Ultimo dia de prova
Dormi na Ala hospitalar tem suas vantagens e desvantagens.
Vantagens: o clima sempre está confortável, nem quente e nem frio, e você dorme super bem, acho que deve ter algum feitiço do sono lá.
Desvantagens: você acorda atrasada pras aulas por que ninguém vem te acorda, mesmo sabendo que é PROVA.
E foi assim que comecei o dia, atrasada pra prova de Historia da Magia. Os corredores estavam vazios, meus sapatos faziam um eco enorme enquanto corria, não encontrei ninguém, nem mesmo Filch. Todos estavam em seus devidos lugares fazendo suas provas, que ponto você chegou Hermione, chegar atrasada durante uma prova por dormir demais.
Quando finalmente cheguei à sala, parei na porta pra recuperar o fôlego, então bati e entrei. Todas as cabeças que até então estavam grudadas na prova se ergueram , o professor Bins parecia surpreso em me ver ali, mas se recompôs rapidamente.
— Tome seu lugar Senhorita – Disse apontando um lugar vazio na frente. – E vocês voltem a fazer suas provas.
O silencio logo foi preenchido pelo ruído das penas arranhando os pergaminhos. Passei por Harry e Ron e lhes deu um sorriso, estilo:”Tá tudo bem”. E fui me sentar.
A prova era sobre a clandestinidade do mundo bruxo, como aconteceram as primeiras vilas e etc...
Achei muito tranqüila a prova, apesar de ter perdido meia hora dormindo e mais quinze minutos até chegar à sala, deu tempo de terminar e ir buscar minha poção para a aula do Snape. Só de pensar nele me embrulha o estomago.
Fui a ultima a sair da prova de historia da magia e subi até o banheiro da Murta pra pegar minha poção.
— Oi Murta – ela tava me ajudando com a poção, cuidando dela pra mim – Vim buscar a poção.
— Olá Hermione – Apareceu sorrindo, parecia feliz em me ver – sua poção esta segura no lugar de sempre.
Fui até a ultima divisória do banheiro e achei meu caldeirão ali, o fogo estava baixinho e a poção estava pronta. Despejei tudo em um pote e mandei o caldeirão pro dormitório.
— Achei que não apareceria – a Murta me olhava da porta enquanto eu colocava o antigo vaso no lugar – fiquei sabendo que você estava na enfermaria e não estava nada bem.
— Não foi nada Murta – Disse pra ela saindo do banheiro – Foi apenas cansaço, e obrigado por cuidar da poção pra mim.
Ela me deu tchau e saiu toda feliz em um mergulho na pia. Ela é legal, mas estranha, não se pode negar.
Chegando nas masmorras encontrei outro surpreso ou foi impressão minha?
Snape estava na porta, estava quase fechando quando me viu indo em sua direção com o pote da poção nas mãos. Acho que vi surpresa em seu rosto, mas num piscar de olhos estava com a carranca de sempre.
— Não temos o dia todo para esperar a senhorita. – Me disse com aquele desdém de sempre.
Corri o resto do caminho que faltava e mal entrei na sala ele batia a porta atrás de mim.
— Como a senhorita já está de pé e o senhor Longbottom ainda não se sentou – o morcego se encaminhava para sua mesa enquanto falava- Iremos começar por vocês.
Nevil deu um pulo quando ouviu o professor falar seu nome e olhou aflito pra mim, meus gnomos começaram a ficar inquietos, o que o morcego estava tramando. Não demorei muito pra descobrir, foi o prazo de caminha até a frente da sala.
— A nota será 0, 5 ou 10 e vocês saíram já sabendo qual delas tirou – ele deu um sorrisinho enquanto percebia que a sala ia ficando mais nervosa do que já estava – Como podem ver, a prova será realizada em duplas, por tanto escolham sua duplas e sentem-se juntos.
O barulho na sala começou, todos procuravam alguém para fazer dupla, apenas Harry e Ron não se levantaram, permaneceram sentados onde estavam.
Quando o silencio se fez novamente o morcego voltou a falar e soltar a bomba em cima da gente.
— Como eu pedi há um mês, todos deveriam preparar a poção Polissuco, a prova é simples, porém não tão simples assim. – Ele logo completou quando viu o alivio no rosto dos alunos. – Todos viram aqui na frente junto de sua dupla, arrancar um fio de cabelo e tomar a poção do parceiro ou parceira.
Ali na frente da sala eu pude ver a reação de todos, não apenas da Grifinória como também da Sonserina, e fiquei feliz vendo o Malfoy afrouxar a gravata em sinal de desconforto. Provavelmente não gostou da idéia de se transformar na Parkinson na frente de todo mundo.
Internamente eu estava rindo muito com isso. Desviei o rosto pro lado do Nevil pro Snape não ver meu riso e foi então que vi o desespero de Nevil. Não esperava isso, sua poção estava quase pronta aquele dia, nos a deixamos uns 97% pronta quando fomos embora, ele não poderia ter errado o resto que faltava, poderia?
— Vejo que perceberam o qual “simples” é a prova – Morcego desgraçado – Vocês terão que ter feito uma poção perfeita, caso contrario so Merlin sabe o que irá acontecer com seus amigos. – Ele dava aquele sorrisinho de vitória antes mesmo de começar. – E aqueles que não confiarem no colega e se recusarem a beber a poção perderá cinco pontos de sua casa.
A sala toda explodiu em protesto. Snape ficou lá uns minutos saboreando a raiva das turmas, como ele podia se sentir tão bem com todo mundo odiando ele?
— Silencio! – Ele não precisou repetir, a sala já estava quieta. – E então Senhorita, ranque um fio de seu cabelo e coloque neste copo – Do nada tinha uma mesa do lado do Seboso cheia de copos. – Depois coloque um pouco da sua poção e o senhor também Longbottom, tome e faço o mesmo. – Disse entregando o copo ao Nevil.
Despejei a poção no copo e coloquei meu cabelo dentro, minha poção ficou um turquesa meio arroxeado e a de Nevil ficou branca, quase transparente.
“Calma Hermione, as cores mudam conforme a essência”, eu dizia a mim mesma, mas a cara de pavor do Nevil quando me passou seu copo e o pedido de desculpa espantado na cara me deixou mais nervosa.
