Capitulo I
Não negava o quanto gostava do seu modo de vida, com certeza não era a vida que muitos teriam vontade, mas de uma maneira inexplicável gostava de toda adrenalina e todo perigo que corria. Gostava de ver o medo nos olhos de seus oponentes, e ver a submissão e a suplica para uma morte rápida e sem dor, algo que ele não levava em conta e sentia prazer em causar dor naqueles que não eram dignos de viver. Mas pelo simples fato de não ter amor a algo ou alguém, por não ter que se preocupar com o dia de amanha, ou se teria que voltar pra alguém, ele fazia com que o seu dia termine com mais uma missão cumprida; se não poderia ajudar a melhorar sua vida, poderia pelo menos ajudar a dos outros.
Nunca gostou muito de agir como um bom samaritano, nem tenta fazer com que as pessoas gostem dele. Faz o que acha certo, da maneira conveniente para si, e os outros que de adaptem ao seu modo de vida. Não segue regras e não aceita que imponham elas sobre si. Escolheu esse estilo de vida por achar que não teria outra solução para o fim trágico que seria sua vida sem escolher um lado.
O que restaria para um homem que teve seus próprios pais mortos pela suas mãos, e todos aqueles que um dia chamou de colegas no fundo de um precipício?
Sua vida foi sempre feita de escolhas, e nunca teve tempo para pensar se era certo ou errado, só teria que escolher e agir de maneira rápida e sem medo das conseqüências que haveriam de vir no futuro. Tinha uma marca no seu braço esquerdo que o fazia se lembrar o que era, e qual era sua missão no mundo. Não tinha tempo para sonhos ou ilusões de algo, ou um milagre possa acontecer e fazer com que seu mundo de escuridão se transforme em luz.
No momento em que escolheu se juntar a Ordem, cujas pessoas que se encontravam lá, tinham uma meta e um futuro na vida, ele estava lá apenas pra poder fazer sua vingança pessoal e mostrar ao cara que cegamente confiava nele como servo, o quanto a vingança é um prato que se come frio.
Havia aprendido a se adaptar a movimentação que sempre tinha na mansão de Sirius Black, - que havia oferecido sua própria casa para sede da Ordem -, mas era algo suportável, em vista que ele ficava por lá apenas duas, no máximo três, vezes por semana; Vamos dizer que seu chefe pessoal liberava seus súditos para as diversões nos finais de semana.
- Começaremos a reunião em alguns minutos Malfoy. – disse Harry, se prostrando ao lado de um jovem loiro que estava encostado na janela da mansão.
Ele apenas assentiu e voltou seu olhar para fora da casa. Com apenas vinte anos de idade, Draco Malfoy havia herdado uma herança incalculável de sua família, assim como a beleza estonteante de sua mãe Narcisa, e por mais que marcas de cansaço estivessem presentes em seu rosto, nada disto diminuía sua beleza.
Sempre trajando roupas impecáveis, escuras e sobretudos; Não havia deixado a elegância e o bom gosto de lado, mas continuava a apresentar aquela prepotência e arrogância em seu olhar, apenas visivelmente, pois com o tempo aprendeu a respeitar e tratar formalmente aqueles que eram seus companheiros de “trabalho”.
Harry, por incrível que pareça, havia se tornado um grande aliado, os dois sempre trocavam conversas longas e até amigáveis para alguém como Draco.
O respeito era mutuo entre ambos, e era algo que enchia o coração e a felicidade de Hermione, uma jovem morena de apenas dezoito anos que conseguia transmitir todos os sentimentos e emoções apenas pelo olhar. Inteligente, esperta e decidida, era uma das peças importantes para os planos e missões que eram criadas. Tinha um coração doce e sincero, mas poderia se transformar em uma mulher guerreira em segundos. Esbelta e com uma beleza delicada e natural, possuía um cabelo longo com cachos bem moldurados, um pele morena clara e um corpo curvilíneo.
Procurando outro livro qualquer que pudesse ler para se entreter antes de começarem a reunião, Hermione vasculhava com os olhos as prateleiras da enorme biblioteca no escritório. Com suas pequenas mãos ela passava com cuidado em cima de cada livro, esperando obter um sucesso que fosse à sua busca.
Tentando pegar um livro que se encontrava em uma altura um pouco difícil de se alcançar, ela ficou na ponta dos pés, puxando com a ponta dos seus dedos a capa do livro; Vendo que era impossível, ela deu um pulo e puxou de uma vez só o livro, que escapulindo dos seus dedos e vindo de encontro ao seu rosto.
