O filho desaparecido
Harry entrou na sala de Dumbledore seguido por Lupin e Elisabeth. O diretor, ao vê-los se aproximar levantou com um enorme sorriso no rosto e os braços abertos como se fosse abraça-los a qualquer momento.
- Que bom que vocês atenderam meu pedido. Harry... – ele virou-se para o garoto – eu o chamei pra lhe apresentar formalmente Elisabeth Prym. Como já deve ter imaginado, ela está aqui para ajudá-lo a procurar Voldemort, como Remo. – Lupin sorriu para o diretor.
- Finalmente estou conhecendo Harry Potter! – exclamou Elisabeth atraindo o olhar do garoto pra si. – Espero que tudo o que eu tenha ouvido de você seja verdade...
Harry não ouviu mais nada da conversa que ocorria no escritório. Ele sentiu sua cicatriz formigar e sua mente rodopiar cada vez mais rápido. Harry fechou os olhos com força tentando parar a dor que rasgava sua pele, o suor brotando em seu rosto ao mesmo tempo em que sentia dificuldade pra respirar como se uma enorme mão esmagasse sua traquéia. Harry abriu os olhos, não queria demonstrar fraqueza aos presentes, mas ao fazê-lo percebeu que não se encontrava mais no escritório.
Ele estava em pé numa sala olhando um menino de cabelos loiros e olhos pretos, sentado à mesa grande de madeira com uma tigela de cereal a sua frente. Sentada ao seu lado, na ponta da mesa, Harry viu Elisabeth, a mesma Elisabeth que entrara com ele na sala de Dumbledore a alguns minutos. Batidas na porta atraiu a atenção da mulher e de Harry. Ambos olharam pra mesma direção. Harry pôde perceber um ar preocupado emanando da mulher.
- Como todo seu cereal. Eu já volto. – dizendo isso pro garotinho, Elisabeth levantou-se e se encaminhou até a porta para atendê-la.
Harry olhou mais uma vez pro garotinho e seguiu Elisabeth. Ela abriu a porta e um homem logo foi falando.
- Senhorita Smitt?
- Sim?
- Olá. Eu sou um membro do Ministério Público de Nova York. – o homem lhe estendeu um cartão, Elisabeth apenas o encarou. Ele retornou a guardar no bolso de seu paletó listrado. Mais dois homens se aproximaram da casa chamando a atenção da mulher – Esta propriedade está situada em uma zona de risco. Estamos aqui pra acompanhar a senhorita e seu filho Sam para um lugar seguro.
- Perdão?!
- Estamos evacuando uma área de 150 km, e isso implica na evacuação de sua residência. Como a senhorita poderá perceber seus vizinhos mais próximos já não se encontram mais aqui.
- Por quê? – Harry olhou para o semblante de Elisabeth e percebeu que ela não parecia segura diante daqueles homens. Ele sabia que seu cérebro trabalhava a mil procurando alguma ligação com a magia.
- Não temos tempo para perguntas senhorita Smitt. A cada minuto que passamos aqui, maior é o risco que você e seu filho correm.
- Desculpe... Mas eu não estou entendendo. Quem você disse que era?
- Só estamos aqui para garantir a segurança dos não envolvidos.
- Não envolvidos?
- Se me permite...
- Cai fora da minha propriedade.
- Se a senhorita não cooperar, serei obrigado a retornar com a policia.
- Então sugiro que volte com o exército. – dito isso Elisabeth bateu a porta na cara do homem.
Sem esperar mais, ela correu até a sala onde Sam comia assistindo Pernalonga na TV. Harry a seguia.
- Vamos querido. Temos que ir. – ela afastou a cadeira e pegou a criança no colo correndo até uma escada em espiral que dava para o segundo andar da casa.
- Eu estou vendo desenho. – reclamou o menino que não tinha mais do que três anos.
- Você poderá ver quantos desenhos quiser mais tarde. Eu prometo. Agora vá pro seu quarto e pegue a maleta vermelha – e depois de subir as escadas, eles entraram num cômodo que parecia ser o quarto dela.
