Capítulo um

- capítulo um: dever de física, msn e celulares

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Narrado por: James Potter Fazendo: Dever de física Ouvindo: o lápis arranhando o papel

 

 

Porque eu tive que acabar o questionário de física tão rápido? Isso só prova que não há justiça nesse mundo, colega. Pelo menos se pode refazer, mas meio que perde a graça quando não tem nada errado. Não sei como as pessoas puderam reclamar quando o Sr. Johnson passou sessenta e cinco questões. Eu acabei isso em uma hora. Moleza!

Aliás, fora o dever de casa, não há muitas coisas pra se fazer por aqui. Quero dizer, aposto que ninguém atualizou meu blog preferido de ficção científica, e tenho absoluta certeza de que não recebi nenhum e-mail novo. Bom, ninguém mais manda e-mail hoje em dia, então não é assim tão ruim... Pelo menos eu não sou que nem o Sirius, que fica vidrado naqueles sites pornôs que, na verdade, são feitos baseados em humor negro e sádico, mas não adianta dizer isso, ele insiste em dizer que coisas como o 80ção.net fazem ele... bom, eu não vou repetir isso aqui.

- Jay! – minha mãe me chamou lá de baixo – Não acha que chega de estudar por hoje? 

- Só estou refazendo o dever de física, mãe! – pensei com dó no de trigonometria que eu teria que deixar pra amanhã. 

A coisa que minha mãe mais faz quando está de folga do trabalho, é implicar com as horas que eu passo no meu quarto estudando. Queria que a minha mãe fosse que nem as mães normais e simplesmente parasse de me mandar deixar os livros de lado um pouco. Ouvi dizer que alguns pais até obrigam seus filhos a estudarem! Isso deve ser maravilhoso!

- O Remus e o Sirius estão aqui pra vê-lo – ela berrou disse lá de baixo. 

- Mande eles subirem.

 Dois minutos depois (a escada é meio grande, sabe) o Remus e o Sirius estavam largados na minha cama espiando o meu recém refeito dever de física. 

- Sabe, eu fico me perguntando por que você não pára de refazer essas coisas se sabe que sempre vai tirar A+ com o primeiro – disse Remus. Ele nunca foi tão bom em física quanto eu. 

- Pelo mesmo motivo que você refaz os de geometria – falei revirando os olhos. 

Mas eu nunca acho que revirar os olhos por trás de lentes de quase sete centímetros cause o mesmo impacto de revirar eles sem elas. Lentes do óculos, porque gente como eu não usa lentes de contato, e isso é fato consumado.

 Remus e Sirius são meus melhores amigos desde que eu me entendo por gente, o que é muita coisa, porque eu deveria ser canonizado por conseguir aguentar esses dois. O que realmente não vem ao caso. Pelo menos, não agora. 

- James – Sirius perguntou de cara séria revirando a minha agenda – Porque você tem uma foto de Lily Evans colada na sua agenda?

Eu corei. Idiota. Agenda é uma coisa pessoal!

- Minha irmã. Ela colou isso ai – falei a primeira coisa que veio à minha mente.

- James – Remus disse lentamente – você não tem irmã, cara.

Droga! Detalhes.

- Então pare de mexer nas minhas coisas – respondi, como se isso completasse uma sequência lógica.

Eu sei o que você está pensando, que o fato de guardar a foto de uma menina na agenda queira dizer alguma coisa. Mas não quer. Não quer dizer nadinha. Nada mesmo. Então não insista ou veja coisas onde não tem, ok?

- Prongs, fala logo – insistiu Sirius. 

- Não. 

- Abre logo o bocão, James – disse Remus. 

- Não. 

- Fala, seu imbecil – Sirius me ameaçou com o punho fino. Até parece que eu vou me amedrontar com aquele palito de dente apontado na minha direção.

- Não. 

Remus sorriu malignamente.

