Reações



— Genial!! – Exclamou Ron.
— Terrível – Disse Harry caindo sentado no sofá.

Eles não tiveram a reação que achei que teriam, foi muito diferente para falar a verdade. Ron estava com o sorriso mais bobo que já vi na vida e seus olhos brilhavam enquanto olhava pra mim e Harry ao contrário de Ron caiu sentado no sofá com uma expressão que passava do terror para decepção e depois para tristeza, ele abria a boca e fechava sem dizer nada.

Eu não esperava isso, eu espera assombro vindo de Ron, ele sempre tive medo dessas coisas, nas aulas de Adivinhação ou ele dormia em cima da mesa ou ficava tremendo de medo das previsões da Professora e sempre temendo que ela abrisse a boca para dizer algo a seu respeito, ele já tinha medo do que ela dizia dos outros, imagina se disse algo a seu respeito.

E Harry, achei que iria dar pulinhos e tentar me convencer a ver algo de seu futuro, que teríamos uma nova arma contra Voldemort, não esperava que ele se afundasse no sofá como se estivesse recebendo a noticia que tinha sido expulso de Hogwarts, pois era assim que ele estava. A decepção e a tristeza estavam estampadas em seu rosto, eu sabia que ele não levava muito a sério essas coisas, assim como eu. Mas não precisava reagir dessa maneira. Mas talvez fosse a morte de Sirius, estava muito recente ainda, e Harry era o que mais sofria com ela.

— Ei Harry se anima cara – Rony ainda estava com aquela expressão de bobão no rosto – Hermione agora pode fazer essa coisa incrível de viajar pelo tempo, ela é especial que nem você...

— Esse é o problema Ron – Ele escondia o rosto entre as mãos, este ato estava me dando agonia – Eu não sou especial, isso ...

— Tem razão, você não é especial – Harry levantou a cabeça quando Rony disse isso – Mas você pode fazer coisas que ninguém pode e ...

— Ver e sentir o que Voldemort sente, grande coisa – ele se afundou ainda mais no sofá, eu não sabia o que fazer, não era isso que eu queria que acontecesse – Preferia não conseguir esta “ proeza, sabe muito bem que eu gostaria de ser normal.

—Sim nós sabemos, mas você não é – agora ele se virava pra mim todo entusiasmado – E agora sabemos que Hermione também não é, será que vou descobrir algo sobre mim também?

— Torço para que não – Harry fechava os olhos e encostava a cabeça no sofá, como se assim conseguisse digerir melhor a notícia – Você não tem idéia de como isso é ruim Ron, pode até parecer ser algo bom, mas entenda de uma vez por todas: NÃO É NADA BOM!!!

Eles estavam com indícios que iriam discutir, eu tinha que fazer alguma coisa, mas o que???!!
Merlin por favor ajudai uma pobre e desamparada bruxa de 15 anos, namorada de um ruivo que se encontrava prestes a brigar com o seu melhor amigo a uma semana da tão esperada férias.

Me da uma luz!

— O que não é bom é ser normal – Ron se levantou do sofá num pulo e já não tinha mais aquela expressão em seu rosto – Não ter nada de diferente, ser um garoto normal cheio de sardas e que tem uma família cheia de sardentos quase todos com a mesma cara, UM BANDO DE CLONES...

— PELO MENOS VOCÊ TEM FAMILIA – Harry estava em pé junto com Ron que havia ficado branco com o que ele havia dito – E dái que tem um monte de irmãos e que sejam um pouco parecidos, eles te ama, toda a sua família te ama e isso é a coisa mais especial que alguém pode ter e querer.

Eu olhava de um para o outro, não foi uma boa maneira de se começar o dia, alguns alunos que estavam por perto pararam para escutar e apontavam pra nós.

Eu podia ver que a raiva estampada nos olhos de Harry, ele estava certo, não há nada mais especial que nossa família, pessoas que nos ama e sempre estarão conosco, Rony como tem uma família grande nunca percebeu isso pelo visto, afinal ele era o sexto do Weasley, o carente da família, achava que sempre era o que menos recebia atenção e sempre o esqueciam. O que era mentira, a Sra. Weasley sempre deu atenção igualmente a todos, sempre que estava na Toca me sentia muito bem, era como estar em família, uma grande família.

— Rony você já tem algo especial – Me aproximei de Rony e coloquei a mão sobre o seu peito – Você tem um enorme coração de ouro e isso é muito mais do que eu ou Harry podemos ter.

— Hermione tem razão Ron – Harry parecia se acalmar – Você é o único que possui um coração tão grande e bondoso, você é uma das melhores pessoas que conheci cara.

