Te amo... pra sempre




O pequeno Rony passa como um raio pelo corredor, sendo seguido de perto por Hermione e Harry. Com a habilidade de uma criança de quatro anos, ele entra numa porta aberta a sua esquerda fazendo Hermione escorregar e se espatifar no chão ao tentar realizar a mesma façanha. Harry que vinha logo atrás, socorreu a amiga. Ela levantou ajeitando a saia bufando de raiva.
- Ele me paga! – cuspiu correndo corredor afora atrás do garoto.
Rony foi até as escadas e pendurando-se no corrimão deslizou por ele caindo de cara no chão. Hermione e Harry desciam de dois em dois degraus e ao ver a cena pararam achando que naquele momento um choro estridente invadiria o local, mas ao contrário do que pensavam, Rony soltou uma gargalhada e levantando-se continuou seu caminho fugindo dos inimigos.
- Já chega! – Hermione sacou a varinha e apontou pro garotinho. Harry segurou seu pulso.
- O que está pensando fazer.
- Só vou estuporar ele.
- É o Rony, Hermione. – ele forçou o braço dela pra baixo.
- Não! É um monstro!
- Oh, droga! – murmurou Harry olhando para um ponto fixo. Hermione seguiu seu olhar.
- Oh, droga! – ela repetiu.
Rony havia passado pelas portas duplas de carvalho e avançava para o jardim. Sem pensar em mais nada, Harry e Hermione pularam os últimos degraus e sairam em disparada.
Sprout explicava o uso das mandrágoras como pesticidas e Gina se esforçava para seguir a explicação, o sono parecendo que iria dominá-la a qualquer momento. Foi quando ela o viu passando correndo pela porta envidraçada da estufa.
- Rony?! – ela exclamou baixinho pra si mesma. Será que ela tava vendo coisas? Mas ela se lembrava vagamente do irmão quando pequeno e definitivamente aquele era ele, mas isso era impossível. E sem acreditar ela viu passando na sua frente uma Hermione descabelada e um Harry afoito. Alguma coisa estava errada. Por sorte só ela havia notado a cena bizarra que presenciara. No mesmo instante ela levantou o braço chamando a atenção de Sprout que pareceu totalmente excitada.
- Sim querida? Alguma pergunta?
- Sim senhora! Eu posso ir ao banheiro? – algumas risadinhas escaparam da boca de alunos da Grifnória. Contrariada, Sprout permitiu e Gina levantou calmamente, dirigindo-se até a porta.
Ao passar por ela, Gina correu mais que as pernas poderiam na direção que seus amigos haviam ido.
Rony parou de repente. Hermione e Harry o imitaram. Eles se aproximaram calmamente como se estivessem receosos com a próxima reação de Rony se ele se sentisse acuado. Foi quando eles viram o garotinho mexer nas vestes.
- O que ele está fazendo? – perguntou Harry. – Rony retirou do casaco extremamente grande a varinha.
- Isso responde sua pergunta? – falou Hermione, as mãos para o alto mostrando a Rony que não estava armada. Crianças menores que onze anos não sabiam como usar uma varinha, mas no caso dele era diferente. Ele não era uma criança, ele fora transformado em uma, e se as lembranças de todos os feitiços estivessem fervilhando na sua cabeça retardada? – esse pensamento fez Hermione olhar Harry e como se conversassem em silêncio eles começaram a se afastar tentando cercar Rony.
- O.K. Está tudo bem querido. Não estamos bravos contigo. – falou Hermione numa voz totalmente maternal fazendo Harry olhar espantado pra ela. – Que foi? – ela sussurrou pra ele. Rony levantou a varinha e com um movimento preciso, uma bola de lama se formou flutuando a sua frente. – Não, não, não... não pense em fazer isso. – ela suplicou. Um sorriso maroto foi a resposta de Rony a ela. Hermione olhou de canto para Harry, ele havia aproveitado a atenção que Rony dava a garota e havia circundado o amigo ficando ao seu lado, ela viu que ele estava pronto pra pular sobre o garotinho e desarma-lo. Tudo estava silenciosamente combinado entre os dois. Não tinha como dar errado.
Tudo aconteceu muito rápido. Gina chegou onde eles estavam parando ao lado de Hermione. Rony se assustou e jogou a bola de lama acertando o rosto da morena, Harry pulou em cima do amigo derrubando-o no chão fazendo-o chorar incontrolavelmente.
- O que está acontecendo? O que aconteceu com meu irmão?
- A professora Minimus lançou um feitiço nele e ele ficou assim. – disse Harry ainda deitado sobre a criança.
- Harry! Você vai matá-lo desse jeito! – falou Gina. Ele se levantou, Rony continuava chorando.
- Aqui! – a morena falou conjurando uma corda. – O amarre!
- Como é? Você não vai amarrar meu irmão. Eu não vou deixar você fazer isso.
- Isso não é seu irmão Ginevra. É uma réplica demoníaca de um psicopata em miniatura! – ela apontava pra Rony que agora havia parado de chorar e correra até a irmã abraçando suas pernas. Gina acariciou seus cabelos enquanto o pequeno olhava de soslaio para a amiga. – Olha o que ele fez comigo.
- Ele é só uma criança.
- Ela tem razão. Não podemos amarrar ele. – Harry havia se levantado.
- O.K. então como pretendem levar ele até a professora Minimus?
- Rony! – chamou Gina ajoelhando-se para encará-lo nos olhos. – Me escuta! Vá com a Hermione. Ela a levará até a mamãe. – o garotinho passou o braço pelos olhos limpando as lágrimas. E concordando com a irmã, ele caminhou até Hermione e segurou sua mão. – Viu?!
E sem dizer mais nada, os quatro voltaram para o castelo, Rony falando qualquer coisa sobre um cavalo marinho alado que tinha superpoderes que havia escutado Fred contar a ele. Os três amigos não podiam deixar de rir de suas histórias.
E foi rindo que eles entraram no saguão do castelo. Foi quando Harry sentiu uma dor dilacerante em sua testa. A cicatriz voltara a doer fortemente. E colocando a mão sobre o local, ele parou. Gina percebeu e parou virando-se pra trás parar olha-lo. Hermione fez o mesmo.
- Harry, você está bem?
- To. É só uma tontura. Levem o Rony pra reverter o feitiço...
- Vá Mione. Eu fico com ele. – disse Gina. A amiga se afastou. Ao virar deparou-se com um Harry pálido. Gina só teve tempo de segura-lo antes que ele caísse no chão desacordado.

