Minha doce prisioneira [100%]
Tom permaneceu de pé a observar o homem que se contorcia no chão e gritava a altos berros, sem qualquer emoção no belo rosto. Os seus olhos permaneceram fixos no homem durante algum tempo até que desviou-os para o Devorador que se encontrava de varinha apontada ao homem que se contorcia no chão.
Ao ver que Tom aproximava-se, o Devorador fez uma reverência longa. Tom não prestou grande atenção a este e tornou a observar o homem.
- À quanto tempo está aqui?- Perguntou ao Devorador sem retirar os olhos do homem.
- À muito, Senhor. Horas.- Respondeu o Devorador.
Tom olhou irritado para o homem que ainda gritava de dor.
- Não disse nada?- Perguntou surpreso.
- Nada, Senhor. Nem mesmo o próprio nome.
Tom lançou um longo suspiro.
- Vamos ver se vai continuar a não falar. Para a maldição.- Ordenou ao Devorador, este fez um rápido aceno e logo desfez a maldição.
O homem encarou o tecto da sua cela, tentando focar a imagem deste. Pode ouvir as gotas que salpicavam o chão daquela maldita cela, gotas causadas pela a enorme humidade que habitava as masmorras. Humidade que permitia que os fundos crescessem. As pequenas luzes ainda pairavam à volta da sua cabeça. O homem num pequeno grunhido de dor, moveu a sua cabeça para o lado e observou os dois homens que se encontravam ao seu lado. A dor era tanta que até um mísero gesto era uma tortura. Se ele não tivesse medo e orgulho, teria com toda a certeza pedido pela sua morte.
- Voldemort.- Sussurrou com desprezo, ao conseguir identificar o homem que entrara.
Tom fez um sorriso sarcástico.
- Falou!- Anunciou com uma falsa alegria.- Era preciso assim tanto para falares?
O homem não respondeu. Tom bufou com raiva.
- Conseguem ser mesmo muito irritantes.- Resmungou.- Vamos fazer uma pergunta simples: Como te chamas?
De novo o homem não disse nada, olhando-o fixamente, tentando não demonstrar medo. Tom fez um sorriso cruel e aproximou-se do homem, pisando-lhe a mão que se encontrava estendida. O homem gemeu de dor.
- Podemos fazer isto de duas maneiras.- Disse em tom de ameaça.- Ou falas, ou falas. Agora cabe a ti decidires a maneira como irás falar. Repito a pergunta, como te chamas?
O homem olhou-o com ódio.
- Não me assustas, Voldemort.- Vociferou.
Tom riu-se friamente, enquanto que o Devorador soltou um pequeno grunhido.
- Não te preocupes- disse para o homem estendido no chão- a noite ainda mal começou. Tu, fá-lo falar!
O Devorador apontou a varinha ao homem e murmurou a maldição cruciatus, para depois, em poucos segundos, a cela ser enchida, de novo, pelos gritos de dor e agonia do homem. O homem contorceu-se no chão, sujando ainda mais os cabelos negros e sujos, como se agulhas e facas o esventrassem.
Tom aproximou-se de uma parede e encostou-se a esta, observando o homem com um olhar pesado.
- Conheço mulheres que gritam e esperneiam-se menos.- Murmurou com desdém, para consigo.
A maldição tornou a parar, e o homem arfou ofegante, tentando levantar-se e provar que nada o afectava.
Tom endireitou-se e caminhou pausadamente até ao homem, parando perto deste.
- Onde está o Potter?- Perguntou por fim.
O homem soltou uma gargalhada rouca.
- O que te faz pensar que eu direi onde se encontra o Harry, Voldemort?- Perguntou rindo-se.
- Não sei.- Murmurou pensativo.- Talvez isto.- Tom desferiu um chuto no estômago do homem, este dobrou-se gemendo de dor.
O homem começou a erguer-se novamente, ficando de joelhos e tremendo devido às marcas que a tortura deixara no seu organismo. Tom começou a caminhar lentamente em torno do homem.
- Faças o que fizeres, Voldemort- começou o homem a falar fracamente- eu não te direi onde se encontra o Harry, tanto por não saber como por não ser o vulgar traidor que por aí encontras.
- Admirável estupidez.- Respondeu Tom sarcástico.- Mas ela não te vai servir de nada. Crucio.
Os gritos do homem tornaram a encher a cela.
- Pensa bem.- A voz de Tom, surpreendentemente, conseguiu sobrepor-se aos gritos do homem.- Posso oferecer-te uma cela melhor, com melhor comida e sem tortura. Preferível não achas?
O homem continuou a gritar e a contorcer-se como se nada tivesse ouvido, mas quando Tom parou a maldição, o homem arfou e respondeu-lhe ofegante.
- Como já te tinha dito, Voldemort, eu não sei onde o Harry se encontra, e mesmo que o soubesse não o diria!
Tom fez um fraco sorriso.
- Que informações nos trazes da Ordem?- Perguntou por fim.
O homem olhou-o perplexo.
- Informações?- Perguntou pasmado.
- Sim informações.- Respondeu Tom sorrindo cruelmente. Um sorriso igualmente vil formou-se nos lábios do Devorador.- Quantas mais torturas serão necessárias para nos dares alguma informação útil?
