DIGA-ME !!!



03. DIGA-ME !!!

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- Onde Voldemort levou o Harry? Ahhh, poupe-me, seu fraco! Vou acreditar que você tremeu por medo de mim e não pela menção do nome do idiota que você serve! – ela não parecia nem de longe a menina frágil que anos atrás abaixava a cabeça ao ver o imponente sr. Malfoy chegando na livraria, ou então a doce garota que suspirava pelos corredores ao ver seu amor se aproximando. - VAMOS, ME DIGA, PARA ONDE ELES FORAM?

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DIGA-ME !!! – Gina gritou sacudindo a varinha no peito do homem.

- Eu não sei, pirralha. Não conhecia os planos do Mestre. – o bruxo respondeu com indiferença.

- Que feitiço era aquele? Como posso encontrá-lo?

- E-u–n-ã-o-s-e-i... – ela viu o sorriso cínico que ele tinha nos lábios. Percebeu ali que ele não falaria por bem.

A ruiva fechou os olhos e respirou profundamente abrindo os olhos devagar. Virou-se para Narcisa e repetiu a pergunta bem lentamente, encostando a varinha no pescoço da mulher. Rony ainda mantinha sua varinha na direção de Narcisa, que parecia bastante assustada e Hermione apontava para Draco, que por sua vez, parecia indiferente e distante. Diante tal cena, nem os aurores se atreveriam a interferir nas ações do trio.

- Diga algo sobre o feitiço! – falou a ruiva com os olhos mais escuros que o costumeiro castanho. – FALE LOGO QUE EU NÃO TENHO TEMPO A PERDER!!! – gritou para Lucius numa clara ameaça que faria algo contra Narcisa caso ele não falasse logo o que ela queria saber.

- Weasley... – Narcisa começou a falar. Não estava assustada como antes, agora parecia bem tranqüila e estava entregue à situação. – Não se precipite garota... Lucius não vai dizer nada e eu sinceramente não conheço aquele feitiço.

- Eu estou bastante calma, sra. Malfoy. Mas meu sangue está fervendo, portanto não me provoque e diga logo algo DE ÚTIL. – pressionou o pescoço da mulher mais um pouco e elevou a voz no final, não contendo a dor e a raiva que pulsava em seu coração.

- Garota... você pode me torturar por dias e me matar lentamente que Lucius não se importaria. – disse com suavidade e um tom provocativo na voz. Sabia que Lucius realmente não se importaria, mas alguém ali estava a ponto de se manifestar caso a ruiva continuasse com a ameaça. Finalizou a fala com um sorriso simples e sincero.

Gina não pôde segurar o impulso e explodiu de ódio, desferindo um tapa violento no rosto pálido da loira com as costas da mão, deixando ali impresso a marca vermelha de seus dedos.

- PARE! – ouviu um grito nervoso ao seu lado e não era a voz do sr. Lucius Malfoy a gritar. Virou-se lentamente, com um sorriso malicioso e cruel nos lábios.

- Me dê um motivo para parar, Malfoy. – nem Rony reconhecia a voz da irmã. Uma voz gelada e furiosamente calma, acompanhada de um brilho estranho no olhar. Ela pressionava a varinha na garganta de Narcisa sem se importar com a queimadura que aparecia ali.

- Eu não sei muita coisa, mas posso ajudar de alguma forma. Afaste-se dela, Weasley. – Draco pediu com educação e calma e logo que viu a ruiva afrouxar o aperto da varinha, continuou a falar. – Como eu disse, não sei muita coisa, mas posso falar tudo o que sei. Agora afaste-se... por favor...

- MOLEQUE IDIOTA! – gritou Lucius indignado. – Você não sabe de nada! Não seja estúpido. Não pode trair o Mestre!!!

Gina e Rony direcionaram suas varinhas para o patriarca da família Malfoy, mantendo o homem bufando de raiva, porém paralisado em seu lugar.

Draco virou-se para seu pai e com uma força e coragem que estavam escondidas por tantos anos e que surgiu avassaladora e explosiva, disse:

- Ele é o SEU mestre, idiota. NÃO O MEU! – olhou para sua mãe constatando que ela estava livre da ponta flamejante da varinha da pequena Weasley e tornou a olhar para Gina. – Sei que aquele último feitiço funciona como um tipo de chave de portal, mas não sei para onde leva, acho que nem mesmo... V-Vol-... nem mesmo... quem... o conjurou sabe... Muito tempo atrás ouvi alguém comentando sobre isso, mas foi muito vagamente, mas acredito que na biblioteca da minha casa deva ter algo a respeito.

- Certo... É um bom começo... – falou a ruiva analisando o garoto. - O que mais você pode dizer antes de irmos à sua casa para darmos uma olhada na biblioteca?

- NÃO!!! Vocês não pisarão na MINHA casa! – gritou o sr. Malfoy, revoltado com a idéia de traidores do sangue e sangues-sujos pisarem em sua casa. – NUNCA!!!

