O Cálice de Fogo
Capítulo 40 – O Cálice de Fogo
No café da manhã no dia seguinte, o assunto não podia ser outro. O Torneio Tribruxo. Como seriam as provas, quem seriam os campeões, como seriam escolhidos.
Snape estava com uma cara pior que de costume na mesa dos professores. A maioria dos alunos acreditava que ele não estava muito entusiasmado em ter mais pessoas na escola. Mas alguns grifinórios e os professores sabiam o porquê.
Minerva passou distribuindo os horários. Para infelicidade de Harry, Hermione e Rony, a primeira aula deles era justamente Poções. Saíram resignados para as masmorras. Harry deu um beijo na testa de Gina e de Letícia que tinha aparecido para cumprimentar o irmão e Gina.
- Sabe tem horas que a Letícia parece que é mais irmã da Gina que os irmãos dela. – comentou Hermione.
- Não tenha idéias. – disse Harry sério.
- Acho que deve ser por que foram criadas juntas, mesmo. Depois que passou os ciúmes do Harry, a Letícia ficou bem próxima dela. – disse Rony.
Harry acelerou o passo, não sabia o motivo, mas aquela conversa não o estava agradando. Gostava da aproximação das duas ruivas, mas serem irmãs era um pouco de mais para ele. Entrou na sala sem nem mesmo olhar para o professor. Os amigos sentaram junto com ele, sem saber o que houve, e sem fazer perguntar.
- Bom dia, turma. – disse uma voz animada. – O professor Snape teve um pequeno probleminha com sua voz e não poderá dar aula hoje. Mesmo assim ele estará fiscalizando as poções e dando notas.
Tiago seguiu dando a aula de uma forma muito mais agitada que o normal. Incentivando perguntas e realmente auxiliando no preparo das poções.
Snape fechou a cara para a didática dele, mas teve que reconhecer que o resultado foi muito bom. Até mesmo Neville conseguiu uma poção razoável.
Ele escreveu uma nota para ele.
A aula foi boa. Isso não quer dizer que vou apoiar seu “grupo de estudos”.
- Eu não esperava por isso. – disse Tiago tranquilamente.
Uma nova turma entrou na sala e olhava espantada para os dois.
Letícia acabou se perdendo tentando achar o pai. Ela o sentia, mas não conseguia chegar até ele. Acabou dando de cara com quatro sonserinos. Ela sabia quem eram eles, Draco Malfoy, seus capangas e a menina que andava com ele, Parkinson ou algo assim.
- Veja se não é a pequena Potter. Está perdida? – perguntou Draco.
- Uma lesma que fala. Interessante! – disse a menina olhando para ele como se fosse um espécime raro.
Mas antes que qualquer um deles reagisse, ela deu meia volta e saiu saltitando.
- Ei, pirralha. Eu exijo respeito. – gritou Malfoy com a varinha na mão.
- Exigir, você até pode. Mas merecer são outros quinhentos. – respondeu a ruiva.
- Ora sua... – disse o sonserino pensando em que maldição lançar.
Esse segundo que ele demorou para atacar foi vital, um jato de luz vermelha acertou-o lançando sobre seus capangas derrubando os três.
- O que esta acontecendo aqui? – perguntou uma voz forte.
- Ela nos atacou sem motivo. – disse Parkinson com um brilho malvado no olhar.
- Srta Parkinson. Você quer que eu acredite que Letícia atacou vocês. Uma menina de sete anos ia arrumar briga com quatro adolescentes de catorze. – disse Hagrid, e pode perceber que a menina parou de encará-lo. – O que aconteceu Letícia.
- Eu estava procurando meu pai. – disse ela num tom de choro fingido. – Ai, eles apareceram e... e... eu tive que me defender.
- Vamos. Eu te levo para seu pai. – disse o meio gigante, pegando a menina no colo. – E você acorde seus amigos e me esperem no sábado para detenção. Tiago irá decidir qual será.
Letícia ainda fingindo chorar, olhou para o grupo que agora já estava acordado e mostrou a língua de forma bem marota.
O mês de setembro foi passando de forma rápida. A ansiedade pelo torneio tomava conta de todos.
Os professores se esforçavam para fazer com que todos saibam as matérias para que a escola não faça feio perante as outras escolas. O único problema era a falta do quabribol, principalmente para os jogadores e fãs do esporte.
No começo, alguns alunos acharam o aviso de Dumbledore sobre Letícia um exagero. Já que uma menina de sete anos não poderia se virar no castelo sozinha e tentavam fazer brincadeira com ela, e pensando que ela teria medo deles e não seriam punidos. Mas nunca conseguiam pega-la, pois a menina era muito esperta e sempre aparecia alguém e apanhavam eles no ato.
Os alunos não sabiam se temiam Tiago e Lilian pelos castigos aplicados ou Harry que chegavam lançando uma serie de azarações sobre quem importunasse a irmã. Como não podiam contar que fora o moreno que os acertaram para não ter que explicar o motivo, sofriam calado.