Protegendo sua face com as mãos, ela esperou até o momento em que ele caísse na sua cabeça, algo que não aconteceu. Confusa, levantou devagar os olhos para dar de encontro com um par de olhos cinza curiosos lhe olhando.
Ela sempre estremecia quando tinha que olhar nos olhos de Draco, não sabia o porquê, mas algo neles lhe causava arrepios no corpo; não sabia se era de medo ou de outra coisa qualquer. Corando e tentando desvencilhar o olhar, sem êxito, ela pegou com cuidado o livro que ele estendia para ela e disse:
- Obrigado!
- Cuidado, você pode se machucar. – alertou ele, com uma voz grossa e arrastada.
Por mais que soubesse que ele não a trataria mais com hostilidade e falta de educação, era muito difícil manter uma conversa normal e longa com ele. Sabia que ele não a deixaria falando sozinha e até dava sinais de liberdade para que ela pudesse conversar, mas de algum modo ela se sentia retraída e tímida. Não queria ficar sentindo aquelas coisas quando estava perto dele, e ficar parecendo uma menina boba toda vez que ele a olhava e ela não sabia como responder.
Saiu de perto dele e sentou-se no sofá no canto do escritório, ajeitando o longo vestido que usava realçando mais seu corpo e a cor verde que combinava perfeitamente com seu tom de pele, cruzou as pernas de lado e abriu o livro tentando manter uma leitura.
Muitas pessoas adentravam a sala e se sentavam em vários assentos se acomodando e esperando mais uma reunião.
- Muito bem! Sabemos que felizmente as coisas têm sido mantidas sobre controle, graças ao senhor Malfoy que tem nos mantido sempre informados de todas as novidades ou supostas surpresas que possam nos acontecer a qualquer momento, mas não podemos ficar despreocupados e fiquemos menos atentos. – explicou Sirius, com cuidado. – Pelo que me contou agora a pouco, teremos um breve descanso nesse meio tempo, não é senhor Malfoy?
- Muitos dos comensais tem se afastado por receio, eles não são tão fieis como o Lord deles pensavam. Eles, vamos dizer, estão precisando de mais garantias de que não serão mortos a qualquer momento por alguém de fora ou por algum comensal tentando manter-se.
- Mas eles estão em grande numero, Malfoy? – indagou Harry.
- Nesse momento numeros não tem muita importância, eles podem até estar em grande quantidade, mas a juntando dois, não da meio comensal. Voldemort tem atirado para todos os lados tentando obter mais alguns servos pra ele. Muitos estão cansados de serem escravizados e ficarem mantidos vários dias seguidos presos no castelo dele, estão querendo mais liberdade, daqui a pouco teremos o movimento dos comensais insatisfeitos. – debochou Draco.
- Isso aqui não é brincadeira, Malfoy. – acusou Neville, nervoso.
- Anda muito nervoso, Longbottom, por que você mesmo não enfia sua cara naquele antro de cobras e tentar ver melhor como é lá dentro ao invés de se esconder feito um covarde aqui.
- Você é um idiota mesmo, fica tentando ganhar o seu e se dividindo em dois lados.
- Eu sei o que eu sou, Longbottom, ao invés de você, não me assustaria vendo você se vendendo para um deles, por que não mostra sua cara agora e para com essa farsa. – acusou Draco, raivoso dando um passo na direção de Neville.
- Não me faça rir, Malfoy, eu não me assustaria vendo você matando todos que estão a sua volta do mesmo modo que você fez com seus próprios pais...
- CHEGA NEVILLE! – gritou Hermione, furiosa. – Você esta indo longe demais.
- Até você Hermione deu pra defender o comensal aqui? – desdenhou Neville, com um sorriso debochado. – Será que sua memória anda fraca? – perguntou, aproximando-se dela.
- Eu acho que a sua memória que anda meio fraca, caso não se lembre, se não fosse o Draco, você estaria morto nesse momento! Não se lembra, Neville? – acusou Hermione, sem desviar o olhar do dele.
- É, e você também estaria, não é? – sussurrou Neville para ela. - Só acho que você vem agradecendo de um jeito diferente a ele não é...
Antes que ele pudesse terminar Hermione virou um tapa em seu rosto sem pensar, fazendo com que todos presentes se assustassem, envergonhada, Hermione saiu da sala e subiu as escadas correndo para seu quarto.