— Vamos lá, bebam!
Olhei pro meu copo e imaginei que iria beber leite, leite desnatado. Subi o copo até a boca e pra minha surpresa o cheiro era bom. Olhei pro Nevil e dei um paço para traz, olhava a mim mesma, só que com uniforme maior. Ela sorria pra mim e acenava.
— Como se sente senhor Longbottom?
— Normal senhor – Disse uma Hermione nervosa – Só é estranho ser mais baixo e...
— Guarde seus comentários para você – disse asperamente, Nevil logo se calou e ficou olhando para os próprios pés. –E a senhorita, o que está esperando que ainda não tomou a sua? – Um sorriso apareceu em seu rosto – Está com medo de que seu amigo tenha errado a poção e vá transformar a Senhorita em vá saber o que?
Como resposta peguei minha varinha em cima da mesa, vi que o professor abrir a boca pra falar algo, mas resolveu só observar, apontei pro meu uniforme : Engorgio.
No mesmo momento meu uniforme ficou maior e mais largo, vi uma sobrancelha do Snape se levantar, depois virei o copo todo de uma vez, Snape fechou a cara novamente e ficou me olhando.
A princípio não aconteceu nada. O morcego estava sorrindo novamente.
— Hora, hora, que surpresa o senhor não ter acerta... – ele parou de falar assim que virou o rosto para mim novamente – Mas que está acontecendo? Como preparou está poção Senhor Longbotton?
Eu me sentia muito quente, parecia que estava muito próxima a uma lareira e sentia uma alegria muito grande, vários outros sentimentos bons ao mesmo tempo, era como as tardes em que ria com Harry e Ron na beira do lago, chegava a chorar de tão feliz. Os alunos me olhavam na sala e a não ser a turma do Malfoy, todos seguravam a respiração.
A Hermione ao meu lado me olhava com espanto, o que havia comigo?
Levantei os braços pra olhar e fiquei paralisada, eu tava toda colorida quase transparente, o que Nevil errou na poção Merlin?
A quentura começou a sumir assim como eu, até que não vi mais meus braços e ouvi os murmúrios na sala falando que eu tinha sumido. Levantei a cabeça e vi Harry e Ron já de pé, a agonia estampada no rosto dos dois. Voltei a olhar meus medos , voltavam a aparecer.
O silencio na sala voltou, olhava pra minha mão e o chão abaixo dela se distanciava, os uniformes já não estavam mais largos e sim um pouco apertados nos ombros. Olhei as mãos novamente e eram grandes, passei a mão no cabelo e estava curto, então olhei pro Nevil e ele sorria um pouco abaixo de mim. Percebi na visão de Nevil como eu era baixa, chegava apenas ao seu queixo, Nevil realmente crescera muito desde a primeira vez que nos conhecemos no trem quando perdeu Trevo.
— Como se sente senhorita? – a voz desdenhosa perguntava, podia notar a curiosidade ali.
— Me sinto bem.. – eu ria enquanto fala e não conseguia segurar- .. grande, e feliz, muito feliz. – Me virei pro Nevil e ele/versão eu parecia mais calma – O que colocou na poção pra fica tão boa? Geralmente a transformação não é algo agradável.
— Eu faço as perguntas aqui Granger – Ele não gostou nenhum pouco de que Nevil tenha acertado a poção e que tenha ficado melhor do que perfeita. – Vejo que não esqueceu o episódio em que se transformou no gato da senhorita Bulstrode – a sala todo começou a rir, exceto por três pessoas: Harry, Ron e Nervil/versão eu. – Então senhor Longbottom o que colocou a mais na poção?
Era estranho ficar olhando pra mim mesma, ainda mais tão tensa. Me vi abrir a boca umas duas ou três vezes e não falar nada, provavelmente estava tentando explica sem falar da sala.
Quando finalmente a voz saiu a porta se abriu e McGonagall entrou e ficou silenciosamente esperando junto a porta, parecia aliviada?.
— Estou esperando senhor Longbottom – todos estavam Seboso, pouco mais de paciência.
— Eu tinha deixado a janela da sala que eu estava fazendo a poção aberta – pude ver o espanto da Professora ao ver a “Hermione” responder – pois estava muito quente e sai para pegar alguma coisa para beber – conseguia imaginar o Nevil passando pelo túnel e parando na cozinha, meu estomago roncou de fome nessa hora – ee..
— E o que senhor Longbottom? – Acredito que o morcego so estava sendo mais educado porque a McGonagall estava presente.
— Quando voltei tinha várias flores no chão da sala, acredito que o vento tenha trazido – pelo visto a diretora havia compreendido o que estava se passando – e duas estava afundando dentro do caldeirão, uma eu consegui retirar, mas a outra se desmanchou por completo.
Ele voltou a olhar para os pés, não esperava que McGonagall também estivesse aqui, deveria estar se sentido muito envergonhado, pela cara que fazia, parecia que ia chorar.
— De que flor o senhor está falando? – Pela primeira vez na vida o Snap não estava tentando mostrar sua frieza de sempre – Vá buscar uma, quero ver.
Uma Hermione com uniforme grandes saiu correndo da sala.
— Em que posso ajudá-la Minerva?
— Desculpa interromper Severo – Ele apenas deu um sorrisinho em resposta – Estava procurando a senhorita Granger que deveria estar na enfermaria – senti minha bochechas esquentarem - Deixou todos muito preocupados Granger, Papoula ficou aflitíssima com seu sumiço. – Bronca na frente de todos, arrumem um buraco para eu enfiar a cara. – Até que o professor Bins me falou que a senhorita tinha comparecido a prova então vim para cá atr..
Bingo Nevil, salvador da pátria.
Uma Hermione toda descabelada acabava de entrar na sala com os braços cheios de uma flor rosada e grande, ia derrubando varias pele caminho, McGonagall abaixou, pegou uma e levantou as duas sobrancelhas, coisa boa não era.
— Aqui está professor. – Nevil estava sem ar, deve ter corrido bastante.
Snape pegou uma das flores e começou a examiná-la, peguei uma também e descobri da onde vinha o cheiro bom da poção do Nevil.
— O senhor colocou esta flor na poção e Granger bebeu – Uma Minerva de duas sobrancelhas olhava para mim – Foi isso mesmo Longbottom?
