Capitulo 12



Capítulo 12


— Por que não posso telefonar para Mione? — quis saber Brandon. Os dedos gorduchos lutavam com os cadarços do sapato enquanto ele tentava fazer um laço decente. Acabou perdendo a paciência e deixando como estava. Harry engoliu o palavrão que estava para sair a manhã toda.
— Não pode telefonar para Mione porque não sa­bemos o número dela.
— Então liga para a telefonista e diz que quer falar com a Mione — ordenou ele, a ponto de fazer malcriação.
A expressão no rosto dele prenunciava péssimos momentos para quem estivesse por perto.
Harry queria explicar que não adiantaria nada, mas sabia que naquele instante seu filho era impermeá­vel à razão. Na verdade, já tentara obter o número ligando para Informações e sabia que o telefone dela não estava na lista. Já era ruim o suficiente ficar com a consciência culpada por telefonar, ainda por cima não conseguira resistir ao impulso de deslo­car-se até a Bradley e comprar o maior vidro de Desejo da Meia-Noite que pôde encontrar. A cada vez que abria a tampa e cheirava a fragrância, a memória vinha forte. Contudo, não tinha um odor tão agradável quanto na pele de Mione. Ao final, ficava cada vez mais frustrado.
Os olhos de Brandon brilhavam embaciados pelo choro e o lábio inferior tremia com violência.
— Mas eu quero falar com ela! — berrou ele, batendo o pé no chão. — Quero ver Mione! Quero ver Mione!
Harry passava as pontas dos dedos nas têmporas doloridas.
— Você não vai ver Mione — intrometeu-se Lisa, entrando na sala. — Ela vai se casar e não quer saber de um menino manhoso e mimado como você!
— Retire o que disse! Retire — gritou Brandon, ameaçando a irmã com os punhos fechados.
— Acho que vou devolver minha carteira de pai — resmungou Harry, levantando para apartar a briga.
Com alguma dificuldade, conseguiu agarrar cada um com um braço, mantendo-os fora do alcance um do outro.
— Lisa! Brandon! Parem já com isso — gritou ele. — Os dois.
A menina armava um sopapo em direção ao irmão, mas foi congelada pelo olhar severo do pai.
— Lisa, pare de se comportar como criança! — disse Harry, num rasgo de psicologia.
Surtiu efeito. Davis, que ficara apreciando a rara oportunidade em que a briga não era com ele, emitiu sua opinião.
— Uau, cara, não pensei que você fosse radical assim! — Percebeu o olhar fulminante do pai. — Já sei, já sei. É melhor eu fazer alguma coisa no quarto, certo pai.
Harry não respondeu e o menino achou de bom alvitre bater em retirada. Depois de várias respira­ções profundas, Harry manifestou-se:
— O que está acontecendo com vocês? Nos últimos dias qualquer coisa é pretexto para se atirarem na garganta um do outro. O que aconteceu na casa de Carolyn já não foi suficiente?
Brandon, ainda nervoso, mantinha a cabeça baixa.
— Eu disse que ia vomitar se comesse aquelas minhocas!
— Mas não eram... — começou Harry.
— Por que a gente tem que passar por esse inferno? — desabafou Lisa. — Já não é o suficiente mamãe ter casado com aquele idiota? Será que você precisa casar com alguém que também não entende crianças?
Ela libertou o braço e recuou.
— Minha filha...
— Não sou nenhuma boba, pai. Sei muito bem que as coisas não podem voltar a ser como antes. Além do mais, você e mamãe brigavam o tempo todo. Eu lembro bem. Mas por que você não encontra alguém que pelo menos goste de crianças? Ela tem mobília branca, pai! Ninguém que goste de crianças por perto tem mobília branca — Lisa piscou, como se tentasse evitar as lágrimas. — Ah, não sei por que estou perdendo meu tempo. Não adianta nada. Você também não entende.
Voltou-se e saiu correndo para o quarto. Alguns segundos mais tarde a porta bateu.
Harry dispunha-se a correr atrás dela, contudo o telefone começou a tocar. Apressou-se na direção da cozinha, onde ficava o aparelho.
— Alô!
— Harry?
Ele relaxou o corpo contra a bancada.
