A herança Atlante




- Elisabeth, espere. – Lupin correu para alcançá-la. Ela parou e virou o encarando. – Você não pode sair atacando por ai quem fala sobre teu filho. Não é certo. Harry é só um garoto, ele não sabe nada sobre você ou seu filho, e não é culpa dele o que aconteceu com Sam. Eu sei que é doloroso ter que carregar isso...
- Não, você não sabe. Dói quando eu falo sobre ele, Remo. Dói quando eu penso nele. Então, a menos que tu tenhas alguma idéia de como trazer Sam de volta, eu não quero falar sobre ele agora. – Lupin permaneceu quieto, e entendendo isso como um ‘não’, Elisabeth retomou seu caminho, sozinha. Lupin ficou parado observando enquanto aos poucos o corredor se enchia de alunos.

...

- HARRY! – chamou Hermione correndo pra alcançar o garoto que caminhava lentamente contornando a orla do lago. – Harry! Preciso falar contigo. E antes que você me diga que quer ficar sozinho, de novo, ou pra te deixar em paz, me escute. Eu juro que você não vai se arrepender. Por favor, apenas me ouça.
- Hermione! – ele olhava divertido pra atitude inquieta da amiga.
- Sim?
- Eu estou te ouvindo.
- O.K. Eu sei que vai parecer idiota o que vou dizer mas... acho que a tal da lenda é verdadeira.
- Que?
- Bem, parte dela. Eu realmente acho tolice crer que dois dragões brigaram porque estavam protegendo uma arvore estúpida, mas existe uma grande possibilidade de Atlântida realmente existir. Se você pegar a página 510 de “Hogwart uma história” e prestar atenção no último parágrafo vai perceber que ele dá a entender que Atlântida existe. Claro que isso passou despercebido nas primeiras vezes que eu li, porque eu não li com os olhos de quem procurava saber sobre o assunto e...
- O que diz o último parágrafo da página 510?
- Sabe o que mais me intriga Harry. É saber que você passa a maior parte da sua vida em Hogwarts e nunca sequer pensou em ler “Hogwarts uma história”. – Harry riu, era a primeira vez desde que tinha voltado ao castelo que conseguia se descontrair de tal maneira – O.K. “Thamam ardia em seu pedestal. O universo de Hogwarts parecia chamuscado pelas intensas chamas que cruzavam seu céu. Todos os animais da Floresta Proibida foram atingidos pelo poder do fogo. Corriam de medo, respiravam com dificuldade e buscavam abrigo dentro do castelo na tentativa de se protegerem daquela chuva terrível. Até a água fervia matando todos os moradores de suas profundezas. Lamentos e choro podiam ser ouvidos submergindo na escuridão vermelha.” – ela parou e olhou ansiosa pelo que Harry iria dizer.
- E...
- Harry! Pense! Está claro... Thaman só pode significar algum tipo de amuleto, uma herança Atlante ou coisa parecida. Algo amaldiçoado que acabou se voltando contra Hogwarts.
- Oh!
- Eu ainda tenho que pesquisar mais um pouco, mas tudo me leva a crer que... – mas antes que pudesse concluir uma voz vinda de suas costas a interrompeu.
- Traindo o pobretão do Weasley, Granger? Não é a toa que os boatos que circulam pelo castelo estejam certos. – Draco parara com os braços cruzados na altura do peito e olhava para os dois com ar de desdém. Atrás de si, seus capangas, Crabbe e Goyle que soltavam risadinhas estridentes. Harry pegou sua varinha mas Hermione colocou a mão sobre a sua antes que ele tomasse alguma atitude.