— Foi sem querer – disse uma Hermione aflita e que transpirava muito – Eu teria preparado outra se desse tempo. Além do mais eu tes...
— Senhorita como se sente? – Ela olhava pra mim enquanto esperava pela resposta, aliás, todos olhavam.
Sabe quando tem muita gente assistindo um filme de suspense, fica aquela tensão no ar? Era desse jeito que a sala estava, Harry so estava sentado porque Ron segurava-o na cadeira, Malfoy estava inquieto também, brincava com a gravata pra disfarçar, até mesmo Snape estava mais humano: não estava mais com a carranca de sempre.
— Me sinto bem, a transformação foi tranqüila, não foi desconfortável como geralmente é, e me sinto muito feliz – sentia o sangue nas minhas bochechas novamente – apesar de não ter motivo.
Snape resmungava alguma coisa atrás de mim e a professora ainda olhava incrédula para a flor que tinha na mãe depois pro Nevil.
— Um grande feito de sua parte Longbottom – as palavras eram carregadas de desprezo e ódio – Apesar de ter sido uma brisa de sorte.- seboso tava dando aquele sorrisinho sarcástico novamente.
— Senhor Longbottom não tem idéia do quanto sua descoberta significa – Seus olhos brilhavam enquanto a professora dizia isso – Um fato memorável, Severo eu preciso levar a Granger, Potter e Weasley – Ela juntou as mãos e disse sorrindo – E também o Longbottom e as flores.
— Claro que tem – respondeu o Seboso com desdém – Potter e Weasley serão os próximos e logo em seguida poderiam ir ao encontro da McGonagall.
Enquanto eu e Nevil acompanhávamos a Minerva para fora da sala Harry e Ron se encaminhavam para frente da turma, Ron parecia que ia para a forca. Seguimos McGonagall até a enfermaria, olha eu de volta ao “santuário”.
Ao chegarmos lá foi uns quinze minutos de bronca da Madame Pomfrey, tive que escutar como era irresponsável, que não podia ter saído de lá sem lhe consultar e blabláblá. Me segurei para não lhe responder, ela realmente achava que iria passar o dia todo olhando pro teto da enfermaria enquanto tinha prova pra fazer, poção que fiquei um mês fazendo pra entregar e comemorar o término da semana de provas.
Até parece!
Mas o bom da prova do Snape foi que a Madame Pomfrey não encarava e fazia careta pra mim, mas sim para o Nevil. Quando ela finalmente parou de ralhar e a Professora McGonagall pode falar, explicou quem era quem, vi a enfermeira ficando ruborizada pelo erro que cometeu.
— Não se preocupe Papoula – Ela gesticulava em minha direção enquanto falava – Tenho certeza que a senhorita Granger entendeu o recado. – Virou-se para Nevil pegou uma das flores – Veja só, Longbottom descobriu a utilidade desta flor.
A enfermeira pegou a flor e olhou para o Nevil perplexa e assim começarão a conversar, era tantas as coisas que aqueles três falavam que era até difícil acompanhar, mas Nevil estava super bem ali, falava com confiança e sua desenvoltura ao manipular a flor era muito boa, explicava algumas coisas para as duas a sua frente e eu via sobrancelha da McGonagall subir e descer várias vezes.
Sentei em uma das camas e deixei meu pensamento vagar. Eu já não entendia o que eles estavam falando mesmo.
Os acontecimentos da tarde passada deixaram tantas duvidas e tantas lacunas, me lembrar do que aconteceu me dava medo, Malfoy e Lestranger, como fui parar em um combate com eles e mais três comensais desconhecidos? Onde era aquele lugar? A rua me era familiar de algum modo, mas eles falavam “nosso solo”, então deveria ser algum bairro bruxo e não trouxa. Todavia eu nunca fui a um vilarejo bruxo ou algo do tipo, apenas na n’A Toca e no Beco Diagonal, como parecia familiar então?
Ho Merlin, quantas duvidas.
Havia também a garota da sala escura, quem será? Eu iria ajudá-la, ensiná-la, mas o quê? Eu nem sequer havia terminado Hogwarts ainda e de onde a conhecia?
As respostas estão diante do meu nariz, mas eu não consigo vê-las e tudo vira um muinho de pensamentos e perguntas que me deixam mais...
— Hermione, acorda! – Um Ron que chacoalhava segurando meus ombros, pelos uniformes deveria ser o Harry – Em que planeta você estava? Há o que perdemos?
Ele fazia sinal para o trio que ainda conversava animadamente e nem notara que eles haviam chegado.
—Parece que esta flor nasce aos pés do salgueiro lutador e nada mais consegue nascer junto a ele – Fiquei imaginando como algo tão delicado podia ficar junto daquela arvore, era como a Bela e a Fera – pelo que acompanhei da história, acharam Hagrid certa vez desmaiado perto do salgueiro, estava todo machucado com algumas desta flor, quando ele acordou explicou que a flor amassada junto mais algumas plantas curava os machucados de alguns animais e era muito boa queimaduras, eles mesmo fazia a combinação e passava nos doentes.
— Hagrid, o curandeiro do bichos – Ron estava tentando arrumar o uniforme que estava largo, Harry era menor que ele, era obvio que iria ficar largo. – Ele deve ter usado nas suas queimadura quando arrumou o dragão no primeiro ano. – Isso fazia sentido, afinal ele não foi à enfermaria aquela época com medo de descobrirem o dagrão.
— E o que isso tem haver? – Harry ao contrario de Ron tinha o uniforme apertado e mexia toda hora no colarinho.
— Bom, depois disso Madame Pomfrey começou a estudar a planta, fazer poções e testes, porém nunca chegou a um resultado satisfatório e seguro, apenas o misturado do Hagrid realmente fazia efeito – Mais uma vez eu estava orgulhosa do grandalhão, a raiva pela minha mão havia passado –Ela ficou muito feliz Nevil explicou a ela o que aconteceu com a poção e os efeitos em mim, ele ganhou trinta pontos para a Grifinória por causa da descoberta da utilidade da flor e eu ganhei quinze por ter experimentado a poção.