— Desculpe, Carolyn. É que estamos no meio de uma crise de família... — ofegou ele, desculpando-se pelo berro inicial. — Pode dizer.
— Fiquei sabendo que estão reprogramando os fogos para amanhã à noite. Achei que podia vir com as crianças, conforme a gente tinha planejado antes. Achei também que seria bom convidar alguns cola­boradores meus com os filhos, para que se divirtam juntos. Talvez ajude.
Ou torne as coisas piores em relação a Davis, pensou ele.
— Parece ótimo.
— Na verdade se quiser convidar alguém, fique à vontade — completou ela, com voz animada. — Às sete horas está bem? Pensei em contratar um bufe. E só pedir que não sirvam brotos de feijão, certo? — concluiu ela, com uma gargalhada.
Harry também riu, e desta vez percebeu uma nota de histeria na própria voz. Quando ela estendeu o convite, a primeira pessoa que viera à sua mente fora Mione.
— Desculpe, mas é preciso entender que o ende­reço e o telefone da senhorita Granger não podem ser fornecidos a estranhos — informou em tom pro­fissional a mulher atrás do balcão da recepção.
— Você não pode telefonar para ela e pedir per­missão? — indagou Harry, utilizando todo o seu charme.
Contudo, não adiantou.
— A senhorita Granger pediu para não ser per­turbada durante seu período de férias. Se quiser deixar um bilhete, posso encaminhar a ela — res­pondeu a recepcionista estendendo um bloco de papel.
Harry aceitou o papel com um suspiro de desistência.
— Ei, Bev! Tem alguma coisa para a patroa?. — indagou um mensageiro uniformizado, vindo da tesouraria.
— Tenho sim, espere um minutinho.
Harry teve uma idéia naquele instante. Se não fun­cionasse, ficaria na mesma situação. Rapidamente escreveu algo no bloco, dobrou-o na metade e colo­cou-o sobre a mesa. Quando Bev voltou, olhou para o recado dobrado e enfiou-o num envelope pardo com o restante dos documentos. Selou e entregou-o ao jovem mensageiro.
— Obrigado — disse Harry, saindo do escritório e dirigindo-se à sua caminhonete, que por extrema felicidade estava quase em frente. Acomodou-se ao volante e aguardou. Aguardou ansiosamente até po­der colocar o carro em movimento.
O trânsito não estava especialmente congestiona­do àquela hora, e as cores vivas do veículo à sua frente facilitavam o trabalho de rastreamento. De­pois de algum tempo pararam em frente a uma casa térrea de aparência agradável e o mensageiro saltou, dirigindo-se para a porta.
Manobrando de modo a não despertar suspeitas, Harry estacionou mais atrás, e soltou um suspiro de alívio quando avistou Mione abrindo a porta da frente.
— Valeu a pena assistir tantos filmes de espio­nagem — murmurou ele, aguardando até que o men­sageiro se fosse para sair do veículo.
Não importa o método utilizado para encontrá-la, a verdade é que ele estava nervoso quando tocou a campainha.
— O que foi, Bill? Esqueceu alguma coisa? — disse a voz dela no interior enquanto a porta se abria.
A julgar pela expressão de espanto no rosto, ela não esperava encontrá-lo outra vez.
— Harry... o quê? Como você...? — Ela apoiou-se no batente.
— Sua assistente não queria me dar seu endereço, por isso resolvi seguir o mensageiro — explicou ele, pouco à vontade. — Posso entrar?
Ainda sem saber o que dizer, Mione assentiu e recuou um passo.
Resistiu à tentação de colocar a mão no cabelo para verificar se o rabo-de-cavalo permanecia intac­to, Estava consciente de que sua bermuda e a ca­miseta haviam passado por um dia de jardinagem, assim como ela.
— Como vai? — murmurou ela, conduzindo-o até a sala.
— Estou bem. E você?
— Estou bem. Eu... como estava quente, resolvi trabalhar um pouco no jardim hoje — disse ela, tentando explicar sua aparência. — Quer beber al­guma coisa?
Reparando que ela cruzava as mãos, pouco à von­tade, Harry fez uma careta.
