Capitulo II



Hermione e Pansy haviam aproveitado o dia para ir a Hogsmead. O frio era cortante e parecia aumentar cada dia mais, por isso haviam optado por uma bota, casaco e um gorro na cabeça, protegendo-as do vento que soprava, mas por tudo isso e pela chuva que caia todas as noites, era uma das coisas que Hermione mais gostava.

Desde sua infância quando seus pais a levavam para a casa de campo e assim poderia ficar horas e horas olhando a chuva cair, que ainda sim parecia que a cada momento o céu ficava mais bonito, depois que a chuva passava, limpo e cheio de estrelas. Mas isso era algo do passado, algo que ela jamais poderia fazer novamente. Eles não estavam mais aqui e não existia mais nenhuma forma que ela pudesse se culpar pelo que aconteceu.

Elas aproveitaram para passar no Três Vassouras e tomarem uma cerveja amanteigada. Pansy estava no balcão aguardando, enquanto Hermione estava sentada e folheando um papel qualquer que estava em cima da mesa, sem perceber alguém se aproximar.

- Olá Mi!

- Gina! Não sabia que você viria a Hogsmead hoje, passei no seu quarto para chamá-la e não a vi. – disse Hermione.

- Mas pelo que percebi você esta bem acompanhada. – falou Gina, olhando de lado para Pansy.

- Gi! Não sei o porquê dessa implicância com a Pansy, por favor, nós já conversamos sobre isso. – pediu Hermione, olhando carinhosamente pra ruiva a sua frente.

- Você tem dado sua confiança para as pessoas erradas, Mi, e quem são seus amigos de verdade tem deixado de lado.

- Não é assim, sabe que trato todos da mesma maneira, além do mais você fica muito mais com seu namorado do que com a gente. Por falar nele, cadê?

- Neville ficou no Zonko’s. Noticias do seu querido Draco?

- Não Gina, não tenho notícias do Malfoy. – falou Hermione, começando a se irritar com as indiretas da ruiva.

- Olá Gina!

- Pansy. Com licença, tenho que ir, até mais. – disse Gina, saindo e cumprimentando o namorado que estava ao lado de fora.

- O casal perfeito de insuportáveis.

- Pansy, não comece.

- Não começar, ao menos você tem que confessar que Neville é insuportavelmente insuportável. – brincou a morena.

- Ok! Ele é, mas não sei o que tem acontecido com Gina, tem agido tão estranha, sempre com indiretas.

- Excesso de tinta na cabeça amiga.

- Meu Merlin, você não tem jeito mesmo! – constatou Hermione, tomando um gole da bebida. - Pensei que Harry viria hoje com você para irem ao Cabeça de Javali, comemorarem o aniversario de namoro, não é hoje?

- É! Mas ele esta quebrando a cabeça com aquela missão, e não vou ficar cobrando saídas em meio a tantos problemas que estamos tendo. Mas confesso que adoraria ir lá hoje, com certeza Rony e Luna estão lá.

- Pode ter certeza que sim, é o lugar preferido dos casais.

- E vai ser o seu futuramente. – assentiu a morena.

- Pansy, não vamos sonhar muito alto não é?

- Não, não estamos sonhando, Mi, só quero que você seja um pouco realista. Ok? Podemos ser?

- Claro, comece sua palestra sobre como eu deveria me atirar nos braços dele. – desdenhou Hermione.

- Não é se atirar, é apenas ser um pouco mais insistente, se você não agir, ele não vai. Homens em meio à guerra e missões são assim, sempre com aquela conversa fiada de que é melhor assim e menos perigoso e todo aquele blá blá blá, foi assim com Harry e não é diferente com Draco. Só um pouco, ele é bem mais teimoso que Harry.

- Não vou, já sou insistente o bastante puxando todas nossas conversas, não vou ficar correndo atrás daquele loiro aguado. – sussurrou Hermione.

- Sua Grifinoria cabeça dura.

- Sonserina metida. – provocou Hermione. – Vamos na DedosdeMel, Pansy? Preciso de doce.

- Ótima idéia.




Encostado no para-peito da sacada de seu quarto no castelo de Voldemort, Draco havia voltado há duas semanas e meia, desde então não voltou mais para a casa de Sirius Black. Mais insuportável era ter que ficar bajulando e tendo que atender a todos os chamados de seu “patrão”, as noites que havia passado em claro por sonhos que o perturbavam. Suspirou alto e tentou retomar a respiração.

