Anunciada a guerra




- Mon Dieu! – exclamou a professora Minimus largando a pena sobre o pergaminho que escrevia. – Porrque demorraram tanto? A senhorrita acha porr acaso qui tenho mais nada a fazerr? Pode acreditarr... Dumbledore saberra disso!
- Ótimo! – desafiou Hermione. – Eu quero mesmo falar com Dumbledore sobre a senhora e sua maneira de dar aulas!
- A senhorrita esta me desafiando, senhorrita Grranger? – a professora se levantou de sua enorme cadeira. A sua pose a fazia mais alta do realmente era. – Vamos. Responda, se tiver corráge. – Hermione não respondeu apenas a olhou com nojo da prepotência daquela mulher. A professora sorriu com o silêncio da aluna e com um suspiro fingindo tédio, ela deu a volta na mesa indo até Rony e repetindo o mesmo gesto gracioso mexeu levemente a varinha em direção ao garoto – Reninfans Revertus.
Uma nuvem branca parecendo uma névoa envolveu Rony completamente, e ao se dissipar o velho Rony reapareceu na sala. Ele olhou pra si como se quisesse constatar que cada parte do seu corpo havia voltado ao normal.
- Prronto! Agorra, me deixem trrabalhar in paz! Xô, xô, xô... – e enxotando-os com a mão ela voltou a sentar-se reabrindo o pergaminho. Hermione sentiu o sangue ferver, e soltando a mão de Rony foi até a professora e bateu ambas as mãos sobre a mesa fazendo-a se sobressaltar.
- Pode ter certeza que essa historia não vai ficar assim.
- Senhorrita Grranger, eu terria mais cuidado ao ameaçarr uma pessoa como eu. Non brrinque com fogo se non querres se queimarr!
- Vamos Mione. Ta tudo bem! – Rony segurou-a firmemente pelos ombros afastando-a da mesa.