O prisioneiro soltou uma gargalhada sem emoção.
- Já te escassearam os espiões, Voldemort?- Perguntou com escárnio.- Vês-me traidor? Crês que serei traidor por uma cela e comida melhores? Não só parvo, Voldemort, sei que não dás nada de melhor a ninguém, independentemente das informações que eles te dêem.
- Tens razão. Não te darei uma cela melhor, mas poderei dar-te uma morte rápida e indolor, tentador não?
O homem fez um ar de esgar.
- Tortura-me o quanto quiseres, pois de mim não sacas nada!
Tom lançou-lhe um olhar de desprezo.
- Vocês amantes de muggles são um nojo.- Disse com desdém.- Podes começar com a festa.
O Devorador exibiu um sorriso radiante.
- Vamos ver quanto tempo é que ele aguenta sem falar.
E os gritos recomeçaram, gritos de dor que encheram de novo a cela. O homem contorceu-se, contorceu-se e contorceu-se, sempre com a mesma força na voz ao gritar, e com lágrimas a cobrirem-lhe os olhos.
A maldição cessava por segundos para retornar mais forte. E nada restava ao homem para além de gritar e suplicar interiormente.
Os gritos eram casa vez mais altos, até que o homem chegou à exaustão máxima, e, sem mais forças calou-se e deixou-se ficar estendido no chão à espera que a morte chegasse. A sua visão tornou-se de novo turva, e sem aguentar o peso destas, fechou as pálpebras.
Tom dirigiu-se rapidamente até ao homem.
- Pára!- Ordenou ao homem, depois apontando a sua própria varinha ao homem.- Nem penses que acaba assim tão cedo. Episkey.
O homem continuou imóvel por mais alguns minutos mas depois, lentamente abriu os olhos, encarando desgostoso a sua cela. Moribundo deixou a sua cabeça cair para o lado, observando assim o chão.
Tom começou a dar pontapés no corpo exânime do homem, tentando assim mantê-lo desperto. Soltou uma pequena gargalhada e depois inclinou-se ligeiramente para que o homem o encarasse.
- Acreditaste mesmo que conseguirias espiar-me durante muito tempo?- Perguntou com um sorriso gélido.
O homem encarou-o com fraqueza, depois logo baixou o rosto. Tom deu-lhe um pontapé no estômago obrigando-o a encará-lo.
- O que ouviste?- Perguntou dando-lhe outro chuto no estômago.- O que contaste aos da Ordem?
Tom desferiu vários golpes, com o pé, no estômago do homem, fazendo este começar a cuspir sangue.
Vendo que o homem não falaria, Tom deu um último golpe no deste estômago e voltou-se para o guarda.
- Ele é sangue de lama ou puro-sangue?- Perguntou com frieza.
- Não sei, Milord.- Disse fazendo uma pequena reverência.
- Então descobre, e depois dá-lhe uma morte consoante o seu sangue.- Ordenou ao Devorador que fez uma outra reverência.
A serpente soltou um pequeno sibilo preocupado ao ver Tom entrar no escritório, olhava-o com alguma inquietação. Este ao notar a reacção da cobra ao vê-lo, olhou-a desconfiado e confuso.
-Que tens para conta-me, Nagini?- Perguntou com frieza.
A cobra saiu do sofá do cadeirão onde se encontrava e dirigiu-se até aos pés de Tom, deslizando lentamente pelo chão, com pequeno sibilos.
- Que me escondes, Nagini?- Perguntou começando a ficar irritado com a estranheza da sua cobra.
A cobra parou e permaneceu estática durante alguns segundos, enfurecendo ainda mais o seu dono.
- A Mattson?- Perguntou-lhe Tom por fim.
A cobra pareceu paralisar, para depois deslizar de novo para perto do cadeirão, tentando acalmar o seu dono, mas só conseguiu o efeito contrário.
-Tom, ela fugiu.- Disse com alguma hesitação.
Os olhos de Tom fecharam-se por uns segundos para depois tornarem-se abrir, acompanhados por um pequeno sorriso, e por uma pequena gargalhada rouca.
- Impossível! Ela não é estúpida até esse ponto. Eu avisei-a!- Disse confiante.- Agora diz-me o que realmente querias contar-me.
Nagini permaneceu estática por alguns segundos, não podendo deixar de sentir receio do que ela já sabia que viria a seguir, e não podendo deixar de sentir também alguma pena pela sangue de lama, que fora parva o suficiente para tentar fugir à prisão que o seu dono, Tom, lhe impusera, sabia que destino restaria a essa mulher, sabia o quão cruel Tom conseguia ser.
Os olhos de Tom observavam Nagini com uma enorme impaciência.
- Tom, ela fugiu.- Tornou Nagini a repetir com sinceridade.
Os olhos de Tom esbugalharam-se pela surpresa que este apanhou.
- Ela não teria coragem.- Disse num sussurro.
- Ela teve coragem. - Respondeu-lhe Nagini.
Tom deu um murro na estante que se encontrava ao seu lado, fazendo vários livros, que nesta se encontravam, caírem para o lado. Encostou a sua cabeça ao punho cerrado que deixara ficar no lado lateral desta ao desferir-lhe um murro. Tom fechou os olhos e cerrou os dentes com força, tentando controlar a raiva que fazia o seu corpo começar a tremer.