- Me parece um pouco cansado, jovem Malfoy. Contando os dias para voltar.

- Snape, veio me fazer uma visita? – indagou Draco, sem mover-se.

- Tenho que confessar que algo tem chamado muito minha atenção nesses últimos dias, sua enorme paciência e delicadeza com os mini projetos de comensais tem tirado um pouco do meu sono.

- Pensei que com o tempo, você já não dormisse mais, Snape.

- E perder o que me resta de descanso nessa vida, Malfoy, não, você deveria aprender com isso tudo e não se preocupar tanto.

- Alguma reclamação? – desdenhou Draco, com um meio sorriso.

- Tente tomar mais cuidado e não descontar sua euforia e nervosismo por aqui, falta pouco tempo para que você volte, então tente não parecer um menino empolgado.

- Quando você vai sair daqui também? Como você suporta aquele verme em projeto de gente mandando o tempo todo em você? Ele me sufoca. – praguejou Draco.

- Tudo ao seu tempo, jovem Malfoy, se estou vivo até hoje é por que sei o tempo exato de agir. Estou pensando melhor em ir para sua casa descansar um pouco. – declarou Snape.

- Fique a vontade, acho que ela ainda deve estar de pé. Tem um bom tempo que não apareço lá.

- Deveria chamar a garota para conhecer sua bela casa. – provocou Snape sem olhá-lo.

- Poupe-me Snape, não tente ser engraçado, você não é bom nisso!

- Bem, posso tentar ao menos, você é o que me resta por aqui pra ter um pouco de diversão, que graça teria provocar outra pessoa, quando você é o que se irrita mais fácil. – brincou Snape. - Vamos, conte-me o que esta perturbando a cabeça do meu afilhado. – insistiu Snape, com a mão no ombro de Draco.

Uma das poucas, ou a única, pessoas em que Draco conseguia desabafar e confiar para conversar era Severo Snape. Era ele também que cobria todas as idas de Draco para a Ordem da Fênix, e era ele a única pessoa que Draco jamais conseguiria mentir.

- Eu não sei, acho que eles vão agir sem minha presença. Odeio ter que ficar aqui e não saber o que esta acontecendo.

- Ou odeia mais não saber o que ela esta fazendo?

- Odeio por que ela é uma Grifinoria teimosa e cabeça dura, que só se mete em encrencas. Isso já tem me cansado, tem mais de ano, eu devia era procurar o meu canto, voltar para a Mansão Malfoy e fornecer as informações de lá mesmo.

- Seria mais fácil assim?

- Com certeza seria bem menos difícil.

- Pense um pouco melhor antes de tomar suas decisões, Draco. E mande lembrança a todos, qualquer dia apareço para fazer uma visita para eles. Divirta-se. – falou Snape, saindo pela porta do quarto.

Draco levantou seu corpo e colocou as mãos dentro do bolso da calça, ouvindo a porta abrir-se novamente ele disse:

- Esqueceu algo, Snape?

- Não sou o Snape. – disse uma voz fina e provocante, fechando a porta atrás de si e encostando a ela.

- Gabrielle Delacour, perdida por aqui? – indagou Draco, virando-se.

Gabrielle Delacour era irmã mais nova de Fleur Delacour, havia tomado o lado oposto da irmã, virando comensal. Era a loucura de muitos homens ali. Perigosa, mesquinha e interesseira, fazia de tudo para crescer no conceito de Voldemort. Não escondia o interesse por Draco, e sabia que desde as ultimas vezes que eles haviam dormido juntos, ele não a procurava mais.

– Resolvi fazer uma visita para você e relembrar um pouco nossas brincadeiras. – disse ela aproximando-se.

- Já ouviu dizer que quem gosta de passado é museu, Delacour?

- Você teve uma recepção mais calorosa, Draco! Anda perdendo as habilidades. – insistiu ela, aproximando-se de Draco e colando seu corpo ao dele. – Você poderia começar a fazer aquelas coisinhas que você adora. – disse ela, tentando aproximar da boca dele.

- Não há nada que eu já não tenha feito com você, que eu queria fazer de novo, Delacour.

- Eu sei que você tem andado muito estressado, Draco, mas a gente pode acabar isso bem rápido. Que tal irmos pra aquela cama ali, ou podemos fazer aqui mesmo se você preferir?

