Capitulo 9



Capítulo 9


Por que ele está olhando para mim como se eu fosse servida numa travessa es­pecial?, pensou Mione.
Desde que ela e Harry haviam se juntado ao grupo, ele não tirava os olhos dela. A intensidade produzia arrepios ao longo de sua espinha, convencendo-a de que suas defesas contra ele baixavam minuto a minuto. Por que aquele homem a tentava tanto? Engra­çado como aquele dia parecia concentrar todas as diferenças em poucas horas. Por que tudo não acon­tecera três meses antes? Ou há seis anos?
Havia uma boa resposta para essa pergunta: Kevin. Estava envolvida com ele e não teria notado mais ninguém.
Porém não acreditava ser capaz de ignorar Harry ainda que o noivo estivesse por perto.
A roupa dele não era impecável, e havia mesmo uma mancha numa das pernas do calção que parecia chocolate. O cabelo tinha aparência revolta, como se ele tivesse passado as mãos ali o dia inteiro. Para ser honesta, ela também tinha passado as mãos ali um vez, e sentira uma textura macia de cabelos, ao invés da oleosidade exagerada da brilhantina usada por Kevin.
Seu noivo sempre cheirava a colônia cara, ao passo que Harry cheirava como... bem, como Harry.
Kevin era do tipo que jamais seria apanhado com tênis confortáveis, como os que Harry usava, pois acre­ditava que alguém com suas aspirações devia estar apresentável o tempo todo.
Como seria Harry dali a trinta anos? Como seria viver com ele?
“...— Onde está a mulher da casa, para vir cumpri­mentar seu homem — bradou uma voz à porta.
Mione teve vontade de rir. Apenas uma pessoa gritava daquele jeito. Correu para a porta da entrada e encon­trou Harry carregando uma sacola com alguns belos exemplares de trutas brilhando ao sol da tarde.
Ela o encarou com as mãos na cintura e sua expressão mais severa, apesar de saber que não adiantaria.
— Você não pretende trazer esses peixes para a minha cozinha limpa, é claro — afirmou, sem con­seguir evitar uma ponta de sorriso.
— Mas eles estão limpos — argumentou ele. — Estiveram na água esse tempo todo. O que eles precisam é de outro tipo de tratamento.
— Concordo. E para isso temos o quintal. Não a cozinha.
— Mas, vó... o vovô disse que você limpava o peixe que a gente pegou — disse um garoto de seis anos, saindo de traz do avô, com expressão solene.
Mione encarou o neto, pensando como parecia com Brandon quando tinha essa idade. Talvez por isso o pequeno Nathan conseguisse sempre o que queria da avó.
— Vovô sabe muito bem que se ele quiser que eu prepare o peixe, ele precisa tratar deles — disse ela.
— Talvez a vovó precise ser convencida — provo­cou Harry, entregando o samburú ao neto e aproxi­mando-se para abraçar Mione. — Minha menina...
— Harry, você está fedendo a peixe — protestou ela, sem muita convicção.
Nathan ria às gargalhadas,
— Oh, vô... a vovó não é menina!
Harry encarou-a nos olhos, perdendo o ar brinca­lhão por um instante.
— É, sim, Nathan. Ela sempre vai ser minha menina...
Ele mantinha os cabelos revoltos e o corpo em forma com uma caminhada matinal. Mione tinha prazer em observá-lo quando ele saía do chuveiro, ou quando faziam amor.
— Sabe que Brandon e Melissa vão chegar daqui a uma hora para apanhar Nathan, não sabe? — lembrou ela, escondendo os olhos úmidos de emoção.
Harry sabia que aquilo equivalia a uma promessa para depois que o neto partisse. Precisavam apro­veitar os momentos de sossego, pois com três filhos dele e mais três de ambos, o movimento de genros, noras, netos e filhos era intenso. Todos usavam a casa como se fosse deles.
Obviamente Harry e Mione não se importavam. Ado­ravam a família e gostavam da convivência. E ela não se limitava aos momentos de paz; ainda recor­dava a ocasião em que Davis e a esposa entraram e encontraram as roupas de ambos espalhadas desde a sala até o quarto, de onde podiam ouvir os risos e gritos do casal. Tiveram o bom senso de sair na ponta dos pés, mas o incorrigível Davis gostava de provocar o pai, relatando a cena com exageros.