- Não dê ouvidos à ele Harry. Ele não passa de um escroto nojento... uma titica de dragão loira aguada.
- Defendendo o namoradinho Granger? O que o Weasley diria se os visse assim, tão juntinhos? – na mesma hora Hermione soltou a mão de Harry num gesto meio automático, ela não estava com Rony e era amiga de Harry, e também não tinha que dar satisfações ao Malfoy.
- Alguma coisa errada, senhor Malfoy? – a voz de Elisabeth fez Draco estremecer da cabeça aos pés. Seu rosto empalideceu e ele virou para encará-la.
- Ele ia me atacar professora. – defendeu-se Draco apontando para Harry que continuava com a varinha na mão. – E eu nem ao menos estou armado.
- Tenho certeza que tudo não passou de um mal entendido por parte do senhor Potter. Estou certa? – ela olhou Harry e ele jurava ter visto um sorriso satisfeito surgir por um instante nos lábios dela. Harry não ousou responder, apenas recolocou a varinha na cintura. – O.K. – tornou a falar devagar – Então acho que tudo já foi resolvido. Daqui a pouco o sinal vai tocar, é melhor se apressarem. Potter, Granger, poderiam vir comigo por favor? – e ela se virou caminhando até o castelo. Ao passar por Draco, Hermione e Harry o ouviram sussurrar de forma que somente eles puderam ouvir.
- Cuidado com a loira. Ela mata primeira e pergunta depois.
- Professora... a senhora não vai acreditar na história do Malfoy, vai? Ele que veio falando grosserias, Harry só ia me defender...
- Senhorita Granger! – Elizabeth parara e olhara pra ela com um ar severo o que fez Granger calar-se imediatamente. – Eu tenho coisas mais importantes pra resolver e não tenho tempo pra me ocupar com bobagens de adolescentes. Eu não os chamei para aplicar alguma detenção ou coisa parecida, e pode ter certeza que não me interessa quem começou o que. E sinceramente Potter... – ela olhava agora o garoto que como Hermione estava boquiaberto -... Ameaçar alguém por ter dito alguma besteira? O autocontrole em determinadas situações é que nos permiti derrotar o inimigo. Nunca esqueça disso. Agora, venham, quero mostrar-lhes algo.
Mas antes que pudessem continuar um grito ecoou pelos jardins. A cena seria cômica se não fosse tão aterrorizante aos olhos dos espectadores. Draco estava sendo içado por um dos tentáculos da Lula Gigante. Em instantes rápidos, ela o agarrara pelo pé e o erguera de cabeça pra baixo, Crabbe e Goyle haviam fugido correndo apavorados. Sem demora a Lula submergiu novamente levando Draco consigo para o fundo do lago.
- PROCUREM AJUDA! – gritou Elizabeth que corria em direção a margem do lago despindo sua capa e jogando-a no chão – AGORA! – mandou e imediatamente Harry e Hermione saíram correndo em direção ao castelo, apesar de odiar Draco o coração de Hermione parecia que ia sair pela boca, assim como foi ele, poderia ter sido Harry, ou até mesmo Rony se ele estivesse ali com eles, ora mas que Diabos, onde Rony estaria num momento como esse? Muitos pensamentos atravessavam a mente dela, ela repetira mentalmente a cena só que ao invés de Draco era Rony que ia sendo agarrado pela Lula, e isso a fez correr mais que suas pernas agüentavam.