- Petrificus Totalus! – Rony disse baixinho, mas em grande intensidade, calando e paralisando Lucius Malfoy em menos de um segundo. Prontamente surgiu um auror atrás do Comensal para não deixar que ele caísse no chão, conjurou cordas anti-magia e o largou no canto, voltando-se para os jovens que agiam bravamente.

- Certo... – continuou Draco não se alterando com a interrupção de seu pai. – Não sei se é possível descobrir o destino final do feitiço. Não sei mesmo.

- Toda magia é rastreável. Deve ter um jeito! Tem que ter... – Hermione falou mais para si do que para os outros, mas Draco respondeu:

- Provavelmente tem, Granger... mas teremos que pesquisar.

- Então vamos logo... – Gina disse decidida e olhou para os aurores que acompanharam a conversa. O que estava mais perto da garota pareceu entender o que aquele olhar quis dizer e falou rapidamente:

- Vocês não podem ir sozinhos, menina. Terão que ser acompanhados por um auror responsável. – ele disse solícito.

- Antes preciso ter certeza que cuidarão bem de minha mãe... – Draco adiantou-se em dizer para Gina. – Preciso ter certeza que ela ficará segura... ela nem queria estar aqui...

- Nem você, meu filho. – Narcisa disse baixinho e com ternura, aquecendo o coração do loiro que se segurava para manter-se frio.

- Como assim? – perguntou a curiosa Hermione.

Draco fingiu que não foi interrompido nem por sua mãe e nem pela pergunta da Granger e continuou:

- E então, Weasley, posso confiar que ela será bem cuidada? – perguntou olhando diretamente nos olhos de Gina.

- Eu mesma vou providenciar isso Malfoy. Se necessário, concedo meu quarto para segurança dela, mas se você pisar na bola comigo, não hesitarei em fazer o que estiver ao meu alcance para atingi-lo... e agora eu já sei o que o atinge, certo? – a ruiva disse séria e ameaçadora.

- Saiba Weasley, que quem se arriscou ao mentir para o Lorde na floresta e salvou o Potter é essa que você ameaça agora. – o loiro falou num tom tão sério e ameaçador quanto o da ruiva, e ela pôde sentir o peso daquelas palavras como agulhas quentes no coração.

- C-como?? Eu... n-não... sab-bia...

- Agora sabe.

Luna chegou ofegante impedindo a continuação do diálogo e quebrando o clima pesado que se instalava no ar e cutucou o braço de Gina para que ela se virasse. Ao se virar, a ruiva viu Tonks acompanhada de mais dois aurores e uma autorização para vistoriar a Mansão Malfoy e um quase sorriso nos lábios.

- Perdi o final da conversa, Gi, mas fui logo chamar a Tonks... – começou a loirinha com os olhos muito azuis brilhando de expectativa. – Sabia que ela poderia ajudar.

- Tonks... – Hermione tentou falar, mas ao se lembrar do corpo inerte de Lupin numa mesa próxima de onde Fred estava, sua voz falhou um segundo, engoliu em seco e prosseguiu. – Tonks, como você está? Eu, nós, s-sentimos m-muito.

- Quer mesmo nos acompanhar, Tonks? – Gina perguntou preocupada ao entender o embaraço de Hermione e lembrando-se do corpo que estava ao lado de seu irmão.

- Só se vocês quiserem mesmo ir... É meu dever acompanhá-los. Também quero um fim nessa história. Vamos andando que já perdemos muito tempo. Eu cuido de você priminho... – segurou o braço de Draco com firmeza, mas sem machucá-lo. Encarou Narcisa demoradamente e por fim perguntou: - Quer ir conosco... tia? Para assegurar que não destruiremos sua nobre casa...

Narcisa olhou para Draco, em dúvida se queria retornar à casa que lhe trouxera tantas memórias ruins. Queria acompanhar o filho, mas não sabia se agüentaria reviver os horrores que sofreu enquanto esteve ali na presença do asqueroso lorde negro.

Draco, percebendo a angústia de sua mãe, prontificou-se a intervir por ela:

- É melhor que fique, mãe... eu ficarei bem.

- Ela pode ficar aqui, Tonks? – Gina perguntou. - Prometi ao Malfoy que ela ficaria segura, então poderíamos providenciar um local protegido que ela possa ficar, por favor?

- Sem problemas... – a auror respondeu. - Os professores e alguns membros da Ordem já estão refazendo as proteções do castelo. Posso providenciar um quarto aqui na escola agora mesmo, é o local mais seguro no momento.

A loira envolveu seus longos braços ao redor do filho, afagando-lhe a cabeça e as costas num abraço apertado. Numa atitude que ninguém esperava, Draco correspondeu ao abraço da mãe, num gesto explícito de carinho totalmente oposto à armadura fria e intransponível que vestira desde o início da conversa. Ele beijou as mãos alvas de sua mãe e virou-se para Tonks, acenando com a cabeça para indicar que estava pronto.

Iniciou-se ali a longa jornada para descobrir o paradeiro de Harry que fora misteriosamente sugado por um feitiço de Voldemort, onde ambos os oponentes sumiram do centro do salão para um destino desconhecido e, consequentemente, temido.

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