Capitulo 7
Gina sentiu o olhar de Harry sobre ela, mas não ousou levantar a cabeça. Então Margot tinha razão! Ele estava mesmo pensando em vir morar com elas em King’s Green. Como é que tinha coragem de fazer semelhante proposta?
— Antes que vocês tirem conclusões erradas, como Margot, quero explicar o que tenho em mente – pegou a caixa de charutos, acendeu um e deu uma tragada. — Acho que todos sairemos beneficiados com o esquema que vou propor. Vocês querem ficar, e eu preciso de um lugar para trabalhar. Também quero ter certeza de que sair de Londres é o melhor para mim – hesitou um pouco antes de continuar. — O que estou sugerindo é que compartilhemos a casa, mas parcialmente. Só preciso da biblioteca e de um quarto. Posso fazer as refeições na biblioteca mesmo, assim a casa ficaria toda para vocês. Por esse serviço... as refeições... estou disposto a arcar com todas as despesas da fazenda durante esse tempo.
As três mulheres pareciam perplexas, especialmente Margot, que ficou esverdeada.
— Você não pode estar falando sério! – murmurou Margot.
— Não está falando sério, não é, sr. Potter? – a sra. Weasley sorriu, tentando não demonstrar seu assombro.
— Por quê? – Harry parecia achar tudo muito natural. — Posso pagar as despesas a que me referi. – olhou para Gina com um sorriso de superioridade. — E no final do verão, se eu decidir mesmo comprar, combinaremos o preço.
Gina mal podia acreditar no que ouvia. Suportar Harry naquela casa todo o verão, saber que ele estaria sempre por perto era quase pior do que deixar a casa imediatamente. Mas naturalmente a sra. Weasley não via a situação pelo mesmo ângulo.
— Quer dizer que está mesmo falando sério?
— Claro!
— Acho a idéia ridícula! – Margot estava definitivamente contra o plano. - Acha mesmo que vai ter tranqüilidade que precisa com o movimento constante da casa, o entra e sai de visitantes?
— Já não recebemos mais muita gente, Margot – contradisse a sra. Weasley. — Geralmente só estamos eu, Gina... e Draco, é claro.
— Draco? – Harry olhou para a sra. Weasley, que se apressou a explicar:
— Draco Malfoy é o noivo de Gina. O pai dele é dono de um haras em Ketchley. Draco trabalha com ele. Produzem excelentes montarias.
Gina baixou os olhos, imaginando qual seria a reação do noivo ao saber das novidades. Duvidava que Draco e Harry tivessem muita coisa em comum.
— Mesmo assim... – continuou Margot, voltando ao tema do isolamento. — Você seria interrompido para as refeições, ou...
— Há uma chave na porta da biblioteca – ponderou a sra. Weasley. — E depois, o sr. Potter pode fazer suas refeições quando melhor lhe convier.
Margot não se conteve e virou-se para a amiga.
— Quer dizer então que está pensando em aceitar essa proposta? Sei muito bem por quê...
— Margot!
Mas ela ignorou a repreensão de Harry.
— Para você fica tudo as mil maravilhas, não é? Continua em King’s Green e ganha um benfeitor rico disposto a pagar as despesas.
— Margot! – dessa vez Harry conseguiu silenciá-la. — Não vejo em que possa interessar a você o acordo que estou fazendo com a sra. Weasley.
— Claro que não! Você não quer ver – explodiu Margot, furiosa, se levantando. — Já se esqueceu que fui eu que combinei este encontro, que fui eu que lhe falei de King’s Green? Minhas opiniões deixaram de ter importância, não é?
— Não. – Harry também se levantou e tentou argumentar com ela. — Margot, esta é uma decisão minha, não sua, e... bem, sou muito grato a você.
— Grato! – Margot reagiu como se tivesse sido insultada. — Não quero sua gratidão, Harry! Quero...
— Margot... – A sra. Weasley se levantou e aproximou-se da amiga, tentando acalmá-la. — Não adianta ficar aborrecida por tão pouco. Tem alguma importância para você a decisão do sr. Potter?
Margot abriu a boca para dizer que sim, mas o orgulho a impediu de continuar. Gina estava chocada com a falta de classe daquela mulher, e sabia que a mãe também não perdoaria aquela exibição com facilidade.
— Acho melhor irmos embora – disse Harry, sem revelar seus verdadeiros sentimentos. — Naturalmente a senhora precisa de tempo para considerar minha proposta, sra. Weasley, e talvez para consultar seus advogados. Vou deixar meu endereço e meu telefone para que possa entrar em contato comigo quando chegar a uma conclusão.
— Está bem. – a sra. Weasley parecia em dúvida. Depois, como se temesse que Margot o convencesse a não fazer o negócio, fez o que Gina considerou imperdoável. — Estou disposta a aceitar sua proposta a título de experiência... por um mês, digamos. Se quiser providenciar os papeis necessários, terei prazer em assiná-los.
Continua...
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!