Primeiro Capitulo



Eu nunca quis me apaixonar.

Eu sei exatamente o que você acabou de pensar meio segundo atrás “Desde quando um Malfoy se apaixona?”

Bem, desde quando eu não sei.

Paixão não é amor. Eu até queria amá-la, mas foda-se! Já é bastante patético eu estar aqui falando feito um filho da puta apaixonado nesse pergaminho!

Aposto que se eu fechar os olhos vou sentir o perfume dela. É incomparável, me lembra um pouco do cheiro da chuva, mas de forma mais doce e concentrada.

Eu acho até que é por isso que eu tenha começado a gostar das chuvas em geral aqui em Londres.

O ar frio, as gotas, o jeito erótico de ouvi-la gemer coisas sem sentindo no meu ouvido quando transávamos com a chuva caindo lá fora.

Mas tudo isso é passado. Nossos beijos, nossos encontros. Nossos segredos.

Não que façam anos, nem nada.

Passado foi à forma que eu encontrei de convencer a mim mesmo que nada vai se repetir.

Tsc... tsc... Tsc... Dizem que pra cada homem existe uma mulher igual.

Ouso dizer que ela era, foi e sempre vai ser igual a mim.

Primeiro porque nutrimos um pelo outro uma repulsa, um desprezo fora dos limites.

Eu a odiava por ser uma sangue-sujo.

E ela me odiava, não por eu ser um Malfoy, mas pela crueldade e frieza de um Malfoy ser parte de mim.

Ela resistiu muito bem na primeira vez que a beijei.

- O que faz aqui Malfoy? – perguntara, algum tempo antes. Segura e desconfiada.

Afinal, eu estava parado em frente ao seu quarto. Com meu corpo apoiado na parede. Esperando-a.

- Granger, O que te faz achar que eu vou responder às suas perguntas? – Eu dissera, sarcástico. – Sangue-sujo.

- Dá um tempo Malfoy. – Pausara. – Esse negócio de sangue-sujo não cola mais comigo. – Falara, me surpreendendo. – Você veio aqui, e foi por algum motivo. EU QUERO SABER QUAL. – Falara, apontando sua varinha em minha direção.

Eu ri de lado, num meio sorriso.

- Eu não to brincando Malfoy.

- O que é isso? A revolta da sangue-ruim contra seu superior? – Ironizei. Era tão divertido irritá-la... – E então Granger? Não vai me atacar? – provoquei sussurrando em seu ouvido, já havia me aproximado dela o bastante. – Ou será que tem medo do seu superior?

- Eu já disse que não to brincando Malfoy. – Dissera, em ameaça.

- Nem eu. – Respondi, selando seus lábios. Encurralei-a na parede. Ela era minha. Pela primeira vez, ela era minha.

A guerra já havia terminado. Eu já havia passado pra lado ‘glorioso’ do trio maravilha.

Estávamos num corredor n’toca, em frente ao quarto dela.

Ela não correspondeu inicialmente, no entanto se rendeu ao beijo. O que não durou muito, por que logo ela se afastou de mim.

Eu não relutei. Apenas a deixei sair desnorteada daquele corredor.

Eu a desejava, isso era um fato. E ela me desejava também. Óbvio.

O problema era o Weasley. O namoradinho lerdo –pobretão dela. Eles estavam namorando, ou... Enfim, eles estavam juntos. E estava claro que ela o amava.

Haviam se passado dois dias desde o nosso primeiro beijo.

Eu bati na porta de seu quarto sonora e calmamente.

- Quem é? – Ouvi a garota perguntar de dentro de seu quarto.

Passos, exitação e a porta do quarto foi aberta.

- Malfoy? – falou ela, surpresa.

Eu dei um sorriso de canto de lábio. Ela assumiu uma expressão de puro desprezo.

- O que faz aqui? – Quis saber.

- Isso. – Respondi. Puxando-a para dentro de seu quarto aos beijos. E dessa vez... Foi recíproco.

O beijo. O desejo. Tudo real.

Tudo o que passa pela minha mente era aquela disputa entre mãos e bocas.

Cenas cortadas, imagens aleatórias: Olhos fechados, mãos explorando-a, gemidos abafados, roupas sendo tiradas com desespero.

Eu sabia que esse Weasley não era de nada...

- Não. – Falara ela, firme. Repentinamente. Como se tivesse tomando um banho de água fria. – Não é certo, Malfoy. – Argumentara segura.

Sua boca dizia uma coisa, mas seus olhos queriam outra.

Ela queria terminar, queria ir até o fim. Saber no que daria ser tocada por um cara que não tinha medo de desejá-la. Ao contrário do Weasley-pobretão, que parecia tremer só de pensar em beijá-la com mais fervor. Que idiota...

- Granger... – Comecei, com a expressão mais angelical que pude fingir. – Eu sei que você ama o Weasley... – Pausei. – Eu prometo que ESQUEÇO o que quer que vá acontecer essa noite. Se você deixar acontecer... – Arqueei, beijando-a, de forma doce.

Vi seus olhos fecharem lentamente... Senti seu coração acelerado.

- Vai embora Malfoy. – Ela pediu, rígida e ácida.

E eu o fiz. Saí daquele quarto com o ego e o orgulho ferido. Não olhei pra trás.

Alguns dias haviam passado, não sei exatamente quantos.