Eles haviam se divididos em grupos e vasculhavam todos os lugares em busca de sobreviventes em meio aos escombros. Um enorme ataque havia acontecido no meio da pequena vila no leste da Inglaterra, poucas pessoas haviam sido encontradas e os comensais não perdoavam nem mulheres gravidas ou crianças. Eles não estavam usando só magia, mas haviam direcionado seus estoques de armas e bombas feitas com poções letais para trouxas que viviam dentre o mundo bruxo.
Com cuidado Harry e Draco usavam magia para detectar qualquer sinal de bomba ou armadilhas que pudessem lhes pegar desprevenidos.
- Não sobrou quase ninguem. – constatou Harry, agachado.
- Não! Esse tipo de magia que eles estão usando misturados com quimicas trouxas são letais para até mesmo bruxos. Só não descobri ainda da onde eles estão tirando isso. – disse Draco, olhando em volta. – Ainda tem o cheiro de enxofre subindo pelo ar, acho melhor levar mascaras para os outros, e ajuda Pansy a desprende o pé ali. – brincou Draco, olhando na direção de uma morena preguejando raiovosa. – Sua namorada é tão desastrada, Potter.
Draco saiu andando entre os escombros e com cuidado olhava para cada um do seu grupo. Passando pelos Wesleys, ele jogou algumas mascaras para eles e continuou andando sorrateiramente encapuzado para que se houvesse ainda algum comensal, não o descobrisse. Avistando Hermione agachada, procurando algo pelo chão perto da parede; Ela se encontrava com a mão no nariz tentando tapar o cheiro que subia e em vão tentava respirar pela boca, tossindo descontroladamente ela tentou se levantar segurando na parede e enconstando
- Qual parte do use sua mascara você não entendeu, Granger? – indagou Draco
- Eu não sei onde foi parar a minha. – respondeu, em meio a tosses.
- Devia estar usando desde o momento em que mandei, ou você não se lembra que você é nascida trouxa e pode morrer por descuido seu. – falou Draco, com uma voz seria, ajudando ela a se apoiar em seu corpo e conjurar alguma poção para que ela pudesse inalar.
- Neville estava tossindo muito e achei que ele estivesse precisando. – confessou ela, sentindo envergonhada pelo descuido.
- Longbottom é um idiota e já o despachei de volta por ser tão descuidado e a qualquer momento morrer no meio de uma missão causando ainda mais confusão. Já olhamos em todos os lugares, e não achamos nada, então vamos aparatar na casa de Sirius agora. – declarou, colocando a marcara no rosto da garota.
- Te..tem al..go ali. – disse Hermione, com dificuldade apontando na direção perto da parede.
- Fique aqui. POTTER. – gritou Draco, chamando Harry para que pudesse ficar atento já que ele havia achado algo.
Todos analisavam com cuidado e com bastante atenção temendo que fosse algum tipo de bomba que pudesse explodir a qualquer momento. Draco apenas olhou para Hermione, fazendo sinal para que ela fosse pra longe dali.
- Não. – sussurrou, ela parada.
- Agora, Granger.
- Eu vou ficar aqui, caso você precise de mim.
- Eu não preciso, e você sabe disso.
- Mas eu quero saber o que é!
- Você não vai querer saber o que é, caso isso te mate, então POR FAVOR SAI DAQUI! – gritou ele, olhando-a nos olhos.
- Não grita comigo, seu grosso. Como se você se importasse se eu morrer ou não. – acusou ela.
- Isso não é hora para discussão, Granger, então não tente começar uma, podemos conversar se você quiser, mas DEPOIS. – Draco fez sinal para que todos se afastassem e ficou olhando Hermione sair devagar, ainda tonta pelo cheiro.
Tirando o último concreto que estava em cima de uma pequena peça brilhante, ele como toda sua experiencia e cuidado, realizou alguns feitiços desarmando o artefato e o colocou dentro de uma repeciente e o fechou. Avistando Rony, ele jogou a caixa pra ele e continuou andando tentando ouvir um barulho que vinha de dentro da parede, conforme ia andando, percebia que o barulho só aumentava, e percebeu que ele ia em direção a Hermione, aumentou a velocidade dos passos sem chamá-la evitando que ela causasse uma discussão maior.