Elisabeth colocou Sam no chão e ele imediatamente saiu do quarto correndo, ela abaixou frente a sua cama e retirou uma mala. Ela abriu e conferiu as coisas que já haviam dentro, retornando a fecha-la. A mulher correu até o armário e abriu, Harry pôde perceber que estava quase vazio não fosse por uns poucos casacos que havia pendurados logo abaixo de uma pequena estante contendo algumas caixas. Elisabeth empurrou com violência as caixas para o chão. De uma delas uma fotografia saltou e Harry avistou dois rostos conhecidos. Na foto, Elisabeth aparecia abraçada com Lupin e Sirius, os três mais jovens e rindo de alguma piada que ouviram. Ele olhou pra mulher e a viu pegar do fundo da estante uma varinha.
- Onde estamos indo madre? – perguntou o garotinho chamando a atenção de Harry e Elisabeth imediatamente ela escondeu a varinha as suas costas e sorrindo pra criança colocou o objeto na cintura, pegando um casaco de couro e vestindo.
- Viajar, querido. Fazer uma longa viagem.
- Estamos indo pra Disney?
- Talvez. Mas antes vamos ver a Tata. O.K?! – o menino concordou. – Ótimo.
Elisabeth pegou a mala e Sam no colo saindo do quarto e descendo as escadas até a saída.
Ao chegar em frente a porta, Elisabeth estendeu a mão para a maçaneta e a porta explodiu violentamente, fazendo-a voar longe junto do filho.
Harry sentiu uma náusea grande ao ser puxado de volta para a realidade da sala de Dumbledore. Elisabeth, Lupin e o diretor olhavam para ele assustados. Ele havia caído de joelhos com a mão massageando a cicatriz que pulsava forte em sua testa.
- Harry, o que você está sentindo? – perguntou Lupin ajudando-o a se levantar. – é a segunda vez que você cai dessa maneira.
- Segunda vez? – perguntou Dumbledore preocupado. – Harry a quanto tempo vem tendo esses colapsos? – Mas Harry não respondeu, apenas olhou pra mulher a sua frente.
- O que aconteceu com a criança?
- Que? – perguntou ela pega de surpresa.
- A criança. Seu filho. O que aconteceu com ele?
- Eu não sei do que você está falando... – ela olhou para Dumbledore e em seguida pra Harry.
- Sam. Seu filho. O que aconteceu com ele quando vocês tentavam fugir da... – uma irritação podia ser percebida na voz de Harry.
- Não faço idéia do que você está falando. Acho que essa cicatriz está afetando teu cérebro. – ela estava visivelmente abalada com as palavras do garoto.
- Você tem um filho. Eu o vi. Onde ele está?
- o que está acontecendo aqui? – perguntou Lupin – o que você quer dizer com viu ele?
- Ele é louco Remo. Ele está delirando será que não percebem?
- Não estou delirando! Eu o vi. Eu vi vocês dois tomando café, eu vi quando aqueles homens do Ministério chegaram, eu vi quando você pegou as malas, e eu vi quando a porta explodiu!
- CALA A BOCA!!!
- POR QUÊ? DO QUE TEM MEDO? PORQUE NÃO CONFESSA QUE VOCÊ TINHA UM FILHO E ELE MORREU NAQUELA MANHÃ?
- FODA-SE! FODA-SE TODO VOCÊS! FODA-SE A ORDEM! FODA-SE HOGWARTS! FODA-SE VOCÊ E SEUS PAIS!
Um lampejo verde atingiu Elisabeth no peito fazendo voar pela sala e bater num velha cristaleira onde Dumbledore guardava a Penseira e outros objetos. Todos agora caídos por cima de Elisabeth. Lupin correu até ela levantando o móvel de cima da mulher e empurrando-o com dificuldade pro lugar. Elisabeth levantou-se a raiva correndo cada ponto de seu corpo.
- Qual é. Vai me dizer que você pretende matar Voldemort estuporando ele?
- Elisabeth já chega! – mandou Dumbledore decididamente irritado.
- Me deixe ensina-lo! – e erguendo a varinha ela apontou para o peito de Harry. – Crucio!
- Protego! – Lupin fora mais rápido, e seu escudo impediu que Harry fosse atingido pelo feitiço de Elisabeth.
