada no chão. Madame Pomfrey já havia chegado e foi até ela examinando seu braço onde um profundo corte sangrava intensamente.
- Onde está Potter? – perguntou abaixando diante da menina. Ela não respondeu, apenas gritou ao sentir um líquido quente invadir sua pele ferida. - Onde está Potter? – perguntou novamente.
- Ela levou-o consigo!
- Ela? – quis saber Snape. Mas Gina não teve tempo de responder, pois uma segunda explosão vindo do segundo andar pode ser ouvida. E num relance rápido ele compreendeu. – Elizabeth! – e correndo abriu caminho pela multidão de alunos.

...

- Moça esperta! – uma voz falou assim que Elizabeth segurou a varinha. Ela parou e virou-se lentamente para a conhecida voz. E um pouco espantada ela o olhou.
- Dimitri?! – o fogo das velas novamente tremeluziu com um vento inexistente.
- Achei que estaria feliz em me ver... amor! – ele retirou da cintura uma varinha e apontou-a para o peito de Elizabeth.
- Era você o tempo todo. – disse ela também apontando a varinha para o peito dele. – Era você quem dava meu paradeiro à Voldemort.
- Bem pensado! – respondeu sem mover um músculo – Diferente de alguns, minha lealdade é imortal. Mas porque não fazemos do modo trouxa? – respondeu ele soltando sua varinha no chão. – Adoro lutar ao estilo do meu adversário. – Elizabeth não se mexeu – Qual é! Vamos lá... me mostre que tudo o que você aprendeu enquanto esteve presa em Alcatraz serviu pra alguma coisa. – ao ouvir essas palavras a raiva cresceu dentro de Elizabeth.
Na mesma hora ela soltou a varinha e agarrou uma espada retirando-a de uma armadura. Ela tomou posição de ataque.
- Como pode passar todo esse tempo fingindo amar alguém?!
- Essa foi a melhor parte do meu trabalho... Sabe como é... – ele aparatou e reapareceu atrás de Elizabeth sussurrando em seu ouvido – você sempre foi boa de cama.
Ao ouvir isso, Elizabeth virou-se brandindo a espada no ar atacando Dimitri que neste instante havia pego uma espada de outra armadura e impedira seu ataque. Eles se aproximaram, as espadas cruzadas acima de suas cabeças.
- Sempre a melhor da turma. – falou abrindo um sorriso. E logo, a empurrou com o pé. Elizabeth se desequilibrou e caiu de joelhos no chão. Ela olhou-o mortalmente e se levantou atacando-o repetidas vezes, com agilidade Dimitri desviava dos golpes. De repente Dimitri aparatou e Elizabeth ficou parada olhando a sua frente com a respiração acelerada.
- Chega! – mandou Dimitri as suas costas – Acabou a brincadeira.
Ao se virar Elizabeth visualizou Dimitri correndo em sua direção. Com um grito ele golpeou, sua espada cortando o ar com violência, mas ela conseguiu interromper seu golpe com a própria espada. Sons de lâminas batendo podiam ser ouvidos pelo corredor.
A força que Dimitri empregava na espada fazia Elizabeth recuar centímetros a cada impacto das lâminas. Seu corpo encostou a parede fria que indicava o fim do corredor. Mais um grito, e Dimitri lançou a espada de encontro a ela. Elizabeth na mesma hora abaixou fazendo o instrumento bater de encontro à parede e com rapidez ela passou uma das pernas dando uma rasteira nele que, pego desprevenido, caiu batendo as costas no chão.
Elizabeth impulsionou os joelhos e saltou sobre o corpo de Dimitri, ele tentou agarra-la com o braço estendido mas não conseguiu. Ela caiu sobre o chão apoiando-se com as mãos para amenizar a queda dando assim uma cambalhota. Imediatamente levantou-se e virou para encarar Dimitri, que já se encontrava de pé.
Com a raiva percorrendo seu corpo. Ele atirou a espada em sua direção, ela serpenteou pela ar. Elizabeth desviou para o lado e a espada passou raspando de leve sua pele indo cravar num quadro que estava pendurado no lado oposto do corredor.
Ele aparatou e surgiu onde estava a espada incrustada. Elizabeth correu até ele para ataca-lo. Dimitri retirou a espada da parede e defendeu-se do golpe da mulher. Ele a golpeou com força e Elizabeth perdeu o equilíbrio novamente. Aproveitando este momento ele girou sobre o corpo acertando um chute em seu rosto que a fez cair com o rosto sangrando no chão. Num movimento rápido, Dimitri pulou sobre o corpo dela e agarrou sua varinha que estava no chão, e virando-se para Elizabeth que levantava para encara-lo, gritou.
- Impedimenta! – e o corpo de Elizabeth foi arremessado longe indo bater de encontro à parede, para depois chocar-se com o chão. Elizabeth com um gemido de dor e certa dificuldade arrastou-se até a parede recostando-se nela. Sua respiração arranhando sua garganta.
- Que foi? – perguntou Dimitri imóvel no mesmo lugar com a varinha numa mão e a espada na outra. – Não consegue mais lutar como antigamente? – ela apertou as pálpebras com força como se quisesse estancar a dor que dilacerava sua costela que provavelmente estava quebrada. – Vamos lá... Elizabeth... levante! – falou num tom calmo. – Levante e me ataque!

