Capitulo 17
Gina tornou a se sentar. Suas pernas pareciam incapazes de mantê-la em pé, e o pouco apetite que ainda tinha acabou de desaparecer. Encheu uma xícara de café quente e ficou olhando para ela, tentando colocar as idéias em ordem.
Era uma loucura aquele sentimento de vulnerabilidade, aquele vazio que sentia por dentro e que só Harry poderia aliviar. Mas o mais doloroso era o sentimento de culpa por estar traindo Draco. Afinal, era seu noivo e devia muito a ele. Quanto a Harry, devia era desprezá-lo em vez de lamentar a interrupção da noite anterior.
Terminado o café, Gina foi dizer até logo à mãe e saiu com o Alfa, decidida a não pensar mais nos acontecimentos da véspera. Depois de dirigir alguns metros, percebeu que não ia ser fácil. Harry estava parado, bem no meio da estrada, montando num dos mais belos animais que ela já tinha visto.
Foi obrigada a parar, porque o cavalo estava impedindo a passagem. A freada brusca assustou um pouco o animal, mas as carícias de Harry o acalmaram. Quando ele desmontou, musculoso e ágil como o próprio puro-sangue, Gina sentiu um aperto no peito.
Harry chegou até o carro e apoiou-se na janela aberta.
— Venha pedir desculpas a Horácio por ontem a noite.
— Não posso – a resposta de Gina foi ríspida. — Estou atrasada. Preciso ir para a loja...
— Sua excelente assistente não vai se atrapalhar com um pequeno atraso. – insistiu Harry, ignorando o nervosismo dela. — Venha. Ele é muito gentil com as damas.
— Não. – Gina sacudiu a cabeça. — Não posso. Desculpe, Harry. Ele... ele é um animal muito bonito, mas não posso...
— Claro que pode. – ele se mostrava irredutível. — Horácio vai ficar ofendido se você não vier.
— Ora, pare com isso! – Gina começou a perder o autocontrole. — Não quero conhecer o seu... animal. Preciso ir trabalhar, e é isso que vou fazer...
—Não vai. – sem pedir permissão, Harry abriu a porta do carro. — Venha. Estamos esperando.
— Não! – Gina agora sentia uma raiva incontrolável. — Não tem o direito de fazer isso, Harry. Não sou criança, e você não tem o direito de me tratar como se fosse. “Se”... preste atenção à palavra...”se” eu algum dia decidir me aproximar de um cavalo, Draco é quem promoverá a aproximação.
— Não – declarou Harry, irredutível. — Vai descer agora mesmo para conhecer Horácio.
— Não, não vou! – Gina estava decidida, mas Harry agarrou-a pelo braço e não deixou que desse a partida no Alfa.
— Vai descer por vontade própria? – perguntou Harry, com um brilho de aço nos olhos — ou quer que eu a ajude?
Percebendo que espécie de ajuda seria, Gina desceu com relutância.
— Por favor... – murmurou, invadida pelo pânico. — Não me obrigue a fazer isso, Harry. Eu faço qualquer coisa... qualquer coisa...
— Qualquer coisa? – zombou Harry, e Gina sentiu que seus olhos se enchiam de lágrimas.
— Qualquer – garantiu e Harry deu um suspiro de impaciência.
— Não será necessário – informou, ríspido, soltando o braço dela. — Vá, volte para a sua jaula. Lá você está segura. Enfie a cabeça na areia como vem fazendo há tanto tempo!
— Você... você...
Harry virou as costas e tornou a montar em Horácio com um único salto.
— O que é que você pretende fazer agora? – perguntou Harry, irônico. — Me agredir?
— Seu... seu animal! – Gina tremia de raiva e humilhação. — Você acha que pode dizer... e fazer... o que quiser comigo?
— Não posso? Ah, garotinha, quanto você ainda precisa aprender!
— Eu... eu odeio você!
Ele puxou as rédeas e trouxe Horácio para perto dela.
— Como é? Vem comigo?
Gina sentiu que não podia lutar contra aquele homem. Apavorada, entrou depressa no carro e bateu a porta. Ouviu uma gargalhada e não quis agüentar mais humilhações. Deu a partida no Alfa e acelerou, desaparecendo na estrada.
(...)
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