- Unimultiplicidade
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Atualizado em: 2 de março de 2009
- Quando a areia acabar de cair, não vou querer ouvir mais nem uma reclamação de vocês Dursleys. Potter, seus amigos chegarão em breve.
Depois de Moody aparatar, fiquei observando a ampulheta, com as palavras dele ecoando na minha cabeça.
Clarice Lispector
Nervoso era uma palavra que me definiria bem agora, se alguém perguntasse. O estranho era: Eu não sabia o porquê.
O que Moody tinha dito mais cedo ainda ecoava na minha cabeça, apesar de não ter sentido nenhum. Logo depois que ele saiu, apareceram alguns bruxos da ordem que começaram a fazer feitiços para aumentar a casa, conjuraram moveis e tudo mais. A cara dos meus tios era realmente engraçada.
Enquanto os bruxos que eu nunca tinha visto na vida começaram a fazer as mudanças chefiadas por Hagrid na casa, meus tios foram educadamente obrigados a irem buscar o Duda na escola dele. Hagrid disse ao tio Valter que se eles não fossem ele mesmo iria buscá-lo. Provavelmente ele se assustou muito, afinal imaginar um gigante com um guarda-chuva esquisito buscando seu filho na escola, em pleno meio de ano, acarretando em uma cena embaraçosa e extremamente engraçada, deve ser fogo.
A perspectiva de ficar trancafiado por um tempo indeterminado sem poder sair em momento algum é horrível. A vinda dos Weasley e dos Granger para morarem aqui é a melhor coisa que poderia vir a acontecer no momento, pois, assim eu teria uma família de verdade morando em baixo desse teto. Entendo que isso não compensa o motivo que nos trouxe a esta situação, mas eu não posso deixar te tirar proveito dela.
Eram exatamente nove horas da noite, e, ninguém havia chegado ainda. Estava bastante ansioso. Duda já havia chegado e a expansão da casa concluída. Agora, todos contavam com seus próprios – e grandes – quartos. Hagrid havia dito que, a Senhora Weasley queria dispor cada um em seu quarto de acordo com sua segurança, lembro que ri na hora. Acaso ela pensava que algum de nós ia dar uma ‘escapada’ para fazer coisas ilícitas?
- Agora! Eles estão chegando, rápido vão!
- Eu quero ficar. – Ele gritou junto comigo.
- Vocês não vão ficar. Não sejam burros.
- Eu não vou! –Eu gritava, obstinada.
- Rápido. – Mamãe disse apontando para o ele. – Se não dá valor a sua vida, valore a dela.
Tudo aconteceu muito rápido. Depois de minha mãe gritar com Rony, eu me senti sendo empurrada para dentro da lareira e alguém gritar para mim Casa dos Dursley. Depois disso, só me senti caindo em uma posição estranha dentro da lareira dos Dursley e alguém gritando meu nome.
Estava sentado na poltrona na frente da lareira há bastante tempo só esperando o momento que alguém chegasse. Sabia que viriam via Flú, afinal, as portas estavam lacradas, e a menos que tivesse uma autorização especial – como Hagrid me explicou – poderia aparatar aqui dentro. Quando eu já estava ficando impaciente com essa demora toda, o esperado finalmente aconteceu. Vi o momento em que as chamas da lareira começaram a ficar verdes e de lá saiu uma massa de cabelos ruivos como se tivessem a empurrado para fora fazendo assim que caísse desajeitada no tapete da sala.
- Gina!
Corri até ela assim que a identifiquei e me apressei a ajudá-la a se levantar. Ofereci minha mão como apoio para erguer-se e, quando ela ficou de pé percebi que estava bem próxima a mim. Nunca tinha a visto de tão perto, fiquei um bom tempo vidrado em seus olhos, não sei mais eles tem um brilho diferente que me deixam hipnotizado. Definitivamente, preciso manter uma distancia segura dela para conseguir pensar direito.
Um barulho vindo da lareira fez com que eu despertasse e nos separássemos bruscamente. Eu nem me dei conta que ainda segurava a mão dela, e aparentemente nem ela.
- Oi Harry – Me verei para ver o Rony que tinha acabado de chegar, o cumprimentei e, nós três nos encaminhamos para os sofás a modo de esperar os outros membros da ordem, e o os irmãos Weasleys me contarem o que estava acontecendo próximo A’ Toca.
Foi por volta das três e meia da manhã que ouvimos o barulho de alguns bruxos aparatando logo atrás de nós, na cozinha. Foram aparecendo um a um, depois dos feitiços de ilusão serem tirados, Quim Shacklebolt, Tonks, seguidos de mais dois bruxos que eu nunca tinha visto e logo atrás estava a He...