- James, se você não falar – disse Remus lentamente – A gente conta pra Lily Evans que você é apaixonado por ela e que roubou o número do telefone dela do livro dos alunos. Conto, inclusive, que você tem uma foto dela no seu armário. ALÉM dessa foto na agenda. Então, é melhor contar. 

- Oh... sim.

Isso tudo é muita idiotice. Mas ainda assim uma idiotice muito mais apavorante do que tortura. Que, por acaso, eles estão fazendo pelo simples prazer de me ver em desespero. Quero dizer, só porque eu, por acaso, gostei de Lily Evans na quinta série, isso não significa que ainda goste dela hoje, quase sete anos depois. E conservar a foto dela na minha agenda não significa nada, absolutamente nada. 

Qual o problema de ter a foto de uma garota bonita nas suas coisas? Nenhum, meu pai diria.

Quando contei isso a eles, de cara muito amarrada mas ainda lindo, eles riram e falaram merdas, a única coisa que eles sabem falar, claro. Ah, e dizer que eu ainda gosto dela. O que é mentira. Bom, primeiro porque gostar de Lily Evans significa enfrentar o time de futebol inteiro da Charles Darwin School, o que não me agradaria muito porque a minha nutricionista disse que ainda seria saudável que eu ganhasse uns dez quilos de massa corporal. No mínimo. Não, eu ficaria muito melhor como estou, quieto na minha, parado e invisível para todos eles. 

Ou o mais invisível que posso ficar até que eles resolvam me tacar purê.

Eles, os populares, a elite idiota da escola tão idiota quanto, que fica apontando para os losers nos corredores e dando risada. Mas como eu sou um loser, isso não tem graça nenhuma. Antes dessa coisa toda de popularidade e fracasso começar, quando todo mundo ainda era da escola primária, brincava de boneca e carrinho, e tinha meleca escorrendo do nariz, eu poderia ter uma chance de ser feliz e normal, sem ninguém se importar com quantas vezes eu refazia o simples um mais um. Só que agora as coisas mudaram, obviamente.

- Jay, eu não sei por que você simplesmente não desapega dessa garota – Remus se levantou e ligou o meu computador. 

Eu simplesmente não entendo porque eles gostam tanto de futucar nas minhas coisas. Que mania mais irritante.

Não que vá ter alguma coisa interessante ali, mas... Nunca se sabe.

- Eu não sou apegado a ela – falei, revirando os olhos de novo e olhando exasperado pra ele – E, pelo amor de Deus, será que você não pode ligar o computador na sua casa? 

- Posso – respondeu com a maior cara de pau – Mas o seu é melhor que o meu, além dele estar meio que mais lento do que o habitual, então... 

Dei de ombros. Boa desculpa. 

- Moony, que diabos você quer fazer no meu computador há essa hora? Eu ainda não terminei a minha pesquisa de filosofia, se é isso que você está procurando – falei. Sirius riu, ainda mexendo na minha agenda e eu fiz um enorme esforço pra deixar a cabeça dele no pescoço.

- Não é nada disso, eu não preciso das suas pesquisas – e não precisava mesmo, mas adorava futucar nelas também – Só quero olhar o meu Facebook... 

E bem nessa hora a página carregou e a foto medonha dele apareceu. Não sei pra que ele – ou eu – ainda olha qualquer tipo de rede social. Quero dizer, a gente nem mesmo tem uma VIDA social. Como vamos ter uma REDE? Estranho. 

- E ai, o que tem de novo? – perguntei com ironia. 

- Veja só... – ele riu – Me convidaram pro City Ville. Minha mãe. – ele revirou os olhos e eu ri.

 

Narrado por: Dorcas Meadowes Fazendo: No msn Ouvindo: McFlY, Do Ya

 

Lene (:  - says: BABADO. ALERTA. CORRA PARA AS COLINAS. LILY E MATT TERMINARAM!!!