...
Sala de aula de História da Magia. A maioria dos alunos fazia a maior força para permanecerem acordados, enquanto o professor Binns palestrava mais uma vez. Mas ao contrário de todos, Hermione se remexia inquieta na cadeira e essa atitude acabou chamando a atenção de Rony.
- O que houve? Por acaso quer ir no banheiro?
- Não! – ela respondeu rispidamente, e retornou a se contorcer no seu lugar.
- Você quer fazer o favor de parar Mione? Estou tentando acertar aquela seta no alvo.
- O que? – foi quando ela notou que Rony manuseava com a varinha uma pequena flecha que pairava no ar logo acima da cabeça do professor, a uma certa distância, um alvo feito de fumaça colorida podia ser visto. – Não acredito que você está fazendo isso. Isso é uma tremenda falta de respeito. – ela esbravejou entre dentes batendo na mão dele, o que fez com que a flecha caísse e transpassasse o corpo do professor. Muito absorto na palestra, ele não notou o objeto.
- Para que se possa compreender o trabalho realizado por esses grandes bruxos e filósofos, é necessário voltar cem anos atrás. – continuou o professor - Em primeiro lugar cabe dizer que o Bardo Romero não era simplesmente o mais sábio dos homens de sua época, ele praticava abertamente os doze eclipses das artes das trevas. Claro que isso não deve ser novidade pra nenhum de vocês, mas isso não nos impede de retomar a vida desde grande visionário... Sim senhorita Granger? – a menina estava com a mão levantada ansiosamente.
- Senhor, o que o senhor saberia dizer sobre Atlântida?
- Desculpe senhorita, mas creio que não compreendi muito bem a sua pergunta. O que isso tem a ver com Bardo Romero?
- Em “Hogwarts – uma história” pode-se ler um parágrafo sobre Thamam, diz nele que essa coisa teria provocado a destruição do castelo décadas atrás...
- Atlântida ou simplesmente Atlantis, foi uma ilha localizada exatamente onde os oceanos se encontram. Foi considerado um lugar de poder imensurável atraindo a atenção de muitos viajantes e andarilhos. Essa magia toda ficava localizada bem no centro da ilha, onde uma enorme rocha se elevava a uma altura significante. Dizia-se que quanto mais alto o bruxo escalava, mais forte ele ficava. Mas até hoje nenhum bruxo retornou dessa busca incansável pelo poder absoluto para sabermos se realmente é verdade. Em outras palavras... Atlântida não passa de uma lenda que pode ser vista na epopéia de Cuchulainn, “A Batalha de Mag Morgan”. Agora retomando a matéria...
- E quanto a Thamam? O que seria exatamente?
- Na epopéia de Cuchulainn, Thamam foi a primeira bruxa que existiu na Terra. Ela nasceu da união entre a escuridão e a luz, possuindo assim os dois lados da essência da vida, o bem e o mal, o certo e o errado, o positivo e o negativo. Diz a lenda que antes dela nascer havia na Terra apenas os gigantes e que esses seriam responsáveis pela criação da vida. Ao saberem de seu nascimento a cólera tomou-lhes o corpo e a mente e guiados pela raiva começaram a destruir todas as criaturas que haviam feito. Mas como Thamam era a dona dos dois lados, ela conseguiu reverter a situação e aprisionou todos os gigantes, começando a procriar e dar origem a nossa raça bruxa, em troca ela recebeu o dom da imortalidade concebida diretamente pelos Deuses. Logo após o incidente entre os dois dragões que acarretou no extermínio de Atlântida, Thamam foi presa pelos bruxos da Ordem de Epimeteu na Torre Norte de Hogwarts e ali permaneceu por longos anos.
- E como ela foi solta? Porque arrasou Hogwarts? E porque ninguém fez nada a respeito para ajudá-la?
- Senhorita Granger, apesar de gostar muito de mitologia eu tenho que seguir meu planejamento para prepará-los pros Niems. Portanto, peço que a senhorita vá até a biblioteca em seu intervalo e peça a senhorita Pince o livro que contém essas lendas e me deixe continuar minha aula.
- Apenas me diga professor, como ela conseguiu sair.
- Belthazor, um bruxo excelente em Herbologia, foi até a Torre Norte uma noite pois soube que lá havia nascido uma flor muito rara que é capaz de curar qualquer ferimento. Chegando lá viu Thamam deitada em péssimo estado, com feridas por todo corpo. Ele achou a flor e utilizou para fechar as feridas da mulher e como agradecimento ela lhe transmitiu toda a sabedoria que conhecia e ele a libertou. Só que ela havia estado anos trancada sozinha e o ódio que sentia por Hogwarts era tão grande que seus cabelos vermelhos se tornaram labaredas de fogo e de suas mãos pálidas raios saiam acertando todos aqueles que se pusessem em seu caminho. A destruição foi total. Muitas mortes e muito sofrimento se seguiram ao episódio. Mas como lhe disse antes senhorita Granger, isso tudo que lhe contei não passa de lenda. Retomando... – mas ele foi interrompido pelo sinal que anunciava o fim da aula. – Continuaremos na próxima aula.
- Fantástico... por anos nunca houve uma aula de História da Magia tão emocionante quanto essa. – debochou Rony enquanto guardava os livros na mochila.
- Só pro seu governo, estou tentando ajudar a Ordem a encontrar Vold... Aquele-que-não-deve-ser-nomeado.
- Não era você que dizia que isso tudo era bobagem?
- Vocês viram o Harry? – Gina entrou na sala apressada.
- Gina?! Nós achamos que ele estava com você. – disse Hermione terminando de guardar seu material.
- E ele estava. Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas Dumbledore está furioso atrás dele.
- Dumbledore furioso. Isso não é nada bom. – Rony preocupou-se.
- Jura? – instigou Hermione colocando a mochila nas costas.
- Eu perdi alguma coisa? – perguntou Gina
- Eu vou até a biblioteca. Quando acharem o Harry se encontrem comigo lá, O.k.?! – dizendo isso ela foi até a saída.
- O.K.! – responderam os dois, mas Hermione não chegaria na biblioteca aquela hora.