Rony voltava ao normal e ficava cada vez mais vermelho com o que dissemos, mas estava animado novamente.
Gina havia descido do dormitório e chegava até nós na sala com um sorriso muito divertido no rosto.

— O Roniquinho tem o maior coração existente – Ela se aproximava e o abraçou pela cintura – Mesmo com essa anomalia, eu te amo muito Ron.

Ele havia ficado mais vermelho ainda, se era possível. Só que eu não sabia se era por Gina tê-lo chamado de Roniquinho no meio do salão comunal ou por estar demonstrando tanto afeto assim.

Eu e Harry sorriamos com a cena e a vergonha de Rony, era muito engraçado vê-lo ficar da cor de seu cabelo ou até mais vermelho.

— Bom dia Mi – Ela se soltara de Ron e tirava um bilhete do bolso e entregava a Ron – Harry. Eu recebi na hora que estava descendo as escadas, tem idéia do que pode ser?

— Não – Rony fazia careta enquanto dobrava o pergaminho e o guardava no bolso – O que ela quer tão cedo?Eu não fiz nada.

— O que aconteceu? – Eu perguntei, já que nenhum dos dois parecia que se pronunciaria.

—McGonagall – Rony disse desanimadamente olhando pra mim – Ela quer conversar comigo e com a Gina o mais cedo possível e não disse nada mais no bilhete.

— Então é melhor ir logo, ela não gosta de esperar – Harry tinha razão, McGonagall era muito rigorosa com horários – Lembra no primeiro dia de aula.

— Nem me lembra disso.

— O que aconteceu no primeiro dia de aula de vocês? – Gina olhava para nos com as mãos na cintura, imitação perfeita da Sra. Weasley.

— No caminho eu te explico, vamos – Rony pegou a mochila que estava no chão, colocou no ombro, me deu um selinho e se encaminhou para o quadro para sair – Vejo vocês na aula.

E se foi, com Gina nos seus calcanhares curiosa pra saber o que havia acontecido no primeiro dia de aula. O dia em que Harry e Ron chegaram atrasados para a primeira aula, e justo a da McGonagall, que deu uma pequena bronca neles e ameaçou transfigurar um deles em um relógio.

Era legal lembrar de coisas assim, coisas simples perto dos problemas que temos hoje em dia. Naquele tempo nosso problema era os horários e não comensais da morte nos perseguindo e o MAL em carne e osso vindo atrás de Harry.

Pobre Harry, o irmão que eu nunca tive. Gostaria de poder fazer mais para ajudá-lo a enfrentar os problemas e ainda mais agora que Sirius havia partido, estava sendo doloroso para ele aceitar que sua única família existente havia morrido, porque os tios dele não contavam como família, mas não conseguia ver o que eu poderia fazer para ajudá-lo. Nessas horas me sinto uma inútil.

—Olha Harry não precisa ficar assim, não é tão ruim.

— Não precisa mentir pra mim Mione – Não tinha como mentir pra Harry, ele me conhecia muito bem – Eu sei como coisas assim se tornam um fardo em nossas vidas.

— Vamos olhar pelo lado bom Harry – E tem lado bom nisso?

— Nos dois sabemos que não tem lado bom, minha ligação com Voldemort não tem nada de bom.

— Você pode ajudar o Sr. Weasley, se não fosse por você, só Merlin sabe o que poderia ter acontecido.

— Mas nem sempre vou ver coisas para ajudar as pessoas – Ele passava a mão pelo cabelo, um gesto que eu já estava acostumada – E o seu “dom”, eu acho perigoso isso, e se uma viagem acontecer quando você estiver ocupada, não é garantido que ocorram só quando estiver dormindo é?

— Não havia pensado nisso – E era verdade, agora eu estava novamente com receio daquilo tudo – Mas Dumbledore vai me ajudar a descobri coisas novas sobre isso e eu peço sua ajuda pra me vigiar, aceita?

— Mais do que aceito – E parecia mais tranqüilo com a menção do nome de Dumbledore – Eu vou sempre cuidar de você.

— Que bom, me sinto mais tranqüila agora – E realmente estava – Vamos desce e pega o resto do café?

— Se ainda tiver café né?

E assim saímos para o salão principal, fomos conversando bobeiras até lá, não encontramos Ron quando chegamos, seja o que for que McGonagall queria era sério, estava demorando demais. Passamos o café todo conversando com Nevil e Dino, Dino também não acertara a poção, pelo visto muitos não haviam conseguido fazer. Harry estava com a sua quase pronta e perfeita pelo que ele falou.

Também se ele errasse a poção, eu mesma dava uma bronca nele. Nós havíamos a preparado no segundo ano, ele já tinha noção de como fazer. E Ron, como será que estava a poção dele?