Dorcas - says: Eu sei! Todo mundo está sabendo. Dizem que ele ameaçou se matar!! Que horror! Ela me ligou pra contar e eu simplesmente não consigo acreditar até agora! 

Lene (: - says: A Lily é muito cabeça grande, sério. Ela disse que não aguentava mais as piadas sem graça dele. As PIADAS. Tipo, não dava pra tolerar um pouquinho? Ele gosta dela desde sempre. Disse isso pra ela!!!

Dorcas - says: E você acreditou? Lily está certa. Ele é meio... loser.

Lily E. está na conversa

Lene (: - says: Olá, solteirona! HAHAHA

Dorcas -  says: Hora de se explicar melhor!!!!

Lily E. - Chatice! - says: hey girls! 

Dorcas -  says: Dispensamos as saudações, fala logo.

Lily E. – Chatice! - says: Até vocês? Não aguento mais todo mundo me ligando e falando nesse assunto. Tipo, recebi até 2 pedidos de namoro já. Não aguento mais. Tirei o telefone do gancho. 

Lene (: - says: Por isso que eu te liguei e você não atendeu!!!

Lily E. – Chatice! - says: Exato, me torrou a paciência.

Dorcas - says: A Lene deu piti, mas eu entendo. Você pode ter um melhor!!! Hahahah 

Lily E. – Chatice! - says: Oh.

Lene (: - !!!!! - says: O.O

Dorcas alterou sua mensagem pessoal para “Hahahaha”

Dorcas - Hahahaha - says: É, e as piadinhas dele. Dá pra entender. Tava na hora de acabar mesmo.

Lily E. – Chatice! - says: É. Ele se acha demais. Fica perseguindo todo mundo, jogando macarrão nas pessoas.

Lene (: -  says: Isso é mesmo bem o tipo de coisa que tem quase a assinatura do Matt... mas foi meio engraçadinho. Eu ri.

Lily E. – Chatice! - says: É, mas eu não gosto disso.

Dorcas – Hahahaha - says: Matt é um idiota, agora já foi. Melhor pra você.

Lily E. – Chatice! - says: Prefiro me apaixonar por um loser a ficar mais com ele. 

Dorcas – Hahahaha - says: Xo xo xo, palavra tem poder, minha filha! 

Lene (: - !!!!! - says: HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHA DEUS ME LIVRE

- Docas? – chamou a Petra, a mulher que praticamente me criou.

Ok, talvez seja um exagero, mas acaba sendo verdade, já que meus pais passam mais tempo no trabalho do que em casa. Tanto faz.

- Aqui, Petra – eu virei a cadeira do computador pra porta e ela me deu o telefone. 

– A Srta. Evans na linha. 

- Obrigada, Petty! – ela sorriu com o apelido e desceu pra fazer brigadeiro pra mim. Droga, vou engordar!

É só uma pena que seja o mesmo apelido da cavala da irmã da Lily. Aqui em casa tudo é nas costas da Petra. Ela que administra os outros funcionários, cuida de mim e dos pestinhas dos meus irmãos desde sempre, coisa que meus pais agradecem, porque quando eles chegam do consultório – os dois são médicos – estão cansados e a ultima coisa que querem são dois diabinhos pulando neles. Mas a Petra resolve isso, dando uma canseira neles durante o dia, depois que chegam da escola. Aliás, a Petra é mais minha mãe do que a própria. O que, apesar de parecer exagero, é a mais pura verdade. Não que eu reclame, alguém tinha que pagar as contas. 

- Hey, Lily - falei, depois de deixar ela na linha um tempão com as minhas reflexões.

- Caramba, porque demorou tanto? - ela falou. A janelinha do msn continuava a piscar furiosamente, mas eu não dei atenção. A gente sempre se liga no meio de uma conversa, impressionante. 

- Desculpe, estava refletindo o quanto meus pais são negligentes. - Ela ficou muda por um instante, depois desatou a falar. Como eu sabia que faria.