- Mione! – Rony logo se adiantou e a abraçou, vi Hermione ficar estática pela recente demonstração de afeto. Bom eu também fiquei, nunca vi o Rony agir assim nem mesmo com a Gina. Se alguém me contasse que isso tinha realmente acontecido, eu provavelmente o mandaria para um manicômio, afinal, Rony e Hermione não eram de expressar seus sentimentos, e se isso estava acontecendo – embora fosse aparentemente só com o Rony - era mais um motivo para eu acreditar que logo irei sobrar.
- Er... Oi Hermione, tudo bem? – Rony agora estava morrendo de vergonha. Eu estava me segurando para não rir e acabar piorando a situação olhei para o lado e vi que a Gina também segurava o riso, ela provavelmente não hesitaria em rir, se fosse prejudicar só ao Rony.
- Oi Rony, estou bem sim... –Hermione poderia se camuflar nos cabelos dos Weasleys de tão vermelha que estava. Uma bobagem obviamente, se eu abraçasse alguém repentinamente, porque eu ficaria vermelho? Isso é muito sem noção, afinal, eles afirmam que não se gostam, bom, é claro que eu não acredito né, mas...
- Hermione o que aconteceu para você estar aqui há esta hora? – Gina fez a pergunta que eu queria fazer e temia abrir minha boca esperando sair uma sonora gargalhada. Ela pelo jeito havia se cansado de esperar alguma reação dos dois...
- Hã... Ahh. Oi Gina, oi Harry. – Oh meu Mérlin! Ela lembrou que a gente existe. – Bom eu estava em casa quando a Tonks chegou e... – Passamos o resto da noite a ouvindo contar como a Tonks e os outros bruxos chegaram a casa dela e explicaram a situação atual do mundo bruxo, as medidas de segurança tomadas pela ordem e que todos deveriam se mudar para a nova sede. Enquanto a ouvíamos, percebi que os bruxos que vieram com a Tonks começaram os feitiços finais que faltavam para a segurança da casa. Tonks havia explicado que esses feitiços só poderiam ser feitos quando todos os menores de idade que morariam ali já estivessem na casa, e por isso haviam buscado a Hermione mais cedo. É, depois de tudo, eu deveria ter adivinhado que teria algum feitiço especifico que nos impediria de sair daqui.
Era o aniversário dele.
Tudo estava transcorrendo da melhor forma possível. Há dois dias não era relatado nenhum ataque e esse período de calmaria sem duvida significava algo. Apesar da preocupação, todos estavam comemorando o aniversário do Harry com um almoço. Era estranho que até os Dursley estivessem presente também, afinal, assim que nos instalamos, eles nunca saíram do quarto durante o dia. Rony havia comentado algo sobre os gêmeos estarem colocando umas balinhas coloridas nas bebidas e que era para a gente tomar cuidado. Não que eu bebesse, mas, bom, nunca se sabe não é?
Duda estava um porre. Normalmente ele já era agora acrescente o fato d’ele ter ingerido uma daquelas balinhas dos gêmeos junto com whisky de fogo e imagine o resultado. Agora multiplique essa imagem por três e conseguirá chegar um pouco perto do que eu estou tentando dizer.
Todos já tinham acabado de almoçar e rapidamente a Senhora Weasley expulsou todos – Todos uma ova, só os menores de idade. Injustiça pura. – da cozinha e nos mandou para a nova biblioteca da casa. Não havia passado muito tempo que estávamos ali quando Duda chegou dizendo que queria passar um tempo com a gente. Eu sabia que ia dar merda. Foi só ele sentar no sofá entre a Hermione e a Gina – como ele conseguiu um espaço ali? – que começou.
- Oi gracinha. – Apertei meus olhos na direção dele, quem ele acha que é para passar o braço em volta do pescoço da Gina? Que desaforo! – Você é linda de mais, só tem um problema: a sua boca tá muito longe da minha. – Respira. Inspira. Calma, não se irrite, não percebeu que ele tá bêbado? Não é por mal Harry, vamos não se estresse.
- Questão de higiene. – Aii, essa doeu até em mim. A Gina se soltou dele e veio sentar no braço da poltrona onde eu estava. Há bem feito Mané. Bom, conhecendo o Duda como eu conheço agora ele vai para a próxima vitima, ou seja, a Hermione. Coitado do Rony.
- Heim chuchu, você viu o que ela fez comigo? – Eu quero rir. Mas não posso né? Foda. – Vem xodozinho, vamos dar uma voltinha no meu quarto. – Opa, já acabou o show. Vou levar o Duda pro quarto agora e espancar ele. Tá, sem exagero, mas que vai levar um murrinho básico vai... Bom, além desse que ele acabou de levar do Rony.
- Foi um belo soco. – Harry e eu estávamos sentados no corredor que dava para os nossos quartos. Eu nem acreditei quando a mamãe me colocou em um quarto ao lado do dele. Pensando bem, não acredito até agora.