E ela me procurou.

- Malfoy. – Chamou, séria, com um estranho brilho no olhar.

- Granger...? – perguntei, debochado.

E ELA, ACREDITEM SE QUISER, ELA me beijou... Provavelmente havia descoberto a traição do Weasley com a ridícula da Brown.

Agora sem culpa, sem ressentimento.

Nós nos beijamos, e todos os flashes obcenos do meu corpo sobre o seu, o percurso proibido das minhas mãos, gemidos abafados. Movimentos ritmados etc. etc. aconteceram.

E quando tudo acabou, eu tomei a palavra:

- Por que agora Granger?

- Rony me traiu. – Respondeu ela, simplesmente.

Eu a beijei.

- Pretende voltar pro Weasley? – Perguntei, calmamente. Com indiferença e nenhum sarcasmo.

Ela fez que sim com a cabeça. Por isso que eu digo: Ela realmente ama o Weasley.

Sim, ela deu àquele pobretão lerdo uma segunda chance. Sim, o namoro deles ia às mil maravilhas. E sim, ELA CONTINOU SE ENCONTRANDO COMIGO.

Ninguém desconfiava. Não que precisasse, é claro.

Eu nunca disse que a amava, só... Estou apaixonado por ela.

Doía cada vez que eu os via de mãos dadas. Quase insuportável vê-los aos sussurros. Sentia vontade de matá-lo com mil crucios. De torturá-lo. De esmagá-lo. É, EU ODEIO O WEASLEY.

O dia mais estranho foi quando ela me disse, com a voz cheia de uma empolgação que era impossível esconder:

- O Rony me pediu em casamento!

Talvez ela achasse que éramos amigos. Bom, mas não se transa com amigos. E quando ela me contou isso, eu não sorri. Fiquei parado, calado, olhando-a com indiferença e frieza.

Sabia que nossos encontros iriam acabar. Eu era o único a tocá-la, mas depois que ela fosse a Senhora Hermione Granger Weasley, ela não se permitiria ser infiel.

- Isso é uma despedida? – Perguntei, ironicamente. Beijando-a.

Ela sorriu.

- Sim.

E então nos tocamos como nunca havíamos feito antes...

E agora eu estou a vendo, aqui, toda de branco. Linda, iluminada. Com um ‘SIM’ engatado na garganta. Todos esses convidados idiotas... As flores... A decoração... A felicidade que emana dessa merda de casamento me dá naúseas.

Eu preferi não me misturar com esses imbecis. E por isso fiquei aqui no bar, sentado, virando Vodka como se fosse o veneno da salvação.

Olha só a cara de babaca do Weasley... ESSE FILHO DA PUTA...

E a Granger então, sorrindo. Embora não seja um dos seus melhores sorrisos, e ela esteja sempre olhando pros lados toda hora.

Ela parece tensa. Estranho seria se ela não estivesse...

Minha mão é que escreve todas essas confissões nesse pergaminho idiota sobre o balcão do Bar... Eu queria amá-la. Eu queria amá-la o bastante pra parar esse maldito casamento!

Eu queria amá-la pelos menos um terço do que aquele pobretão a ama.

E pra completar... Parece que a Granger, finalmente conseguiu me ver! Ela me olha de longe. Não ousa desviar. Será que ela quer que eu vá até lá cumprimentá-la pela porra do casamento?!
Por Merlin! Ela parece um anjo feito só pra me tirar desse inferno...

Nem sei porquê eu continuo escrevendo... Cansei. Que se foda tudo isso!

Enfim Granger, você me pediu um presente de casamento inigualável. Aqui está. Esse pergaminho... Com os meus sentimentos... Com os nossos segredos. Tenha um feliz casamento com esse imbecil! Tsc... Tsc... Tsc... Quem sabe a gente não se vê por aí, não é?


Draco Malfoy.

PS: Vê se não some!

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Hermione passara os olhos pela carta, lentamente. Parecia que a letra de Draco fugia do papel. Não queria terminar de ler aquele pergaminho, não queria que a carta chegasse ao final... Em poucos minutos teria de entrar na Igreja, olhar nos olhos de Rony e dizer SIM. Naquele momento tudo o que ela queria fazer era dizer NÃO. Ela queria simplesmente fugir. Queria correr atrás de Draco Malfoy e fazê-lo voltar. Queria que seus lábios fossem tocados não COMO UMA ÚLTIMA VEZ, mas como a primeira de alguma coisa real. Dessa vez, sem segredos. Sem limitação de atração física. Queria entregar-se por inteira. Queria dizer a mesma cosia.Queria provar que não amava mais Ronald Weasley. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. A vista embaçada pelas mesmas, a impedia de raciocinar. Doía. Doía demais. Sim, ela o amava. Tinha certeza. Descobrira lendo as confissões que mais pareciam vindas de dentro de si e não do loiro. Mas não podia dizer não à Rony. Eles eram amigos desde sempre. E... Ele a amava... E todos ali, esperavam que um casamento feliz viesse à tona. Que este fosse o dia maravilhoso da União entre Ronald Weasley e Hermione Jane Granger. Mas isto nunca aconteceria. Porque ela diria NÃO... E depois iria procurar Draco, onde quer que ele estivesse. Iria devolver o pergaminho com as confissões. Iria beijá-lo. Iria agir com o coração...

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