No começo de outubro apenas Malfoy ainda tentava algo contra a ruivinha. Seu ódio por Harry e a lembrança do ataque da menina nublavam seu bom senso. Sendo assim ele fez inúmeras visitas a ala hospitalar, fornecidas pelos irmãos, e detenção todos os fins de semana, e sempre zerando a ampulheta de sua casa.
Finalmente chegou o dia da chegada das delegações das outras escolas. O castelo estava muito limpo e arrumado, graças ao zelador e aos alunos em detenção, cuja maioria era de alunos pegos por Tiago ou Lilian.
Todos passaram a tarde se arrumando para causar boa impressão nos outros estudantes.
Cho se aproximou dos grifinórios enquanto todos se posicionavam para esperar as delegações.
- Harry eu poderia falar com você. – perguntou a corvinal, e quando viu que ele não soltou a mão de Letícia quando se aproximou continuou. – A sós.
- Impossível. – disse o garoto. – Pelo menos hoje. Meu pai pediu para cuidar da Let. Isso inclui claro manter nos dois juntos, enquanto ele e minha mãe ajudando no banquete.
Depois que ele falou, ela pode ver um cordão ligando os dois.
- Fica para outro dia. – disse a morena se afastando e indo em direção às amigas.
- Não se eu puder impedir. – disse Letícia, baixinho.
Uma coisa que Cho não percebeu era outro cordão que ligava Letícia a Gina.
Minerva passou dando broncas em alguns alunos que estavam desarrumados.
Logo alguém gritou e apontou para o céu, onde um ponto vinha crescendo. Era uma enorme carruagem puxada por cavalos gigantes.
A primeira pessoa que desceu dela foi uma mulher tão grande quanto Hagrid. Pelo que puderam ver se chamava Madame Maxime.
Quando Dumbledore falou que Hagrid poderia cuidar dos cavalos ela ficou meio desconfiada. Mas ao ver o professor ficou com um brilho diferente no ar.
Harry e Gina perceberam. Se entreolharam e quase caíram na risada pela cara dos dois.
- Acredito que a minha coruja avisando que esfriou não chegou a tempo. – disse Dumbledore, retirando os dois do clima. – Seus alunos estarão mais confortáveis no calor do castelo.
Os alunos de Beauxbatons entraram. Realmente eles usavam um uniforme azul bem fino. Uma menina loira passou fazendo as cabeças masculinas se virarem para continuar a ver.
- Ela é muito bonita. – disse Rony.
- Quem? – perguntou Harry, sendo que Hermione, Gina e Letícia estavam com caras fechadas.
- A loira. – disse Simas atrás deles.
- Ela é bonita. – disse Harry inocentemente. – Mas acho que aqui em Hogwarts tem mais bonita.
- Quem? A Cho? Nós vimos você conversando com ela hoje. – disse Lilá.
- Não. Ela é bonita, mas nem tanto assim. – disse Harry na defensiva.
Foi salvo por outro grito, desta vez algo acontecia no lago. Um navio negro surgiu de dentro de um redemoinho.
De dentro saíram pessoas que pareciam serem gigantes, mas ao se aproximarem perceberam que eram casacos de pele.
Dumbledore cumprimentou o diretor, que pelo que foi entendido era um ex-aluno.
- Aquele não é Victor Krum? – perguntou Rony.
- Não pode ser. – disse Mione. – Ele é mais velho.
- Na verdade ele tem dezessete anos. – disse o ruivo.
- Sim, e ele. – disse Harry.
- Onde será que eles vão dormir? – perguntou Rony novamente, imaginando dividir o quarto com seu ídolo do quadribol.
- Eles vão dormir no navio, Rony. – disse Harry. – Meu pai me contou. E eles têm feitiços de aquecimento tanto lá quanto na carruagem.
Todos se acomodaram no salão. Os alunos de Beauxbatons se juntaram aos Corvinais, enquanto os de Durmstrang sentaram na mesa da Sonserina. Harry se sentou entre Gina e Letícia. A ligação entre as ruivas permitia isso. Rony e Hermione sentaram no outro lado da mesa.
Dumbledore deu inicio ao banquete. Logo surgiram inúmeros pratos diferentes. Mione logo disse que eram franceses, de onde era a escola de Madame Maxime. A loira bonita surgiu e pediu um prato que ninguém tinha tocado. Harry entregou o prato com um sorriso sincero.
- Não. – disseram ele e Gina segurando as mãos de Letícia.
- Nada de azarar os alunos das outras escolas. – disse Harry.
Rony não prestou atenção nos três, por estar olhando para a loira. Assim como Hermione que passou a olhar para o seu prato.
- AI! - Disse Rony massageando a perna. – Quem foi?
- Não fui eu. – disseram os três que estavam do outro lado da mesa.
Como o ruivo não conseguiu identificar quem foi que o azarou, ele deixou para lá. Não era bom mexer com aqueles três.
Logo os pratos foram substituídos por outros que pareciam ser os que eram servidos em Durmstrang.
Quando o jantar pareceu ter acabado, Dumbledore começou o discurso de inicio do torneio, apresentando os juízes das tarefas, que além dele e dos outros diretores, incluíam Bartolomeu Crouch e Ludovico Bagman.