- Cabra.- Murmurou.
Nagini tornou a descer do cadeirão observando-o preocupada.
- Onde é que ela está?- Perguntou entredentes.
Não obteve resposta para além dos sibilos da cobra.
- ONDE ESTÁ A MATTSON?- Bradou com uma enorme fúria.
A cobra deslizou com suavidade em torno dos pés de Tom, tentando acalmá-la. Este, sem lhe prestar atenção, dirigiu-se até à pequena mesa e encheu um pequeno copo com Whisky de Fogo, bebendo de uma só vez.
Passou várias vezes as mãos pelos cabelos, despenteando-os, mas estes ajeitavam-se naturalmente. Esfregou os olhos e tentou controlar a raiva e o ódio que começavam a surgir. Como é que aquela maldita cabra se atrevera a fugir-lhe? Como tivera a coragem de obedecer a uma ordem sua.
- Está em Godric's Hallow, ao lado da campa dos amigos.- Respondeu-lhe Nagini por fim.
Tom fez um sorriso cruel, e, não controlando mais a sua ira, apertou o copo com força, fazendo-o partir-se em alguns pedaços que ao deslizarem pela sua mão direita, quando caíam, fizeram-lhe cortes que jorraram algum sangue.
O homem indiferente à dor que os cortes lhe faziam, encaminhou-se até ao meio do escritório e, sem dizer nada mais, materializou-se.
As gotas do seu sangue escorregaram lentamente pela palma da sua mão, chegando ao seu dedo indicador e caindo depois uma a uma, com pequenos "plins", nas grandes poças de água que aumentavam com a chuva. O pingar da chuva era sem qualquer comparação mais forte e bravo que o pingar das gotas de sangue mestiço vindas dos cortes da mão do homem, abafando o som destes. A chuva havia-se tornado cada vez mais forte, arrefecendo o ambiente sombrio que se fazia sentir em frente ao portão do cemitério de Godric's Hallow só um louco sairia à rua naquele dia de Agosto, alguém louco ou com algo extremamente importante a fazer.
O chocalhar das folhas das árvores dava um ambiente mais sinistro àquele lugar, e, tornando o cenário ainda mais assustador, o vento começou a criar zumbidos estranhos que assemelharam-se mais a uivos de um lobo ou gritos de um monstro.
Apesar destes acontecimentos, Tom permaneceu com os olhos fixos no portão à sua frente, sem sentir qualquer tipo de medo ou receio que um humano normal sentiria. Observou o mesmo lugar durante uns dez minutos, tentando controlar-se da enorme raiva que sentia, controlar-se para não matá-la, algo que lhe apetecia imenso fazer.
O seu corpo tremia por toda a raiva que sentia por ela.
- Cabra.- Murmurava várias vezes entre dentes, tentando controlar-se, mas era em vão.
A vontade de matá-la tornara-se quase incontrolável e indomável, queria acabar com a vida insignificante dela, com aquela vida medíocre e muggle. Mas matá-la era algo impensável, pois ao matá-la não a faria pagar por tudo o que fizera, e ela merecia um sofrimento horroroso e digno de uma muggle.
Retirou a varinha do manto e cobriu a sua cabeça com o capuz do manto já ensopado, depois abriu o portão sem pensar duas vezes e entrou no cemitério de Godric's Hallow
Deu os primeiros passos e procurou-a por entre as várias campas. Não foi difícil encontrá-la, apesar de toda aquela escuridão e chuva, o seu vulto era distinguível mesmo na escuridão. Estava ajoelhada em frente ao que Tom pensou ser a campa dos seus amigos.
Apontou a varinha ao vulto da mulher. Bastava uma maldição e ela cairia para o lado, umas pequenas palavras e ela estaria morta. Tudo aquilo acabaria. Ela pagaria pelo que fizera...
Tom abanou a cabeça com força. Se a matasse ela pagaria de uma forma que ele não queria. Ele não queria a sua morte, queria-a viva, viva durante uns bons longos anos até que a desgraçada vida que esta levaria não o saciasse mais.
Os cabelos encharcados da mulher, que tornaram-se ondulados e mais longos, balançaram ao sabor do vento. Tom pode ouvir os soluços da mulher, mas nem isso trouxe-lhe piedade da mulher.
- Um único feitiço.- Uma voz sussurrava no ouvido.- Um único feitiço e ela estará morta, não te precisas vingar mais, basta um feitiço e estará tudo acabado.
Tom agarrou a varinha com mais firmeza apontando-a directamente para as costas de Rachel.
- Um único feitiço, simples e básico para ti. Já te vingaste dela, não precisas de fazer mais nada.- A voz continuou a sussurrar ao seu ouvido.- Mata-a.
Sentia ódio pela dupla traição que ela lhe fizera. Aquela maldita sangue de lama. Como é que ela pudera fugir-lhe depois de todos as ordens explicitas que ele lhe dera? Como pudera desobedecer-lhe? Traíra-o, humilhara-o pela sua maldita desobediência. Era a única que não o temia, o seu temor era mísero comparado ao de todos os outros, tão mísero que não a impedira de desobedecer-lhe... Como podia uma sangue de lama, criatura insignificante daquela grandiosa sociedade, desobedecer-lhe e não respeitá-lo, a ele, o grandioso Lord das Trevas. De todos os humanos que conhecia ela era a única que não o temia como deveria temer, e muito menos respeitava-o.