- Claro! – disse Draco, segurando o braço dela com força e a arrastando. – Aproveite bem a cama. – terminou, jogando-a sem nenhuma delicadeza na cama e saindo.

- IDIOTA! VAI SE ARREPENDER POR ISSO. – gritou Delacour.




- Hog’s Head se transformou em um dos bares mais conhecidos por todos os comensais. Sujo, sombrio e cheio de prostitutas, é um dos lugares mais freqüentados por Bartolomeu Crouch Jr. Não há duvidas que ele esteja lá hoje. – disse Blaise.

- Ele com certeza não estará sozinho Blaise, acho muito arriscado irmos até lá. Bartolomeu é um dos comensais mais procurados, braço direito de Voldemort, ele é muito esperto. – afirmou Luna.

- O Colar de Opalas não sai de seu pescoço, desde quando Voldemort lhe entregou para ficar sobre seus cuidados. Será um tiro certeiro, Luna, ele pode ser esperto, mas se rende aos encantos de uma mulher muito fácil.

- Mas esse tal colar, não é vendido em Borgim e Burkes? – perguntou Rony.

- Não é qualquer colar de Opalas, Rony, ele foi feito por Voldemort e seria entregue ao seu servo mais confiável, podendo assim guardar todas as informações de passagens, lugares e localizações dos esconderijos dos comensais.

- Como faremos para entrarmos lá sem sermos descobertos? – questionou Rony novamente.

- Não há muita movimentação por perto, Hog’s Head fica um pouco longe da entrada principal de Hogsmeade, lá não tem alguém que fique na portaria ou qualquer coisa parecida. Entra quem quiser, e como muitos sabem que é um lugar sujo e barato, só entram comensais, bêbados e homens que procuram mulheres fáceis.

- Mas ele não funciona sozinho pelo que Malfoy. – declarou Harry.

- Não, ele é umas das peças, ele funciona como chave para abrir algo.

- Algo? Isso é muito vago, Blaise, não podemos agir assim sem mais informações, Draco nos pediu um tempo de espera até que ele volte com informações mais certas. – falou Hermione, seria.

- Só que tem duas semanas que ele não aparece. – desdenhou Neville

- Então, o que a mente brilhante nos sugere, Neville? – questiono Pansy, irritada.

- Iremos até lá, mataremos Bartolomeu e pegaremos o colar.

- Simples assim? Poupe-me Neville, é melhor fechar a boca ao invés de dizer besteiras. – Respondeu Pansy, com um sorriso sarcástico.

- Hermione fará o trabalho dela muito bem...

- Ela decidira, Neville. – declarou Harry. – Agora ainda vou decidir o que faremos, então, preciso falar a sós com Hermione. – pediu Harry, esperando que todos que estivessem lá se retirassem, ficando apenas com Hermione e Pansy na sala.

- Isso é muito arriscado, Harry, Draco não esta aqui. – çomeçou Pansy.

- Ele não apareceu, e não deu noticias, essa é uma das nossas únicas chances de agir, em meio a tantas missões em vão que temos ido e sem êxito algum.

- Então eu posso agir no lugar da Hermione, você sabe...

- Não Pansy, eu conheço Bartolomeu até usando poção Polissuco. Além do mais você estará lá comigo, então agiremos juntas.

- Draco jamais deixaria você fazer isso, Hermione. – sussurrou Pansy para a amiga.

- Ele não está aqui Pansy, e nem ao menos sabemos quando ele voltará. Harry decidiu e agiremos dessa forma. – disse, saindo da porta e se deparando com todos parados na outra sala.

- Iremos no dividir da seguinte forma: Blaise, eu e Rony entraremos com Pansy e Hermione. Quero que Luna, Neville e Gina fiquem do lado de fora e nos informe se algum outro comensal entrar pela porta. – informou Harry. – Vão se arrumar e quero todo mundo aqui em uma hora, se vamos agir, que seja rápido e sem nenhum erro.

Fazia quase três semanas que ele não aparecia, nenhum sinal, nada de cartas ou alguma informação que pudesse deixar mais, calma ou atenta a qualquer novo fato. Essa era a primeira vez em mais de um ano desde que ele havia entrado na Ordem que executaríamos uma missão sem a presença dele.