Harry tentava ao máximo seguir os passos da amiga e antes que chegasse a escadaria que dava ao castelo, a professora McGonagall passava apressada pelas portas duplas de carvalho da entrada seguida de Dumbledore e alguns curiosos, entre eles Rony.
Harry parou a sua frente tomando uma golfada de ar pra conseguir falar. Hermione passara reto pelos professores e atirou-se no pescoço de Rony abraçando-o mais forte que pudesse enquanto seus soluços ecoavam forte pelos jardins, Rony sem saber o que acontecia, apenas afagou seus cabelos retribuindo o abraço.
- O que está havendo Potter? – perguntou McGonagall.
- A...Lula...gigante...pegou...Malfoy.- e a cada palavra harry tentava recuperar a respiração perdida pela correria. McGonagall já não se encontrava mais ali, tinha saído correndo junto de Dumbledore em direção ao lago. Harry se aproximou dos amigos, Hermione continuava agarrada ao pescoço de Rony. Ele olhou Harry fazendo gestos que não entendia o que estava acontecendo.
- Vai acabar tudo bem Mione. – disse Harry colocando a mão nas costas para consolar a amiga – Dumbledore e McGonagall já foram pra lá. Draco com certeza vai sair vivo dessa.
- Eu não me importo com Malfoy. – ela agora soltava Rony passando a manga de suas vestes para secar as lágrimas.
- Então...
- Harry será que você não entende? Poderia ter sido um de nós... eu não quero nem imaginar o que eu ia fazer se eu perdesse um de vocês dois. – disse ela recomeçando a chorar, agora foi Harry quem a puxou pra um abraço.
- Não se preocupe nada vai acontecer com a gente! Eu prometo.
- Você só diz isso pra me consolar. Você nem ao menos acredita no que diz.
- Claro que acredito Mione... e tenho certeza que Rony também! – ele fizera sinal com a cabeça para o garoto.
- Ah, claro, claro que sim... Concordo inteiramente com Harry.
- E o Aquele-que-não-deve-ser-nomeado? – perguntou ela de repente, Harry parecia que tinha perdido as palavras, não sabia o que responder. Agora ele percebera que o desabamento de Hermione era pelas mesmas pressões que ele estava tendo, só que ela não era tão forte quanto ele. Ela estava com medo, e a quanto tempo será que sentia isso e não falava? E porque será que ela nunca mencionou seus temores pra eles? Será que queria que pensassem que era tão forte como eles? Ele queria tanto dizer pra ela que tudo ia acabar bem, que eles achariam uma forma de mata-lo mas ultimamente ele não acreditava nisso, e agora ele via sua amiga, desesperada, e não tinha uma palavra pra lhe dar segurança.
- Se querem saber eu estou louco pra encontrar Ele e dar umas boas bofetadas na cara dele. – disse Rony quebrando o silêncio, ele nunca fora bem com as palavras, mas naquela hora tinha sido de grande alivio sua manifestação, afinal ele fizera Hermione sorrir.
- Vamos até o lago ver como está Malfoy. – disse Harry e ambos concordaram.
- Quer dizer que a Lula agarrou ele? Como eu queria ter visto isso! – disse Rony com um sorriso sarcástico no rosto.
- O pior foram aqueles dois correndo apavorados, se eu não me engano acho que vi algo parecido com xixi nas calças do Goyle. – Hermione e Rony riram do comentário de Harry. Mas seus risos foram totalmente nervosos.