Ela merecia morrer.
Rachel guardou nos bolsos algo tinha nas suas mãos e ergueu-se, ficando de costas para Tom que a observava com ódio.
Duas pequenas palavras e tudo estaria acabado, bastavam duas simples palavras, palavras que o acompanharam quase toda a sua vida.
A varinha de Tom seguiu as costas de Rachel quando esta se levantava.
- Duas palavras insignificantes.- Disse uma voz sedutora ao seu ouvido.- Basta duas pequenas palavras e ela desaparecerá para todo o sempre.
Sentiu o braço que segurava a varinha começar a tremer. Inspirou fundo, fechou os olhos e tentou transferir todo ódio que tinha guardado no seu coração para a sua mente e varinha, algo que sempre lhe fora muito fácil fazer.
- Avada...- Começou num sussurro, esforçando-se para lembrar-se da segunda palavra. O seu braço tremeu mais violentamente, enquanto que uma estranha dor aguda começava a afectá-lo no peito. Susteve a respiração por alguns segundos, tentando lembrar-se da segunda palavra.
- Uma única palavra! Tu sabe-la, Tom, di-la! Di-la!- A voz gritava ao seu ouvido não escondendo a sua excitação.
Pode ver Rachel voltar-se lentamente, possivelmente por ter escutado os seus passos quando este se aproximava.
Os belos olhos azuis da mulher arregalaram-se demonstrando a sua surpresa e medo em vê-lo ali.
A mulher permaneceu com os olhos fixos nos de Tom, que eram quase cobertos por um capuz, sem coragem para fazer qualquer movimento que fosse. Os olhos deste fitavam-na com ódio, enquanto apontava agora a sua varinha ao peito desta.
Rachel baixou os olhos e observou a varinha apontada directamente ao seu peito.
Ele iria matá-la.
Olhando-o ainda mais assustada, Rachel recuou um passo tentando, inutilmente, fugir ao perigo que se começava a evidenciar.
Tom cerrou os maxilares com raiva, tentando lembrar-se, a muito custo, da segunda palavra da maldição. Mas mais uma vez os seus olhos perderam-se no azul de Rachel, impedindo-o de raciocinar correctamente e de fazer aquilo que pensava ser o que mais queria.
- Mata-a! Mata-a!- A voz gritava irritada ao seu ouvido.
- Avada...- O homem tornou a repetir a primeira palavra da maldição num sussurro. O vento, que abanou os cabelos de ambos, foi o único sinal de vida que ocorreu entre os dois. Rachel observava-o com um olhar vazio e inexpressivo, à espera da sua próxima acção sustendo a respiração.
Tom mordeu o lábio inferior levemente. Aquilo não poderia estar a acontecer-lhe, não de novo! Talvez fosse um aviso de que o melhor não seria matá-la e sim dar-lhe um castigo mais doloroso. Mas o que poderia ser mais doloroso que a morte?
A mão que ainda sustinha a varinha começou a ficar dormente, enquanto que a dor aguda no seu peito aumentava, tornando-se mesmo insuportável.
Um aviso...seria?
Deu mais alguns passos de modo a aproximar-se mais da mulher.
Cabra.- Sussurrou, antes de fazer um movimento brusco com a varinha que fez a mulher cair no chão e colocar a mão no rosto, como se tivesse acabado de levar uma chicotada.
Na sua pele branca havia-se formado um pequeno corte, que depressa jorrou algum sangue. Tom aproximou-se de Rachel, guardando a sua varinha no bolso do manto.
- Afasta-te.- A mulher grunhiu-lhe corajosamente.- Não tens o direito de colocar os pés nesta terra!
Sem lhe prestar atenção o homem ergueu-a pelos cabelos, abrindo ainda mais alguns dos cortes que tinha na sua mão, e deixando alguns dos seus vestígios de sangue nos cabelos desta. Sem ligar aos protestos da mulher, Tom arrastou-a atrás de si parando apenas num local cheio de ervas e longe das campas.
Tom largou a mulher deixando-a cair de joelhos à sua frente. Uma das suas mãos dirigiu-se ao ombro desta para tornar a erguê-la com brutalidade. Agarrou no pescoço da mulher, e apontando a varinha ao peito de Rachel, sibilou um feitiço.
Rachel começou a tossir, uma tosse seca, que impediu-a de respirar. Sem ter forças para manter-se em pé, a mulher escorregou lentamente, ficando quase de joelhos no chão, mais ainda amparada por Tom que segurava-a no pescoço, sufocando-a mais que o seu feitiço. As entranhas da mulher contorceram-se, sendo depois horrorosamente esmagadas. Sentiu o próprio sangue subir-lhe à boca, e sem conter aquele sabor horroroso nesta, cuspiu-o.
Voldemort olhou-o com esgar.
Ergueu de novo a mulher e soltou a sua mão da garganta desta, obrigando-a a respirar. Depois segurou a cintura da mulher com uma das mãos.