Draco nunca gostou de meio termo, “de acho”, e sim de “tenho certeza”. Nunca assumiu a responsabilidade de tomar frente de algo que pudesse colocar todos em risco, olhava todos os ângulos e todas as maneiras possíveis e até planos de fuga para que as missões não fossem por água abaixo.

Uma das coisas que havia aprendido como comensal e repassado para os outros colegas da Ordem, era o quanto toda ação havia uma reação, o mínimo seria a mortal, já que comensais não acabavam tão fácil com a vida dos seus oponentes. Nada era mais prazeroso do que o sofrimento e a dor física para aqueles que desejariam uma morte rápida.

Hermione se lembrava de cada conversa e cada explicação rápida e enfática que ele dizia a cada nova missão, isso a fazia pensar se eles não estavam agindo muito rápido e sem pensar nas conseqüências.

Pegou com cuidado as roupas que haviam comprado no Beco Diagonal e via que era algo que ela jamais usaria. Preferiu se arrumar sozinha, não queria mesmo ver no rosto de Pansy o quanto aquilo tudo a deixava nervosa e frustrada pelo seu primo não estar aqui.

Colocou com cuidado uma meia preta e um vestido vermelho sangue curto tomara que caia, deixando um decote bem avantajado entre o seios, formando perfeitamente o colo da garota; calçou uma bota de salto fino e alto preto. Prendeu seus cabelos em um coque, colocando por cima uma peruca com cabelos lisos e longos cor de acaju, passou uma maquiagem bem pesada, com delineador e um batom vermelho.

Nem ela mesma se reconhecia, seu rosto estava quase da cor do seu vestido do tamanho que era a vergonha que estava. Colocou por cima uma capa longa para não ter que todos seus amigos a olhassem daquela maneira.

O lugar em volta era praticamente deserto e o cheiro que saia do local era de puro álcool e tabaco, chegava a ser forte e perturbante para a cabeça. Lá dentro havia homens encapuzados, bêbados que nem ao menos saberiam seus nomes.

Mulheres do mais baixo nível social, vulgares e algumas até mesmo que não se importavam em fazerem sexo na frente de tantas outras pessoas, bate boca e brigas podiam ser visto em qualquer lugar. Eles haviam se separados lá dentro, e os garotos estavam disfarçados, sentados fingindo beber e Pansy sentada em cima da mesa com eles.

Hermione se direcionou para uma cadeira no balcão e ali mesmo sentou-se.

- Uma vodka. – pediu ela ao elfo que estava servindo. Precisava de algo para beber urgente, ou teria um colapso nervoso ali mesmo, pegou a dose e bebeu rapidamente, sentindo que ela descia rasgando a garganta, mas de alguma maneira a fez sentir-se aliviada.

Não era preciso procurar muito para ver onde estava Bartolomeu, no momento em que Hermione sentou-se, ele não havia deixado de olhar um momento se quer, devorava com os olhos e ela sentia seu estomago embrulhar de uma maneira totalmente repulsiva por ele. Rapidamente ele empurrou a mulher que estava sentando em seu colo, derrubando-a no chão e fixando seu olhar no corpo da morena.

Cruzando as pernas de forma sensual e vagarosamente, ela jogou um olhar rápido e divertido para o comensal que estava levantando da sua cadeira de forma rápida. Bartolomeu prostrou-se ao lado da morena e olhou de forma descarada para o decote da mesma, fazendo com que ela se sentisse totalmente nua diante dos olhos sujos e frios do comensal.

- O que uma mulher tão linda esta fazendo em um lugar como esse? – perguntou ele, acariciando o rosto da morena.

Tentando ao máximo não pronunciar uma palavra qualquer que fosse para que ele não descobrisse sua farsa, ela levantou e andou de forma sensual fazendo com que o comensal a seguisse hipnotizado com seu corpo.

Como queria que aquilo não estivesse acontecendo com ela, fazer tal coisa com um homem que ela sentia total repulsa e ódio, e ainda ver em seus olhos o quanto ele queria de todas as formas possuí-la, a fazia sentir imunda e um total desprezo pelo que havia se metido nesse momento. Onde estaria aquele ogro e idiota do Malfoy que não esta aqui pra tirá-la desse calvário?

Antes de subir as escadas, ela jogou um olhar de aviso para seus amigos e sendo seguida pelo comensal, não percebeu que outros haviam bloqueado a passagem atrás de si por ordem de Bartolomeu impedindo a entrada mais alguém. Sentindo que de alguma forma o perigo começava a tomar conta de si e o medo de que algo desse errado, ela resolveu agir de um jeito ou de outro.

