Sombras de Voldemort




- Vem comigo. – chamou Lupin – Dumbledore quer falar contigo.
- Tudo bem. Eu só vou lavar o rosto.
Elisabeth encaminhou-se para o banheiro, ao chegar na porta virou-se para olhar Lupin que estava distraído vendo a decoração do cômodo.
- Lupin! – chamou ela
- Sim?
- É bom vê-lo de novo. - Lupin sorriu pra garota, ela retribuiu e entrou no banheiro fechando a porta.
Elisabeth foi até a pia, feita de mármore com torneiras banhadas em ouro e pequenos cristais que foram colocados estrategicamente formando pequenas runas. A mulher abriu a torneira e deixou a água fria molhar suas mãos enquanto se contemplava no espelho.
Dando um longo suspiro, ela baixou o rosto e formando conchas com as mãos, molhou a face algumas vezes. Ao levantar para mirar o espelho novamente, uma sombra passou atrás de si sobressaltando-a.
Imediatamente, Elisabeth sacou a varinha e virou-se apontando-a para a parede, as batidas de seu coração aceleradas. Um barulho de algo quebrando fez se virar para sua direita, sua mão envolvia fortemente a varinha. No local apenas a banheira de mármore com uma grande cortina que pendia do teto e envolvi-a toda podia ser vista.
Elisabeth aproximou-se devagar, a cortina voava lentamente, ela tinha a sensação de ver uma sombra por trás dela. Num pequeno ponto da cortina, um furo causado por queimadura podia ser visto, aos poucos a queimadura foi se intensificando na cortina e um pequeno rastro de fogo começou a aparecer. Elisabeth continuava a se aproximar dela. O rastro aumentou e acabou formando uma palavra, neste instante a cortina parou de mexer e Elisabeth leu: ASSASSINA...
Sentindo o sangue subir pelo corpo. Elisabeth olhava pra palavra que queimava a sua frente. De repente a cortina soltou indo de encontro a mulher envolvendo-a e derrubando-a no chão. Elisabeth na mesma hora gritou: BOMBARDA! E assim como a cortina, a banheira explodiu em mil pedaços.
- Alorromora! – Lupin entrou no banheiro com a varinha na mão. – Elisabeth, o que houve?
A mulher não soube o que dizer. Ela estava mais preocupada em se desenrolar da cortina. O banheiro estava praticamente destruído, um rombo enorme podia ser visto na parede onde um dia estivera a banheira. O cano dela também havia sido atingido, fazendo um jarro de água inundar todo o local e molhar Elisabeth dos pés a cabeça.
- Reparo! – ordenou Lupin, e aos poucos o lugar começou a voltar ao normal. Elisabeth mal se levantara e saiu apressada do banheiro deixando Lupin pra trás. Atordoado ele a seguiu. – Elisabeth, espera! Aonde você vai?
- Bem, Dumbledore quer falar comigo. E agora, eu tenho motivos suficientes para ouvir o que ele tem a falar. – e dizendo isso ela saiu da sala acompanhada por Lupin.

...