- És ridícula para além de uma sangue de lama nojenta. Pensavas que me conseguirias escapar?- Sussurrou com ódio depois de ter feito um feitiço não-verbal.
As suas unhas enterraram-se na carne de Rachel como pequenas facas pontiagudas, torturando-a lentamente. A mulher viu-se forçada a gemer de dor e a encravar as suas unhas no ombro de Tom.
A mão que continha a varinha dirigiu-se à cabeça de Rachel e puxou-a para trás, obrigando-a a fitar os olhos verdes de Tom, que brilhavam de raiva misturada com excitação.
- Impressionante- sussurrou à mulher, enquanto esta soltava gemidos pela dor que Tom causava-lhe ao perfurar-lhe a carne com as unhas- como pequenos feitiços conseguem torturar tanto mas tendo que ser feitos tão próximos das vitimas, de uma forma tão...intima.
- Não me vais matar, Riddle?- Provocou-o Rachel com a voz sufocada, arranjando força e coragem para falar sem gemer.
O homem perfurou mais a carne de Rachel com as suas unhas. Esta não aguentou mais a dor e soltou um grito de dor. Tom sorriu de satisfação.
- Não me tentes Mattson.- Respondeu ferozmente ao ouvido da mulher.
- Onde está o meu castigo?- Provocou-o de novo Rachel, contorcendo a sua cara pela dor.- Eu fugi-te.
Rachel sentiu o seu corpo ser esmagado contra o de Tom. O seu sangue escorreu lentamente pela ferida que se formara, agarrando-se à sua camisola e às mãos de Tom. De novo Rachel não conteve um grito de dor ao sentir que os de dor ao sentir que as unhas de Tom formaram pequenas fendas na sua cintura.
- Cabra.- Sussurrou-lhe Tom ao ouvido. A vontade de matá-la começava a tornar-se cada vez maior. Seria fácil...mas de novo ele não lembrou-se das palavras correctas.- Vais desejar a morte depois de todos os castigos que terás.
Rachel encarou-o fraca, com lágrimas a inundarem-lhe os olhos e sem forças para contê-las mais, com uma enorme palidez no rosto. O seu corpo começou a desfalecer, desfocando a sua visão e tornando dormente a zona de maior dor. Mas antes que isso pudesse acontecer, sentiu as unhas de Voldemort saírem da cintura.
Um murmúrio e um raio vermelho que se dirigiu até à cintura de Rachel começou a sarar a ferida de Rachel, mas em vez de isso lhe trazer mais conforto, torturou-a mais.
As suas feridas começaram a ser saradas por labaredas invisíveis que lhe queimaram as fendas e coagularam-lhe o sangue, mas que lhe trouxeram uma tremenda dor, quase tão potente como a de uma cruciatus.
Não sendo amparada e não aguentado mais a dor, Rachel caiu de joelhos chorando de dor, tentando a todo o custo não tornar a gritar ou a gemer de dor e dar um enorme prazer a Voldemort. Os olhos deste moveram-se da mulher que segurava a terra tentando não gritar, para as grades negras do portão da entrada do cemitério.
Uma sombra aparentemente humana deslocou-se rapidamente para trás do muro, escondendo-se no escuro.
Irritado, Voldemort segurou nos cabelos negros da mulher, e sem dó, arrastou-a para um local escondido entre campas e árvores, ignorando por completo a dor que provocava nesta.
- Malditos muggles!- Exclamou irritado, agarrando depois o braço da mulher e materializando-se com ela.
Pararam só quando os seus pés tocaram no chão de mármore da casa de Rachel, Voldemort sem esperar que esta se levantasse, agarrou-a pelo braço e arrastou-a até às escadas, onde, sem qualquer misericórdia, largou os braço e segurou-a pelos cabelos arrastando-a enquanto subia as escadas.
Rachel agarrou a mão de Voldemort tentando soltar-se deste, mas em vez disso só conseguiu o efeito contrário. Voldemort ergueu-a, puxando-a pelos seus cabelos ignorando de novo os gemidos e protestos de dor que esta lançava. Olhou para a mulher com ódio, fazendo de seguida um sorriso frio, a sua mão dirigiu-se ao braço de Rachel, que tentou afastar-se dele sem sucesso, e, sem qualquer hesitação, empurrou-a de modo a faze-la cair de um lance de escadas.
Rachel rebolou até chegar à última, e antes que caísse e fizesse algum dano mais grave, Voldemort apontou-lhe a varinha ergueu-a no ar e projectando-a de volta para o local onde se encontrara segundos antes.
A mulher caiu de joelhos gemendo de dor, e tentando erguer-se lentamente olhou raivosa para Voldemort que observava-a friamente. Cada vez que tentava levantar-se caia de novo de joelhos gemendo baixo de dor, sentia que havia magoado algo, possivelmente alguma das suas costelas. Vendo que a mulher não se conseguia levantar, Voldemort, aproximou-se dela e levantou-a por um dos seus ombros, segurou-a depois pelos dois braços e obrigou-a a caminhar ao mesmo passo que ele.
Por mais que gemesse baixinho e choramingasse, nada parava o homem que continuava a caminhar rapidamente, sem qualquer pena de Rachel, apenas ódio, muito ódio.
