Ahhh nãoo!



Do exterior se escutaram vozes, a risada de Luna e o tom elevado do Neville enquanto compartilhavam uma brincadeira. Harry se aproximou da porta para lhes dar as boas vindas enquanto Gina tentava recuperar um pouco de compostura. O intento de sedução do Harry tinha despertado nela uma resposta selvagem e primitiva. Sabia que, se não os tivessem incomodado, ele não teria se contido nem ela teria protestado. O desejo que tinham experiente tinha sido muito total, muito abrasador. O rápido início e o súbito final do contato entre ambos a tinha deixado tremendo. Levou-se as mãos às ardentes bochechas e se dirigiu ao fogão para ocupar-se da sopa e do café com a esperança de que aquelas tarefas tão mecânicas a ajudassem a recuperar o equilíbrio.
—Vejo que já esta trabalhando na cozinha —comentou Luna ao entrar. Nas mãos levava uma enorme bolsa de papel— Acaso não é essa atitude própria de um homem?
—Olá —respondeu Gina, com bastante normalidade— Parece que os dois nos atribuiu um papel. O que há na bolsa?
—Fornecimentos para um fim de semana na neve —respondeu ela. Rapidamente, desempacotou os conteúdos e tirou leite, queijo e outros produtos frescos.
—Sempre tão eficiente — afirmou Gina com um sorriso. Pouco a pouco, a tensão ia desaparecendo.
—É muito difícil ser perfeita —brincou Luna—
mas algumas pessoas nascem assim.
Quando terminaram de preparar o almoço, levaram os talheres e os pratos a uma enorme mesa que havia no salão, com grandes bancos de cada lado. Todos devoraram a singela comida como se tivessem passado meses desde que tinham comido um pedaço de pão. Gina tratou de refletir a atitude casual de Harry. Ao princípio foi difícil, mas, depois de lançar mão de todo seu orgulho, uniu-se à conversa e recebeu os comentários do Harry com um relaxado sorriso.
Enquanto os dois homens conversavam sobre o tipo de fotografias que requeriam, Gina se retirou com Luna ao andar superior para ver o dormitório que as duas iriam, compartilhar. Tinha um encanto tão rústico como o resto da casa. A luminosa habitação tinha uma vista espetacular. Havia duas camas, cobertas com rústicos edredons e, uma vez mais, a madeira ditava a nota predominante.
Gina se ocupou com a mala em que levava todas seus pertences enquanto Luna se atirava sobre uma das camas.
— Não lhe parece fantástico este lugar? —exclamou—. Longe das multidões, dos computadores e dos telefones. Talvez fique a nevar com força e tenhamos que ficar aqui até a primavera.
—Só poderíamos ficar aqui se Neville tivesse suficiente filme fotográfico para dois meses. Caso contrário, poderia começar com a síndrome de abstinência —comentou Gina enquanto tirava uma parca vermelha e uma calça de esqui da mala e os estudava com olho profissional—. Acredito que isto deverá ressaltar bastante na neve.
—Essa cor lhe cairá como uma luva —disse Luna—. Com a cor de seu cabelo e de sua pele e com a neve como fundo, estará muito bonita. O chefe nunca se engana.
O som de um carro lhes chamou a atenção. As duas se aproximaram da janela para ver como Bud Lewis ajudava Cho a descer do veículo.
—Céus —suspirou Luna. Então, olhou com expressão triste para Gina—.Talvez tenha cometido uma...
Atônita, Gina não deixava de olhar a escura cabeça de Cho.
—Eu não... Harry não me disse que Cho ia vir também -disse Gina. Então, enfurecida pela intromissão da “japa” em seu fim de semana, separou-se da janela e seguiu desfazendo a mala.
—A menos que ele não saiba. —aventurou Luna—Talvez a atire à neve.
—Talvez —replicou Gina—, o que será que vai acontecer?
—Bom, não vamos saber ficando aqui —afirmou Luna. Então, dirigiu-se para a porta e agarrou a Gina pelo braço—. Vamos ver.
Gina escutou a voz de Cho enquanto descia pelas escadas.
—Não se importa que eu tenha vindo te fazer companhia, não é, Harry? Pensei que seria uma maravilhosa surpresa.
Gina entrou no salão a tempo de ver como Harry dava os ombros. Estava sentado de frente ao fogo, com o braço de Cho sobre o seu.
—Não acreditei que as montanhas fossem de seu gosto, Cho —disse ele, com um suave sorriso— Se queria vir, poderia ter me dito em vez de dizer ao Bud que eu queria que ele a trouxesse aqui.
—Querido, só foi uma pequena mentira. A intriga resulta tão divertida...
—Esperemos que «sua pequena intriga» não leve a «um grande aborrecimento». Estamos muito longe de Manhattan.
—Com você eu nunca me aborreço Harry.
Aquela voz tão suave e tão sedutora deixava Gina irritada. Pode ser que tenha feito algum som que expressasse sua irritação porque os olhos do Harry se voltaram para o lugar onde Luna e ela estavam de pé. Cho se voltou também para olhar. Antes de esboçar um vago sorriso, esticou os lábios durante um instante.
Continuando, produziu-se um troca de saudações pouco sinceras. Gina optou pela distância e se sentou ao outro lado do salão com Bud enquanto Cho dedicava toda sua atenção a Harry.