Nos últimos tempos não passamos tanto tempo juntos, nossos horários nunca batem e quando batem são encontros curtos. Eu estou preocupada com nosso namoro, ele esta esfriando e é algo que eu realmente não quero que aconteça.

Eu amo muito aquele ruivo, desde o primeiro ano quando ele implicava comigo e agente se desentendia bastante. Como éramos bobos naquele tempo.

— Do que está rindo Hermione? – Desviei minha atenção do meu sereal e vi Dino olhando para mim – Não me vai dizer que sua poção também não deu certo?

— Não, não é isso Dino, eu estava me lembrando de umas coisas, apenas isso.

— Hum.. Falta apenas dois dias e eu já me conformei com o zero que vou tirar em poções. – Dino não me pareceu nem um pouco desanimado ao dizer aquilo, pelo contrário, estava normal – E logo depois vêm o resto das provas finais, Merlin nos ajude em poções!

—A minha Hermione está me ajudando a arrumar – Nevil olhava pra mim alegremente quando disse isso, como é bom ajudar as pessoas, até agente se sente melhor – E Ron, como está a poção dele?

— Está quase pronta, nós fizemos juntos – Eu não sabia disso, Harry e Ron fazendo a poção juntos, o que houve com nossa comunicação? – Apesar que acho que nos exageramos um pouco, houve um acidente quando estava no meio da poção e sem querer Ron descobriu que colocando tudo em dobro ela voltava ao normal, do jeito que deveria estar. – Eu não acredito que eles quase erraram a poção!- Então Dino se você quiser, nós te damos um pouco da nossa poção, mas não é pra contar pra ninguém.

— Jura cara? – Dino estava eufórico, qualquer um podia ver o brilho em seus olhos. – Quero sim e prometo não contar – Ele levantou as mãos para cima, num gesto muito engraçado da parte dele – Obrigado Merlin, você foi bem rápido dessa vez, e brigadão Harry.

— Vamos indo gente – Nevil já estava de pé e com a mochila no ombro – É aula do Snape.

Ele não precisou falar duas vezes e todo mundo já estava de pé com mochilas nas costas e rumando pras masmorras. Há como eu odiava aquele trajeto, apesar que não era o trajeto que era odioso e sim o que se encontrava no final.

Aquele morcego com o cabelo lambido, arg me da raiva só de lembrar da sua carranca, pois é o que ele tem, uma carranca e não um rosto. Como ele consegue se olhar no espelho todos os dias? Talvez tenha se acostumado a ver aquela cara de quem tem carniça debaixo do nariz todos os dias.

Eu estava me sentindo muito melhor insultando Snape, como me sentiria falando isso na cara dele? Bom acho que isso nunca saberei, afinal ele é professor.

Quando estava entrando na sala esbarrei em alguém e nem precisei me virar pra ver quem era.

— Sai da frente Granger – Aquele tom de desprezo só podia ser de uma pessoa:

— Malfoy – Me virei encarando-o – Não tenho culpa se você não olha por onde anda.

E entrei na sala sem esperar pela resposta que tenho certeza que estava na ponta da língua do loiro seboso, aquele ser desprezível e nojento, engraçado, a bajulação com o Snape é tanta que ele também usa o cabelo lambido igual ao do querido professor e diretor de sua casa.

Eca pros dois.

Esquecendo aquela doninha que me tira do sério, eu não encontrei Ron quando entramos na sala. Eu e Harry passamos a aula toda fazendo teorias sobre o que McGonagall poderia querer com Ron para estar demorando tanto.

A aula dupla transcorreu como sempre, Snape adulando a Sonserina e tirando pontos da Grifinória, achando defeito em todas as poções e se mostrando como sempre sendo o superior.

Estávamos aprendendo a fazer uma poção para quem estivesse, na minha língua, de ressaca. Na língua do Snape: Estava “indisposto” após uma festa.

Era bem simples prepará-la, a única coisa ruim era que tinha que ser cozinhada em fogo altíssimo, o que transformou a quente masmorra em uma sauna. Mesmo que meus cabelos estivessem presos no habitual coque, já havia vários fios soltos e minha blusa estava colada nas costas, mas tirando isso até que foi legal fazer aquela poção e por sinal tinha um nome um tanto estranho: Endrovin. Quem a criou não tinha um nominho melhor não?

Mas o cheiro que ela tinha depois de pronta era muito bom, deu vontade de beber a poção e pelo que vi na sala, eu não fui a única a ter essa vontade. Muitas cabeças estavam próximas de seu caldeirão e cheiravam a poção com gosto.