- Você está sendo injusta, Dorcas, sabe que seus pais dão um duro danado no hospital pra manter a casa e dar tudo do bom e do melhor pra você, pro Charlie e pra Lucy  - Charlie e Lucy são meus irmãos. Os gêmeos. Aquelas pestes! - E, ok, eles nem sempre são os pais mais presentes do mundo, mas são o que você tem, então pare de reclamar e se contente, está bem? Porque, tenho certeza, se você morasse embaixo da ponte e não tivesse um salão fixo pra fazer as unhas e depilação, você... 

- Ok, ok – interrompi. Acredite, se eu não o fizesse, ela não ia parar mais – Chega de lição de moral, pode ser? Me diga o que houve. 

- Aaah, na verdade não foi nada demais, eu só queria conversar com alguém, não sei se você viu, mas a Lene teve que sair pra comprar pão e todo o resto só fica me enchendo pelo negócio do Matt, além do próprio Matt que fica enchendo, então eu resolvi te ligar.

Olhei na conversa e a Lene realmente tinha saído, além de haverem ali uns vinte pedidos de atenção da Lily. Preciso me lembrar de desativar essa coisinha irritante!

- Caramba, mas você realmente quer falar comigo, não? 

- Queria te perguntar uma coisa - enrolei uma mecha do meu cabelo loiro e lindo, diferentemente do seu. 

- Diga. 

- Vem cá, você terminou aquele questionário de física que o Sr. Johnson passou pra amanhã? Porque eu queria conf... 

- O QUESTIONÁRIO É PRA AMANHÃ? - me desesperei. 

Oh, droga, eu não acredito nisso! Simplesmente vou levar bomba nessa matéria idiota e inútil por não fazer o meu dever de casa! Bom, se pelo menos eu tivesse tempo, eu até tentaria fazer, mas tem treino das cheerleaders agora e eu estou começando a me atrasar. Shit.

- É claro que é pra amanhã - Lily disse em tom de censura - O que você pensou?

- Nada, na verdade, eu me esqueci completamente dele. Argh, como eu posso ter me esquecido dessa droga? 

- Bom, então é melhor você fazer quando terminar de agitar os pompons hoje - Lily disse, lembrando do meu treino. Ela simplesmente odeia as cheerleaders. Menos eu. - Vou ligar pra Lene quando ela chegar e perguntar das respostas dela 

- Até mais então – desliguei o telefone e mirei a tela do meu computador. 

Ugh, como eu pude esquecer dessa coisa inútil? Sabe, eu não tenho noção de como a Lily consegue ser tão legal e cdf ao mesmo tempo, simplesmente não consigo entender. Talvez seja isso que faça dela uma das garotas mais legais da escola. Ela é popular sem ser desleixada. Aliás, eu queria ser uma mosca pra poder dar uma espiada no dever dela.

- O motorista já está esperando pra levá-la, querida – disse a Petra quando eu cheguei na sala sem tempo nem pra me jogar no sofá. Também, isso estragaria o rabo de cavalo que levei horas pra fazer. Além de amassar a minha roupa de treino, o que não seria nem um pouco legal. Ser uma cheerleader – ou a líder delas – não é tão simples quanto as pessoas pensam. Não é só ser bonita e agitar pompons coloridos enquanto se mexe de acordo com uma coreografia como a maioria das pessoas parece pensar. Tem toda uma ciência por trás disso. Pena que nem a Lily nem a Lene entendam isso, elas simplesmente seriam perfeitas como cheerleaders. Isso é, se elas não odiassem veementemente todas elas. Menos eu, óbvio.

- Até mais tarde então, Petty – sorri e dei um beijo na bochecha dela, indo pro carro.