- MERDA! – esbravejou ele, segurando com força o corpo da garota e puxando-o para perto dele, envolveu seus braços em sua cintura e jogou seu corpo em cima do dela em sinal de proteção, impedindo que qualquer pedaço de escombro caisse sobre seu corpo fragil e tapando seu nariz com a mão, não deixando que o produto quimico fosse inalado por ela.
Sentindo a forte pancada nas costas, Hermione soltou um gemido de dor e apertou com força a mão em volta dos braços de Draco, o barulho da explosão foi tão alto que parecia que a qualquer momento estouraria os timpanos dos ouvidos com a verocidade dos estilhaços que eram jogados pelos cantos.
- Granger, você está bem? – perguntou Draco, receoso ao que poderia ouvir em resposta da garota. Ela simplesmente fez um sinal positivo com cabeça sentindo seus olhos começarem a arder e lágrimas começarem a se formar. Sua cabeça começava a girar e parecer que o mundo iria cair, não estava sentindo mais nada, e algo quente começava a escorrer pelo seu nariz.
- Oh Droga! – disse Draco, retirando a mão do rosto dela e vendo que havia sangue em seu nariz. – Não durma. – pediu ele, vendo que ela começava a fechar os olhos. – Vamos, podemos ter aquela conversa agora, o que acha? – perguntou ele, levantando-se e a erguendo no colo.
- Eu não quero. – sussurrou ela, meio sonolenta.
- Por que, você teria a chance de me xingar de todas as formas agora, eu não me importaria. – brincou ele, arrancando um pequeno sorriso dela.
- Esta com medo que eu morra em uma missão que esta em suas mãos, Draco? – disse Hermione com uma voz fraca.
- Isso é algo para se levar em conta, perderia uma grande credibilidade com seus amiguinhos.
- Desde quando você se importa com o que eles pensam?
- Uma boa pergunta.
- Estou com sono. – afirmou, ela quase se entregando.
- Só mais um pouco, ok? Agora vai ter que prometer que ira me escutar quando eu lhe mandar fazer algo.
- Por que você não pode apenas me pedir, e sempre usar a palavra mandar.
- Se mandando você não me ouve, imagina pedindo. – advertiu ele de forma brincalhona, aparatando na residência de Sirius Black.
- Fim do FlashBack -
- Hermione! Posso entrar amiga? – pediu uma morena de cabelos curtos, entrando pela porta do quarto.
- Claro, Pansy. –respondeu Hermione, sentada na cama com o travesseiro em cima do colo.
- Tudo bem com você, Mi? O que foi que aquele idiota do Neville disse?
- Nada. Deixa pra lá.
- Como nada, você jamais bateria em alguém e sairia correndo feito uma louca se ele não houvesse dito algo pra você, Mi, vamos, me conte, sou sua amiga. – afirmou Pansy, sentando ao lado dela e segurando sua mão.
- É bobeira. – disse ela, deixando escapar uma lágrima do rosto. – Bem, eu não gostei de como ele disse sobre os pais do Draco, e sobre o modo que ele desdenhou quando Draco o salvou naquela missão.
- Ele é um ingrato. Um estúpido e idiota.
- É, eu sei, mas ele disse algo depois, que mesmo não sendo verdade, me senti envergonhada.
- O que foi? – perguntou Pansy.
- Ele disse que eu deveria estar agradecendo muito ao Draco sobre ele ter me salvado, mais agradecendo de outra maneira, entende? – disse ela, corada.
- Ninguém jamais daria ouvido a ele, todos te conhecem, você é uma garota linda e inteligente Mi, não ligue pra ele. Além do mais só eu sei como esse coraçãozinho seu bate pelo meu primo. – brincou.
- Pansy, por favor, não comece. Feche esse bico, sua gralha!
- Cedo ou tarde ele vai se dar conta também, ele só tem medo de que isso venha há acontecer algum dia, ele é durão demais para confessar.
- Com certeza, isso deve ser bem mais tarde. Draco gosta da vida dele, de um jeito que até hoje eu não consegui entender, ele no fundo gosta de ser mal.
- Bem, todos mudam, é notória a mudança dele de uns meses pra cá. Você poderia aproveitar muito mais as chances que ele dá a você de ser aproximar.
- Eu não sei, às vezes tenho medo de que ele não se controle. Sei que não é culpa dele, mas quando a marca o perturba e começa a queimar seu braço ele ficar fora de si. Você sabe o que aconteceu da ultima vez...