— Ganhou quinze pontos só por ter bebido uma poção? – Ron/versão Harry me olhava incrédulo, aquele Ruivo tem cabeça oca? Eu poderia ter morrido! - Onde tem mais poção? Também quero ganhas pontos.
— Não fala isso cara, as poções experimentais não são provadas por pessoas e sim testadas com feitiços. – Harry/ versão Ron tinha aberto uns dois botões do uniforme , estava vendo um strep tese começando. – a Pomfrey quase me bateu no segundo ano quando tive que refazer os ossos, tinha que ficar tomando uma poção e certa vez ela trouxe uma outra que ela estava preparando – ele gesticulava enquanto falava e mostrava a mesinha do lado da cama – Ela colocou as duas poções na minha mesinha e foi pegar uma cadeira para sentar, peguei um dos copos e quando fui beber minha boca estava coloca, ele me colocara um feitiço para não beber, ficou uma meia hora ralhando comigo por causa da poção e explicou que... – ele ria e passava a mão na boca enquanto falava – “ Poções em desenvolvimentos não poder ser tomadas a torto e direito, não se pode testá-la em humanos, os efeitos podem ser fatais, compreende o risco Senhor Potter?” – Ele imitara perfeitamente a voz da enfermeira.
Caímos na risada, eles estavam de bom humor, a prova deve ter ocorrido bem.
— Mas então, parece que a flor tem efeitos positivos nas pessoas – Tentava falar em meio aos risos – Ela resolve o desconforto da transformação e parece que proporciona a mesma felicidade do feitiço da alegria, pra mim ela ta parecendo anestésico.
— O que é um anestésico Hermione? – Não tinha reparado que o trio estava do meu lado enquanto eu terminava a história, Nevil/ versão eu estava maior que meu tamanho normal, sinal que estava acabando o tempo. Eles me olhavam esperando uma explicação.
— É um remédio trouxa que anestesia a dor da pessoa ou o desconforto – Pomfrey parecia muito interessada, já tava vendo o questionário que vinha vindo – Ou seja, ele inibe a sensação ruim enquanto acontece algo, cria um tipo de inconsciência.
Pelo visto a diretora teve o mesmo pressentimento que eu, pois eu mal terminei de falar e ela já estava falando :
— Eu vou deixar o Longbottom com você para poderem conversar melhor – se virou para nós e fez sinal para levantar-nos – E quanto a vocês, Dumbledore espera-os na sua sala.
O moinho de pensamentos e dúvidas agora voltava rodar intensamente com a simples menção de Dumbledore, como se fosse palavra chave que desencadeia uma série de eventos.
Eu nem sequer via por andava, apenar seguia a maré. Havia muitas coisas acontecendo naquele momento, alguns fatos não, MUITOS fatos que teriam que ser resolvidos e não era apenas Dumbledore que iria me ajudar, mas também o quadro da enfermaria. Será que o moço ainda tinha cabelos?
Esse ultimo pensamento me fez rir, imaginá-lo careca foi algo fácil, se ele ficasse realmente assim iria parecer mais velho, com mais autoridade...
Olha eu viajando de novo.
Como era bom o tempo em que eu viajava com pequenas bobeiras, qualquer coisa era motivo para minha imaginação trabalhar a mil, tantos sonhos e desejos, saudades daquela época. Época que falar mal do professor de poções era um modo de nos sentirmos melhores, não havia Você-sabe-Quem em carne e osso, não havia comensais em cada esquina, podíamos ir a Hogs..
O barulho da gárgula me fez voltar a Terra. Chegamos na sala do diretor, a porta já estava aberta e havia três cadeiras frente a sua mesa, ele com certeza nos esperava. Assim que nos viu entrar sorriu.
— Já não era hora, Harry, Rony e ... – ficou me olhando por alguns minutos antes de falar – Senhorita Hermione? – Todos se viraram para mim, por que o diretor estava perguntando se era eu, não estava vendo?
— Incrível! – Os olhinhos de Ron brilhavam olhando pra mim – Como fez isso Hermione?
Fiz o que? Comecei a me apalpar e não via nada de diferente, a não ser a roupas que estavam largas, foi ai que percebi: cadê minhas mãos?
Eu estava transparente novamente, levantei a cabeça e olhei para Dumbledore, ele estava sério, apenas olhava para os uniforme a sua frente, sem aparentemente nada dentro. Eu queria meu corpo de volta, o que estava acontecendo?
— Professoraa ... – um pedido de socorro no meio de um choramingo. Olhei pra ela e via o transtorno em sua face, ela também não sabia o que fazer, estava “na cara”
O diretor se levantou e veio até mim, a McGonagall explicava o que aconteceu com a poção e todo o resto da história, parecia que ele nem a ouviu, apenas ficava me rodeando e passando a mão na barba.
Veja pelo lado bom, não preciso mais pedir a capa de invisibilidade pro Harry, tenho a minha própria, isto é, se eu não voltar ao normal. Tá.. péssima hora para fazer piadas.
— Que bom poder vê-la novamente – ele sorria pra mim e voltava a sentar em sua cadeira – Permita-me arrumar isto?! – ele apontou a varinha e eu senti meu uniforme ficando em tamanho normal novamente.
— Mione pode se soltar, você esta inteira – Harry ria enquanto olhava pra mim – Não precisa se agarra desse jeito, deve estar tudo no lugar.
Senti minha bochechas esquentarem , realmente a visão deveria ser cômica, não é todo dia que se vê alguém agarrando o próprio corpo com tanta força, como se estivesse caindo os pedaços.
Com o resto de dignidade que me sobrou limpei a garganta e me sentei na cadeira da direita, a que sobrou pra mim, olhava para todos os lados, menos para o velho atrás da mesa. Aquela sala vivia cheia de objetos estranhos, coisas além da imaginação e que com certeza eram poucos que sabiam pra que serviam. Os quadros dos diretores, todos como sempre: INTEDIADOS.
Mas eu achei algo diferente dessa vez, ou melhor ele me achou. O barulhinho vinha de cima da mesa a minha frente, perto do abajur.
—VOCÊ! – gritei apontando o dedo pra ele, era o moço do retrato na enfermaria , ele parou de tossir quando finalmente o visualizei – O que está fazendo aqui? O que aconteceu com você aquele dia? Vai me..