— Nathan, por que não leva esses belos peixes para a pia na garagem? — pediu Harry, sorrindo para ela. Permaneceu assim até escutar a porta da cozinha batendo. — Agora estamos sozinhos.
— Mas nosso neto pode voltar a qualquer momento para saber por que você está demorando.
— Está certo, mas vou atacar você no instante em que devolvermos o moleque — prometeu ele.
A pulsação de ambos acelerou.
— Mulher, está vendo o que você fez? — disse Harry, olhando para baixo. — Não tem vergonha de ficar excitando os homens com a sua idade?
— Você me prometeu fogos de artifício todos os dias e manteve essa promessa, lembra?
— Lembro. Vamos resolver esses peixes de uma vez e mais tarde a gente acerta essas contas — prometeu ele.
Mione sabia que Harry manteria a promessa. Sem­pre fora assim.
E já que ele tinha assim tanta sede, ela fazia o melhor para saciá-la.
Harry sempre ficara satisfeito...”
— Mione, você está bem?
O rosto preocupado de Gina trouxe-a de volta ao presente.
— Estou ótima. Só estava sonhando acordada.
— Provavelmente ela está pensando no casamento que perdeu — opinou uma das mulheres.
— Acho que todos nós tivemos maus momentos durante o dia de hoje — disse Harry. — Talvez fosse bom a gente se acomodar para passar a noite.
Gina olhou antes para Mione.
— Boa idéia. Vou ficar com uma das cabines na seção de esportes — disse ela ao grupo, desejando boa noite e deflagrando as despedidas.
Lisa e Brandon abraçaram o pai, enquanto Davis limitou-se a um aceno.
— Não se preocupe, não vou desgraçar o seu nome — garantiu ele.
— Eu apreciaria muito. Sejam bonzinhos. Essas pessoas são muito legais em se oferecerem para passar a noite com vocês, e ainda contando histórias de fan­tasmas! Não vão deixar que elas se arrependam.
Ele observou a todos afastando-se, e quando vol­tou-se Mione não estava mais atrás dele. Uma busca nos grupos confirmou que não partira com as outras mulheres. Começou a procurar. Parou no departa­mento de lingerie, sentiu a textura de algumas peças e continuou sua exploração.
Um facho de luz guiou-o -até o departamento de móveis, onde encontrou vários empregados encolhi­dos em camas, sofás e espreguiçadeiras. Investigan­do os recantos, descobriu Mione sentada de pernas cruzadas no meio de uma cama. A imagem parecia ter vindo diretamente de uma de suas fantasias.
— Não parece muito sossegado por aqui — co­mentou ele aproximando-se.
Ela deu de ombros.
— Não acho que algum de nós possa esperar pri­vacidade — sussurrou ela.
— Mas se você quiser um pouco de privacidade, posso conseguir — ofereceu ele, sorrindo.
Foi um sorriso cauteloso, como se aguardasse a reação dela.
Ela sustentou o exame, recusando-se a deixar que ele soubesse o que pensava.
— Mais jogos mentais, sr. Potter?
— Não. Só uma surpresa... se você quiser — acres­centou ele estendendo a mão.
Ela olhou para os dedos estendidos em sua direção, depois para o rosto dele. Hesitou tanto que ele ficou certo de levar uma recusa. Quando estava a ponto de insistir, Mione aceitou a mão estendida.
— É bom valer a pena. Puxa, Potter, você está me erguendo da cama.
— Certo, mas eu preferia não ter audiência — resmungou ele, conduzindo-a através do labirinto de móveis.
A medida que caminhavam pela loja, Mione pensou várias vezes em perguntar aonde estava sendo le­vada, e o que iria ver. Mas resolveu que isso só serviria para demonstrar que estava ansiosa e con­seguiu controlar-se.
— Espere até ver o que encontrei — declarou Harry com ar de conspirador. — Deve ser uma sobra dos tempos antigos, quando o luxo era a principal qua­lidade desta loja.