 

 Narrado por: Lily Evans Fazendo: Terça- feira, vendo filme e comendo sorvete Ouvindo: o mocinho gostosão do filme se declarar pra mocinha

 

Sabe, é mesmo muita sacanagem que só as mocinhas se Vm bem. As mocinhas de filme, quer dizer. Elas sempre encontram o cara perfeito na circunstância perfeita e eles vivem uma trama em busca do final perfeito. É perfeição demais pra mim, prefiro ver filmes de alienígenas que se explodem. Qualquer coisa é melhor do que esses filmes diabéticos.

- Lily – disse minha graciosa irmã mais velha, Petúnia – Será que você poderia abaixar essa droga de volume? Estou estudando!

Petúnia está na faculdade e, infelizmente, numa não tão longe que ela não possa voltar pra casa. Ela anda enlouquecendo a todos nós com esses berros de silêncio porque precisa estudar para suas provas “tremendamente complexas”. Porque ela não estuda no quarto dela, trancada, como uma pessoa normal?... É um mistério. Bom, boa parte é explicada pelo fato de Petúnia não ser uma pessoa normal. 

Tenho até mesmo minhas dúvidas de que ela seja uma pessoa de verdade.

- Petty – falei. Esse, infelizmente, também era o apelido da Petra, a babá Dorcas. Digo infelizmente porque, ao contrário da minha adorável irmã, a Petra é um doce de pessoa – Porque você não vai estudar no seu quarto? Assim me pouparia da visão assombrosa da sua cara de cavalo tentando entender alguma coisa. Isso pode me assombrar futuramente, sabia? 

Oh, a velha arte de perturbar os irmãos mais velhos! Sensacional!

- Vai tomar... – aí ela viu que a Jen, que cuida de mim e de Petúnia quando nossos pais estão trabalhando, estava por perto e mudou as palavras na última hora – Banho, Lilian.

Eu ri e ouvi Jen rir lá da cozinha também, enquanto fazia o jantar. Ela estava mais do que acostumada com as nossas brigas. 

Na verdade, elas são bem mais comuns quando nossos pais não estão em casa, como agora. Mamãe é médica – trabalha com a mãe da Dorcas, por sinal – e papai é advogado – trabalha com o pai da Lene – então eles não estão em casa por muito mais tempo que os pais da Dorcas. Mas são bem mais presentes, admito. De nós três, Lene é a única cuja mãe passa mais tempo em casa. Ela é professora, tem uma escolinha para crianças, mas tia Sue nunca precisa ficar por lá depois das cinco. O telefone tocou e a Jen atendeu lá da cozinha. Eu vivo dizendo que mamãe precisa contratar alguém pra ajudar a Jen aqui em casa. Quero dizer, é coisa demais pra ela fazer sozinha, coitada. 

- Lily! Telefone! – ela gritou e eu peguei a linha da sala. 

- Obrigada, Jen – gritei de volta – Alô? 

- Lily! Aaah, finalmente eu consegui falar com você, amor, pensei que fosse ficar louco! – era o Matt, exatamente quem eu tentei evitar o dia todo. 

Droga! Esqueci de perguntar quem era. Vim evitando essa ligação o dia todo!

Matt Webber, meu ex namorado idiota. Meu Deus, como faz pra se livrar de um cara assim? Quero dizer, eu e Matt temos um... rolo... desde o ano passado. Terminamos e voltamos mais vezes do que Dorcas vai ao salão por semana – o que já é muita coisa, acredite. Mas, cara, dessa vez eu simplesmente não consigo aguentar mais. E não foi por causa do negócio dele ficar escrevendo coisas estúpidas na minha agenda, ou ficar fazendo piadinhas idiotas sobre tudo, como todo mundo parece pensar. Quer dizer, aquilo foi mesmo muito ridículo, mas não foi a gota d’água, entende? Acho que estourou tudo mesmo porque ele simplesmente não CONSEGUE ficar sem exibição, entende? É sempre “a Lily, minha namorada popular e bonita” ou “eu, namorado da garota mais legal do colégio”, isso irrita uma pessoa, acredite. Onde ficou o “eu estou com você porque gosto, e não porque significa popularidade e fama”? Ugh. 