— Respira o Bruxa varrida – a presença dele aqui me pegou de surpresa, todas as minha duvidas foram saindo sem eu perceber. – Eu vim ajudar, tem pedaços da historia que eu sei e você não – abri a boca pra protestar – e logo tudo irá se esclarecer.
Respirei fundo para me acalmar e bom, não deu certo pra variar.
— Vamos por partes – começou Dumbledore, ele continuava a alisar a barba – Harry tivemos a confirmação do que eu suspeitava, o ataque será durante as férias, acham que você estando no mundo trouxa estará mais vulnerável e acessível. – Que ataque? Hello tem uma Hermione aqui boiando na história – Já intensificamos todos os feitiços na casa do seu tio, mas você irá para a casa dos Weasley, já conversei com Molly e Arthur e eles estão de acordo.
— Tudo bem – Harry parecia muito calmo pro meu gosto, pelo visto perdi muita coisa enquanto tava na enfermaria. – Mas não achei que ele viria atrás de mim tão cedo.
Depois que Harry ficou conhecendo a profecia seu jeito mudou muito, como se tivesse aceitado os fatos e finalmente assumido a responsabilidade da bomba que estava em suas mãos.
A guerra que estava vindo afetava a todos e principalmente a nós.
— Eles estão se movendo mais rápido do que prevíamos – o diretor deu sinal de cansaço enquanto falava, pobre Dumbledore, a idade o afetava finalmente - A ordem tenta ao máximo obter informações sem levantar suspeitas, mas as coisas estão ficando difíceis, até mesmo o ministro está dificultando as coisas, a vaidade e o medo os cega em muitas ocasiões.
Ele sorriu e se ajeitou melhor na cadeira antes de se virar pra mim.
— Acho que tem algo a nos contar senhorita? – Ele estava entusiasmado novamente.
Ele mudava de humor fácil né?
Eu não tinha algo para contar,mas sim muitas coisas. Não sabia nem por onde começar, se pela visão da rua ou do quarto redondo e da garota, se era melhor começa pela enfermaria que ele também estava lá.
— Mione, do começo – Ron me tirava do moinho de pensamentos – e respire.
— Tá – soltei o ar dos pulmões, respirei bem fundo novamente e comecei – Sai da prova do Hagrid com a mão machucada e fui pra enfermaria, procurei Madame Pomfrey em todo canto la e não a encontrei, a sua sala estava com a porta entre aberta então entrei achando que ela poderia estar ali, ma não ...
Contei tudo que aconteceu, desde o susto que levei com o moço do quadro até acordar hoje de manhã, sua expressão não se alterou muitas vezes, apenas três vezes: quando falei do cheiro, da enfermaria com ele dizendo que havíamos feito progressos e do quarto redondo. Durante o resto da história ele ficou apenas escutando e alisando a barba, enquanto que os dois ao meu lado, puff, perdi as contas de quantas vezes mudaram de expressão. Tudo passava por aqueles rostos, Ron era o que fazia as caretas mais engraçadas.
— E bom é isso, acordei hoje e fui fazer as ultimas provas. – A história não parecia tão grande quando a passava mentalmente no caminho da ala hospitalar até a diretoria – Apesar que ainda tem a da McGonagall que não sabemos quando vai ser.
— Obrigado Hermione, você nos deu as ultimas peças do quebra cabeça – Ele se levantou e começou a andar pela sala – Porém você trouxe mais peças do que eu achava que precisava, mostrando como o quebra cabeça é maior do que eu supus.
“ O cheiro que você sentiu era a poção que Papoula está trabalhando, para cada pessoa ela tem um cheiro diferente, algo que esteja em sua memória, algo que a marcou. Mas não sabe-se a que se liga esse cheiro para ficar marcado, e diga- se de passagem você a terminou. Sim, sim você acrescentou o ingrediente que faltava. Como? O susto que Victor lhe deu”.
Como eu poderia ter colocado algo na poção, eu mal a toquei.
— Eu explico – Então esse era seu nome: Victor – quando você entrou na enfermaria e foi direto ao caldeirão eu apenas observei o que iria fazer, porem quando você tirou aquele pano imundo e pude ver a deformidade que estava sua mão, não agüentei e falei. – Me lembrava muito bem disto, dei um pulo em busca da minha varinha, sujando tudo a volta. – Você se assustou e foi pegar a varinha, sua mão sangrava muito e com o movimento o sangue pingou em tudo quanto é lado e inclusive dentro da concha que estava a poção e... o resto você pode imaginar.
Então o ultimo ingrediente era sangue? Que poção era essa? Abri a boca para pergunta, mas nem precisou, Dumbledore voltara a falar.
— Um pequeno detalhe que Victor observou e nos ajudou em muito. Vejo que todos querem saber do que se trata a poção – ele parou sorrindo pra gente, parecíamos os cachorrinhos de enfeite balançando a cabeça – Acredito que todos conhecem a poção Veritasserum – balançamos novamente a cabeça em sinal de acordo – O mecanismo desta poção é deixar a pessoa em um estado de quase- transe,ela perde total controle de sua mente e acata os comando vindo de fora, por isso sempre fala o que esconde. De certa forma o cérebro trabalha muito mais que o normal e na maioria dos casos a poção faz funcionar uma região que até então não utilizamos, ela dobra as atividades cerebrais, por isso em grandes doses pode ser fatais.
“ Papoula e a professora Sprout vem trabalhando em uma poção parecida com a Veritasserum, são raros os momentos em que se precisa dela, como agora. A garota que se encontra na enfermaria é da turma avançada, no sétimo ano você pode escolher se que participar ou não, durante um experimento com uma planta que colherão na floresta a jovem foi acertada por um veneno vicioso, atingiu seus olhos e foi logo para o cérebro. Até agora ela não responde a nada do que damos a ela, nem mesmo os curandeiros conseguiram fazer algo, acharam melhor não locomove-la, estamos apostando na poção para dobrar as atividades cerebrais dela e fazer com que recobre a consciências, assim poderemos tratar o resto.”
Turma avançada, nunca ouvi fala, uma associação secreta dentro de Hogwarts. Nem mesmo em “Hogwarts uma historia” fala algo a respeito disso, apesar de que aquele livro precisa ser atualizado, muita coisa que tem no castelo não tem no livro.