—Pensei que nunca chegaríamos aqui —se queixava Cho com gesto de petulância— Por que lhe ocorreu comprar uma casa neste fim de mundo? Não o compreendo, querido. Tanta neve, com nada mais que árvores e rochas. E faz tanto frio... —acrescentou. Então, depois de tremer delicadamente, se agarrou contra ele— O que é o que faz aqui quando está sozinho?
—Consigo encontrar distrações —respondeu Harry secamente. Então, acendeu um cigarro— Além disso, nunca estou sozinho. As montanhas estão cheias de vida. Há esquilos, coelhos, raposas...Toda classe de pequenos animais.
—Isso não é precisamente ao que eu me referia por companhia... —sussurrou Cho, com sua voz mais sedutora.
—Talvez não, mas me entretêm sem me pedir nada em troca. Além disso, freqüentemente vejo passar cervos muito perto da cabana quando estou ao lado da janela e também ursos...
— Ursos? —repetiu Cho horrorizada— Que horror!
— Ursos de verdade? —perguntou Gina, muito emocionada—. De que tipo? Ursos pandas?
—Não, ursos negros, Gina —respondeu Harry, sorrindo ao ver a reação que ela tinha tido— mas são grandes. Neste momento estamos a salvo porque estão hibernando -acrescentou, olhando a Cho.
—Menos mal —sussurrou ela. —Gina gosta bastante das montanhas, certo?
—São fabulosas —afirmou ela cheia de entusiasmo— Tão selvagens e indomesticáveis...Tudo isto deve ter quase o mesmo aspecto que tinha faz um século. Não há nada mais que natureza durante quilômetros e quilômetros.
—Sim, sim, já vejo que se mostra muito entusiasmada —observou Cho.
Gina lhe dedicou um olhar assassino.
—Gina cresceu em uma granja do Kansas —explicou Harry— Ela não tinha visto antes as montanhas.
— Que pitoresco! —murmurou Cho, com um sorriso— Ali cultivam trigo ou algo assim, não é? Imagino que, vindo de uma pequena granja, estará bastante acostumada às condições primitivas.
O tom de superioridade que Cho tinha utilizado enfureceu totalmente a Gina.
—A granja de meus pais nem é pequena nem primitiva, Cho. Suponho que, para alguém como você, seja impossível imaginar a imensidão dos campos de trigo ou os quilômetros de suaves colinas. Não é um ambiente tão sofisticado como o de Nova Iorque, mas tampouco é pré-histórico. Temos inclusive água corrente, quente e fria, nas casas. Há pessoas que apreciam a terra e a respeitam em todas suas formas.
—Deve ser uma garota acostumada à roça, a estar ao ar livre —disse Cho com voz aborrecida— Eu prefiro as comodidades e a cultura da grande cidade.
—Acredito que vou dar um passeio antes que anoiteça —anunciou Gina. Sentia-se furiosa.
Levantou-se rapidamente. Precisava pôr distância entre o Cho e ela antes que perdesse completamente o controle.
—Eu irei com você —disse Bud enquanto ela colocava o casaco—. Tive que carregar essa mulher durante todo o dia —acrescentou em voz muito baixa, com um sorriso de conspiração—. Acredito que o ar fresco me fará muito bem.
Enquanto se dirigiam para a porta, Gina não pôde conter a risada. Agarrou-se no braço de Bud sem prestar atenção alguma ao cenho que se desenhou sobre certos olhos verdes que não deixavam de olhá-la.
Uma vez no exterior, os dois respiraram profundamente e puseram-se a rir como meninos. Decidiram dirigir-se para o arroio e seguiram seu curso até entrar mais no bosque. A luz do sol penetrava esporadicamente entre os ramos e reluzia sobre aquele chão aveludado. A tranqüila companhia de Bud serviu para relaxar os tensos nervos de Gina.
Detiveram-se e descansaram sobre uma rocha durante um instante.
—Isto é muito bonito —disse Bud. Gina produziu um pequeno som que serve tanto de assentimento como de expressão de prazer — Volto a me sentir humano —acrescentou piscando os olhos—. É muito difícil suportar a essa mulher. Não imagino o que Harry vê nela.
—Parece estranho se eu lhe disser que estou completamente de acordo com você?
Ao notar uma ligeira mudança na luz, que parecia anunciar o proximidade pôr-do-sol, voltaram para a cabana. Uma vez mais, seguiram o arroio, guiando-se com os rastros que tinham deixado sobre a neve. Quando entraram na cabana, foram repreendidos.
— Vocês não têm a sensatez suficiente para saber que não podem vagabundear pelas montanhas depois do entardecer? —espetou-lhes Harry ao vê-los.
— Depois do entardecer? Não diga tolices —replicou Gina enquanto tirava as botas-. Só demos um pequeno passeio seguindo o arroio —acrescentou. Então, perdeu o equilíbrio e se chocou com Bud. Ele a agarrou pela cintura para que não caísse e não retirou a mão enquanto ela tirava a outra bota.
—Deixamos um rastro sobre a neve —afirmou Bud, com um sorriso-. É melhor que os miolos de pão.
—O entardecer se transforma em noite fechada com muita rapidez e esta noite não há lua —insistiu Harry— É muito fácil perder-se.
—Bom, já estamos aqui e não nos perdemos —disse-lhe Gina— Não há necessidade de organizar uma busca nem de mandar um cão com uma garrafa de conhaque. Onde está Luna?
—Na cozinha, preparando o jantar.
—Nesse caso, é melhor que eu vá lhe dar uma mão, não acha?
Dedicou-lhe um radiante sorriso e deixou os dois homens sozinhos para que Bud enfrentasse ao mau gênio de seu chefe.