- Matt, eu já não disse pra você parar de me ligar? 

- Disse, meu docinho, disse, mas você tem que entender que eu simplesmente não posso viver sem você! – imagine se eu tivesse dado a ele o número do meu cartão de crédito?

- Você tem dezessete anos, Matt, vai sobreviver a isso, acredite. 

Revirei os olhos quando Petúnia riu. Odeio falar no telefone na frente dela, mas não vou sair e mostrar que me irrito com isso!

- Você não pode simplesmente acabar comigo desse jeito, Lily! – por favor, por favor, por favor, que a Jen não esteja ouvindo isso pela extensão! Ela faz isso só pra me perturbar depois – Eu não vou conseguir ser alguém sem você! Eu vou ser um lixo! Vou ser só um jogador de futebol qualquer! 

- Olha, Matt, se você quer mesmo saber, eu não ligo nem um pouco pra isso – falei – Você pode virar um loser qualquer e eu não vou me importar – deixei de salientar, é claro, que ele meio que vai realmente ser um loser qualquer quando sair do time. Isso definitivamente acabaria com ele e eu não sou tão desalmada assim – Então, por favor, por favor, por favor mesmo, para de me ligar e de ficar no meu pé lá na escola, certo? Tenha um pouco de amor próprio. A gente acabou e não vai voltar dessa vez.

- Mas, Lily! – ele protestou – Nós somos como hambúrguer e coca cola, gata, a gente combina! 

- Tchau, Matt – desliguei na cara dele. Mais uma piada desse nível e eu me atiraria pela janela.

- Ora, ora, parece que a Srta. Popular dispensou o namorado então... – Petúnia relinchou lá do canto. 

- Desculpa, Petty, mas pelo menos eu tenho um namorado pra dispensar – falei com maldade – E você? 

Ela ficou me olhando com desprezo mas eu desliguei a V antes que ela retrucasse e subi as escadas pro meu quarto. Sério, se eu ouvir a Petúnia falando de novo essa tarde, vou vomitar. A janelinha do msn piscava, mas eu não tava a fim de ver quem falava comigo dessa vez. Ninguém entende ausente no msn, porque será? Argh. Eu quero muito mesmo que o Matt largue do meu pé. Qual será o problema dele? 

- Lene? – peguei meu celular e disquei o número dela. 

- Não, Lily, aqui é o Mark – me levantei da cama instantaneamente. O que o telefone da Lene tá fazendo com o Mark?

Mark é... Nossa, nem consigo definir. Sensacional. Definitivamente! Ele é o quarterback do time. Lene e Mark se paqueram desde sempre, mas nunca deu realmente em alguma coisa. Será que dessa vez vai?

- Ah, oi Mark – sorri mesmo que ele não pudesse ver – Tudo bem? O que você está fazendo com o telefone da Lene? 

Ele e mais dois amigos, Amos Diggory e Gideão Prewet, estão no topo da lista na escola. Assim como eu, a Lene e a Dorcas somos as meninas mais legais da escola. Banana pro falecido Matt, mas o Amos é mesmo uma gracinha!

- Ela deixou ele comigo sem querer hoje – ele pareceu meio sem graça. Meu Deus, o que será que a Lene andou escondendo? 

Lily E. – Chatice! – says: Sua vaca gorda e remelenta, porque não me contou que seu telefone ficou com o MARK? Aliás, o que ele está fazendo com o MARK?

Obvio que eu ia correr pra perguntar isso pra ela no msn, o que mais eu poderia fazer? 

-Sem querer? – perguntei na linha, esperando a janelinha piscar. 

Não, eu não sou curiosa, isso é apenas impressão sua. Pisque, janela. Pisque,p pisque, pisque. Pisca logo. PISCOU!

Lene (: - says: Ai. Meu. Deus. Não precisa desse desespero todo, ok? A gente meio que se encontrou na padaria e o meu celular sem querer ficou com ele, só isso. 