Sentiu uma mão em sua cintura a girar para então ficar cara a cara com Bartolomeu, subindo sensualmente a mão em seu peito para chegar em seu pescoço ela sentiu seu corpo congelar. Não estava lá, o colar, não esta em seu pescoço.

- Não está ai, morena. – disse Bartolomeu, com uma voz fria e sarcástica. Erguendo a sobrancelha em sinal de indagação e tentando não morrer o sorriso que estava em seu rosto. – O Colar de Opalas que você esta tanto procurando.

- Eu não sei...

- Como você é ingênua não é! – disse ele, pressionando o corpo da morena na parede. – Sinto esse seu cheiro de longe. Mas ainda não se dizer onde estão seus amiguinhos...

- Você se acha muito esperto não é, Crouch? – Hermione cuspiu na cara dele. – Comensal imundo.

- Ora! Ora! É isso que eu mais adoro em vocês sabe, sempre tão certinhas e tão frágeis. – declarou ele, segurando com força do pescoço da garota. – Assumo que seria nojento encostar-se a em alguém como você, com esse cheiro de sangue ruim, mas você esta bem crescidinha desde á ultima vez quando matei seus pais. – gargalhou ele vendo a raiva surgindo no rosto da garota. – O que? A doce menina frágil ainda chora a morte dos pais.

Puxando com brutalidade ele, arrancou a peruca da garota deixando que os seus cabelos caíssem pelos ombros. Aproveitando o descuido do comensal que a segurava apenas com uma mão, Hermione se desviou do corpo dele pegando a varinha que estava dentro de sua bota:

- Crucio. – gritou a garota, sendo infeliz no feitiço que foi desviado rapidamente pelo comensal.

- Estupefaça. – revidou o comensal, jogando-a contra a parede, que soltou um gemido de dor ao sentir a pancada na cabeça. Com esforço ela ainda conseguiu levantar-se, segurando na parede e sentindo o gosto do sangue saindo pela sua boca, limpando com a mão, voltou seu olhar para ele e antes que pudesse pronunciar outro feitiço Bartolomeu avançou sobre ela, jogando-a no chão.

- Difícil, muito difícil, isso torna tudo mais excitante, sangue ruim. – disse segurando o cabelo da morena, fazendo arquear o corpo para trás. Com fúria e agilidade o comensal capturou os lábios da garota tentando aprofundar o beijo que foi parado por uma mordida forte na língua do comensal, deixando o gosto de sangue na boca dos dois. – SUA VAGABUNDA! – gritou ele, rolando para o lado.

Levantando apressadamente ela correu na direção da porta.

- Alohomora! - E nada da porta abrir.

- Esta sozinha, Granger. Expelliarmus! – disse, desarmando a morena. – Isso é muito mais fácil do que eu imaginava. – declarou o comensal chegando mais perto da garota.

Hermione estava totalmente desarmada, machucada e sem saída, não acreditava que isso tudo acabaria assim, foi estúpida em pensar que conseguiria agir sozinha colocando sua vida e dos outros em risco.

Fechou os olhos aguardando o seu fim, sentiu a mão dele tocar seu rosto com brutalidade e antes que ele pudesse chegar mais perto ouviu:

- CRUCIU – gritou alguém vindo de um lugar que ela nem ao menos queria saber, conhecia tão bem essa voz, que deixou seu corpo cair no chão sem medo de machucar-se.

O corpo de Bartolomeu foi arremessado com violência contra a parede.

- Nunca dê as costas para o inimigo, Crouch, você já foi mais esperto. – disse Draco, chegando perto do corpo do comensal.

- Malfoy, mas o que...

- Por favor, Crouch, vamos deixar as explicações de lado, para alguém que adorava se gabar, você esta ficando velho, meu caro.

- O que pensa que esta fazendo, por acaso acha que Voldemort irá lhe dar o meu lugar, de servo confiável, a um traidor como você?

- E ficar ao lado daquele velho imundo, não!

- Mas então o que... – começou Bartolomeu tentando entender o que estava acontecendo ali, mas quando viu a garota sentada no chão encostando-se na parece, ele disse: - Você não está do lado dela, ou está?