— Do que você está falando? — indagou ela, pro­curando enxergar o facho que ele agitava à frente.
— Disto — Harry chegara a uma porta e abriu-a.
Passou o cone luminoso pelo interior para que ela enxergasse.
Mione não conteve uma exclamação de surpresa ao contemplar o esconderijo que seu companheiro descobrira.
A um canto do aposento estavam duas cadeiras, uma pequena mesa e uma espreguiçadeira sofisticada, três das quatro paredes eram espelhadas e o carpete vermelho escuro era espesso e cheirava a novo.
— Próprio para uma rainha — disse Harry, fazendo uma mesura.
Dirigia a lanterna para o chão, formando uma passarela brilhante. Fechou a porta, deixou-se cair no carpete e bateu no espaço a seu lado.
— Espero que a senhorita não se importe com a dureza especial do colchão que irá experimentar.
Mione sentou-se, cruzando as pernas sob o corpo. Passou a palma da mão pela superfície do carpete. Olhou para a lanterna.
— Não tem medo de que as pilhas acabem?
O sorriso de Harry alargou-se enquanto ele enfiava a mão no bolso traseiro, extraindo três embalagens de pilhas.
— Acredito no ditado: um homem prevenido vale por dois.
Apanhou a lanterna dela e colocou as duas juntas antes de deitar-se e esticar as pernas.
Mione girou o corpo de forma a poder vê-lo, com o ombro apoiado contra a parede.
— Por todas as regras que aprendi, eu devia ter ficado onde estava.
— Está com medo de ficar sozinha comigo? — sorriu ele.
— Não. Estou com medo de ficar sozinha comigo.
— Podemos conversar.
— Conversar? — repetiu Mione, encarando-o com descrédito. — Essa é velha.
— Só conversar. Por que não? Conhece alguma forma melhor de descobrir coisas um sobre o outro do que conversar?
— Muito bem. O que quer saber?
Harry inclinou a cabeça para um dos lados, pensativo.
— Não é muita coisa. Sua cor favorita, que livros gosta de ler, que tipo de música escuta, passatem­pos... saber se gosta de limpar peixe.
— Limpar peixe! De onde veio essa idéia? — es­pantou-se Mione, ainda impressionada pelo seu segundo exercício de imaginação do dia.
— Pensei nisso, não sei por quê — disse ele, encomendo os ombros.
Mione sacudiu a cabeça como se não conseguisse acreditar no que estava ouvindo.
— Minha cor favorita é salmão. Gosto de ler um bom livro de suspense. Não existe nada como o bom e velho rock & roll. Gosto de fazer crochê, mas não tenho o tempo que gostaria para aprender direito, E ninguém poderia me convencer a limpar peixe. Nem pagando.
Foi a vez de Sam abrir a boca de surpresa. Ela continuou, ignorando a reação:
— Fui líder de torcida no colegial e fui a rainha dos calouros no primeiro ano. Perdi o baile de for­matura porque peguei sarampo dois dias antes. Pen­sei que a faculdade fosse como o colégio e fui ingênua o suficiente para acreditar que o professor de inglês realmente queria me ajudar a melhorar as notas. Só percebi o que ele queria quando uma das minhas colegas apareceu grávida; pedi transferência da clas­se dele. Quando tenho tempo, gosto de freqüentar aulas de decoração, cozinha ou outro assunto inte­ressante. Acredito que um bife só deve ser preparado numa grelha e raramente bebo, porque o álcool não se mistura bem com meus neurônios.
— Você é uma daquelas que ficam carente quando bebem? — quis saber Harry.
— Não. Fico feliz com o mundo e começo a dizer a verdade, não importa quanto magoe a pessoa — esclareceu ela. — O que mais quer saber? Minhas tendências políticas, minhas impressões sobre o que ocorre no mundo hoje em dia, meu signo...
— Não acho bom discutir política no primeiro en­contro e detesto saber que de acordo com os astros não deveríamos nem falar um com o outro. — Ele apanhou a mão de Mione, com a palma para cima e traçou com os dedos as linhas mais fortes. — Acha que é muita loucura? Podemos ter somente esta noi­te para nós.
Ela estremeceu com a leveza do toque.
— Sei disso.