— É meu dever informar – começou o morcego na sua voz melosa – que esta poção não deve ser ingerida por uma pessoa em seu estado normal, pois pode causar uma intoxicação estomacal, portanto que estiver pensando em fazer isso, – ele sorriu maliciosamente e se virou olhando para Harry – a não ser que queira passar as férias na enfermaria, tirem essas cabeças de dentro de seu caldeirão. AGORA!

Muitos alunos olhavam para Snape e depois para o caldeirão a sua frente, era como se não acreditassem no que ele dizia, como algo que cheira tão bem pode fazer mal?

Mas infelizmente o morcego estava certo, aquela poção podia servir como veneno em uma pessoa sadia e ainda mais se usada em altas doses.

O sinal finalmente tocou e antes que saíssemos Snape disse algo que fez todos os alunos murmurarem em desgosto.

— Espero ver as poções prontas na quarta e não aceitarei desculpa alguma caso não trazê-las.

Quando saímos da sala encontramos Ron vindo ao nosso encontro e não estava com uma de suas melhores caras.

— Vamos sair daqui – Ele pegou minha mãe e começou a nos guiar rumo ao jardim – Não vai ter a prova da McGonagall, ela teve que sair urgente, então terá dois tempos livres.

Ele continuava de cara amarrada, eu e Harry nos olhamos e pude ver que ele pensava o mesmo que eu: é melhor ficar de boca fechada até ele se acalmar. Continuamos em um silêncio pesado enquanto nos dirigíamos aos jardins. Nem eu ou Harry ousou iniciar uma conversa ou perguntar a Rony o que havia acontecido.

Será que as coisas haviam ficado piores na Ordem? Eu sabia que depois que Sirius se fora eles não iriam usar a casa como sede, não era garantido que o feitiço que havia nela respeitasse Harry como sendo seu dono. E ainda mais ele não sendo da família Black.

Eu não sabia onde a Ordem estava se encontrando, talvez na Toca, mas era perigoso, ainda mais para o Sr. Weasley que trabalha no ministério. O Ministro ter descoberto a AD foi um coisa, mas ele chegar descobrir a Ordem é outra coisa totalmente diferente, porque tenho certeza que ele tem conhecimento da existência da Ordem, mas nunca pode colocar as mão em cima dela. Será que agora estava conseguindo, era esse o chamado de McGonagall?

Tantas perguntas e a única pessoa que continha as respostas não abria a boca, por acaso Rony estava achando que eu ou Harry líamos mentes?

— Ron nós não vamos adivinhar o que aconteceu – Harry tentou, mas Rony continuou andando – RONY!

—Tem muita gente por perto ainda – ele disse em um sussurro – Vamos pra um lugar mais calmo, ai eu conto tudo.

Ele continuou andando, apesar de nossas mãos estarem juntas eu podia sentir que ele estava longe, muito longe dali e sua mão só estava com a minha porque era eu que estava segurando a mão dele. O que quer que tenha acontecido não era nada bom, ele estava abalado e qualquer um podia notar, por onde passávamos as pessoas abria caminho pro Rony, elas simplesmente saião correndo da sua frente quando o viam indo em sua direção, teve até um garotinho do primeiro ano que estava na porta do castelo ao ver Rony indo na sua direção deu uns passos para trás e acabou tropeçando em sua vesti.

Larguei a mão de Rony e fui ajudar o garotinho, Rony continuou seu caminho como se nada tivesse acontecido.

— Você está bem? – Perguntei ao garotinho assustado que estava no chão – Não se machucou?

Ele me mostrou as mãozinhas que estavam um pouco sujas e uma delas estava sangrando, examinei a grama onde ele havia caído e achei uma garrafa quebrada ali, ele havia se cortado na garrafa.

Mirei a varinha para os cacos de vidro e disse tranquilamente ” Evanesco”

Me virei para o garotinho, ele era da Corvinal, tinha uma carinha de criança feliz e os cabelos muito escuros. Ele olhava curiosamente sua mão dentro da minha, mexia alguns dedos e ao fazer isso saia mais sangue.

— Me chamo Hermione – Agora que examinava melhor, o corte estava profundo – E você ?

— Prazer Monitora – Ela sorria abertamente pra mim, que garoto educado – Sou Enix Blanter, me desculpe, eu apertaria sua mão se a minha não estivesse sangrando.

Eu olhava aquela pequena criança a minha frente como admiração e espanto. Era tão educado assim como novo. Seus pais com certeza eram pessoas muitíssimas cultas.

— Não se preocupe com isso, sim – Ele acenou com a cabeça – Venha, vou levá-lo a enfermaria, Madame Pomfrey dará um jeito nisso rapidamente.

Eu não sei por que, mas fiz questão de segurar a mão do garoto até a enfermaria, talvez fosse a impressão que tive que se soltasse a mão dele ele iria começar futucar a mão machucada deixando-a em pior estado.