— Eu não devia ter tomado a liberdade de vir até aqui, não é? Deixei você sem graça. Desculpe, é melhor eu ir embora...
— Não, por favor! E só que eu não esperava ver você. Fique, por favor — pediu Mione.
Harry olhou em volta, reparando no sofá confortá­vel, num padrão estampado em verde e bege. Sorriu.
— Meus filhos decidiram que todas as pessoas que não possuem filhos automaticamente possuem estofados brancos — comentou Harry, explican­do seu sorriso.
— Ah, isso significa que eles tiveram más experiências com estofados brancos.
— É verdade. E como está o... — começou ele, decidindo que seu problema com o nome do noivo dela devia ser freudiano.
— Kevin está ótimo. Queríamos marcar outra vez o casamento na mesma igreja, mas eles só têm vagas para daqui a três semanas. E a sua?
— Carolyn também está bem. Ela está tentando travar contato com as crianças.
— Isso é bom.
— Na verdade, foi esse o motivo da minha vinda — começou Harry, procurando nos olhos dela algum contato que não fosse superficial. Respirou fundo para criar coragem. — Ela vai dar uma pequena festa amanhã à noite. O quintal dela tem visão perfeita do espetáculo de fogos de artifício, e todos vão poder assistir. Pensei em convidar você e o... para vir,
Mione precisou reunir todo o seu controle para responder.
— Eu gostaria muito, mas não acha que seria um pouco estranho? Não sei se seria uma boa idéia...
— Brandon tem perguntado muito de você. Na verdade não se limita a perguntar, e estava in­consolável por não poder falar com você ao te­lefone. Tinha esperança de que você conversasse com ele um pouco.
Mione não sabia se gritava, chorava ou atirava alguma coisa em Harry, por fazer aquilo com ela. Nos últimos dias os pensamentos sobre ele vinham sem aviso, nas horas mais impróprias. Isso piorava tudo, pois não sabia o motivo de tais invasões em sua mente. Afinal, ela era uma mulher dos anos 90, e sabia o que estava fazendo naquela noite. Por que pensava constantemente em Harry? Por que se sentia como uma colegial apaixonada pelos cantos da casa? E, por Deus, por que sentira vontade de atirar-se aos braços dele quando o viu à porta? Afinal de contas, onde estava seu respeito próprio?
— Não acredito que seja boa idéia — repetiu ela, ainda resistindo.
Harry afastou os olhos por um instante, depois fitou-a.
— Por favor, Mione.
— A que horas?
— Sete horas — respondeu ele, sorrindo.
Apanhou um papel na mesa de café e anotou o endereço, além de esboçar um mapa simplificado. Você não pode fazer isso, Mione, disse a si mesma. Vai ser uma verdadeira novela. Vai a uma festa com seu noivo, para encontrar o homem com o qual passara a noite que deveria ter sido a lua-de-mel. E a festa é na casa da noiva dele. Você não pode fazer isso.
— Que bela casa você tem — comentou Harry, olhando ao redor.
— Obrigada. O preço foi bom, mas eu tive de reformar antes de poder mudar — explicou Mione, contente por mudar de assunto. — O dono anterior tinha gatos que não eram muito bem treinados, por isso precisei mudar os carpetes e pintar tudo. Fiquei em meu apartamento dois meses a mais do que pre­vira, até a casa ficar habitável. Depois demorei um ano ou dois para fazer todos os detalhes.
— Quantos quartos?
— Quatro. De fora a casa parece menor do que é, porque a maior área se encontra atrás. Tenho também um apartamento no fundo do quintal, que é bem grande.
Harry inclinou-se para a frente, apoiando os coto­velos nos joelhos e o rosto nas mãos.
— Fico surpreso que você tenha vontade de de­sistir dela depois do casamento — comentou ele, observando os detalhes mencionados. — Ou está pla­nejando morar aqui?
Ela engoliu em seco. A casa era um dos assuntos do casamento que ela não havia resolvido a seu con­tento. O local onde iria morar era um condomínio caro, que possuía um campo de golfe.
— Não. Kevin tem uma bela casa em Ironwood Acres. Penso em alugar esta casa no início — ex­plicou ela.
