Capitulo 18
Hermione já estava na loja, quando Gina chegou, e estava esquentando água para fazer um café.
— Ei! – exclamou ao ver a amiga. — O que foi que aconteceu? Que cara horrível!
— Nada... – Gina não queria discutir o assunto com Hermione. — Eu dormi mal, só isso. Está fazendo café? Aceito uma xícara.
Hermione deu de ombros e foi preparar o café.
— Está atrasada. Pensei que tivesse dormido demais, não de menos.
— Você sabe como é – disse Gina, fingindo examinar uns papéis que estava na mesa. — Quanto mais tempo a gente tem, mais a gente se atrasa. A correspondência já chegou?
— Ainda não. – Hermione colocou açúcar nas xícaras e estendeu uma para a amiga.
— Obrigada. – Gina tomou um gole, aliviada. — Humm... justamente o que eu estava precisando. O trânsito está horrível está manhã.
— Você foi à casa nova ontem à noite?
— Casa? – Gina demorou para entender, e Hermione olhou para a amiga, incrédula.
—A casa. A sua casa. Sua e de Draco. Em Petersham.
— Claro! – A casa e Draco pareciam tão distantes, e os momentos passados com Harry, ao contrário, pareciam tão próximos! — Nós... escolhemos as cores para a cozinha. Eu... ah... Draco acha que os azulejos vermelhos são bonitos.
— Maravilhosos! – Hermione fez uma careta.
— Precisamos decorar a casa, Hermione – defendeu-se Gina.
— Claro! Mas desperdiçar assim todos aqueles cômodos vazios...
— Francamente, Hermione! Sexo não é tudo num casamento.
— Se você acha... E então? O que vocês decidiram?
— Decidimos? – Gina pareceu não entender de novo, e Hermione reagiu com impaciência.
— Sobre a cozinha – exclamou, irritada. — Você acabou de dizer...
— Eu sei, eu sei. – Gina precisou fazer um esforço para se controlar. — Acho que ainda ano decidimos nada de definitivo.
— Você acha?
— Hermione, o que é isso? – Gina fez o possível para parecer tranqüila. — Um interrogatório? E você, o que foi que fez ontem à noite? Foi ver aquele filme? Preciso convencer Draco a me levar ao cinema mais vezes.
— Não, não fui ao cinema. – Hermione acendeu um cigarro, devagar, e continuou: — Eu... para falar a verdade, tive um compromisso.
—É? Com John?
— Não. – Hermione passou a língua pelos lábios secos. — Com Harry Potter.
— O quê? – Gina não conseguiu controlar uma exclamação e ficou vermelha quando percebeu que Hermione tinha notado seu choque.
— Queria contar antes – explicou Hermione — mas não sabia como você ia reagir.
— Não... não sabia que vocês eram tão amigos. – Gina fez o possível para recuperar o autocontrole
— Ele me telefonou na semana passada. – Hermione deu de ombros. — Queria saber se eu conhecia algum haras por aqui onde ele pudesse comprar um puro-sangue.
— Ora, Draco...
— Claro, mas obviamente ele não queria entrar em contato com Draco. Eu indiquei Burt Halliday.
— Sei.
— Ele falou com Burt e comprou Horácio. E ontem a noite me convidou para celebrar. – deu uma tragada no cigarro. — Eu aceitei, é claro!
— Claro! – Gina não conseguiu evitar a ironia, e Hermione riu.
— Qual é o problema? Você não aprova? Não vejo motivo nenhum. Afinal, Harry não é casado – fez uma pausa. — Conversamos muito sobre ele. Não me pareceu pretensioso como você diz.
— Prefiro não falar sobre Harry Potter, se você não se importa – interrompeu Gina. — Já desencaixotou aquelas estatuetas de ônix? Um freguês está interessado e...
— Gina! – Hermione levantou os olhos para o céu. — Quem é que você está querendo enganar? Sabe muito bem que meu encontro com Harry não passou indiferente a você, então por que fingir? Sei que está disposta a se casar com Draco, aconteça o que acontecer, mas será que não pode ser honesta comigo? Pelo amor de Deus, ele não está interessado em mim! Não nego que seria ótimo se estivesse, mas não está. É você que ele quer. Das duas horas que passamos juntos, meia hora ele passou fazendo perguntas sobre você e outra meia hora falou sobre o trabalho dele. Não é nem um pouco vaidoso, e eu daria tudo para que ele quisesse ir para a cama comigo!
— Hermione! – a indignação de Gina não abalou a amiga.
— É verdade. Ele é muito simpático, e se você não fosse tão teimosa admitiria isso.
— Não sei o que você está querendo dizer, Hermione, mas...
— Estou querendo dizer que você deve parar de agir como uma virgem frustrada e ter reações de mulher adulta. E não me diga que não acha Harry atraente, porque não acredito.
— Então não adianta nada eu dizer.
— Gina! – Hermione quase gritou. — Não entende que é essa obstinação que prova que ele não é indiferente a você?
— Está bem, está bem! – Gina tremia da cabeça aos pés. — Ele é atraente. Se todas as mulheres também acham, não sou diferente de ninguém.
— A diferença... – Hermione suspirou — a diferença é que ele também acha você atraente.
— Ele disse?
— Nem precisa, Gina.
— Ora, Hermione...
— Ora, Hermione, coisa nenhuma! Não sou cega. Percebi muito bem o jeito como ele olha para você. Naquele dia em que vocês vieram juntos, já se esqueceu?
— Isso foi há várias semanas.
— E daí? Acho que é por sua causa que ele está tão ansioso para comprar King’s Green.
— Isso é ridículo! Ele sabe que sou noiva de Draco.
— Ora, Gina! O que é que tem uma coisa a ver com a outra?
— Acho melhor mudarmos de assunto.
— Por quê?
— Por quê?
— É, por quê?
— Porque...ora, porque está ficando tarde, e temos que trabalhar.
— Não adianta ser razoável com você, não é, Gina?
— Razoável? – Gina mordeu o lábio. — E existe alguma coisa de razoável num envolvimento com Harry Potter?
— Não sei... – Hermione suspirou.
— Está vendo? Hermione, sei que você está sendo sincera... Mas, honestamente, Harry Potter e eu não temos mais nada a dizer um para o outro.
Hermione hesitou um pouco.
— Então não se importa se eu me encontrar com ele outra vez?
Gina cravou as unhas nas palmas das mãos.
— Claro...que não! Por que... por que eu iria me importar?
— Está bem – concordou Hermione, sem vontade de discutir mais.
Gina tentou parecer indiferente, mas na verdade estava profundamente perturbada pela conversa com a amiga. E não adiantava querer se convencer de que estava se sentindo mal porque tinha comido pouco pela manhã.
Sabia que Hermione não faria objeções a um contato físico mais intimo com Harry e, mesmo sem querer, sentia o coração apertado...
(...)
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