- Filch traga o escrínio. – disse ele.
O Zelador entregou o objeto.
- Este é o juiz imparcial. O Cálice de Fogo.
O Cálice apareceu na frente de todos, e era bem visível o fogo azul que saia dele.
- Aqueles que se acham dignos de representar a sua escola devem colocar seu nome neste cálice. Mas devo avisar que colocarei uma faixa etária para impedir que aqueles que estão fora do limite tentem se inscrever.
Os alunos saíram do salão, mas os estrangeiros ficaram olhando para Harry.
Durante a manhã muitos alunos se inscreveram. Alguns menores tentaram se inscrever e estavam na enfermaria. A melhor parte foi quando os gêmeos tentaram. Eles criaram uma poção de envelhecimento que quase deu certo, mas eles acabaram com duas enormes barbas ruivas rindo juntamente com Dumbledore.
A agitação do castelo impediu que qualquer outra coisa fosse realizada no castelo. Até mesmo Hermione não tinha clima para estudar.
Quanto mais se aproximava da hora do jantar, assim a hora da escolha dos campeões, mais a ansiedade crescia.
Os grifinórios torciam por Angelina, e caso isso não fosse possível não queriam que nenhum sonserino representasse a escola.
O cálice de fogo foi colocado na frente do salão principal.
O fogo que era azul se tornou vermelho e um pedaço de pergaminho subiu aos céus e caiu na mão de Dumbledore.
- O campeão de Durmstrang é Victor Krum. – disse o diretor.
Todos aplaudiram. E Krum seguiu Minerva para uma sala adjacente ao salão.
Mais uma vez o fogo se alterou e um pergaminho estava na mão do ancião.
- O campeão de Hogwarts é Cedrico Diggory.
Diggory seguiu o caminho do outro.
- A campeã de Beauxbaton é Fleur Delacour.
Era a loira bonita.
- Bom assim temos início o torneio... – começou o discurso do Dumbledore, mas foi interrompido pelo cálice que novamente ficou vermelho e expeliu um nome.
- Harry Potter.
O moreno ficou estático. Ele não havia chegado nem perto do cálice para colocar seu nome ali.
- Eu juro que não coloquei meu nome ali. – disse ele para Gina e Letícia que estavam novamente ao lado dele.
- Eu sei, mas você tem que ir com a McGonagall. – disse Gina.
- Ganha pra mim, mesmo assim. – disse Letícia.
Derrotado ele seguiu os outros campeões. Sentindo seu pai furioso.
Ele entrou na sala e nem prestou atenção nas reclamações dos outros campeões, indignação dos outros diretores e apenas respondeu as perguntas de Dumbledore.
- Como podemos saber que isso é verdade. Alguém poderia ter colocado o nome dele, alguém da família. – disse Karkaroff olhando para Tiago e Lilian.
- Felizmente, você não pode me culpar. – disse Tiago. – Como auror responsável pelo torneio eu passei a noite inteira conversando com Madame Maxime.
- Oui, é verdade. – disse a diretora.
- Eu passei a noite no salão da Grifinória, a pedido da McGonagall. – disse Tonks.
- Eu estava na enfermaria. – disse Lilian, como se desculpando com Tiago. – deixei a Letícia com a Gina.
- Isso tudo não importa agora. – disse Bagman. – Temos que explicar as regras para nossos campeões.
Crouch se encarregou disso.
Eles saíram dali logo depois.
Harry seguiu seus pais.
- Eu não me inscrevi. – disse Harry preocupado com a fúria do pai.
- Eu sei, comigo também foi assim. – disse Tiago derrotado. - Eu estou com raiva por não ter impedido. Achei que mantendo aqueles que fizeram isso comigo fora de circulação, as coisas seriam diferentes.
- Acho melhor você seguir para a torre. Tem uma festa te esperando. – disse Lilian. – Eu tenho que conversar com seu pai. Amanha quando ele estiver mais calmo vocês conversam.
Harry seguiu para sua sala comunal sem muita vontade de permanecer na festa.
- Ti. Fique calmo. – disse Lilian o abraçando. – Você se deu bem sozinho no torneio. Agora ele tem a gente para apoiá-lo e ajudá-lo. Não era isso que você queria, as coisas da mesma forma para poder saber quando Tom ia voltar.
- Sim, mas tinha esperança de que isso não acontecesse.
- Bom, acho bom que as coisas não mudem muito mesmo. Não quero ficar muito nervosa nessa gravidez.
- Gravidez? Você está grávida de novo? – perguntou ele mudando de chateado para feliz.
- Sim, por isso fui para enfermaria. – disse ela.
- Papai não vai deixar nada acontecer com você. – disse ele para a barriga da esposa.
- Deve nascer perto da terceira prova. – disse ela.
- Melhor deixar a mamãe feliz então. – disse ele. – Mas temos que tomar cuidado com vocês e Letícia. Voldemort pode tentar algo contra vocês.
- Isso se ele suspeitar de quem é você. – disse ela. – No mais teremos os mesmos problemas de antes.
- Temos que comemorar. – disse ele malicioso. – Hoje mais nada vai acontecer.
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