— Que bom. Uma mulher que prefere escolher o próprio caminho.
Mione precisou forçar a mente para descobrir sobre o que estavam falando antes que ele se aproximasse tanto dela.
— E você? Como você é?
— Minha cor favorita é azul, gosto de ficção cien­tífica, jazz, e se não tiver ninguém para limpar meus peixes, eu mesmo limpo.
Mione sentiu a outra mão coçando com vontade de acariciar outra vez os cabelos dele. Ainda não tinha certeza de estar apaixonada, mas queria des­cobrir. Sentiu que seu corpo aproximava-se do dele.
— Mione... — O nome dela soou como uma carícia.
— Como você disse, podemos ter só esta noite para nós — murmurou ela, aproximando os lábios. — Não sabemos se nossos signos astrológicos são compatíveis, mas em compensação eu nunca leio horóscopo.
— Você não vai me odiar mais tarde, ou a você mesma pelo que está fazendo?
— Minha vida parece estar tomando rumos dife­rentes nas últimas horas. Sabe o que parece? Parece que eu estou vivendo um filme. Daqueles em que duas pessoas apaixonadas se encontram, vivem uma paixão intensa e depois se separam — disse ela, baixinho. — Não importa o que aconteça depois, permanece na memória a experiência que partilha­ram. É o que quero.
O brilho nos olhos de Mione anulava qualquer outra luz no aposento.
Harry não poderia ter escutado nenhum estímulo melhor. Inclinou-se e beijou-a. Logo percebeu que não ficaria satisfeito com um toque rápido.
As mãos de Mione pousaram em seus ombros en­quanto ele a abraçava, até que os seios queimassem sobre seu peito.
— Como é que você foi me deixar desse jeito em tão pouco tempo, menina?
Apesar de ter feito a pergunta, Harry não deu chance a ela de responder, pois continuou a beijá-la de leve.
Mione pressionou o corpo contra o daquele homem, buscando excitá-lo cada vez mais. Abriu a boca e ele não hesitou. As línguas se entrelaçaram, numa dança erótica que prenunciava a dança do amor. Ele manteve o abraço e ambos giraram no chão até ficarem de lado, olhando um para o outro.
— Você faz idéia do estado em que me deixa, menina?
Ela riu.
— Acho que sim, porque me sinto da mesma forma.
— Vamos extrair o que a gente puder desta noite — disse Harry, desejando que a noite durasse para sempre.
Pressentia que entre eles havia mais do que atração física, embora não soubesse explicar o que era. Ao mesmo tempo que desejava tirar as roupas dela e tocar-lhe o corpo nu, também queria saber o que passava na mente dela. Não tinha o direito de pedir que não casasse com algum idiota vendedor de carros mais preocupado com seus contratos do que com ela. Queria poder descobrir se ela era uma pessoa do tipo noite ou manhã. Será que acordaria de mau humor até tomar o primeiro gole de café? Iria quei­xar-se por querer dormir com a janela aberta ou apenas chegar mais perto dele para esquentar-se? A vontade era entrar dentro dela e nunca mais sair. Detestava a idéia de que poderia ser apenas um noite, mas era melhor ter uma noite que nenhuma. Tirou a camiseta dela, usando as pontas dos dedos para traçar caminhos sensuais desde a cintura. Fi­cou por um instante sem fôlego tal a beleza do corpo dela encerrado na lingerie de rendas. As marcas do bronzeado eram visíveis abaixo do pescoço. Ele ob­servou o mamilo enrijecer embaixo da seda quando a ponta do dedo desenhou círculos concêntricos. Mione respondia ao seu toque como se ele tivesse o controle das reações dela. Como se tivesse um dom especial para isso.
Aproximou os lábios do lóbulo da orelha.
— Maravilhosa — murmurou ele.
Os olhos de Mione fecharam-se quando ela aban­donou-se ao toque de Harry. Jamais sentira o fogo que parecia correr em suas veias. Nem a vertigem que aumentava a cada beijo. Queria apenas prolon­gar o toque da pele dele contra a dela. Queria mais. Os dedos de Harry passaram pela pele do couro cabeludo, evitando os cachos com pérolas. Ao mesmo tempo a beijava com toques sôfregos nos lábios, au­mentando o desejo entre eles.