—Alvo a garota acordou – eu nem percebi que ele tinha saído do quadro, que em comparação com o outro era miniatura esse. – Papoula adicionou o sangue da garota e também a flor que estudava e teve ótimos resultados, a garota disse que se sente bem e morre de fome.
— Que boa noticia meu caro – realmente boa, minha mão machucada teve sua serventia – Ótima serventia Hermione e se me permite dizer : em um momento mais que oportuno – A não, olhe ele lendo mentes de novo. – Porém no seu caso, só de entrar em contato com o cheiro da poção foi suficiente para desencadear suas viagens e mexer com sua memória, por que da primeira vez que aconteceu você não conseguiu se lembra do que viu, entretanto desta vez esta nítido em sua mente.
“A sua primeira visão que ocorreu quando entrou na enfermaria foi a do combate com os comensais, não sabemos o porquê do cheiro da grama molhada ficar gravada em sua mente, porém este é um fator mínimo em questão. Sabemos que você terá um duelo com aqueles senhores, no entanto não sabemos quando e onde. Temos que prepará-la e come..”
— O senhor só pode estar brincando – todos nós olhamos espantados para Harry, ele estava de pé e furioso – não pode mandar Hermione para aqueles... – ele não terminou a frase, ficou bufando – Eles vão matá-la, é a mesma coisa que a entregar numa bandeja de prata e ainda agradecer.
— Também não é assim Harry – estava de pé também, o sangue me subiu na cabeça, o que ele achava que eu era – eu sei me cuidar, sempre sai viva das nossas aventuras e você deveria ter um pouco mais de fé em mim, eu vou treinar mais e ficar .. – o que estava acontecendo, ele estava se afastando de mim com medo enquanto eu falava – o que foi?
— Você está transparente de novo. – Levantei de novo os braços e nada.
— Pelo visto a poção ainda está fazendo efeito - o diretor me analisava enquanto falava – Harry, Hermione tem razão, ela receberá treinamento intensificado e infelizmente não podemos fazer nada para mudar o que lhe vai acontecer, apenas prepará-la. Hermione como falta apenas uma semana e meia para as férias, seu treinamento começa quando retornar.
“Vamos para a segunda visão, a ala hospitalar, essa visão me intriga e junto com Victor cheguei a seguinte conclusão: esta visão é do passado, uma cena em que eu vivenciei de uma amiga. Sim, não era você que estava lá mas sim Vivien.”
O ar nos meus pulmões sumiram, eu não sabia mais como respirar. O que ele acabara de dizer me deixou atordoada. O único que tinha ligação mental até então conhecido era o Harry e não eu. Como poderia estar na mente de uma bruxa tão poderosa, o que estava acontecendo?
— Como eu ia dizendo – ele voltara a andar pela sala, parecia tão distante, em outro tempo – Era ela que estava lá e não a senhorita, mas você ontem viu tudo acontecer pelos olhos dela, como eu não sei. O que viu acontecer foi uma das seções que fazíamos para ajudar Vivien, ela tentava desenvolver uma proteção ou um modo de parar, todos os dias era uma batalha, não sabíamos bem o que fazer e isso era horrível, não saber por onde ir.
“Bem vindo a meu mundo professor” – esse pensamento me fez rir internamente.
—Naquele dia ela conseguiu para o feitiço que a atacava no futuro, ela teve controle do seu “eu” da visão, foi uma vitória imensa. No meio da alegria que estava sentido naquele momento não dei atenção ao fato de Vitor estar gritando e falando coisas sem sentido e além do mais Vivien estava tendo outra viagem, ela me contou a mesma coisa que a senhorita a respeito da sala redonda.
“Nas duas ocasiões Hermione, você apenas via o que ela já tinha visto a muito tempo atrás. Só que para você houve um pequeno espaço de tempo que em que você voltou ao seu corpo e neste pequeno espaço acertou o quadro de Vitor, sua varinha novamente tentava a proteger, porém como os quadro tem proteção mágica, o que aconteceu foi uma ligação, você levou o Victor para o passado junto a você..
— Me matando de susto – ele interrompeu o diretor enquanto gesticulava para mim – Não tem idéia do que passei, do nada você estava suspensa no ar, apontando a varinha pra mim e aquela luz na minha direção, depois veio perguntando por que tinha tanta gente no meu quadro quando não tinha ninguém e de repente, tava lotado de pessoas. – Ele tava nervoso, falava tudo ao mesmo tempo, sem tempo para respirar. – Não via mais você e sim a Lena, Dumbledore que não estava ali apareceu .. e tanta confusão. Quando pisquei de novo, você tinha voltado e...
Ele finalmente havia parado para respirar. Pelo visto eu quase o matei do coração, mais uma vitima das minhas viagens.
Minha vida tava virando de ponta cabeça, será que era assim que Harry se sentia? Um mundo todo a desvendar, mas ao mesmo tempo um perigo mortal apara os que se aproximavam demais. Que aperto no coração ao pensar na solidão que isso significava.
— Você de algum modo está vendo o que já foi visto e vivido por ela – Dumbledore parecia de volta, estava sentado na quina da mesa, ao lado de Ron, que tinha as orelhas da cor do cabelo – Um fato intrigante, por que a mesma visão novamente, o que tem essa menina para precisar de ajuda? Quem será ela? São tantas novas perguntas, como vê nosso quebra-cabeça é maior do que imaginávamos.
“ Vamos continuar trabalhando nisso, tentar encontrar as soluções. Não desanime, você tem uma vantagem que ela não tinha.”
— Como assim? – Como poderia ter algo que ela depois de tantos e tantos anos de aprendizagem e sabedoria não teria, parecia piada. – Como posso ter algo que ela não tenha?
— Como faz isso, não sabemos – novamente ele estava como sorriso divertido nos lábios – mas você tem uma espécie de proteção, acredito que sua mente também será sua arma, assim como a varinha.
“Veja que desta vez não aconteceu nada com seu braço - ele olhava minha mão direita enquanto dizia, e eu nem sequer tinha pensado nisso, desta vez eu não estava na carne viva como da outra – Eu acredito que sua mente tenha criado uma auto-proteção, assim que seu espírito viaja, ela cria uma barreira em torno do seu corpo que nem mesmo um dos meus piores feitiços pode quebrar. Deixe-me explicar do começo.