...

- Sirius! – Elisabeth parara de repente olhando pra Petigrew e em seguida para Sirius. – Não faça nenhuma besteira.
- Escute sua namoradinha, Black. – Petigrew cortou o dedo deixando cair no chão aquele pedaço morto de seu próprio corpo. – Não faça nenhuma besteira.
- Cala a boca seu desgraçado, filho da mãe! – rosnou Sirius, a varinha apontada na direção do homem.
- O Ministério está a caminho. – Elisabeth falava baixo escolhendo com calma cada palavra a ser dita, temendo que no menor deslize Sirius atirasse contra Petigrew. – Se você matá-lo, como poderá provar que ele matou os Potter?
- Você dirá a eles. – ele rosnou mais uma vez, o ódio transparecendo na sua voz.
- Eles não vão acreditar em mim, você sabe disso. Por Deus, homem, abaixe essa varinha e deixe eles resolverem isso.
- Não! É minha culpa se eles morreram. E é meu dever vingá-los.
- Você está certo, Sirius. É sua culpa. VOCÊ É UM TRAIDOR! – e gritando isso, Petigrew lançou o feitiço num movimento rápido fazendo a explosão atingir o quarteirão inteiro. Assim como Sirius, Elisabeth foi arremessada longe, destroços voavam e caiam sobre os corpos atingidos numa chuva de cores. Petigrew se transformou em rato imediatamente e fugiu para os bueiros. Sirius olhou para o lugar onde o traidor havia estado e levantando bruscamente correu até o local, mas só conseguiu ver seu rabo desaparecendo entre a escuridão.
Ele se deu conta, então do estrago, e sentindo o peito apertar olhou a sua volta procurando Elisabeth. Não demorou muito e avistou uma pulseira de prata reluzindo no meio dos escombros. Ele correu até ela e começou a retirar os pedaços de madeira e metal que havia em cima da mulher.
Ele se ajoelhou em frente ao seu corpo e passando o braço pelo seu pescoço, colocou-a em seu colo.
- Elisabeth! – ele chamou desesperado passando a mão pelo seu rosto totalmente machucado. – Elisabeth consegue me ouvir? – ela abriu os olhos com certa dificuldade, foi quando Sirius sentiu uma coisa quente escorrer entre seus dedos. Ele levantou a mão coberta de sangue e percebeu que a mulher havia sido gravemente ferida entre as costelas. Ele a olhou, o sangue manchando sua roupa e escorrendo pra calçada, e sem saber como reagir, colocou a mão sobre seu ferimento novamente tentando estancar. – Você ficará bem, querida. – ele falou tentando dar esperanças a ela apesar de seu estado. Mais doze corpos podiam ser vistos espalhados pela rua, alguns ainda vivos, gritando, gemendo.
- Sirius... – chamou ela, baixinho, a respiração forte, a voz entrecortada e rouca. – Você tem que ir.
- Eu não vou sem você.
- Eles estão chegando...
- Não vou te deixar aqui.
- Eu estou morrendo...
- Não, não está. Você é forte, já passou por isso várias vezes.
- Eu te amo. – e sua voz morreu na garganta. Elisabeth fechou os olhos e Sirius sentiu seu corpo amolecer em seus braços.
- Não, não,não... acorde, vamos abra os olhos, acorde! – ele a sacudia violentamente. – Por favor, acorde. – Sirius segurou-a fortemente, suas lágrimas caindo sobre a face desacordada de Elisabeth. Seu corpo balançando levemente como se embalasse um bebe no colo enquanto os dedos seguravam com força seus cabelos manchados de vermelho.
Sons de sirene ao fundo chegavam aos seus ouvidos. Pessoas gritavam ao seu redor. Varinhas eram apontadas na sua direção. Mas nada mais importava. Ele sentiu mãos erguendo-o e retirando o corpo da mulher de seus braços, e tendo uma última imagem do seu semblante sereno ele aparatou, junto dos aurores. Paramédicos correram até as vítimas.
- Ela inda está viva! – gritou um deles. Uma maca foi posta ao seu lado e Elisabeth foi imobilizada sendo levada para uma ambulância enquanto aplicavam massagem cardíaca nela. Ela viveria. Ele estava preso. Eles nunca mais se veriam.