PROCUREM AJUDA! – gritou Elizabeth que corria em direção a margem do lago despindo sua capa e jogando-a no chão – AGORA!
Chegando à margem, Elizabeth não pensou duas vezes, e sem se importar com a água gelada colando sua calça em suas pernas, ela mergulhou. Elizabeth sentia como se os pulmões fossem explodir pelo gelo que o lago se encontrava, era como se o sol não penetrasse naquela vastidão escura. Escuridão, assim era o fundo do lago, Elizabeth sentia dificuldade de enxergar e apertava as pálpebras na tentativa de ver além de um palmo a sua frente.
Era impossível achar qualquer coisa naquela imensidão escura e desconhecida. Criaturas passavam perto dela chamando sua atenção o tempo todo. Mas onde estaria o garoto, será que demorara tanto tempo assim para entrar na água? Decidida ela parou de nadar e fechando os olhos, se concentrou ao máximo que pode na imagem de Malfoy, e alguns segundos depois ela viu em sua mente a figura da Lula carregando o garoto para uma gruta cuidadosamente lapidada, ela abriu os olhos e sabia que eles não estavam longe, apenas estava indo na direção errada. Girando para o lado direito, ela deu um impulso com as pernas e nadou. Alguns quilômetros depois avistou um vulto negro e ao chegar mais perto pode perceber que era aquilo que procurava. Draco tinha o corpo pendido molemente pra baixo, os movimentos lentos da lula gigante faziam ele balançar no mesmo ritmo. Antes de se aproximar mais, Elizabeth curvou a perna esquerda retirando de dentro de sua bota uma adaga prateada com o cabo preto e um símbolo em mandarim moldado nele. Com a adaga na mão, ela nadou até a lula e antes que o bicho desse conta de sua presença, ela o atacou no olho, enfiando a adaga com força e tirando-a em seguida para apunhala-la novamente. O ataque fez o bicho soltar Draco que agora caia delicadamente para o fundo do lago ao mesmo tempo em que usava outro tentáculo para atacar Elizabeth.
A lula acertou-a no rosto abrindo um corte no supercílio direito e a força arremessou-a de encontro a uma parede de corais verde escura. Ao bater sobre o coral, um espinho do tamanho de uma tora atravessou seu ventre deixando-a presa na parede. Elizabeth abriu a boca num grito surdo de dor. Ela tentou girar para o lado mas o espinho cravou mais ainda fazendo-a urrar de dor novamente, e com dificuldade ela agarrou sua adaga e bateu com força na base cortando o espinho ao meio. A lula havia entrado na gruta para se refugiar de possíveis ataques com uma gosma preta saindo de seu olho e se misturando a água.
Elizabeth arrancou o espinho do seu ventre e largou, em seguida olhou para baixo, a falta de oxigênio em sua cabeça fazendo-a doer, e avistou Draco que continuava afundando. Ela nadou até ele e agarrou seu pulso puxando-o pra cima enquanto nadava desesperada em busca de ar.
Segundos levaram até ela colocar a cabeça pra fora da água. Uma pequena multidão de estudantes encontrava-se a beira do lago, curiosos para saber o que acontecia.
Elizabeth arrastou Draco até a margem e levantando-se com dificuldade puxou-o pelos dois braços até estar completamente fora da água. Ele estava desacordado. Elizabeth abaixou diante dele e colocou seu ouvido para constatar se ainda respirava. Ao perceber que não, ela imediatamente colocou levemente sua cabeça pra trás e começou uma massagem cardíaca. Os alunos olhavam abismados a cena.
McGonagall e Dumbledore chegaram correndo, retirando os alunos para poder chegar até a vítima. Elizabeth fazia a terceira respiração boca a boca quando Draco recuperou a consciência cuspindo a água que achava-se em seus pulmões. Elizabeth virou seu corpo de lado para que assim ele não se engasgasse com a água e levantou-se, seus olhos cruzando com os de Dumbledore que sorria pra ela. A mulher, porém não respondeu a esse sorriso, sem saber ao certo porque sentia uma grande ardência em seu ventre subindo pela sua barriga, e olhando para o local do seu ferimento viu uma mancha preta que se alastrava pelo seu corpo na mesma extensão da ardência.
Os olhos de Dumbledore seguiram os dela e ele murmurou “Sadic” e sentindo o corpo pesar e a visão escurecer, Elizabeth perdeu a consciência desmaiando sendo aparada pelos braços de Dumbledore.
- Precisamos levá-los a enfermaria, rápido! Harry avise Madame Pomfrey! – o garoto assentiu e saiu correndo sendo seguido por Rony e Hermione.
- Consegue andar senhor Malfoy? – perguntou gentilmente McGonagall, o garoto levantou-se desorientado e apoiando-se na professora caminhou em direção ao castelo. Dumbledore vinha logo atrás levando o corpo de Elisabeth suspenso no ar como se houvesse uma maca invisível embaixo dela.

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N/A: hahahahahahhahahahahahha... quem sabe tu não estas certa Trinity. Mas vou te confessar uma coisa; eu tenho em mente toda a fic já pronta, mas na hora de colocar no papel eu sempre acabo tendo outra idéia e mudo toda ela. E quanto a parte do banco, também gosto muito dela, quando ficou pronto eu comecei a rir imaginando a cena do Harry explicando que tropeçou pro Lupin, fala sério, que tropeço esse que fez um banco ser arrancado do chão. hahahahahahahhahahahah
beijinhos linda, e pode deixar, vou fazer de tudo pra não ficar muito tempo sem postar.

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