Lily E. – Chatice! – says: COMO? Fala logo, deixa de ser ingrata 

Lene (: - says: Não estou sendo ingrata!

Lily E. – Chatice! – says: Fala logo 

- Bom, a gente se encontrou na padaria – disse Mark na linha, HAHA, fofo, eu sei dessa parte.

- Sim, sim, prossiga – eu sempre sonhei em dizer isso. Quase tanto quanto sonho em entrar no taxi e dizer: “siga aquele carro”.

Lene (: - says: Bom, ele me acompanhou até em casa. Acho que estávamos indo pelo mesmo caminho, talvez. A gente veio conversando sobre coisas bestas, antes que você pergunte. Só quando chegamos na porta da minha casa que ele se virou e disse “bom, vamos terminar logo com isso. Não?” eu fiquei meio chocada quando ele me disse isso, TENHO que dizer. Por um segundo achei que ele fosse tirar uma faca do bolso e me matar. Mas, do nada, ele se virou e me beijou. ELE SE VIROU E ME BEIJOU! Então, eu senti ele me apalpando e, quando eu interrompi o beijo, ele tirou meu celular e disse que só me devolvia quando eu desse outro beijo nele. Eu disse que não daria pra fazer doce, e ele sorriu de lado, bem sexy, e foi embora com o MEU celular. Foi isso.

- Então, eu meio que fui com ela até em casa, conversando – ele disse enquanto eu lia, absolutamente chocada, o que Lene acabara de me enviar. Porque essas coisas não acontecem comigo? –  Na porta as casa dela a gente meio que ficou e eu peguei o celular dela. Devolvo depois.

Oh, bem sei como devolve!

Lily E. – Chatice! – says: E não é que o Mark é mesmo um safadinho? 

Lene (: - says: Ele beija bem, então isso obscurece qualquer coisa. Não que eu me importe de ele ser safadinho. Haha

Lily E. – Chatice! – says: A Dorcas vai MORRER quando souber disso. 

- Caramba, Mark, que história! – eu dei risada. Uau, eu estou me sentindo uma espiã dupla nesse momento.

- Eu sei – ele suspirou. Oh, que fofinho.

- E você não vai mesmo devolver o celular pra ela? – perguntei. Acredite, a Lene morre sem o celular dela. 

- Eu já disse pra ela as condições, ela vai ter o celular de volta se pagar por ele – dava pra sentir ele rindo de lado. SENTIR!

Lily E. – Chatice! – says: Ele é mau, credo.

Lene (: - says: Por quê?

- Que maldade, Mark – eu ri – Ela morre sem o celular, coitada.

- Eu sei disso – ele riu – Vai aprender a sobreviver sem ele. Ela sabe como pode ter de volta.

- Como assim? – perguntei, me fazendo de desentendida. 

Lily E. – Chatice! – says: Essa coisa do celular. Ele pegou porque sabe que você não vive sem.

Lene (: -  says: E como é que você sabe disso?

Lily E. – Chatice! – says: Estou falando com ele no celular. Parece que ele sabia sua senha. Oh-oh.

Lene (: - !!!!! – says: PARECE QUE ELE O QUÊ???? 

- Oh, Lily, não é de hoje que tá rolando um clima. Você sabe. – e como eu sei!

Quase perguntei se ele não tinha um amigo solteiro pra me apresentar.

- Mas, me conta, como você sabia a senha do celular da Lene? Quer dizer, você SABE mesmo? – perguntei. A janelinha piscava furiosamente. 

- A senha dela era fácil, precisei de algumas combinações apenas. 

Metido.

Lily E. – Chatice! – says: Se controla e para de dar chilique. Ele disse que sua senha era fácil. Como???

- Hey! A Lucy, irmã da Dorcas, se mata sempre que pega esse celular tentando descobrir a senha – eu defendi.