- Bem, mas pelo que eu me lembre, foi você que fez com que toda tensão acabasse.
- Não, ele fez eu me irritar enquanto ele se acalmava.
Todos estavam bastante animados na casa de Sirius, conversando animadamente e aproveitando o sábado à noite para fazer um enorme jantar no jardim da casa. Gina, Luna, Pansy e Hermione conversavam animadamente e cochichavam entre um assunto e outro; Rony e Blaise jogavam xadrez, Draco e Harry estavam sentados na escada conversando.
- Eu vou embora, Potter. – disse Draco, levantando-se.
- Calma, Malfoy, está tudo bem, você está um pouco alterado hoje, mas vai passar, como das outras vezes, cara. – falou Harry, com uma mão no ombro dele.
- Eu sei quando é diferente. – alertou ele, com a mão em cima da marca.
- O que você faz quando acontece isso? – perguntou Harry, parado ao seu lado.
- Tenho que ficar sozinho, apenas sozinho, a minha raiva eu consigo controlar sem ninguém a minha volta, você sabe que não paro quando estou com raiva, Potter, você presenciou muitas vezes isso.
- Bem, mas você não irá machucar quem você não quer. Você tem se mostrado um bom amigo, Malfoy, e te devo muito mais que confiança, se não fosse por você estaria morto já.
- Chega desse papo meloso, Potter. – disse Draco, com um sorriso sarcástico. – Não me confunda com sua namorada.
- Isso é impossível!
Apenas olhando para as pessoas que estavam a sua volta, eles ficaram em silêncio observando a movimentação. Draco tentava com extrema força não deixa que aquilo tome conta dele novamente, mas era quase impossível, a dor e aquela queimação começavam a invadir seu corpo, quando subiu a manga da camiseta, viu que a marca estava vermelha.
- Não! – Sussurrou ele para si mesmo.
Fechando os olhos e apertando suas mãos tentando em vão se controlar, pode sentir que tudo que estava ao seu redor começavam a estremecer. Os talheres, pratos e copos que estavam em cima da mesa, caíram no chão e estilhaçaram vidros para todos os lados, em sinal de alerta os demais se levantaram e colocaram a sua frente em sinal de defesa.
- Vamos, Malfoy, você pode controlar.
- Não. – disse ele, com sua voz arrastada e aguda abrindo os olhos. Hermione sabia que nada estava bem, sempre que os olhos dele ficavam cinza escuro ele estava com uma fúria enorme no corpo. Seu corpo estremeceu e uma onde de medo passou pela sua espinha, não queria ouvir de Harry para lançar algum feitiço nele para deixá-lo imóvel ou desacordado.
- Hermione? – chamou Harry, rapidamente.
- Harry, não.
- Você sabe que é a única que pode fazer isso sem machucá-lo. Teria que fazer isso, ou tudo que estava ao seu redor se desfazeria a qualquer momento, isso seria o de menos, ele poderia matar qualquer um apenas com o pensamento e a magia negra que só ele conhecia dentre todos que se encontravam lá.
Draco sabia que eles conversam ao seu redor, mas estava perdido em algum lugar, e como poderia pensar em algo que pudesse lhe acalmar, ou lhe dar paz, quando seus pensamentos eram assombrosos e frios? Como poderia ter algo de bom na mente, quando tudo que ele fazia em si era mal?
Quando olhava nos olhos da garota que estava a sua frente e via todo medo nele, isso só aumentava sua raiva, não queria que ela sentisse isso, não ela. Já não havia provado o bastante e lhe mostrado o quanto era diferente agora, ou ao menos tentava ser bom naquilo que ele podia.
- Draco! – chamou ela, aproximando-se.
- Não se aproxime. – pediu ele, ainda com o rosto abaixado.
- Você não vai me machucar, eu sei. – afirmou ela.
- Você não pode ter certeza disso, Granger, nem eu tenho.
- Mas podemos tentar, não é verdade?
- Você não deveria se arriscar tanto. – disse ele, acalmando-se.
- Eu não quero ter que lançar algum feitiço em você.
- Com medo de me machucar, Granger?
- Acha que eu poderia fazer isso? Será que eu dou conta? – a indagou de forma direta. – Mas seria uma ótima forma de fazer você calar a boca e me vingar pelas suas grosserias.
- Ora! Isso é feio, sabe vingança, não combina muito com você.
- Você não me conhece, Draco.