-*-

—Ninguém gosta de preparar a comida sozinha—disse Gina enquanto entrava na cozinha.
—Diga isso à senhorita Orgulhosa —comentou Luna enquanto desembrulhava os files— Estava tão cansada depois de tão árdua viagem que teve que descansar um momento antes de jantar.
—Pois é uma bênção —afirmou Gina enquanto se unia a sua amiga para preparar o jantar—.Quem disse que temos que ser nós a fazer a comida? Não acredito que figure em meu contrato.
—Fui eu.
— Voluntariamente?
—Simplesmente, provei os talentos culinários do Neville e não quis correr outra vez o risco de uma intoxicação. Quanto ao chefe, até o café faz mau. No que se refere ao Bud... bom, pode que seja um cozinheiro genial, mas não estava disposta a correr o risco.
—Entendi.
Em alegre companhia, as duas prepararam o jantar. Deram vida à cozinha com o tamborilar dos pratos e o chiado da carne. De repente, Neville se materializou na porta.
— Que bom! Estou morto de fome -anunciou—. Quando fica pronto?
— Chega aqui. – Disse Luna. – Me dá logo um beijo e toma isso —disse a loira lhe entregando um monte de pratos—.Vá pôr a mesa... assim não pensará em seu estômago.
—Sabia que tinha que me manter afastado da cozinha! —grunhiu ele —Pelo menos ganhei um beijo! —Então, desapareceu em direção ao salão.
— Ái que lindooo! – riu-se Gina deixando a loira corada.