Na verdade Kevin sugerira que vendessem a casa, predizendo que alcançaria bom preço. Sabia que estava conservando a casa como um bebê tem necessidade de arrastar seu cobertor, porém era sua segurança.
— É um bairro agradável — comentou Harry. — Será que você pode me dar seu número de telefone? Para o caso de alguma comunicação sobre amanhã à noite.
Mione anotou o número num pedaço de papel, que entregou a ele. Ficou tentada a perguntar o endereço dele, ou o telefone, mas não teve coragem. Não con­seguia comportar-se de forma normal na presença daquele homem. Sem saber o que fazer, levantou-se. Não acreditava que fosse capaz de manter a máscara das aparências sociais por muito tempo.
— Então a gente se vê amanhã à noite — des­pediu-se ela, mantendo um sorriso no rosto.
Um sorriso que ameaçava desfazer-se a qualquer momento.
Harry caminhou até a porta seguido por Mione.
— Eu... comprei uma coisa para você — disse ele, enfiando a mão no bolso e apanhando um pacote.
Depositou o embrulho nas mãos dela e saiu.
— Obrigada — respondeu ela automaticamente, embora a porta já estivesse fechada.
Um pouco mais tarde escutou o som do motor da caminhonete que se afastava. Olhou para a cai­xa e os dedos trêmulos começaram a rasgar o papel para confirmar sua suspeita. Quando isso aconte­ceu, não sabia se ria ou chorava. Era o perfume que ela usara naquela noite. O Desejo da Meia-Noite. Emocionada, Mione percebeu um pequeno pedaço de papel saindo do interior da caixa. Era um pedaço de folha de caderno; desdobrou-a e exa­minou a caligrafia infantil.

“Mione,
por favor, seja a nossa madasta. Gosto muito de você.
Seu amigo Brandon Potter.”

Desta vez Mione não teve dúvida: sentou no sofá e chorou.

— Não entendo por que a gente precisava vir nes­sa festa — protestou Kevin, manobrando para es­tacionar. — Afinal, não conhecemos ninguém aqui.
— Eu já disse, Kevin. O senhor Potter foi muito atencioso comigo na loja, e me acalmou quando a gente descobriu que não podia sair. Fiquei muito nervosa — disse Mione, aguardando que ele abrisse a porta para ela. — Além do mais, a noiva dele é uma advogada famosa de uma firma grande. — Nes­se ponto ela baixou a voz: — Talvez ela ou alguém esteja precisando de um carro novo. Sem mencionar a possibilidade de fazer contatos políticos, sem dú­vida interessantes para sua nova carreira.
rosto de Kevin iluminou-se.
— É mesmo. Você teve uma boa idéia quando aceitou o convite, meu bem — declarou ele, aproxi­mando-se para cheirar o pescoço de Mione. — Não quero ofender você, mas não gostei desse perfume novo que está usando.
— É mesmo? Por que não? — quis saber Mione.
Ele pensou um pouco e deu de ombros, enquanto caminhavam para a porta da frente.
— Não sei. Não parece com você, eu acho.
Mione estava tensa ao entrar. A casa de Carolyn parecia a casa de Kevin. O sobrado era construído em estilo ultramoderno, dando a entender o mesmo tipo de decoração interna. Ela reparou na caminho­nete empoeirada estacionada próxima a modelos lu­xuosos da Mercedes, BMW e Jaguar.
— Muito bonito isso aqui — comentou Kevin, to­cando a campainha. — Imagino que carro ela tem.
O coração dela disparou quando a porta se abriu. Ao deparar com a morena trajada com um conjunto de seda azul-escuro, o rosto sério com maquiagem impecável, ficou passada. O cabelo estava arrumado em elaborados cachos, do tipo que ela mesma nunca conseguia fazer.
Se ela usa seda num dia como hoje, quer dizer que nem deve transpirar, pensou Mione.
— Vocês devem ser Mione e Kevin — cumprimen­tou Carolyn, estendendo a mão. — Estou contente que tenham vindo à nossa pequena reunião.
Penetraram na temperatura amena do inte­rior, garantida por um bom sistema de ar con­dicionado, devido às dimensões exageradas dos ambientes.
— Obrigada por nos convidar — disse Mione, me­canicamente, aceitando a mão estendida.