...

Harry estava deitado no meio da sala, o corpo tremendo, suando, e percebeu que havia uma dúzia de colegas a sua volta olhando-o curiosos.
- Afastem-se! Deixem-no respirar! – a voz de McGonagall invadia o lugar, os alunos a obedeceram, mas não o suficiente para permitir a Harry uma visão de onde estava. Sentia-se totalmente confuso. McGonagall segurou-o pelo braço e com a outra mão em suas costas ajudou-o a se levantar. – Acho que é melhor ir até a enfermaria Potter. – ela disse gentilmente. – Senhorita Weasley, poderia ir com ele, por favor? – Gina concordou com a cabeça. – E vocês... voltem pra suas salas. O sinal já tocou.
Como que por encanto, os alunos obedeceram indo para diversas direções. Harry sentiu o braço de Gina passar docemente pelo seu, e ao olha-la deparou com um sorriso afável que só ela sabia dar. Aos poucos Harry foi se situando no espaço, e percebeu que encontrava-se no saguão, assim como a lembrança do que fazia ali retornou.
- Onde está Rony?
- Não se preocupe. – respondeu Gina caminhando ao seu lado, os braços ainda dados. – Mione está cuidando dele. Só espero que a professora Minimus possa traze-lo de volta. Sinceramente, eu não sei se agüentaria um Rony de quatro anos na minha vida novamente. Fred e Jorge adorariam, faziam tanta coisa com ele quando pequenos que seria uma tentação vê-lo nesse estado. – Harry riu, seus olhos encontraram novamente os da ruiva. Ela retribuiu sorrindo novamente. Como ela podia ser tão calma com tanta coisa acontecendo? Como ela podia ser tão prestativa? Como ela podia ser tão linda? E balançando a cabeça, Harry tirou esses pensamentos de si.

Eles entraram na enfermaria. Harry lembrou-se que Elisabeth estaria lá, e com alguma sorte, acordada, poderia perguntar-lhe sobre visão. Ele queria respostas, e agora seria sua chance de consegui-las. Porém ao se aproximarem das camas, ele percebeu que ela não se encontrava lá.
- Onde está Elisabeth? - Gina estava pronta pra responder que não sabia quando a voz de Madame Pomfrey interrompeu-a.
- Oh não! Ela fugiu de novo. Terei que dizer a Dumbledore pra mantê-la amarrada só assim pra conseguir segurar aquela mulher na cama.
- Ela fugiu? De novo? – perguntou um Harry abismado. Madame Pomfrey largou a bandeja de comida que trazia na mesinha ao lado da cama e virando-se para encarar Harry disse num tom zangado.
- Ela é pior que uma criança de onze anos. Teimosa que nem uma mula. – ela soltou um longo suspiro – Bem... o que o traz aqui senhor Potter?
- Ele desmaiou no saguão a pouco. – respondeu Gina.
- Eu estou bem. – ele contestou.
- É, sei. Uma Elisabeth Prym já é o suficiente pra mim, então, queira se comportar como gente e sente-se nessa cama. Eu já volto pra te ver. – e saiu da enfermaria deixando Harry, Gina e um Draco que dormia pesadamente no canto da sala.

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