- ME ATAQUE! – gritava a voz de Voldemort. A garotinha de sete anos olhava apavorada o homem que acabará de a agredir – Eu não crio fracos. – disse ele entre dentes. – LEVANTE E ME ATAQUE! – ele gritou enquanto apontava a varinha na direção de sua mãe, que chorava num canto sem fazer nada para ajudar a filha que já estava com uma mancha enorme de sangue em sua blusa lilás. Como não respondeu, Voldemort virou-se para a mulher parada no canto e com a voz firme gritou. – Avada Ke... – mas não conseguiu terminar, pois num salto a menina erguera-se e apontando a varinha pra ele gritara:
- Expelliarmus! – e a varinha de Voldemort foi arrancada de suas mãos. Ele virou-se para encarar a menina que agora tremia apoiada na grande mesa.
- Muito bem meu pequeno diamante. - falou Voldemort com um sorriso satisfeito no rosto. – Muito bem!

Elisabeth abriu os olhos, e abrindo a mão murmurou silenciosamente – Accio! – e sua varinha voou de encontro a dona. Ela fechou a mão em torno da varinha e se levantou.
- Crucio! – gritou Dimitri, mas Elizabeth desviou da luz que arrebentou o restante do quadro. – Crucio! – tentou mais uma vez aproximando-se dela a passos largos, mas Elizabeth conseguiu desviar.
- Avada Kedavra! – Uma explosão assolou o corredor e o corpo de Dimitri bateu nas gárgulas caindo jazido no chão. Elizabeth olhou ao seu lado e avistou Snape com sua varinha em riste apontada para a direção onde estivera Dimitri.
- Se sobrevivermos me lembre de lhe agradecer. – falou Elizabeth.
- Deixe os agradecimentos pra depois. Onde está Potter? – de súbito a imagem de Potter batendo com a varinha na estátua da bruxa de um olho só passou diante de seus olhos, sendo logo interrompida pela imagem de uma Hermione aterrorizada enquanto gritava Harry! E sem dizer nada, Elizabeth passou correndo por Snape. Este prontamente a seguia.

...