Ele me seguiu até a enfermaria me fazendo várias perguntas, me perguntou sobre como foi meu primeiro ano na escola, sobre como foi meu primeiro vôo na vassoura, coisas simples. Quando estávamos quase na porta da enfermaria alguém nos alcançou e também estava com a mão cortada, pelo visto hoje era dia.

—Bom dia – Disse Dumbledore andando junto conosco – Vejo que também cortou a mão Sr. Blanter.

— Bom dia Professor – Como será que ele cortou a mão? Me perguntei.

— Bom dia Diretor - Ele olhava a mão de Dumbledore sem disfarçar a curiosidade – O Senhor também cortou a mão, como foi? Doeu tanto quanto a minha?

Eu ri com a pergunta ingênua que ele havia feito. Tinha certeza que ele não queria saber como havia acontecido, queria apenas saber se doía igual a dele.

Como é bom conhecer pessoas com coração tão puro como o de Enix, uma criança tão feliz que transborda alegria e felicidade, me fez sentir melhor, muito melhor. A negatividade de Rony tinha me deixado mal.

— Ho sim – Dumbledore sorria enquanto entravamos na enfermaria – Me cortei com um de meus objetos e realmente está doendo até agora.

— Então o senhor não deveria ter isso em sua sala – Eu estava de queixo caído, o garoto estava repreendendo Dumbledore – É algo perigoso, o Senhor se machucou, por favor, não brinque mais com isso.

Eu não pude deixar de rir com o último pedaço, “brincar”, Dumbledore brincando, que alma ingênua esse garoto tem Merlin.

Mas o que me deixou curiosa foi com o que Dumbledore havia se cortado e porque ele mesmo não dava um jeito no corte? Isso me deixou muito intrigada.

— Você tem razão sabe – Dumbledore ria abertamente para Enix – Eu não deveria brincar com coisas perigosas assim.

— O que temos aqui? – Pomfrey perguntava energicamente olhando da mão de Enix que eu segurava para a de Dumbledore – Vamos começar com a sua diretor, a do menino está funda, vai dar mais trabalho.

Eu e Enix no sentamos em uma das camas e observamos Pomfrey trabalhar na mão de Dumbledore, mas minha mente já não estava mais lá e sim em Rony.

O Ruivo a essa hora já deveria estar mais calmo e ter contado tudo a Harry, o que quer que fosse a essa hora já não era mais mistério a Harry, mas eu ainda estava na enfermaria segurando uma pequenina mão ensangüentada de uma garoto encantador da Corvinal e por dentro morria de curiosidade pra saber o que havia acontecido com Rony.

Merlin me de paciência!

Madame Pomfrey veio até nós e eu nem havia percebido, só sai do meu devaneio quando ela perguntava pela segunda vez o que havia acontecido com Enix.

— Ele caiu em cima de caos de vidro, era uma garrafa quebrada.

— Entendo – ela examinava a mão de Enix, que dava alguns resmungos – Você ficará aqui um pouco mais querido.

Percebi que aquela era a minha dispensa, me despedi de Enix e sai da Enfermaria com Dumbledore ao meu lado.

— Como está se sentindo Senhorita? - Nossos passos eram lentos, lentos demais na minha opinião, ele queria conversar estava na cara – Teve mais alguma viagem?

— Não senhor, essas coisas acontecem assim tão rápido? – Eu estava espantada com a pergunta dele, ele realmente achou que eu já poderia ter tido outra viagem, assim em tão pouco tempo?

— Não sabemos isso infelizmente – ele fungou e começou a alisar a barba – Mas peço que me avise de qualquer coisa, sim?

— Aviso sim Professor.

— E mais uma vez mostrou que desempenha seu papel como monitora muito bem.

— Enix é um garoto encantador e tão educado para a pouca idade, nunca conheci alguém como ele.

— Sim, sim o Sr. Blanter é um rapaz admirável para seus dez anos – Como assim dez anos?, ele deveria ter onze para poder entrar em Hogwarts, ele havia parado na porta do castelo – Enix entrou mais cedo por que faz onze um pouco depois do meio do ano e vou lhe contar algo que achará interessante sobre ele – Sem querer minha sobrancelha se levantou e eu nem percebi – Toda a sua família sempre foi da casa Sonserina – dessa vez a outra sobrancelha se levantou – E apenas ele foi para outra casa, a mãe dele é uma ótima pessoa também apesar de ter ido para Sonserina, nunca se deu bem com os colegas de sua casa os amigos que fizera eram de outras casas, acredito que Enix a tenha puxado.

— Mas como um garoto tão bom veio de uma família de Sonserinos? – Perguntei incrédula.