Uma explosão atingiu metade do primeiro andar. As janelas do castelo estilhaçaram com o choque, e as mobílias desapareceram despedaçadas. O que era a sala de História da magia agora era um entulho de madeira e pó. Todos os alunos foram arremessados longe com o impacto da detonação, Hermione, por estar mais perto da porta fora arremessada contra a parede oposta do corredor. A sala de DCAT e de Estudo dos Trouxas também fora atingida. Muitos alunos permaneciam deitados inertes, a parede que separava as salas já não existia tornando o lugar uma coisa só. Focos de fogo estavam espalhados pelo local, a fumaça invadia as narinas dificultando a respiração. A única iluminação que agora se tinha era a luz fraca do sol que invadia pelas frestas arrombadas a força.
Hermione levantou com dificuldade e caminhando sobre os escombros olhou a sua volta sem acreditar no que havia acontecido. A um canto ela avistou Dino caído de bruços, no outro Parvati se arrastava até Lilá que chorava baixinho entre tossidas ásperas. Mais adiante a professora Burbage ajudava Emília Bulstrode a se levantar junto de Zabine.
- RONY!!! – ela chamou o desespero por não vê-lo assolando seu peito – RONY!!! – é quando ela vê Gina caída sendo ajudada por Miguel Corner. Ela vai até eles. – Gina, você está bem? Você está bem? – ela balança a cabeça. Sentia uma forte pressão sobre o peito e a dificuldade de respirar a impedia de responder.
- PADMA!!! – a voz de Parvati invadiu o lugar ao ver a irmã deitada sem se mover. Com Lilá segurando seu braço, ela correu tropeçando até a menina e se ajoelhou a sua frente. Uma pilastra havia caído sobre seu corpo. Miguel correu em auxílio as duas enquanto Hermione ajudava gina a se levantar.
Os três se posicionaram em torno da pilastra. – Quando eu contar três! – disse o garoto e as duas concordaram com a cabeça.
- um... dois... três! – e todos fizeram força. A pilastra levantou apenas alguns centímetros do chão e logo caiu novamente sobre a menina arrancando-lhe um grito de dor. Cho Chang veio acompanhada por Daves e Greengrass, cada um pegou num lado da pilastra e aguardaram o comando.
- um... dois... três! – e conseguiram levantar o artefato o suficiente para Hermione puxar Padma de baixo. Parvati abraçou a irmã fortemente.
Hermione se endireitou e continuou sua busca desesperada por Rony.
McMillan passou por ela com Parkinson no colo, o seu sangue deixando um rastro sobre a fuligem. – Vai ficar tudo bem, o.k.?! Não se preocupe.
- RONY!!! – Hermione chorava enquanto passava os olhos por cada parte. – RONY!!!
Os professores chegaram seguidos por Dumbledore.
Hermione sentiu uma mão em seu ombro e ao virar os olhos de Harry encontraram os seus. Ela atirou-se em seus braços - Não consigo encontrar o Rony. Eu não consigo encontrar ele. – ela dizia com o rosto tapado em seu peito. Gina passou por eles guiada por Snape indo para fora do ambiente.
- Nós vamos achá-lo. Calma! – Elisabeth se dirigiu até os dois.
- Vocês estão bem?
- Leve ela daqui. – pediu Harry.
- Preciso achar o Rony.
- Eu vou achá-lo, não se preocupe. Por favor, senhorita Prym...
Neste momento um Rony totalmente machucado surgiu no meio dos escombros atraindo a atenção do trio. Hermione correu até ele abraçando-o. Harry sorriu, mas logo seu sorriso desapareceu ao olhar pelo buraco que outrora tinha sido uma janela. Não demorou até todos estarem olhando na mesma direção.
A marca negra pairava no ar diante dos olhos de todos, e isso fez com que o desespero e o medo se instalasse ali. Elisabeth saiu correndo com Harry a seu encalço.
A guerra havia começado. E com certeza não faltaria muito para que o castelo fosse tomado pelos Comensais da Morte.

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N/A: Trinity desculpe a demora, estive com a cabeça ocupada de mais esses últimos dias... meu pai foi pro hospital, tive que entregar planejamentos de aula, trabalhos na facul, reuniões, enfim... muita coisa mesmo, achei que minha cabeça fosse explodir.
Mas acho que agora as coisas vão começar a voltar ao normal... se é que já foram normal alguma vez, hahahahahahahaha
Beijinhos....
e aguarde os p´roximos capítulos que estarão emocionantes...

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