- Por Merlin, você esta começando a me deixar mais irritado,Crouch. – declarou Draco, levantando o corpo do comensal pelo colarinho.

- Mas então o grande Draco Malfoy está explorando o corpo da garota ali, não o culpo, ela é muito... – Antes que pudesse terminar de falar, Draco girou o seu pulso em um murro certeiro no rosto do comensal.

- Não me provoque, Crouch, não onde eu não possa fazer com você o que eu mais gosto de fazer com imundos com você! – falou Draco, sentindo seu ódio aumentar cada vez mais.

- Por que Malfoy, não é homem o bastante pra torturar alguém? Pu é algo que os belos olhos da garota ali não suportariam presenciar?

- Cruciatus. – lançou Draco em Bartolomeu, que começou a se contorcer no chão de dor, sentido como se facas perfurassem seu corpo.

Olhando bem para o rosto do comensal, Draco esboçou um sorriso frio e prazeroso.

- O que o perturba Malfoy? – çomeçou Bartolomeu, ainda com dificuldade. - O fato de eu ter tocado nela de um jeito que você não tocou? Ora! A boca dela é macia e doce com um mel e seu corpo...

- AVADA KEDAVRA! – gritou Draco na direção do comensal, acertando em cheio o peito e dando uma morte rápida e certeira.

Vasculhou a capa do comensal e achou o colar em seu peito. Respirando pausadamente e tentando se acalmar Draco levantou e ficou olhando para o corpo do comensal, perdido em pensamentos. Jamais havia saído do controle dessa forma, sentiu uma repulsa e ódio sem tamanho pelo corpo que estava a sua frente. A morte era pouco para o que tinha em mente. Mas lembrou-se que do outro lado do cômodo estava Hermione.

Aproximou dela.

- Esta bem? – perguntou, agachando na frente da morena, analisando seu corpo em busca de machucados mais sérios.

- Sim! – respondeu ela, ainda com o rosto abaixado queimando de dor pelo feitiço.

- Vem. – pediu ele, levantando-a com cuidado para não tocar em nenhum machucado, retirou sua capa, colocou nela cobrindo seu corpo exposto pelo curto vestido rasgado. – Vou tirá-la daqui.

- Você sumiu. – disse ela, num sussurro agarrada ao corpo dele.

- Eu sumo, e vocês me aprontar uma merda dessas. – declarou ele, raivoso segurando sua cintura e ajudando-a ficar em pé junto ao seu corpo.

- Não é culpa do Harry.

- Não! Mas ainda vou descobrir quem deu essa idéia estúpida e vou matá-lo nesse dia.

- Mas você veio. – constatou ela, olhando.

- Vim! Por que algo me dizia que alguém ainda ia botar tudo a perder, mais quando chego aqui, olha só o que eu vejo. – começou ele, retribuindo o olhar para ela, seus olhos haviam escurecido e todo aquele brilho que havia neles quando estavam azuis, foram tomados por uma nuvem negra. – Será que passa pela sua cabeça, pelo menos um pouco, não precisa nem forçar muito pra imaginar o que teria acontecido se eu não houvesse chegado aqui a tempo? – disse ele, com uma fúria intensa na voz.

Retirou um lenço do bolso da calça e passou em cima da ferida que tinha na boca da garota, ela fechou os olhos sentindo a ardência do machucado e não conseguindo segurar as lagrimas que formavam em seus olhos.

- Vai ficar tudo bem! – afirmou ele, enxugando as lagrimas da morena. – Agora você vai ter que tirar essa maquiagem horrível que esta em seu rosto.

- Por onde você andou? – perguntou ela, com os olhos marejados, fazendo com que a maquiagem escorresse pelo seu rosto pálido.

Antes que ele pudesse responder, a porta foi aberta por um feitiço, jogando-a para longe e causando um grito de susto que saiu involuntariamente pela boca de Hermione. Ela escondeu seu rosto no peito de Draco, suas pernas não conseguiam mais sustentar o corpo, e se não fosse pela mão de Draco em sua cintura, jamais estaria de pé.

- O que você faz aqui? – perguntou Harry, ainda assustado pela presença de Draco.

- É muito bom ver você também, Potter, pelo que estou vendo, vocês se viraram muito bem sem a minha presença. – afirmou Draco.

- Draco! – disse Pansy, surpresa ao vê-lo.