Parou em frente à porta do quarto da mulher e abrindo esta, empurrou Rachel para dentro do quarto.
Rachel rastejou até à sua cama, levantou-se com custo e sentou-se na borda desta. Voldemort dirigiu-se até aos cortinados do quarto e fechou-os bruscamente, depois não contendo mais a sua raiva dirigiu-se até ao armário e soltando um urro de fúria derrubou-o sem grandes dificuldades, partindo-o. Dirigiu-se depois ao espelho e num pequeno golpe com a varinha fez o vidro do espelho desfazer-se em mil pedaços.
Rachel observava-o sem emoção.
O baú preto foi projectado contra uma parede partindo-se e deixando que tudo o que guardava caísse no chão.
Algumas roupas e cartas foram rasgadas e lançadas para cima de Rachel, que permanecia a observar quieta enquanto observava a destruição do seu quarto. Algumas roupas e cartas que se escapavam eram escondidas por ela de baixo da sua cama.
O homem continuou a fazer estragos no quarto até se sentir menos enraivecido e capaz de não matar Rachel.
- Vais continuar a destruir o meu quarto até quando?- Perguntou Rachel por fim tranquilamente, não demonstrando estar assustada ou intimidada.- Até pensares que me assustastes o suficiente para eu não fugir?
O homem soltou uma gargalhada fria e louca.
- Tu não vais fugir.- Bramiu aproximando-se de Rachel.
Uma das suas mãos segurou o rosto de Rachel apertando com força o maxilar inferior desta.
- Como podes ter tantas certezas?- Perguntou-lhe Rachel calmamente.
Voldemort olhou-a com ira. Tentando controlar-se apertou o braço da mulher com força, fazendo depois um sorriso cruel.
- Não te atreverás.- Murmurou.- Para a próxima morrerás...
A mulher riu-se.
- Pensas que me assustas com a morte, Riddle?- Perguntou rindo-se.
Voldemort olhou-a espantado. Como era possível ela não ter medo daquilo que ele mais temia.
- Não vi nada do castigo que me prometeste, Riddle.- Desafiou-o Rachel.- Começo a pensar que eram apenas histórias que me contavas para me assustares.
Voldemort fez-lhe um sorriso cruel.
- Vais ter o teu castigo, sangue de lama.- Respondeu-lhe.- Não te preocupes está para muito breve.
- Mais cruciatus?
- Tenho outras maneiras de torturar, muito mais interessantes, que não englobam a cruciatus.- Respondeu-lhe mais calmo.
- Não tenho medo de ti Voldemort, vou continuar a fugir sempre que tiver hipóteses...
Voldemort passou com uma das mãos no rosto de Rachel, fazendo um sorriso de pura maldade. Rachel fez um ar de esgar.
- Não, não vais.- Sussurrou confiante
- Não tenho medo que me tortures ou que me mates.
Voldemort riu-se fazendo Rachel olhá-lo confusa.
- Não tens medo por ti.- Disse calmamente. Rachel olhou-o confusa fazendo-o rir-se ainda mais.- Se bem me lembro, Mattson, tu tens uma cria, e creio que, como qualquer progenitor, tu temas pela tua cria.
- Monstro.
A mão de Voldemort passou pelos cabelos de Rachel, puxando-os e obrigando-a a inclinar a cabeça para trás. Depois colocando os lábios perto do ouvido desta, Voldemort sussurrou num tom frio.
- Vê isto como uma garantia.
Rachel encarou-o perturbada. Voldemort limitou-se a sorrir-lhe e dirigir-se à porta, voltando-se antes de sair.
- Mas como eu não confio nos teus instintos progenitores...- Apontou a varinha à mulher, disse um feitiço e deixou que correntes deslizassem lentamente até á mulher prendendo-a à própria cama.- É melhor prevenir.
Dizendo isto alargou o sorriso e materializou-se.
Rachel deixou-se cair na cama, observando as correntes que se encontravam agora presas aos seus pulsos.
Não tinha corrido tão mal como pensava que iria correr. Até tinha que admitir que fora ele bastante...brando, para aquilo que ela esperava.
Depois de verificar várias vezes que Voldemort não a observava, Rachel fechou os olhos, tentando apagar todas as dores marcadas no seu corpo.
As correntes impediram-na de conseguir arranjar uma posição minimamente confortável para adormecer. A força com que estas estavam-lhe agarradas era até sufocante. Podia sentir que o seu sangue mal passava para as suas mãos.
Cansada e sem disposição para não descansar, Rachel começou a puxar as correntes com força, tentando a todo o custo quebrá-las para poder fugir.
As correntes faziam vários ruídos mas nunca com a intenção de partirem-se.
A mulher levantava-se e começava a puxar as correntes de ferro, tentando partir pelo menos os pés da cama e libertar-se da cama onde se encontrava presa, mas o máximo que conseguia era o seu próprio desequilíbrio seguido por uma queda.
Sempre que caia, erguia-se e tornava a repetir o mesmo processo. Andava até ao ponto máximo que as correntes lhe permitiam- perto dos destroços do seu armário- e depois puxava com todas as forças que ainda lhe restavam, com a intenção de chegar a um ponto em que as correntes não aguentassem mais, e sendo de tal modo forçadas fossem obrigadas a quebrarem-se.