— Como você disse Granger – Da onde ele apareceu eu não sei, mas a Doninha estava ali – “Sonserinos” – Ele terminou dando ênfase na ultima palavra.

— Talvez ele seja adoto – Eu não suportava aquele loiro aguado – Por que da Sonserina não sai nada que presta.

— Mais respeito com a minha casa sua san.. – Eu podia ver a sua veia do pescoço pulsando velozmente e a raiva em seus olhos.

— Vamos para com isso imediatamente – Dumbledore estava sério – O que pensam que estão fazendo? Um insultando o outro, onde acham que vão chegar assim?

Eu encarava Malfoy com a mesma raiva que ele me encarava, não estávamos nos importando com Dumbledore ali presente. Como eu pude ir tão longe por causa daquela doninha? Eu não conseguia me controlar, era uma reação automática.

—Sua cabeça de vassoura! – Ele ainda me encarava e ia chegando mais perto.

— Sua doninha sebosa! – Nós estávamos mais perto, e a raiva crescia dentro de mim a cada passo que nos aproximávamos.

— Chega! – Nos levamos um pequeno empurrão, e saímos do transe que nos encontrávamos e vimos um Dumbledore muito sério, se posso dizer: BRAVO.

— Me desculpe Professor – Eu nem sequer olhei para ele, preferi encarar o chão.- Isso não irá mais se repetir – Pelo menos não na sua frente.

— Foi mau diretor- A doninha falava displicentemente, não tava nem ai. Como ele pode agir assim com Dumbledore? Quem ele pensa que é?

HAAA, é isso, ele não pensa!

— Que vergonha, dois ótimos monitores com um comportamento tão infantil – Ele olhava de uma para o outro com um olhar severo, o que me deixou pior ainda – Os dois estarão em detenção amanhã e não adianta reclamar Sr. Malfoy – Ele emendou assim que viu a doninha abrir a boca – O Sr. vai cumprir detenção com a Senhorita Granger e ponto final.

Aquilo fez os meus gnomos despencarem no meu estomago, comecei o dia muito bem, primeiro saber do meu “dom”, depois Harry e Rony discutindo, aula do Snape, Rony carrancudo e agora isso.

O que eu fiz pra merecer isso? Por acaso queimei a barba de Merlin em outra vida?

Dumbledore se virou e começou a entrar no castelo sem nos falar mais nada.

— A que horas será a detenção? – Perguntou a doninha.

— Vocês vão saber – E continuou a andar com um sorrisinho nos lábios.

O que ele quis dizer com vocês vão saber? Ele tava ficando biruta de vez.

— Satisfeita Granger? – Ele me olhava com pura raiva no rosto.

— Vai te catar Malfoy!

Me virei e desci pros jardins a procura de Harry e Rony.

Aquela doninha sabia me tirar do sério, ainda não acredito que fiz aquilo e que vou ter detenção. Eu Hermione Jane Granger em DETENÇÃO!.. Eu devo ter queimado a barba de Merlin só pode ser.

Desci o jardim e encontrei Harry e Ron embaixo de uma árvore, devo ter chegado bufando, por Harry logo veio me perguntar o que havia acontecido.

— O Malfoy, aquela doninha asquerosa – Eu sentia cada célula do meu corpo gritando de raiva naquele momento – Você acredita que por causa dele eu estou em detenção?

O queixo de Harry caiu e Ron olhou pra mim pela primeira vez desde que cheguei perto deles.

— E ainda tem mais, foi o próprio Dumbledore que deu a detenção.

Os dois estavam de boca aberta agora, Ron não estava mais carrancudo, estava normal. Até tirava sarro da minha cara. Em poucos minutos expliquei o que havia acontecido e porque eu havia ficado pra traz. Aproveitei também para dar um sermão em Ron, não parou pra ajudar o Enix, sendo que ele também é monitor.

Quando terminei Ron dava risada da história, como sempre, ele havia achado graça em algo.

— Quem diria que você um dia pegaria detenção – Ele olhava pra mim com os olho zombeteiros – As coisa estão perdias mesmo. – Ron ria de suas próprias palavras.

— Chega de falar nisso – Eu me virei pra Harry, já que Ron parecia que não iria parar de rir – O que McGonagall queria?

—Eu não sei – Ele levantou os ombros e olhou pra Ron – Ele não abriu a boca até agora, ficou apenas olhando o lago até esse instante.

Olhamos pra Ron que fechou a cara na hora. Sua expressão ficou séria e aquele ar de raiva havia voltado, só que dessa vez havia tristeza também, o que havia acontecido pra deixar meu Rony assim?