- Pansy

- Quem é vivo sempre aparece não é Malfoy. – falou Neville, entrando pela porta.

- E quem é vivo sempre pode morrer, Longbottom.

- Pelo que vejo você foi um pouco mais rápido que nós, já até matou o Crouch.

- Sumam com o corpo dele, Potter.

- E o colar? – perguntou Blaise.

- Eu realmente espero que essa idéia não seja sua, Blaise, me desapontaria muito sabendo que você cometeu um erro desses, logo você conhecendo tão bem a historia do colar de Opalas.

- Mas...

- Nada de conversas por agora, limpem essa sujeira. – Disse Draco erguendo no colo Hermione. – Pansy, você vem comigo.

Antes que alguém pudesse fazer mais alguma objeção, Draco aparatou na casa de Sirius Black. Abriu com cuidado a porta do quarto dela e andou até a espaçosa cama no centro do quarto, depositou-a na cama e sentou-se ao lado do corpo adormecido da morena.

- Cuide dela. – pediu ele, olhando para Pansy.

- Claro! Conte-me o que aconteceu Draco, por favor!

- Eu tive que matá-lo, e isso levou tudo para o ralo, agora não tenho como eu saber quais são as palavras certas para abrir o espelho. Eu podia ter tirado a força dele, podia ter o torturado até quando ele não agüentasse mais. – confessou ele, com os olhos baixos, lembrando-se de tudo o que havia acontecido. – Mas ela estava lá, e estava machucada, e isso só fez minha raiva aumentar e o matei.

- Mas você está com o colar, não?

- Sim, estou com ele, mas isso só não basta, Pansy. Ele é um das peças, o espelho eu sei onde encontrar, mas as palavras certas eu não sei se poderei encontrar, uma das únicas chances é voltar para a Mansão Malfoy e procurar naquela imensidão de livros e ver se encontro algo.

- Mas então o que estamos esperando? Podemos nos unir e ir para lá.

- Não é tão simples assim, a qualquer momento pode baixar uma frota de comensais lá.

- Mas eles não podem entrar, só podem entrar quem possuir o sangue da família Malfoy ou que esteja acompanhado por algum deles, foi você mesmo que me disse, Draco.

- Eu preciso pensar melhor. – disse ele, levantando e indo na direção da porta.

- Não suma novamente, ok? – pediu Pansy, olhando para Hermione.

- Não. – afirmou ele saindo.



O lugar era tão bonito, claro e tão cheio de vida que fez Hermione querer ir cada vez mais além da estréia trilha que havia pelo caminho. De uma maneira tão diferente o sol havia voltando com força total e trazendo com ele o céu aberto e os pássaros por todos os lados da floresta. Não que fosse o seu lugar favorito de passear, mais era impossível negar uma caminhada dentre as arvores da enorme cachoeira que podia ser avistada em poucos metros de distância.

Um forte vento trouxe seus cabelos no seu rosto, fazendo com que ela virasse rapidamente o rosto tentando tira-los da face, foi com esse movimento que conseguiu avistar mais a frente algo brilhante em cima de uma pedra, era chamativo e quando o sol batia refletia em seu rosto dificultando a visão.

Era um colar, e tão bonito. Não se lembrava da ultima vez que havia tocado algo tão delicado e fino ao mesmo tempo, um convite real para seu pescoço. Não resistiu e o colocou, retirando da sua pequena mochila um espelho para ver melhor como havia ficado. Ficou admirada com sua beleza daquele colar, mas o conhecia de algum lugar, sabia que em algum momento já havia visto esse objeto só não se lembrava onde, ou com quem.

Tossiu levemente sentido algo na sua garganta, que foi aumentando, e cada vez mais dificultando sua respiração, era como se algo tivesse sugando seu ar, era como afora e sentir que não conseguiria voltar par fora da água. Foi quando tocou seu pescoço e sentiu uma coisa ruim, como se ele tivesse sugando tudo de bom dela e a deixando cada vez mais fraca, tentando inutilmente tira-lo e até mesmo arrancar de seu pescoço, mas era em vão, estava preso como aço.

Tentava gritar, porém não saia um ruído de quer da sua voz, queria que alguém a ouvisse e ajudasse, mas nada.

- NÃO! – gritou ela exasperada

- Hermione acorde. VAMOS! – pediu Harry, sacudindo-a.