Harry furou a multidão de estudantes que se dirigiam as suas respectivas salas para o começo do ano letivo. Sem olhar pra trás ele caminhava na direção contrária aos alunos. Rony olhou curioso pro amigo e correu para alcançá-lo depois de ter dado um encontrão em Alicia Spinett.
- Foi mal. – desculpou-se Rony sentindo as orelhas queimarem em seguida voltou sua atenção ao amigo – Harry aonde você vai? Nossa primeira aula é nas masmorras com Snape... Aonde você vai? – insistiu ao perceber que Harry não dera tanta importância ao que ele dissera.
- Harry! Rony! Onde vocês estão indo? Nós temos Poções esta manhã. – Hermione viu Harry passar como um risco sem parecer nota-la sendo seguido por Rony. Ela, que assim como os outros se dirigia para a sala de aula, deu meia-volta e caminhou rápido ao lado dos dois.
- Bem, é exatamente isso que eu perguntava pra ele. – respondeu Rony – Mas parece que ficou surdo de repente ou está se fazendo...
- Será que é tão difícil pra vocês dois me deixarem em paz um minuto?! – esbravejou Harry parando subitamente.
- Harry o que está acontecendo contigo? – perguntou Hermione chocada com a atitude do garoto.
- Deixa ele Mione. Ele não merece nem mais um minuto do nosso tempo. – Rony estava com o rosto escarlate, bufando de raiva. Ele deu alguns passos pra trás se afastando e esperando que Hermione tivesse essa mesma atitude, porém sua reação foi contrária ao esperado por Rony. Ela continuava parada no mesmo lugar, olhando fixamente para Harry. – Ótimo! Fique com ele!
- Rony, por favor... – mas ele sentia-se totalmente agredido por ambos e girando sobre os calcanhares seguiu a maré de estudantes que agora esvaziava o corredor. Harry voltou seu caminhou e Hermione o seguiu. – O que está acontecendo contigo?
- Eu já te disse... Não estou a fim de falar com ninguém. – respondeu ele. Hermione apressou o passo e parou na sua frente impedindo-o de continuar.
- Só me diz uma coisa... – falou a garota – Isso é uma brincadeira, ou tu acha que eu sou estúpida? Você diz pra te deixar em paz, destrata o Rony e eu como se fossemos apenas algum conhecido teu e não amigos, como nós realmente somos, e agora você tem a cara de pau de me dizer que não quer falar com ninguém quando eu sei que você está indo pra sala de Dumbledore?! Qual o seu problema?
- Eu só quero ficar sozinho...
- Não! Você quer nos afastar de você porque tem medo de que um de nós morra por você como Sirius o fez. Será que não ficou claro que isso não importa pra nós? Rony e eu continuamos te seguindo e nos arriscando por você, porque nós somos amigos e é isso que os amigos fazem. Agora, continue nos tratando do jeito que estas fazendo e acabará completamente sozinho, exatamente do jeito que você tanto quer!
- Você não entende!
- Não, não entendo. Mas eu achava que você confiava em mim o suficiente pra me fazer entender. – ela esperou. Harry não respondeu. – Acho que me enganei. – ela deu as costas ao amigo e seguiu pelo corredor agora vazio.
- Mione, espera! – ela virou e encarou o amigo, seus olhos marejados de lágrimas.
- Eu te ajudei quando teve problemas com Rita Skeeter, eu estava com você quando o Departamento de Magia foi atacado pelos Comensais, e agora você quer que eu simplesmente vire as costas pra você quando mais precisa? Me procure quando estiver disposto a falar com alguém. Porque eu cansei de tentar te entender. – dito isso ela seguiu seu caminho deixando Harry pra trás, um sentimento de raiva e remorso invadindo suas entranhas. Afinal qual era o problema com aquela garota? Será que ela achava que ele não era grato por tudo o que fez? Ele era grato, ele apenas não queria vê-la sendo torturada ou mesmo morta por aquele a quem ele deveria matar. Porque ela não entendia aquilo?
Harry sentiu a raiva tomar conta de si, uma raiva que não parecia ser sua mas que estava ali dominando cada músculo do seu corpo. A cicatriz começou a latejar em sua testa, parecia que estava em chamas, e sem saber ao certo porque, o garoto não conseguiu mais controlar suas ações. E com o ódio instalado agarrou um dos bancos que havia perto de si e arrancou-o do chão jogando-o longe.
- AAAAHHHHH! – um grito saiu de seus pulmões, e como se sentisse aliviado com isso caiu de joelhos.
- HARRY! – Lupin correu ao seu encontro. – Harry, você está bem? – o garoto olhou para o professor e sua atenção foi voltada para Elisabeth que se encontrava parada observando a cena. Seus olhos se cruzaram e ela pôde perceber uma sombra percorrer os olhos de Harry. Por um momento jurou ter visto o olhar de Voldemort, mas logo afastou esse pensamento. Harry voltou a olhar Lupin.
- Estou bem, eu só... eu tropecei nesse maldito banco que alguém deixou no caminho.
- Me deixe ajuda-lo. – Lupin ergueu o garoto – Você não deveria estar na aula?
- O diretor quer falar comigo.
- Nós estamos indo até lá. – e sem mais, Lupin passou o braço pelos ombros de Harry e guiou-o até as gárgulas como velhos amigos. Elisabeth caminhava mais afastada ainda com Voldemort no pensamento.

...

Hermione entra na sala de aula. Sua inquietude podia ser percebida na forma como caminhou até Rony.
- Senhorita Granger... suponho que seu atraso de dez minutos tenha uma boa justificativa, já que lhe renderá uma detenção. Minha sala, hoje a noite, as dez horas.
- Sim senhor!
- Isso se você conseguir chegar na hora certa. – o comentário do professor Snape arrancou risos da turma da Sonserina, em especial Draco ao qual Hermione lançou um olhar venenoso antes de se sentar.
- Muito bem... vamos retomar a aula...
- Então, sobre o que vocês dois tanto conversaram? – era evidente em sua voz que Rony ainda estava magoado pelo modo como fora tratado por Harry.
- Rony... ele está com medo... ele está sofrendo muita pressão, por todos os lados, é natural querer se afastar do mundo por alguns minutos. – Hermione abria o livro enquanto falava aos sussurros com Rony.
- Porque você o defende? Ele te tratou com um lixo há alguns minutos e você ainda passa a mão sobre a cabeça dele?!
- Esse é o seu problema Rony. Você não consegue enxergar os sentimentos dos outros nem se tivessem escritos no quadro negro.
Um livro cai sobre a mesa em frente a Rony e Hermione assustando-os.
- Gostaria de compartilhar seus problemas pessoais com a turma senhorita Granger? – ela não respondeu – Foi o que eu imaginei. Menos dez pontos para a Grifnória por me interromper enquanto eu falava. – Snape começou a caminhar entre as classes – Agora, se vocês querem realmente fazer um veneno mortal e rápido precisam utilizar...
- Você é idiota Mione por acreditar nisso. – disse Rony, seu rosto parecendo que ia explodir.
Ressentida mais uma vez, Hermione pegou seu material e, passando por Snape que ainda falava, dirigiu-se para a última fileira de carteiras, ficando assim longe de Rony. Snape apenas sorriu cinicamente, era como se a desavença entre os dois o agradasse.

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