Harry corria arrastando um garotinho primeiroanista pela mão. Atrás de si o acompanhavam no mesmo ritmo, Rony, Hermione e Simas, juntamente com outras crianças de onze anos.
Ele parou de repente em frente a estatua da bruxa de um olho só e com a varinha bateu sobre a pedra.
- Dissedium! – ao falar isso a corcunda da bruxa abriu permitindo a passagem. – Rápido! – disse ele empurrando o garotinho pra dentro, que deslizou no que parecia um tobogã, e saindo da frente pra dar passagem aos outros. Hermione e Rony ajudavam a colocar os menores pra dentro da passagem. Em seguida Simas entrou. – Leve todos pra um lugar seguro. Esta passagem vai dar na Dedosdemel. Não parem por nada, com certeza Hogsmead também está sendo atacada.
- E quanto a você? – perguntou Hermione, sua voz desaparecendo por causa de uma explosão que ocorrera metros dali. – Não vou deixá-lo aqui sozinho.
- Preciso achar Gina. E com certeza serei mais valioso aqui do que na vila. – respondeu ele empurrando Hermione que se desvencilhara de suas mãos.
- Você é mais valioso vivo. – disse Hermione. – Ou você entra junto, ou nós iremos com você.
- Não é hora pra teimosias! – exclamou Harry – Vão! – Simas prontamente obedeceu, porém Rony e Hermione estavam decididos a permanecer no castelo.
Num súbito momento Hermione apanhou a varinha e apontou contra o peito de Harry que a olhou espantado.
- A maldição Imperius! – exclamou Rony olhando a amiga.
- Pára de falar bobagem Ronald! Agora me escute Harry, nós lhe dissemos uma vez que iríamos contigo onde quer que você fosse, e não é porque a coisa ficou preta que daremos pra trás com a nossa palavra. Então acho melhor você aceitar de bom grado nossa ajuda ou eu coloco duas orelhas de duende em você.
Apesar do clima tenso, Harry não pode deixar de abrir um sorriso com o comentário da amiga. Rony parou ao lado de Hermione e erguendo sua varinha contra Harry acrescentou decidido.
- E eu coloco um focinho de porco no lugar do teu nariz!
- Vocês venceram! – rendeu-se Harry – Vamos atrás da Gina juntos.
- E depois sairemos deste inferno. – finalizou Hermione baixando a varinha.
Assim que ela falou isso, Hermione sentiu seu pé sendo agarrado por uma mão invisível e levantado no ar de cabeça pra baixo. Harry e Rony se viraram para olhar com as varinhas em punho. Um homem careca e de estatura muito além do normal segurava a varinha apontada para Hermione. Com um sorriso diabólico nos lábios tortos. Mas ao parar para observar a figura podia-se notar que ele não sorria, mas sim possuía uma cicatriz na ponta do lábio que curvava-se para cima em seu rosto dando a sensação de que ele sorria.
- Expelliarmus! – gritou, fazendo o corpo de Hermione voar por cima da estátua e estilhaçar o vidro de uma grande janela, levando consigo a cortina vermelha envolta do seu corpo.
- NÃOOO! – gritou Rony escalando a estátua e olhando pela janela.
- Crucio! – e o homem nem se moveu. Era como se o feitiço desaparecesse antes mesmo de tocar nele. O homem olhou para Harry e se aproximou vagarosamente. – Estupefata – nada.
Enquanto Harry tentava sem nenhuma sorte fazer um feitiço atravessar o que parecia um campo de força invisível, Rony debruçava-se na janela. Por sorte a cortina que voou junto de Hermione prendeu num dos cacos de vidro que ainda estavam acoplados na janela, e ela se segurava com toda a força que conseguia na outra ponta da cortina.
- ME PUXA! – gritou ela. Rony imediatamente pegou a ponta que estava perto dele e começou a puxar a cortina, porém o peso de Hermione fazia o pano vermelho ceder através de um grande rasgo. – NÃO PUXA! – gritou ela ao perceber que quanto mais Rony puxava, mais o rasgo aumentava.
- E O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA? – perguntou aturdido num tom alto. Nisso ele ouviu um estrondo e viu Harry ser arremessado para o outro lado do corredor. – HARRY! – chamou ele. Harry bateu as costas num aluno que passava correndo e ambos caíram embolados no chão. Ao levantar a cabeça Harry percebeu se tratar de Gina.
- Eu estava mesmo te procurando! – disse num tom brincalhão.
- Harry... Cuidado! – disse Gina empurrando Harry com as pernas a tempo de impedir que fosse acertado por um feitiço vindo do grandalhão de sorriso falso.
O garoto se levantou ajeitando os óculos e decidido apontou a varinha.
- Avada Kedavra! – e o feitiço foi expelido novamente.
- Harry. O colar! – apontou Gina que continuava no chão.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AÍ? – gritou Hermione.
- HARRY ESTÁ EM APUROS! – devolveu Rony apoiando-se novamente no patamar da janela.
- AH... CLARO! COMO SE ELE FOSSE O ÚNICO! – esbravejou ela.
- NÃO SAI DAÍ! – disse Rony saindo do patamar.
- COMO SE EU TIVESSE ALGUM LUGAR PRA IR! – e sua cortina rasgava mais alguns centímetros. A garota olhou pra baixo, e o medo percorreu todo seu corpo. – RONYYY!
- Accio medalhão! – e o medalhão voou em sua direção. Gina prontamente ergueu a varinha e gritou.
- Petrificus Totalus! – e o corpo do homem caiu com violência no chão.
A cortina que sustentava Hermione rompeu e ela sentiu o corpo caindo rapidamente. Seu grito só era tapado pelos barulhos das explosões, que pareciam fogos de artifício em Ano Novo. Quando achou que fosse morrer, sentiu seu corpo parar no ar e ser reerguido de volta até a janela. De lá podia-se ver Rony que a içava com a varinha.
- não precisa agradecer! – exclamou o garoto cheio de si ajudando-a a voltar pra dentro do castelo.
- Agradecer? Espera isso tudo terminar e você vai ver o agradecimento que eu vou te dar... – disse ela batendo nas vestes para tirar os cacos de vidro.
- Vocês estão bem? – perguntou Harry indo até eles junto de Gina. Ambos concordaram com a cabeça.
- As saídas principais foram bloqueadas. Há dragões por todo céu de Hogwarts. Não sei quanto tempo os Aurores vão agüentar. A Ordem da Fênix e o Ministério estão tentando vir nos socorrer mas não conseguem passar de Hogsmead. Parece que a coisa por lá está pior do que aqui dentro. – explicou-lhe Gina, tomando em seguida um sopro de ar.
Um sentimento de culpa penetrou na mente de Harry, e Rony e Hermione perceberam.
- Ou eles ficavam aqui, no meio disso tudo, ou se arriscavam em Hogsmead! – disse Rony sabiamente. Harry o olhou sério. Seus pensamentos envoltos em um turbilhão de sentimentos.
- O que a gente faz agora? – perguntou Rony atordoado.