- PARA! POR FAVOR... O COLAR TIRA. – gritava ela, coisas sem total sentido deixando os que estavam a sua volta estarrecidos.

- Ela esta sendo sufocada. – confirmou Draco, sentando ao lado da morena e retirando com firmeza a mão dela que estava em seu próprio pescoço.

- O que faremos, por Merlim, ela esta tendo um pesadelo, Draco! – disse Pansy, descontrolada.

- Não é um pesadelo. É diferente.

- Mas que diabos é isso então? Faça parar. – ordenou Rony, nervoso.

- É o que vou fazer Wesley, se parar de me te atazanar.

- AJUDEM-ME. – Hermione dizia com a voz alterada e suando muito.

- Ennervate. – falou Draco, usando sua varinha e acordando rapidamente a garota.

- NÃO. – declarou ela, levantando seu corpo rapidamente e sentando na cama. Respirava aceleradamente e descompassa, tentava puxar o ar que havia perdido e suas mãos passavam em seu cabelo tentando acalmar-se. – Óh Merlin!

- Calma, está tudo bem agora. – afirmou, Harry a sua frente.

- Eu tava lá, e vi, mas não tinha mais ninguém e eu vi o colar, e ninguém me ajudava quando eu gritava e... – falava ela, com uma torrente de palavras que saiam sem nexo da sua boca.

- Foi apenas um pesadelo, Hermione. – disse Rony tentando, acalmá-la.

- Não foi, era tão real, eu sei que era vocês não entendem.

- O que você estava sonhando? – insistiu Draco, tentando entender o que estava acontecendo com a garota ao seu lado.

- Como assim o que ela estava sonhando Malfoy, será que não entende que ela não esta bem. – brigou Rony.

- Por que não pega descendo pro seu quarto Wesley, sua namorada ta lá te esperando.

- Oras pelo menos eu tenho...

- Por favor, agora não. – pediu Hermione com os olhos fechados.

- Olha pra mim Granger, quero saber o que você viu. – insistiu ele, olhando atentamente para Hermione.

- Um colar, parecia, eu não tenho certeza se era ele, mas...

- Esta falando do colar de Opalas? – perguntou Draco, tentando ajudá-la a se lembrar.

- Isso. – confirmou erguendo seu rosto e deparando-se com o olhar de Draco.

- Quem estava sufocando você?

- Ele.

- Ele quem? – indagou Rony, perdido.

- O colar Wesley, como? – respondeu Drac,o impaciente com as perguntas de Rony.

- Eu o coloquei e depois parecia que ele estava sugando minha respiração e não conseguia puxa o ar sentia-me como se estivesse afogando. – esclareceu Hermione, mais calma.

- Seu pescoço, sem marcas visivelmente. – constatou Draco, deslizando seus dedos frios pelo pescoço de Hermione afastando os cachos.

Foi como um choque eletrizante no corpo dele, seus dedos frios em contraste com a pele quente de macia da garota. Afastou vagarosamente seus dedos dela e levantou da cama ainda absorto em pensamentos.

– Esta tudo bem agora, pode voltar a dormir. - afirmou Draco, andando em direção a porta.

Precisava de certezas e não poderia falar nada antes que alguém pudesse lhe confirmar todas as suas teorias, mas isso seria quase impossível e só uma única pessoa poderia lhe responder.




N/A: (S)ara C - Espero que não tenha demorado muito gente! Mais cá estou eu postando o segundo cap o/\o E muito feliz por sinal, por ver que tive tantos comentarios. Obrigado mesmo pessoal, espero que todos gostem do segundo cap tanto quanto eu gostei de escrever! Prometo me empenhar ao maximo pro proximo cap e postar rapidinho!

Betina frô linda! Muito obrigado por tudo viu !? Você é uma amiga e tanto mesmo, saiba que ADORO TE de montão o/\o Valeu pela paciencia com essa pequena pessoa aqui - kkkk :P

Valeu pelos comentarios:
.: *#'Capitã Bia'#*-:.
Marie Malfoy
Imogen
Blair Black
Debyh Wood
Landabeth Martins de Souza
*Mione Cullen Malfoy*
Nety Granger
Mione03
Carla Ligia Ferreira
Ynna_Potter
Hermione.Potter
Josy
Claudiomir José Canan
Paula Black

Obs: Espero não ter mesmo esquecido de ninguem ^^ Obrigado novamente - adorooo vocês pessoinhas ;D

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