Carolyn voltou-se para Kevin:
— Avisei meus colegas para não discutirem di­reito hoje.
— Ótimo.
Ela sorriu antes de continuar.
— Posso contar com você para não precisar preo­cupar-se com discussões sobre automóveis hoje?
Se Kevin ficou desapontado, não demonstrou. Era um vendedor bom demais para isso. Sabia que havia várias formas de interessar as pessoas.
— A não ser que alguém me faça uma pergunta específica — declarou ele, deixando uma brecha para o lado profissional.
— Mione!
Ela quase perdeu o fôlego quando um pequeno rodamoinho de braços e pernas atirou-se em seus braços. Ela riu enquanto o pequeno Brandon encos­tava o rosto em seu ombro.
— O que você fez, campeão? Engordou vinte qui­los desde a última vez que a gente se encontrou? Como vai?
Ajudou-o a deslizar para o assoalho. Kevin franzia a testa.
— Mione...
Ela sorriu para o noivo.
— Kevin, quero que conheça seu rival, Brandon Potter. Se eu não fosse casar com você, casaria com ele.
Mione curvou-se e estalou um beijo na bochecha de Brandon, que riu de prazer.
— Ele está esperando você aqui na porta há mais de meia hora — informou Carolyn.
Apesar do tom natural e polido, havia uma nota de ansiedade na voz.
— Davis disse que você não vinha, mas eu disse que vinha — contou o menino, sorrindo. — Você está linda.
Harry entrou no instante em que Brandon fazia seu elogio. Olhou para Mione, desejando poder dizer as mesmas palavras, mas duvidava que o acompa­nhante dela fosse apreciar.
Mione vestira-se com o calor diurno em vista. Sua saia florida era do tipo rodada, e possuía botões, três dos quais estavam abertos. Além disso, usava um tope de lingerie decotada lilás, que realçava a única jóia que ela estava usando, um pendente em forma de coração e brincos combinando. A natura­lidade da sua beleza combinava com a aparência fresca da primavera.
— Que bom que vieram — disse ele avançando e estendendo a mão para Kevin. — Harry Potter. Você deve ser Kevin Callahan.
— Isso mesmo — respondeu Kevin com seu melhor sorriso. Olhou ao redor. — Eu diria que você é um homem de sorte.
Harry sorria, mas já tomara sua decisão. Não gos­tara de Kevin Callahan. Naturalmente já nutria grande antipatia antes de conhecer o sujeito, mas agora confirmara suas suspeitas.
— Vamos lá para fora — convidou Brandon, pu­xando a mão de Mione.
— Brandon, não é educado interromper os mais velhos — admoestou Carolyn.
— Quero que ela venha para fora comigo — res­pondeu ele, brindando a mulher com uma expressão rebelde.
— Tudo bem — disse Mione para Carolyn.
— Meu bem, você não veio para servir de babá — protestou Kevin.
Harry estava a ponto de manifestar-se, mas quando seu olhar encontrou o de Mione, controlou-se.
— Por que todos não saímos com Brandon? — sugeriu ela, habilmente.
Kevin franziu a testa e Harry sorriu interiormente.
— Nesse caso vamos beber alguma coisa refres­cante lá fora — convidou Carolyn, dando o braço a Kevin e sorrindo.
Mione voltou-se para Harry, que estava por perto.
— Oi, Harry.
Ele não conseguia parar de olhar para ela.
— Por que você não vai irritar um pouco seu irmão Davis?
Brandon olhou para o pai, depois para Mione e tomou sua decisão. Saiu correndo para procurar o irmão.
— Você está linda — disse ele.
— Obrigada — respondeu ela, examinando os ar­redores para evitar o olhar de Harry.
A proximidade do corpo dela permitiu que ele sen­tisse o perfume. Ficou contente em perceber aquele sinal que apenas os dois entenderiam.
— É melhor a gente ir lá para fora junto com os outros — disse ela, sem levantar os olhos.
Começou a caminhar na direção que Carolyn e Kevin haviam tomado.
Caminharam pela casa, lado a lado, conscientes da presença um do outro. Na mente de ambos havia dú­vidas. Talvez a idéia do encontro não fosse tão boa...

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