- Suponho que sim, mas a irmã da Dorcas não conhece a Lene como eu – nossa! – Então é claro que eu saberia e ela não. 

A senha da Lene era a o dia do aniversário dela, meu e da Dorcas, somada e multiplicada por três. Ninguém nunca soube. Que maldade do Mark, perdeu totalmente a graça. Mas pelo menos foi uma declaração bem bonitinha. Né?

Lene (: - says: DESLIGA ESSE TELEFONE!

Lily E. – Chatice! – says: Nem a pau, agora que está ficando interessante?

Lene (: - says: O que ele está dizendo? 

Lily E. – Chatice! – says: Que a senha era fácil pra ele porque ele te conhece 

Lene (: - says: Diz isso só porque me apalpou!

- Alguém parece que está apaixonado...

- Eu não estou apaixonado – ele riu – Com dezessete anos ninguém deveria se apaixonar, Lily. Mas porque não curtir o momento? 

Ai meu Deus. Se a Lene não quiser, eu quero.

Lily E. – Chatice! – says: Ele acabou de dizer que não está apaixonado, que quer curtir o momento. “Porque não curtir o momento?”, foram as palavras exatas dele. 

Lene (: - says: Puts, ainda bem!! 

Lily E. – Chatice! – says: hahahahahaha

Lene (: - says: Garoto apaixonado é um saco, Lily, credo. Assim as coisas começam a ficar muito mais interessantes. 

- E você vai falar com ela amanhã? – perguntei curiosa. 

- Não – arregalei o olho – Ela vai vir buscar o celular. 

Eu não duvidaria, fato. 

Lily E. – Chatice! – says: E você vai buscar o celular? Quer dizer, ficar com ele de novo pra isso? 

- Lily, tenho que desligar agora, ok? Até mais! 

- Ok – falei – A gente se fala amanhã. 

- Uhum, e diga pra sua amiga que o celular vai ficar bem até ela vir pegar ele amanhã. Vou cuidar dele bem direitinho.

- Digo sim – ri – Tchau. 

- Tchau – ele desligou. 

Lene (: - says: Não sei, o que ele disse? 

Lily E. – Chatice! – says: Disse pra eu te falar que o celular vai ficar bem até você ir buscar ele amanhã 

Lene (: - says: Ugh, nem dá pra imaginar o que ele pode estar fazendo com o meu bebê.

Lily E. – Chatice! – says: Mexendo em todas as suas pastas, provavelmente.

Lene (: -  says: AS MINHAS MENSAGENS!!!!!!!!!!! 

Lily E. -  says: Quem te manda mensagens tão constrangedoras assim, Lene? 

Lene (:  - says: Meu pai. Quem mais?

Lily E. – Chatice! – says: HAHA, eu queria ser uma mosca pra ver a cara dele quando ler o apelido carinhoso que seu pai te deu 

Lene (: -  says: E eu lá tenho culpa se meu pai me chama de “pequeno pônei”? D:

Lily E. – Chatice! – says: pônei maldito, pônei maldito lalalalalalal

Lene (: - says: Idiota. 

Lene (: alterou seu status para ocupado

Credo, que gente mais sem senso de humor!

 

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n/a: São três horas da manhã e eu editei esse capítulo entre os shows MARAVILHOSOS do Maroon 5 e do Coldplay no RIR. Agora estou exausta! Beijos, e não deixem de comentar. Deb.

n/b: Ah, os shows incríveis do Maroon 5 e do Coldplay <3 ainda tô abobada com a perfeição do Coldplay, sério. Não é a toa que é uma das minhas bandas preferidas. E estou betando ouvindo a banda. Mas vamos ao que interessa, o que acharam do primeiro capítulo? Estou ansiosa esperando pelo segundo! Prometo ser o mais rápida possível pessoal! Mas primeiro a gente precisa saber o que vocês estão achando da mudança né! Aguardamos os comentários ;*

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