...

Elizabeth entrou deslizando no hall de entrada do castelo. Ao ver o caos tomando conta do lugar ela se virou para Snape que parara logo atrás de si.
- Qual o caminho mais curto pra se chegar até a estátua da bruxa de um olho só?
- Porque quer saber?
- Me diga qual é! – vociferou ela. A dor ainda dilacerava seu corpo. Snape pareceu momentaneamente tomado de fúria e apontou a varinha para Elizabeth. No mesmo instante ela apanhou sua varinha.
- Abaixe-se! ABAIXE-SE AGORA! – Snape gritou e ela obedeceu. – Avada Kedavra! – e seu feitiço acertou uma bruxa vesga que corria na direção dos dois com uma cadeira nas mãos. Elizabeth endireitou-se e olhou pra trás, em seguida ela estava fitando Snape., e nisso uma imagem de Hermione sendo atirada contra janela passou em sua mente.
- Harry está lá. – disse Elizabeth – Vamos pela escadaria! – falou ela atirando-se entre as pessoas, onde feitiços voavam no ar sem ter uma vítima predeterminada. Snape a agarrou pelo cotovelo e a arrastou para o lado contrário.
- Não chegaremos a tempo! – afirmou ele. – Vamos pela cozinha, mesmo sendo o caminho mais longo não haverá tantos obstáculos.
Elizabeth o seguiu correndo.
Ao chegarem na porta da cozinha, um homem com uma enorme barba negra e olhos miúdos pulou de cima de um armário derrubando Elizabeth no chão.
- Crucio! – Snape estendeu a mão ajudando-a a se levantar, enqaunto o homem se contorcia de dor no chão frio. Snape foi até a porta e a abriu olhando pro lugar de onde tinham saído. Vários bruxos corriam até o lugar onde estavam. Ele tornou a fechar a porta e cruzou rapidamente a área da cozinha alcançando a porta dos fundos. – Vá direto por esse corredor, vire à esquerda ao final dele e suba a escadaria. – Elizabeth parou e o encarou.
- E quanto a você?
- Eu lhe dou cobertura. Agora vá! – Elizabeth olhou-o profundamente.
- Tenha cuidado! – ele assentiu com a cabeça e ela saiu pela porta que ele segurava aberta correndo. Assim que Snape soltou a porta alguém gritou Alohomora e a porta principal estraçalhou-se em vários pedaços.

...

O corredor de que Snape havia falado mais parecia um túnel com uma subida íngreme, em suas paredes tochas brilhavam e pequenas portas de madeira levavam a quartos, também minúsculos que serviam de dormitório para os elfos domésticos. Elizabeth correu o máximo que suas pernas podiam agüentar.
Ao deparar com o fim do corredor ela virou a esquerda como snape havia declarado. Haviam apenas dois lances de escada que Elizabeth fez numa rapidez espantosa. Subindo os degraus de três em três. Ao chegar em seu topo ela deparou com uma porta que parecia não ser usada a muito tempo, por causa do seu aspecto sujo por teias de aranha e marcas de ferrugem em suas dobradiças.
Elizabeth deu distância e apontando a varinha gritou: Bombarda Maxima! E a porta escancarou. Ela viu muitos estudantes correndo e percebeu que se encontrava no corredor que levaria até a estátua, era só virar à primeira direita. E foi o que ela fez.