“ Vivien tentava achar um modo de seu corpo não sofrer lesões durante as viagens, mas nunca achou nada que pudesse ajudar, ela tentava me explicar como tinha conseguido controlar as viagens, para não acontecer em momentos importunos, porém nunca consegui acompanhar sua linha de raciocínio, era algo muito complexo para mim. Minerva fazia as seções com ela, as duas tinha desenvolvido um feitiço que não deixava ela sofrer as lesões do futuro, uma espécie de armadura. Percebe como está um paço a frente? Você já tem uma proteção natural.”
Eu não podia acreditar, estava me sentido uma caixinha de surpresas, quanto mais se mexia, mais se encontrava. Agora eu tinha minha própria armadura e estava pronta pra guerra. Umm quem dera.
— Não vejo muita diferença – Olhei pro ruivo que falava, pelo visto os pensamentos dele saíram mais alto que o imprevisto – Quero dizer, Mione tem a proteção e a outra sabia como controlar, elas meio que estão no mesmo nível.
— Ron tem razão – agora era eu que pensava alto – por mais que eu tenha essa proteção, que não sei como controlar ou como realmente funciona, eu não sei controlar igual ela fazia, para acontecer só durante as seções.
— Não se apavore Hermione – como ele poderia ser tão confiante diante de tamanha tragédia? Sim, eu sou dramática- Estive pensando a respeito disso, e como aconteceu, nem sempre alguém estará com você, por isso você começará a ter aulas de Oclumência, só que será um pouco diferente da normal. Peço também que não ande por muito tempo sozinha.
“ Mas não desanime, a sua proteção resistiu a chama dourada, aquela ave que lancei sobre você é quase tão mortal quanto Avada Kedavra, ela a envolve fazendo com que seus sentido sejam dizimados a nada, a luta é apenas na sua mente, ela que tem que suportar a força da magia. O encantamento começa quando a ave abre os olhos, os imãs como eu os chamo. A ave some um pouco antes de matar a pessoa, se não for socorrida a tempo, os prejuízos são enormes, houve pouquíssimos sobreviventes desse feitiço, com a senhorita um total de dez.”
Alguém me ensina a respirar de novo?!! Meu sangue sumiu das veias, me sentia fria. Como ele pode falar na mais tranqüila paz que atacou uma aluna com uma arma mortal que apenas nove pessoa sobreviveu. Como teve coragem de colocar em risco a minha vida, quem ela pensa que é pra fazer algo assim comigo?
— Co-co-como pode fazer isso? – as palavras mal saiam da minha boca – O senhor poderia ter me ... – nem conseguia falar, o pavor que tomou conta de mim me paralisava.
Nem mesmo o redemoinho de pensamentos funcionava agora. Tudo se resumia: eu quase morri, em pensar que eu queria tanto abraçar a ave. Isso me fez tremer ainda mais.
“Eu iria abraçar a morte” – pensamento esse que não me abandonou por dias.
— Peço desculpas – Não vi nenhum arrependimento nele – Mas algo me dizia que seu escudo era mais forte que meu feitiço, e estive certo. Você provou ser mais forte do que muitos bruxos que conheço, o que fez na sala foi incrível, ver a ave envolvê-la e depois ver que nada aconteceu foi fascinante.
“ Você desmaiou porque estava sangrando desde mais cedo, seu corpo estava fraco, porém sua mente estava bem. Confesso que deu trabalho parar o veneno que estava na sua mãe, Papoula trabalhou nele por horas, nunca o viu antes, por isso se ainda estiver doendo vá procurá-la depois, para ela poder terminar a medicação.”
Mais uma vez: cobaia de laboratório.
Quando agente pensa que não pode piorar, ai que afunda de vez. Como posso viver deste jeito? Que esse dia ruim acabe logo Merlin.
— Quero que me mantenha informado sobre tudo que venha lhe acontecer – ele estava voltando pra sua cadeira, sinal que a conversa estava terminada – e também peça ao senhor Longbottom que venha falar comigo, quero conversar com ele a respeito dessa poção, tenho que ver com Severo também, a senhorita continua a ficar invisível.
“ Agora está invisível por mais tempo que alguns instantes traz. Talvez ele saiba o motivo. E espero que use isso para coisas boas senhorita, até que possamos achar uma explicação e uma solução. “
Pronto, era só o que faltava, ficar invisível e não saber controlar. Tá faltando acontecer mais alguma coisa hoje?
—Aproveite bem as férias, pois quando voltar pegaremos pesada com a senhorita. – Essa era nossa dispensa.
Saímos da sala, cada qual perdido em seu próprios pensamentos. Quanta informação pra digerir, tantos acontecimentos e um após o outro.
Me sentia numa avalanche, onde tinha uma bola de neve que ia esmagando tudo pela frente sem perceber. Era assim que me sentia, esmagada pelos últimos acontecimentos, como podia?
Minha vida estava tão bem.
— Harry de que ataque Dumbledore estava falando?
— Ataque? – ele também estava se sentido esmagado pela minha bola de neve, nós três estávamos – Assim, o da casa dos meus tios, ontem ele me explicou como vai ser a defesa e como meu tio se recusa a cooperar, vão fazer alguma coisa com os vizinhos pra dar certo o plano, está tudo sobre controle.
Depois de dizer isso voltou pro seus próprios pensamentos.
Continuamos andando mudos até o quadro da Mulher Gorda, os meninos entraram e eu dei a desculpa que iria na ala hospitalar por que estava com a mão doendo, Ron me olhou de um modo estranho, parecia que iria dizer algo, mas acabou por não dizer nada e entrou na torre.
Precisava ficar sozinha, queria ocupar minha mente com outras coisas sem ser esses problemas que surgiram, e meu melhor remédio neste momento era biblioteca. Iria procurar algum livro pra ler e ver se achava alguma coisa que poderia ajudar, afinal eu iria ter aulas de Oclumencia, e não sabia quase nada a respeito.
Próximo destino: biblioteca do armário.
Enquanto me encaminhava para as masmorras, encontrei Gina parada no meio do corredor olhando a Luna sair dando pulinhos no ar rumo ao salão principal.
— O que deu nela? – Gina ainda olhando a loira mais frente , apenas levantou os ombros e suspirou antes de responder.