—É melhor sentarem-se – Ele começou olhando pro lago novamente – McGonagall nos chamou hoje, não só eu e a Gina, mas a família toda. Ela nos informou que Gui está no St. Mungo’s, está bem, não foi nada que deixará seqüelas.

— O que aconteceu com o Gui? – Me lembrei do jovem de cabelos compridos que trabalhava no Gringotes – Por que foi chamada toda a sua família?

— A Ordem não tem local fixo pra se encontrar e eles estão evitando se comunicarem através de coruja ou a rede de Flu, então McGonagall achou melhor chamar todo mundo aqui. O que aconteceu, pelo que eu entendi, foi que Gui foi ajudar uma bruxa que havia adotado um trouxa. Deixaram um bebe na porta da casa dela e ela resolveu ficar com o bebe, só que a família dela não aceitou, e adivinhem de que lado está a família dela?

— Valdemort – Harry disse aquele nome com raiva, e apertava os punhos em cima da perna.

— Exato, eles querem ela, mas ela não quer se juntar, ainda mais agora com o bebe. Gui estava voltando pra Toca quando viu a marca negra e desceu pra ajudar. Mandou um aviso pra ordem e foi sozinho pra casa da bruxa. Foi sorte – ele parou de falar, sua voz estava meio embargada – sorte da mulher, ela colocou o bebe no sótão e lacrou, parece que foi quando os comensais começaram à atacá-la.

— Então ela não se defendeu, apenas quis proteger o bebe trouxa? - Por que Voldemort queria uma bruxa assim, isso não fazia sentido pra mim.

— Mas por que Voldemort quer ela? – Harry olhava pra Ron seriamente – Ela é adotou um trouxa, ele não suporta trouxas, sangue-puro esqueceu?

— Nós não sabemos o porquê dele querer ela em especial, mas acreditamos que é por causa que ela é muito poderosa e até McGonagall confessou que temeria um ataque dela. – Ron agora brincava com a grama enquanto continuava a falar. - Mas a questão que quando Gui chegou lá a coisa tava muito feia, a bruxa estava lutando com uns sete comensais e acabando com eles, então vendo que eles estavam perdendo pediram reforços e Gui chegou junto com eles. Ao todo ficaram em quinze comensais contra dois, a Ordem chegou em tempo de socorrer Gui, eles quase o mataram.
“ A bruxa ainda está na ala intensiva do hospital, o caso dela é grave e Gui já pode receber visitas e tudo mais, vai ter alta em breve. Mamãe só não nos levou para vê-lo por que estamos em prova.”

— Sentimos muito pelo Gui Ron- Eu tentava consolá-lo, mas ele apenas deu um meio sorriso.

— Mas como você disse, ele já está bom - Harry sorria abertamente pra Ron – Mas por que a bruxa está na intensiva, ela foi tão atacada assim?

— Eles não conseguem medicar ela, tudo que lhe dão o corpo rejeita, os curandeiros já identificaram tudo que ela tem e a medicaram, mas o corpo rejeita tudo deixando-a mais fraca ainda, ninguém sabe ainda como resolver o caso e até mesmo Dumbledore está ajudando a encontrar um solução, pelo que Gui contou, quando chegou os reforços ela se transformou em um urso, ela é um Animago sabe, ajudou bastante porque pegou de surpresa alguns começais e como a ursa era muito forte, derrubou muitos deles. – Ron havia ficado preocupado com o que podia ter acontecido a Gui, agora eu via perfeitamente a preocupação em seu rosto – McGonagall foi chamada no St. Mungo’s por que ela também é um animago registrado, e como quando a bruxa perdeu a consciência ela estava na forma de urso, os curandeiros acham que isso pode ter algo a ver a rejeição dos medicamentos.
“ Enquanto ela está no St. Mungo’s o bebe está La em casa, mamãe está super feliz com isso e papai falta dar pulinhos. Mas graças a Merlin Gui está bem.”

Ficamos em silêncio observando o lago, cada um afundado em seus próprios pensamentos. Não se podia mais tentar não pensar nisso, a guerra havia começado e a cada dia mais o outro lado ficava mais forte, buscava mais integrantes e fortalecia suas bases.

Tudo estava acontecendo tão depressa que dava até medo. O que nós poderias fazer perante essa ameaça e Harry, todo o mundo bruxo praticamente despeja a obrigação de acabar com o Voldemort em suas costas, se pra nós a idéia de Voldemort forte e poderoso batendo à nossa porta já é apavorante imagina para Harry.

Como eu gostaria que nada disso estivesse acontecendo, que não coubesse a Harry acabar com o mal do mundo e tudo o mais de ruim que acontece em nossa era. Mas desde que o mundo é mundo sempre haverá o mal, o mocinho e o vilão.