- Bem, ao menos evoluímos, você já até me chama de Draco. – declarou, rindo e sentindo que tudo estava voltando ao normal.
- É muito bom ver que eu divirto você, Malfoy. – disse Hermione brava e saindo pisando duro.
- Fim do FlashBack -
- Vocês conversaram? – perguntou Harry, abraçando o corpo da namorada que se encontrava deitada em seu peito.
- Sim! Ela esta bem, Hermione é muito emotiva.
- Ela é! Neville anda ultrapassando os limites, ainda vou ter uma conversa muito seria com ele, antes que o Malfoy se atraque com ele e as coisas fujam do controle.
- Onde ele esta, amor?
- Deve estar lá fora. Ela vai falar com ele?
- Não sei, acho que sim, ela não consegue se segurar. – disse Pansy, sorrindo marotamente. – Bem que você poderia me ajudar, não acha? Converse mais com ele Harry, você tem muito mais liberdade do que eu. E olha que sou prima dele.
- Uhn? O que vou ganhar em troca? – perguntou um Harry atrevido.
- Bem. – começou Pansy, sentando no colo do namorado. – Se você for um garoto bonzinho, posso te dar muito em troca.
- Então morena. – disse Harry, beijando sua garota. – Pode começar, por que vou ser muito bonzinho com você. – terminou Harry, deitando ela e posicionando em cima do corpo da morena. – Mas não me provoque muito, posso perder o controle facilmente.
Draco estava sentando no confortável sofá que havia na varanda da casa, uma das coisas que ele mais gostava e odiava era à noite.
Gostava pelo fato de ser o momento em que ele poderia pensar e apreciar mais o silêncio que havia, mas odiava por não conseguir dormi uma noite se quer, sem ter seus sonhos invadidos por pesadelos e cenas das mais diversas batalhas que havia participando.
Com seus olhos fechados, os braços cruzados e os pés estendidos em cima da mesa, ele respirava lentamente, pensando em como seu dia voltaria ao normal amanhã e teria que vestir sua capa de comensal e praticar tudo aquilo que certa morena afirmava em ser ruim.
Sentiu que alguém sentava ao seu lado, e sem precisar abrir os olhos, soube que era Hermione. O vento que soprava trazia todo perfume de flores que ela tinha. Ela é aquele tipo de pessoa que mesmo estando a metros de distância, ainda sim conseguiria distinguir de onde vinha seu perfume doce.
- Neville não sabe o que diz, não dê ouvidos a ele. – pediu ela, com uma voz baixa e doce.
- Não dou. – Draco respondeu, constatando um fato. - Ele só disse a verdade, Granger.
- Não fale isso, ele não tinha o direito de falar aquilo.
- Falar o que? Sobre como eu mesmo matei meus pais. Todos sabem.
- Mas não é da conta de ninguém. – disse ela, um pouco alterada.
- Não, não é mesmo! Mas o que vai adiantar? Isso não muda nada, Granger, ainda sim, eles tiveram a vida tirada pelas minhas próprias mãos.
- Infelizmente eles fizeram a escolha deles.
- E eu fiz a minha. O que você acha que uma pessoa como eu tem a perder? – perguntou Draco, virando o rosto para poder olhar melhor para o rosto da garota e ver o quanto à noite a deixava mais bonita e delicada.
- Bem, eu acho que agora você tem amigos de verdade. – declarou ela, com simplicidade.
- O que te faz pensar que alguém como eu não daria as costas a vocês?
- Não penso, apenas confio, Draco. As coisas funcionam assim.
- Você não deveria expor-se assim, confiar nas pessoas e como virar as costas a um bandido armado.
- Então o que seria o certo? Eu desconfiar de todos, e viver sem poder acreditar que alguém pode contar comigo de verdade. Eu não sou assim.
- Não é mesmo. Isso te diferencia dos outros, Granger. E te diferencia de mim.
- Bem, você poderia confiar em mim. – confessou, ela corada.
- As pessoas nem sempre querem mudar, Granger. Mudanças causam conflitos e problemas para alguém que já está conformado com sua vida. Amanhã vou voltar para onde eu pertenço de verdade, assim como na semana que vem, e no mês seguinte.
- Seu lugar é aqui, é não mais lá! Eu nem sei por que você tem que voltar pra lá. – disse ela, inconformada.
- Uma das coisas que tem mantido as missões com êxito, são as informações que forneço a vocês.