Ao fim de alguns minutos de grandes esforços ao realizar sempre aquela exaustiva acção e tendo sempre o mesmo resultado em resposta, Rachel decidiu parar e sentar-se de novo na borda da sua cama, exausta.
A sua mão direita começou a brincar com as braceletes da outra mão que prendiam-na às correntes.
Voldemort não era parvo o suficiente para deixá-la sozinha com umas correntes que fossem fáceis de quebrarem-se.
Rachel lançou um pequeno suspiro. Ele sabia que ela nunca iria fugir, não com a vida da sua filha posta em causa caso isso acontecesse. Aquelas correntes não deveriam passar de uma mera diversão, uma diversão que se baseava na sua tortura física e psicológica.
Lançando um bufo de raiva, Rachel puxou um dos braços irritada. A corrente chiou e, para grande surpresa da mulher, desintegrou-se no ar.
Rachel olhou para o local onde outrora encontrara-se a corrente, completamente estupefacta.
Seria aquilo uma brincadeira de mau gosto por parte dele?
Voldemort não brincava.
- Ele só pode estar a gozar comigo.- Disse irritada.
Rachel começou a esfregar as grandes marcas vermelhas que lhe foram deixadas nos pulsos, tentando aliviar a dor e deixar o sangue circular.
Lançando um novo suspiro, a mulher tornou a estender-se na cama de forma mais confortável e aliviada.
Porque lhe facilitaria ele o jogo?
Talvez por saber que ela jamais fugiria com a vida da filha sob ameaça...
Rachel ergueu-se e olhou para a janela, que ainda se encontrava com as cortinas fechadas, durante alguns segundos, fazendo um ar pensativo.
Voldemort só queria uma coisa dela para além da sua morte e sofrimento, humilhá-la. Humilhá-la demonstrando que querendo ou não ela seria forçada a obedecer-lhe.
Rachel fez uma cara de nojo com a ideia.
Possivelmente ele queria mostrar-lhe que ela não precisava de estar acorrentada para ter que obedecer-lhe, que ela só precisava de um "empurrãozinho" para se tornar obediente.
Ele tinha os seus meios, malditos meios.
A vontade de escapulir-se foi enorme, mas daquela vez não era apenas a sua vida que se encontrava em jogo. Daquela vez Voldemort souberam lançar bem os dados, de modo a deixá-la sem qualquer saída.
Num acto de raiva, Rachel lançou algumas das coisas que tinha em cima da cama ao chão.
- Cabrão.- Urrou fula.
Estendeu-se na cama, com os braços estendidos e fechou os olhos.
Os seus braços dobraram-se deixando depois as suas mãos descerem pela sua camisola, lembrando-a de que esta encontrava-se ainda ensanguentada.
A mulher olhou outra vez para a porta, e sem esperar que mais tempo passasse, retirou a camisola lançando-a ao chão com fúria, para depois baixar-se e ir buscar uma camisa de dormir branca, que cobria-lhe pouco mais que as ancas.
Sentiu o seu corpo ainda mais dorido do que estivera horas antes.
Entre pequenos gemidos de dor, Rachel estendeu-se na cama, sem intenções de voltar a levantar-se.
Cobriu o seu corpo com o fino lençol e tentou adormecer e esquecer tudo o que dificilmente poder-se-ia esquecer.
O cansaço aos poucos apoderou-se do seu corpo quase inerte.
Apelou interiormente a quem a ouvisse para não deixarem Voldemort aparecer, não naquela noite, não nunca mais.
Apelou a quem a ouvisse para que por uma vez na vida a acudissem e que a livrassem, a ela e à Annya, daquele mal, apelou para que pudesse finalmente viver em paz e felicidade, algo que não conseguia fazer à muitos anos.
O que dava para estar longe daquele inferno, longe dele.
Porque Dumblodore havia-lhe enviado aquela maldita carta? Porquê? Porque é que ela pediu-lhe para ele escrever-lhe caso necessitasse dela? Porquê?
Algumas lágrimas escorreram pelos seus olhos, lágrimas que mal tocaram na fronha da almofada desfizeram-se ou secaram-se.
Onde estavam os anjos, que lhe disseram existir, quando ela mais necessitava deles? Porque não a salvariam eles?
Tom encontrava-se sentado no cadeirão que estava em frente à cama da mulher, a observá-la atentamente, fazia longos minutos.
Seria tão fácil matá-la...
A varinha deslizou ligeiramente dos dedos de Tom, enquanto este brincava com ela.
Um único feitiço e ela estaria morta. Mas era o único feitiço que ele teimava em lembrar-se sempre que ela estava por perto.
A mulher continuava a dormir descontraidamente sem se aperceber da presença de Tom no seu quarto, que a observava pensativo.
Um único feitiço...
O homem levantou-se e dirigiu-se até à cama de Rachel, sentando-se na borda desta, observando-a atentamente. Uma das suas faces deslocou o cabelo que cobria o rosto da mulher enquanto a outra mão apontou a varinha ao mesmo.
Seria que em morta continuaria a ter aquele brilho que tinha em viva? Aquele triste e ao mesmo tempo alegre brilho.
As suas mãos passaram pelos cachos abrindo-os para largá-los deixando-os fecharem-se.