-*-

—Suponho que é o ar da montanha —comentou Gina, quando estiveram todos sentados ao redor da mesa do salão e começaram o jantar—, mas estou morta de fome.
Ver como Harry esboçava um lento sorriso lhe fez recordar a cena que tinha acontecido horas antes na cozinha. A cor tingiu suas bochechas. Tomou a taça de vinho para dissimular e, depois de dar um bom gole, dedicou de novo toda sua atenção à comida.
Quando chegou a hora de recolher, ouve certa confusão e desorganização ao que, Luna levantou as mãos e tirou a todos os homens da cozinha.

—Eu sou o chefe —lhe recordou Harry— sou eu quem dá as ordens.
—Até segunda-feira não! —replicou ela antes de lhe dar um bom empurrão. Então, observou com desaprovação como Cho partia com ele— Melhor —disse para Gina— Provavelmente não teria podido evitar afogá-la na pia.
Mais tarde, a festa se prolongou no salão. Depois de tomar o conhaque que Harry lhe ofereceu, Gina se sentou sobre uma pequena banqueta perto do fogo. Observou como dançavam as chamas sem dar-se conta da imagem que tinha. O cabelo e as bochechas lhe reluziam com a suave luz e tinha uma expressão suave e sonhadora nos olhos. Só uma pequena porção de sua mente registrava a conversa que se estava produzindo e o tinido ocasional das taças. Com os cotovelos sobre os joelhos e a cabeça sobre as Palmas das mãos, deixou-se apartar pela magia do fogo de todo pensamento consciente.
— Hipnotizaram-lhe as chamas, Gina? —perguntou-lhe Harry de repente, enquanto se agachava para sentar-se sobre o tapete, ao lado dela.
—Acredito que sim —respondeu ela—. Vêem-se imagens se sabe as buscar. Por exemplo, ali há um castelo com suas torres e ali um cavalo com as crinas lhe flutuando sobre o vento.
—E ali um ancião sentado sobre uma cadeira de balanço —disse ele.
Gina se voltou para olhá-lo, muito surpreendida de que ele tivesse visto também aquela imagem.
Harry lhe devolveu o olhar com a intensidade de um abraço. Ela se levantou imediatamente, afligida pela debilidade que aqueles olhos eram capazes de evocar.
—Foi um dia muito longo —anunciou, sem olhá-lo nos olhos— Acredito que vou para cama. Não quero que Neville se queixe amanhã pela manhã de que tenho um aspecto muito cansado.
Depois de dar boa noite a todos os pressente, partiu rapidamente do salão sem dar a Harry a oportunidade de dizer nada mais.

****N/A

Lindinhas do meu Floreios varonil!!!

Mais um dia de post relâmpago porque to atrasada pra auto-escola e não quero arriscar deixar pra postar mais tarde e encontrar a MINHA NET RUIM DA PENGA (By Hannah!) sem estar funcionando!!!

Obs 1.: Oh!! capítulo grande pra compensar o minúsculo de ontem!!!
Obs 2.: Amantes da Gina e odiantes (essa palavra existe??) da Cho!! Me desculpeeem! Faz parte do meu show! (By cazuza!) HUhuahua
Obs 3.: Comentem.
Obs 4: Divirtam-se.
Obs 5.: Chega de Observações!!!


beijocas, pipocas e boa leitura!!!

*__Lya

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