- A gente pode dar um jeito e tentar outras formas, eles trabalhavam assim antes de você se juntar a nós, podem muito bem se adaptar agora.
- É! – respondeu ele, sentando e passando a mão no cabelo em sinal de nervosismo, deixando-os bagunçados. Sentindo um pequeno incomodo no braço, levantou um pouco a manga e analisou a marca negra.
Com os braços em volta das pernas que estavam encolhidas perto do corpo ela olhava para o braço de Draco.
- Esta doendo? – perguntou, preocupada.
- Não..
- Isso algum dia vai sair?
- Talvez, quem sabe quando Voldemort for destruído. – falou, olhando para frente.
- Você disse que ele vai estar atrás de mais comensais...Quando?
- A qualquer momento, o cerco esta se fechando e ele esta precisando ao máximo de todos a sua volta.
- E você? Tem que ficar lá?
- Provavelmente sim, não sei se vou poder ficar voltando sempre por aqui. – declarou ele, de forma seria fazendo com que o coração de Hermione se apertasse mais, causada um dor incomoda e uma tristeza. – Está um pouco tarde, acho melhor você entrar e ir se deitar. – finalizou ele, ainda perdido em meio aos pensamentos.
Não gostava, ou melhor, não queria prolongar esse tipo de conversa com ela, as coisas seriam bem melhores do jeito que são, sem mudanças, sem problemas, apenas iguais.
- Você não vai entrar? – perguntou ela, levantando e lhe encarando.
- Não! – afirmou Draco, sem movimentar um músculo se quer do rosto. E ela sabia que de qualquer forma não adiantaria tentar prolongar algum tipo de conversa, ele não lhe daria mais espaço, apenas responderia com um sim, não, talvez, o que a deixava ainda mais frustrada.
Com passos lentos e suaves, Hermione subia a escada lentamente, deslizando os dedos na fria madeira da escadaria. Ela tentava ao máximo não olhar para trás, sabia que todas às vezes eram assim, e haveriam de ser assim outras vezes mais. Odiava o fato de ser fraca e deixar que seu emocional falasse mais alto.
Por que Merlim não podia ser um pouco mais gentil com ela, e lhe dar 1% que fosse da frieza dele. Às vezes tinha vontade de voltar lá e dizer tudo que estava engasgado na sua garganta, berrar, espernear e socar a cara dele por ser tão idiota a ponto de não ver um palmo à frente do seu nariz. Mas chegava a uma conclusão de que ele com certeza fazia de propósito e ignorava ao máximo os fatos, e sempre fazia questão de dizer o quanto não pretendia mudar seu estilo de vida.
Parou em frente à porta do quarto com a mão na maçaneta, respirou fundo e então entrou sem perceber que um par de olhos azuis a olhava com atenção para então desaparecer no meio da escuridão.
ઇઉ ღ* __________________________________________ *ღ ઇઉ
N/A: Olha eu tentando a sorte em outra fic geêente! hehe - Como muitos me conhecem sabem da minha paixão pelo shipper DHr, e isso vem de longas datas... É realmente perfeito e fascinante poder ler uma fic bem escrita desse casal, e é o que eu vou tentar fazer nesse momento, vou dar o meu maximo nessa fic, e me empenhar sempre para que todos que estejam lendo ela goste cada vez mais! Espero do S2 que vocês gostem, comentem e me digam o que acham .... Ficara grata e lisonjiada com cada um que passar po aqui o/\o Betina, frôo linda. Muito obrigado pela ajuda nessa fic, você esta sendo HIPER, MEGAR, POWER importante em cada nosso paaragrafo que escrevo. E tbm JOSY ( minha outra Beta ) kkkkk safadeeenha ... espero que goste viu !? pra vocêe amiga - Beeijos
Nussa gente... acho que se ficar por aqui, vai ser uma eternidade agradecendo todo mundo que AMO ... mas vou fazendo isso aos poucos... Beeijokas ;D
(S)ara C
N/B: Eu realmente, realmente, adorei a idéia da florizinha, e ainda adorei mais virar beta da primeira fic D/Hr dela! *-* Sim, me invejem, vou ler tuudo primeiro! É, quem pode, pode *se achando*. Ok, me deixem de lado, o capítulo não ficou bomzão? Eu o adorei! Mesmo, mesmo. ;D E já estou looouca pelo próximo. Não podia ser diferente, aliais. Bom, fico por aqui. Feliz Ano Novo! Até ;PPP
Betina Black
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