- CHEGA! – gritou Dumbledore batendo com as mãos sobre a mesa assustando Fawkes que piou alto do lugar onde estava.
- È. Chega. Não vou fazer parte dessa palhaçada. – e dizendo isso Elisabeth retirou-se da sala. Dumbledore fez sinal com a cabeça para Lupin segui-la e compreendendo o pedido ele saiu.
- Você sabia disso? – perguntou Harry virando-se e encarando Dumbledore. Ele percebeu que seu olhar era triste e jurou ter visto uma lágrima surgir por trás dos óclinhos meia-lua do diretor.
- Harry...
- Você sabia disso! – afirmou ele – Você sabia que ela tinha um filho e ele morreu...
- Ele não morreu!
- Mas onde ele está? O que aconteceu com ele? – ele não conseguia entender como uma mãe poderia abandonar o próprio filho, sendo que a dele morreu para salva-lo. Dumbledore deu a volta na escrivaninha e foi até Fawkes que continuava agitada em seu poleiro. – Professor?
- Há muita coisa que você desconhece Harry.
- E porque o senhor não me conta?
- Porque são coisas que não tem importância. Não agora e muito menos pra você.
- O senhor vai me perdoar mas, o senhor contratou uma Comensal da Morte pra proteger a escola...
- Ex-Comensal da Morte, Harry – corrigiu o diretor com censura na voz.
- Que seja. O senhor não acha que é seu dever contar de onde vem aqueles que o senhor coloca entre os alunos? Como eles podem aceitar alguém que eles temem? Eu tenho todo o direito de saber quem ela é realmente se é pra ela “me ajudar” a destruir Voldemort como o senhor tanto quer.
- Garoto insolente. Com quem diabos pensa que está falando? – Fineus Nigellus gritava de seu quadro com uma voz ameaçadora - Se fosse nos meus velhos tempos você receberia mais do que uma detenção seu pirralho abusado.
- Fineus! – urrou Dumbledore.
- É por isso que eles não o respeitam Alvo. Você nunca foi firme com nenhum deles e agora o resultado esta aí.
- Fineus! – ao ouvir seu nome novamente, Fineus demonstrou tal irritação que saiu do seu quadro indo para sua outra morada no Largo Grimauld.
- Desculpe professor. Ele está certo, estou desrespeitando o senhor e nem ao menos sei porque. – pediu Harry constrangido.
- Mas eu sei. – Harry o olhou intrigado e Dumbledore abriu um breve sorriso como se o encorajasse a perguntar o que tanto queria.
- Professor... Desde que Elisabeth.
- Senhorita Prym. – corrigiu Dumbledore.
- Desde que senhorita Prym apareceu eu tenho tido sonhos. Eu não sei exatamente porque, mas é como se eu pudesse ver a mente dela e suas lembranças.
- Ela tem uma ligação muito forte com Voldemort. Ele quer saber o que aconteceu com ela durante os anos que estiveram afastados, e ele está usando sua mente Harry para conseguir atravessar essa barreira que ela criou entre os dois.
- Como o senhor sabe que...
- Não era você quem estava atacando Elisabeth aqui hoje, Harry. Você tem que entender que enquanto Voldemort conseguir penetrar sua mente, ou você a dele, ele o usará pra atingir Elisabeth. Ela sabe disso, eu a avisei assim que chegou em Hogwarts, mas Ele está tocando nos pontos fracos dela justamente pra faze-la baixar a guarda, e está conseguindo. – ele sentou-se em sua cadeira com ar cansado – Eu precisei chamar Remo porque ele é a única pessoa que eu receio conseguirá mantê-la equilibrada. Pelo menos enquanto você não fechar a mente definitivamente Harry. É por isso que eu mandei Snape lhe ensinar Oclumência. Você tem que fechar sua mente Harry enquanto a única coisa que Voldemort consegue controlar em você são os sentimentos e não as ações. Agora, eu estou um tanto cansado. Se você puder me dar licença...
Harry assentiu com a cabeça e saiu do escritório de Dumbledore decidido a descobrir o que pudesse sobre Elisabeth.
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N/A: Que bom que está gostando James V Potter. To fazendo o máximo pra não ficar uma coisa enjoativa. Beijinhos.
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