— Não sei bem ao certo – ele se virou pra mim e sorriu – Parece que o menino que ela gosta disse que vão poder ficarem juntos.
— Romance no ar – não era a toa que Luna estava tão feliz – Quem é o cara?
— Eu não sei, ela não quis me contar – em pensar que até mesmo Luna estava melhor que eu, me deixa pior ainda – Só me falou que apesar das diferenças eles se gostam muito – Gina ria enquanto falava- Não dá pra levar a Luna muito a sério, você a conhece e ainda mais agora que está apaixonada.
— É você tem razão, ela continua sendo a Di-Lua.
Caímos na risada, era bom rir com a Gina, tudo pra ela era muito fácil e simples. Ela me fazia acreditar que as coisas não são complicadas e sim nos que as complicamos.
— Eai, vamos jantar?
— Nossa, nem reparei que estava tão tarde. – Olhei no meu relógio, e Gina tinha razão, faltava dez minutos para o jantar – Vai na frente, eu preciso pegar uns livros.
—KKK.. pelo visto temos mais uma Di-Lua – Ela pegou seu rumo, quando estava virando o corredor gritou e acenou com a mão – Te vejo no jantar.
Corri para a salinha das masmorras, encontrei alguns sonserinos pelo caminho, todos indo jantar. Ainda bem que não topei com o Malfoy, não estava com humor para aturá-lo, só de pensar que ainda tenho detenção com aquela doninha perdia a fome,mas eu precisava me alimentar bem, repor o sangue perdido ontem, então : chega de falar do filhote de comensal.
Quando cheguei na sala encontrei Nevil debruçado em cima de uns livros.
— Também veio utilizar o armário? – ele nem sequer levantou a cabeça do pergaminho na qual estava escrevendo enquanto falava comigo.
— Vim sim, queria alguns feitiços – não podia falar a verdade: quero alguma coisa sobre oclumência, preciso fechar minha mente para não viajar para o futuro.
Ele ia achar que eu tinha pirado, apesar de que não estou muito longe disso.
— Vejo que não sou o único que não terminou o trabalho de feitiços – agora ele olhava pra mim sorrindo abertamente. – Olha , este livro ... – Levantou um livro de capa verde com grandes letras pretas: Fazer por fazer. – ... é ótimo, tem tudo do trabalho e mais um pouco, vê se não acha mais algum para você.. te espero aqui, caso não achar fica com esse, já estou terminando mesmo.
Ele voltou sua atenção para o trabalho, meu trabalho já está pronto, só falta entregar, mas não precisava dizer isso a ele. Entrei no armário e fui para a seção de feitiços, tinha que achar alguma coisa sobre oclumência, pra minha sorte os livros estavam organizados em ordem alfabética e não por autor, se fosse por autor estaria fu*.. não conheço nenhum autor de livros deste assunto. Enquanto ia para o final da prateleira, pra minha surpresa, encontrei uma trilha de objetos, tinha algumas penas, uns pergaminhos amassados e outros enrolados, mais a frente um cachecol.
— Nevil, desastrado como sempre. – os pensamentos saíram mais alto do esperava, produzindo eco na sala.
A trilha acabou no cachecol e não mostrava mais para onde o dono foi , o cachecol era preto, o que não ajudava em nada, os pergaminhos amassados eram todos com o mesmo assunto: quadribol.
Todos tinha táticas ou jogadas desenhadas, algumas anotações nos cantos, isso mostrava que não poderia ser do Nevil, procurei por nomes nos pergaminhos, mas nenhum para me ajudar. Definitivamente isso já elimina o Nevil da lista de possíveis donos,se não são do Nevil e nem meus, sinal que não somos os únicos que conhecem esse lugar. Um dos pergaminhos enrolados que encontrei era o trabalho de feitiços, BINGO.
Isso já ajuda e muito, sinal de que só pode ser alguém da minha série, diminuindo um pouco as possibilidades se contando o total de alunos no castelo todo e juntando o fato que deve ser jogador de quadribol, o que reduz ainda mais os candidatos. Quém será?
Analisei o trabalho pra ver se reconhecia letra, mas nada. A letra era bonita, mas não muito caprichada, o que me levava a lugar nenhum. Procurei no cachecol alguma etiqueta ou nome e nada também, mas ele continha um cheiro gostoso, o que me deixou ainda mais inquieta.
Juntei tudo e voltei para o começo das prateleiras, achei mais algumas copias do livro que o Nevil me mostrou, peguei um e coloquei na minha mochila e o outro no chão junto as coisas que encontrei junto com um pequeno bilhete:
“Caro desconhecido.
Acho que sua mochila estáfurada, achei algumas coisas suas, se perdeu algo mais não foi por aqui.
Sobre o seu trabalho de feitiços tenho que avisar que as respostas das questões três e quinze estão erradas, neste livro você encontrará o que precisa para corrigi-las e terminar o trabalho.
Espero ter ajudado.
... “
Deixei tudo junto no meio corredor, ele provavelmente voltaria para pegar, afinal tinha que entregar o trabalho amanhã.
Achei alguns livros sobre oclumência e logo voltei para a salinha, meu estomago roncava de fome.
— Prontinho – Nevil estava arrumando suas coisas quando cheguei. – Vamos jantar?
— Não vejo a hora – ele terminou de pegar suas coisas e saímos de lá – Achou o livro?
Afirmei com a cabeça e seguimos para o salão principal, que pra variar estava barulhento. Sentamos junto com o pessoal de sempre, Ron novamente estava sentado entre Harry e Dino, antes ele me esperava pra jantar ou almoçar, as coisas estavam tão diferente ultimamente.
O resto da noite foi normal, demos muitas gargalhadas durante o jantar, depois foi todo mundo para suas casas e eu fui fazer a ronda. Aqui da janela da torre do relógio tudo parece tão calmo, que chega a assustar, assim como o mar, que quando agente menos espera vem às tempestades. Porém a lua está tão bonita, que me faz esquecer que o mar tem tempestades...
A garota que cabelos cheios sentada em uma das janelas do quarto andar olhava sonhadoramente a grande lua lá fora, mal sabendo que alguns andares abaixo, no saguão de entrada alguém também sonhava sob a mesma lua.
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