- Elizabeth! – exclamou Harry correndo ao seu encontro.
- Estão todos bem? – perguntou ela tomando fôlego. Todos concordaram com leve aceno. – Temos que sair daqui! – disse ela.
- E ir pra onde? – perguntou Harry. – Hogsmead também está sendo atacada.
- A Floresta Proibida! – declarou ela.
- Que? – exclamaram todos juntos.
- Ficou maluca? Além de enfrentarmos os Comensais ainda teremos que enfrentar os seres sinistros que habitam a floresta.
- Rony está certo... não é um lugar seguro. – concordou Hermione.
- No momento nenhum lugar é seguro. E teremos Hagrid... se ele ainda estiver lá! Agora escutem bem... a entrada está um caos, ninguém mais sabe em quem está atirando, então não parem por nada... entenderam? – mais uma vez todos concordaram. – lá fora a coisa ainda está pior. Há dragões, e eles também não se importam nem um pouco em quem estão atando fogo. Fiquem de olho neles, assim que verem algum abrindo a boca para cuspir fogo, se escondam atrás de qualquer coisa. E tentem se manter juntos. Vamos! – disse ela e o grupo tornou a correr entre a multidão tentando não se dissipar.
Mais adiante, Gina vira Dino caído com a perna sangrando e ela baixou para ajuda-lo.
- Dino, você está bem?
Elizabeth olhou pra trás de relance e ao observar a cena foi até Gina, e agarrando-a pelo braço arrastou-a até o grupo.
- O que eu disse sobre permanecer juntos? – falou ela empurrando Gina contra a parede. O grupo logo foi se juntar a elas fazendo um paredão de costas pras duas.
- Ele vai morrer se ficar lá! – gritou ela. Uma forte explosão na janela que ficava no alto de suas cabeças fez todo mundo se abaixar e uma nuvem de fogo atravessou por ela.
-Me escute bem! – voltou a falar Elizabeth erguendo Gina – Se você ficar serão mais dois mortos essa noite, e eu acho que já tivemos muitas perdas. Vamos!
- Não sem ele! – falou a menina apontando com a cabeça para o amigo caído.
Elisabeth respirou fundo. – fiquem aqui! – ordenou e correu até o garoto. Com força ela o ergueu e colocou sobre as costas retornando para o ponto o grupo a esperava. Harry e Hermione agarram Dino – vamos!
E todos voltaram a correr.
Ao chegar aos jardins, um dragão voou sobre a cabeça deles ateando fogo perto de onde estavam. Sem parecer se importar com os gritos de dor de um comensal da morte e um estudante do terceiro ano atingidos em cheio pelo fogo, eles continuaram o caminho até chegar aos limites da Floresta Proibida.
- Fiquem bem atrás de mim! – ordenou Elizabeth.
A Floresta encontrava-se tomada pela escuridão. Elizabeth correra até perceber que os dragões já não poderiam acerta-los mais e parou virando-se pra os garotos.
- Precisamos ir até Hagrid. Este é seu lar ele saberá melhor do que ninguém onde poderemos nos manter seguros.
Todos concordaram. Uma nuvem negra aproximou-se e tapou o sol da tarde fazendo a escuridão tomar conta de Hogwarts. Mais Comensais podia-se ver aparatando dentro dos limites do castelo. Toda a segurança mágica que fora colocada sobre ele já não existia mais.
Ao chegarem até a cabana de Hagrid encontraram-na totalmente destruída.
- HAGRID!!! – gritou Harry. Ele tentou correr mas Elisabeth o impediu agarrando seu braço com força.
- Não! Temos que sair daqui. Esse lugar é manjado pelos Comensais não demorará até eles aparecerem aqui.
- O que vamos fazer? – perguntou Dino.
- Penetrar o máximo que conseguirmos na Floresta. Temos que permanecer ocultos até as coisas acalmarem ou até a Ordem chegar. – ela respondeu. E sem esperar resposta por parte dos membros do grupo, ela penetrou na escuridão da floresta, sua mente perdida em um turbilhão de possibilidades de fuga. O importante agora era manter Harry Potter vivo. E era isso que ela faria, nem que pra isso ela tivesse que dar a vida em troca.

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