Com movimentos rápidos, Harry retirou o sutiã, deslizando a seda pela pele quente. A palma da mão tocou a pele do abdômen, enquanto a outra subia pela coxa, logo abaixo da bainha do short que Mione usava. Ela gemeu baixinho quando os dedos atin­giram a virilha, pousaram ali por um instante, de­pois retornaram pelo mesmo caminho.
Harry demorou no botão principal na cintura. De­vagar retirou-o da casa, e passou ao seguinte, au­mentando o desejo dela a cada novo movimento. Ter­minando, deslizou a peça de roupa pelas pernas até os tornozelos.
— Isso é loucura! — murmurou ela, com voz rouca e entrecortada, enquanto abria o zíper da bermuda dele.
— Pode ser. Mas estamos aqui, não estamos?
Ele colocou a palma da mão contra a frente da calcinha, que revelou uma temperatura febril em­baixo da seda.
— Devemos ser malucos só por pensar em fazer um coisa dessas — balbuciou ela, esfregando o rosto contra o ombro de Harry e aspirando o aroma almiscarado da pele dele.
O odor aumentou seu estado de excitação.
— Pelo contrário, nós somos os sãos. Todos os outras são loucos.
Depois de falar aplicou um beijo suave no ventre agora exposto. Os músculos contraíram-se quando a ponta da língua traçou um círculo, e a pele do rosto raspou na pele delicada. A mão firmou-se na curva dos quadris. Mione sentia-se frágil como nunca nos braços dele! O corpo delicado estremecia en­quanto ele procurava memorizar cada centímetro com as mãos e a boca.
Ela sentia-se como uma massa de moldar nas mãos dele, ao mesmo tempo quentes como fogo e frias como gelo. Como se fossem amantes há longo tempo, ele parecia saber o que a agradava, levando-a até os limites da excitação.
As feições dele pareciam brilhar com a excitação demonstrada, um fogo castanho nos olhos que a ameaçava. Não, não se tratava de uma ameaça, mas de uma promessa de levá-la ao fogo e protegê-la das queimaduras.
Mione recusava-se a ser passiva. Ajudou Harry a retirar o calção. A ereção era aparente através do tecido fino da cueca. Ela notou que era observada atentamente, sem nenhuma vergonha. Sabia por quê. Permitia que ela visse o desejo que despertava nele. Mione apanhou a camiseta dele e retirou-a, num gesto lento e deliberado.
Harry deitou-se, puxando-a por cima dele. Ela sen­tou-se sobre a ereção, sentindo-lhe o calor. Debru­çou-se sobre o corpo dele.
— E se alguém chegar e nos encontrar? — indagou ela. — Quero dizer, alguém pode vir até aqui para obter um pouco de privacidade, como nós.
Não que sentisse ser errado o que estava fazendo, e não desejava parar.
Ele sorriu e moveu algumas madeixas de cabelo para atrás da orelha.
— Tranquei a porta. E além do mais, quem sabe que estamos aqui?
— E se algum de seus filhos precisar de você?
— Conhecendo eles como conheço, acho que vai pre­cisar um verdadeiro rio de sangue para afastar qual­quer deles da noite mais divertida dos últimos tempos.
Harry ergueu a mão e pousou-a na curva quente dos seios dela. O contato pareceu familiar. Seria ela a concretização de seus sonhos?
O olhar parecia tão cheio de desejo quanto o dele.
— Acho melhor a gente se concentrar um no outro.
Harry teve vontade de dizer a Mione como ela ficava bem em seus braços. Que a pele de ambos combi­nava. Inalou o perfume profundamente porque gos­taria que ela passasse a fazer parte dele. Passou a lingua na pele, para reter a memória do gosto dela.
— Depende de você, Mione. Não precisamos avan­çar mais do que isso — avisou ele.
— Claro que precisamos. Decidimos que essa é a nossa noite. Não é possível parar agora.
— Quero você, Mione. Queria que você me dese­jasse da mesma forma.
— Pois eu não posso negar, Harry Potter. Acho melhor nós resolvermos esse assunto antes que amanheça.

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