Como a odiava... Como odiava toda aquela desobediência. Ele deveria estar morta! Mas estando morta não poderia ser castigada, não da forma que ele iria castigá-la.
Enquanto dormia as expressões da mulher lembravam-no as expressões do que os muggles chamavam de anjo. O anjo de cachos negros. Um anjo sem asas pois ele mesmo cortara-as.
Mattson estava longe de ser um anjo, mas se anjos existissem, e ela fosse um- apesar disso ser impossível acontecer- ele seria com toda a certeza um demónio. Um demónio que torturaria um anjo, um anjo imprudente e sem asas, um anjo que não voava, um anjo que estava longe de ser um anjo ou de ser um demónio.
- E se agora eu matasse-te.- Sussurrou ao ouvido da mulher, tocando-lhe com a varinha no pescoço.
A sua ira já havia passado, mas mesmo assim ela ainda tinha muito que pagar.
Tom levantou-se e dirigiu-se até à janela abrindo os seus cortinados deixando o luar iluminar o rosto da bela mulher. Depois tornou a dirigir-se até à cama e sem esperar retirou bruscamente os cobertores que cobriam o corpo da mulher, esta contorceu-se com o frio, resmungando baixo.
- Acorda sangue de lama.- Disse-lhe Tom segurando-a no braço e puxando-a para fora da cama.
A mulher caiu da cama sendo depois, e sem qualquer chance de gemer de dor, erguida por Voldemort que a segurou no braço e sem a avisar materializou-se para outro local.
A mulher caiu zonza numa alcatifa preta sem forças para gemer de dor. Sentiu-se ser erguida por Voldemort, que a empurrou para um canto onde esta caiu.
Rachel começou a observar o local onde encontrava-se. Era um quarto que se poderia dizer luxuoso. A alcatifa preta cobria, contrastando com a colcha verde escuro da cama e com o mesmo verde dos cortinados. Tinha um armário grande com uma aparência medieval mas muito elegante, armário que combinava com um escrivaninha e com pequenas cómodas que se encontravam lado a lado da cama. A cama de colunas e com um dossel preto a contrastar com o tecido da cama.
Rachel demorou algum tempo a perceber onde encontrava-se, e quando isso aconteceu fez um sorriso de gozo.
- Levas-me para o teu covil, acredito que essa seja mesmo a melhor maneira de me torturares.- Disse sarcástica.
Voldemort não respondeu-lhe olhando-a com frieza. Dirigiu-se até uma pequena mesa, pegou num copo, encheu-o e bebeu de uma só vez.
- Esse canto é onde irás dormir.- Disse apontando para o local onde Rachel estava sentada.
- Sem cama?
- Desde quando os prisioneiros dormem em camas?- Perguntou-lhe Voldemort dirigindo-se até Rachel.
Rachel levantou-se igualmente.
- E desde quando prisioneiros dormem nos quartos dos seus supostos "donos".- Desafiou-o a mulher.
Voldemort sorriu.
- Desde que os seus donos queiram.- Sussurrou ao ouvido da mulher passando com uma das suas mãos no rosto desta.
Rachel afastou-se enojada.
- Ah! É verdade!- Disse o homem rindo-se.- Houve um ataque à casa dos Weasley.
Rachel olhou-o aterrorizada com a informação. Sentiu um enorme golpe no estômago ficando com falta de ar logo de seguida.
- Mas não encontraram a filha deles nem a tua pirralha.- Disse num tom desapontado.- Temos que admitir que a tua pirralha, tal como a mãe, é uma sortuda, mas pergunto-me se, tal como a mãe, a sua sorte vai continuar por muito tempo.
- Nem te atrevas a fazer mal à minha filha.- Grunhiu.
O homem riu-se friamente.
- Vais impedir-me Mattson?- Perguntou.
- Nem te atrevas.- Ameaçou.
- Estou assustado.
Os olhos de Rachel pararam nas cobras que deslizavam pelo quarto de Voldemort, sem esconder o pavor que tinha destas, recuou um passo. Voldemort riu-se do pavor da mulher.
- É bom que te habitues.- Disse.- Elas dormem mesmo ao teu lado.
Os lábios de Voldemort aproximaram-se dos ouvidos de Rachel.
- Espero que não tenhas medo de cobras, Mattson.- Sibilou-lhe ao ouvido, passando com as suas mãos na cintura da mulher, fazendo-a arrepiar-se.- Elas gostam de enrolar-se em volta das pessoas.
- Afasta-te de mim, mestiço!- Ordenou-lhe a mulher.
Voldemort olhou-a irritado.
- Vejo que ainda tenho que ensinar-te umas coisinhas, sangue de lama. Crucio.
Antes que ela caísse no chão, Voldemort prendeu o corpo da mulher entre a parede e o seu próprio corpo.
- Vamos fazer um joguinho, Mattson.- Disse, passando as mãos pela parte descoberta das pernas de Rachel.- Eu aposto que não aguentas muito tempo sem gritar. E tu o que dás?
Rachel procurou todas as forças que tinha para não gritar pela dor que todas aquelas facas e labaredas lhe causavam.
- Afinal ainda temos a noite toda.
Obrigada pelos comentários =D Até ao próximo capitulo.
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