— Como toda a minha família é da Ordem – Ron voltou a falar e tirou eu e Harry de nossos pensamentos – Acho que McGonagall se esqueceu de mim e da Gina ali, ela começou a conversar com eles sobre um ataque que vai acontecer, souberam que os comensais pretendem atacar uma família trouxa, a família dos seus tios Harry.

Eu olhei de Rony pra Harry, Harry não tinha expressão alguma no rosto. Ele apensa voltara a mirar o lago.

— Eles estão armando uma boa defesa, por que pelo que sabem não serão muitos comensais na tarefa, apenas três. – Ron não tirava os olhos de Harry, assim como eu, esperávamos ver a reação dele – Mas nada muito preocupante segundo McGonagall.

— Eles pensam que irão me atingir atacando os Dursley – Harry dava um meio sorriso enquanto dizia isso – Mas o pior golpe eles já deram quando mataram Sirius.

— McGonagall falou que depois irá falar com você sobre isso – Ron me pareceu mais aliviado por ter colocado tudo aquilo pra fora – E pensar que a guerra começou e nós estamos aqui, como se nada tivesse acontecido e em semana de provas finais.

Todos nós rimos, afinal era verdade.

Passamos o resto do tempo revisando a matéria da prova de Herbologia, que seria o próximo período. Ron como sempre não havia estudado direito apenas tinha dado uma lida por cima na matéria e Harry estava confundindo algumas plantas.

Quem nos visse ali não diria que o peso da guerra nos espremia cada vez mais, ali nos jardins nos éramos apenas três jovens estudando e brincando um com o outro ao mesmo tempo. Apenas três jovens felizes e com uma longa vida pela frente...

Esse é o quadro que alguém de fora faz quando olha agente. O trio perfeito : O garoto que sobreviveu, a sabe-tudo e o ruivo atrapalhado.

Sim, é assim que muitos vêem agente, mas para nós é apenas Harry, Hermione e Ron, e isso é mais que o suficiente.

Um pouco antes de dar a hora começamos a ir para as estufas. Encontramos Nevil no caminho e ele estava muito calmo, coisa difícil de ver quando se trata de provas. Mas Herbologia é algo que ele domina, então ele estava tranqüilo, muito diferente de mim ou Ron que agora suava de nervosismo.

A prova não era muito difícil assim, foi realizada em duplas e pra sorte de Ron e azar de Nevil eles fizeram dupla. Eu fiquei fazendo dupla com Harry, a prova consistia de conseguirmos colocar o nome correto das plantas e pra que elas serviam e depois conseguir extrair a parte utilizada da planta. A prova foi longa, usamos os dois tempos para conseguir terminar, eram dez plantas e algumas delas tinham uma defesa muito boa.

Nem preciso falar que Ron e Nevil foram os primeiros a termina e perfeitamente limpos, enquanto os restos de nós estavam imundos, era gosma e espinhos por toda a veste e cabelo. A cena era cômica apesar de tudo, a professora recebeu os pergaminhos com as respostas e todos tinham alguma sujeirinha.

A professora Sprout deveria arrumar outro jeito de fazer prova, por que ou agente escreve nos pergaminhos ou mexe com a planta, fazer os dois dá muito trabalho e nunca saímos limpo de uma prova de Herbologia, é incrível.

— É melhor tirarem logo isso de vocês – Nevil nos alcançou enquanto voltamos para o castelo - Se grudar é difícil de tirar.

— Vocês estão num estado deplorável – Ron tirava onda com a nossa cara.

— Você só não está assim, porque sua dupla foi Nevil – Harry ria da cara feia que Ron fizera – Se não estaria em um estado pior que o nosso.

Quando chegamos ao castelo Filth quase teve um ataque co coração, vendo aquele bando de alunos todos gosmentos passando pelo saguão e sujando tudo. Ele saiu reclamando e xingando até a sombra, eu nem esperei pra ver o que mais ele ia falar, corri direto pro banheiro dos monitores e tranquei bem a porta, por que nunca se sabe quando algum outro monitor pode aparecer.

A água da banheira está tão quentinha e gostosa que dá até pena sair daqui. Eu estou parecendo criança brincando com as bolhas de sabão, até mesmo a sereia do vitral está rindo de mim.

Meu dia está sendo longo e ainda estamos na metade do dia, logo depois do almoço teremos prova de Trato das criaturas mágicas, estou com receio da prova de Hagrid, o que será que ele aprontou para a prova?

Não vou esquentar a cabeça com isso agora, vou é curtir essa banheira maravilhosa e pronto.

A prova eu vejo depois do almoço. Por falar em almoço, meus gnomos começaram a cantar opera, estão famintos. Vou ficar aqui mais um pouquinho e descer pro salão principal.

Até mais tarde.

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