Para acomodar todos, foi necessário construir magicamente onze quartos e reformar os outros três antigos. Todos tinham um acompanhante de quarto, bom, nem todos, tipo, a professora McGonagall não, o Dumbledore também não.
Mamãe foi quem fez a distribuição dos quartos e a primeira coisa que ela fez foi separar o trio. Não entendi direito o motivo, mas, talvez ela esteja pensando que eles vão tramar em plena madrugada algum plano maléfico para sair daqui e lutarem até a morte com algum bruxo malvado. Rony e Hermione ficaram no terceiro andar e o Harry no quarto. Cada menor de idade tinha um responsável como companheiro de quarto. Gui era o do Rony, Fleur a da Hermione e Remus o do Harry. Inicialmente, eu ficaria com a Tonks no segundo andar, mas a professora McGonagall teve algum problema com a adaptação com o quarto de cima e nós nos oferecemos para trocar de quarto. Lógico que eu estou muito mais feliz com esse quarto que com o outro, afinal, aqui eu vou dormir a um quarto de distancia do Harry, além do que, quando os adultos estiverem em reunião – como hoje – a gente vai poder conversar mais.
- Mamãe teve que dar uma poção para o nariz dele voltar ao lugar depois daquele soco. Nunca tinha visto o Rony fazer nada assim por alguém, ele deve gostar mesmo da Hermione né?
- Bom, eu nunca tive duvidas sobre isso Gina. Aquelas brigas irritantes o tempo todo, devia ter algo atrás disso.
Ficamos em silêncio por um tempo. Não era daquele silencio constrangedor, era um silencio em que nada precisava ser dito, de entendimento mutuo. Era um mundo nosso, no qual só importava nós sentados ali, sem nada para fazer.
Pode ter passado um minuto, vinte, ou uma hora, mas, quando ouvi passos pela escada, eu saí daquele mundo. Era estranho, que depois da morte do Sirius, eu não estivesse tão fechado como imaginei que ficaria. Eu estava com o temperamento mais explosivo, estava mais rebelde, mais convencido e, quando eu estava com a Gina tudo isso ia embora. Um Harry totalmente novo, que ninguém nunca havia visto antes, aparecia e, todos os problemas do 'menino-que-sobreviveu’ sumiam, como se não existissem.
Um fato era óbvio, o perfume da Gina, os olhos, o sorriso, um deles, ou todos juntos, me impediam de pensar normalmente. Com um olhar, um sorriso, uma frase, eu saio de rumo, não penso direito e fico como um boboca apaixonado. Não que eu esteja apaixonado, e mesmo se estivesse, como eu poderia saber que estava, afinal, eu nunca senti amor por ninguém. Rony e Hermione são os mais próximos a isso, mas, é amizade, e existe uma linha tênue entre as duas coisas.
Eu tenho que impor uma distância segura entre a Gina e eu. Foi pensando nisso que eu me levantei e estendi a mão para ajudá-la a se levantar. Parece que ela entendeu a mensagem, pois, assim que se levantou, foi para o quarto dela.
- Boa noite Harry. – Ela estava com a mão na maçaneta, e entrou sem dizer mais nada.
Fiquei admirando a porta do quarto por um tempo, antes de sair do transe.
- Boa noite Gina.
Já era noite do dia 1º de setembro e se não fosse o maldito Voldemort, há essa hora estaríamos em Hogwarts para iniciar mais um ano letivo. Mas não, estamos aqui trancafiados e, ainda por cima nenhum membro da Ordem apareceu por aqui hoje, o que é um mau sinal, já que eles estão sempre entrando e saindo o tempo todo. No mínimo algo realmente grave está acontecendo. A cada dia que passa eu me revolto mais e mais. É horrível ficar aqui às cegas sem saber o que esta acontecendo, sem poder sair para ajudar.
- Nossa esse prato deve estar muito sujo pra você já estar lavando ele há vários minutos.
A dona de uma voz risonha e incrivelmente linda me tirou dos meus pensamentos. Nem precisei me virar para saber quem era, já que a garota também tem um maravilhoso perfume fl... Oh, Merlin! O que esta acontecendo comigo? Tenho que para de pensar essas coisas agora. Concentre-se Potter, ela te fez uma pergunta.
- Er... Oi Gina. Pois é, estava bem sujo mesmo. – Não ficava assim sem graça desde a Cho. Merda. O que diabos está acontecendo comigo?
- Você não quer uma ajuda aí não, cansei de ficar na sala. Aqueles dois ficam um babando pelo outro, mas não decidem ficar juntos logo. Preferia quando ficavam brigando como cão e gato, era muito mais divertido do que ficar vendo eles se olharem, ficarem mais vermelhos que meu cabelo e depois disfarçarem, é muito, muito chato.
- Hei, as brigas deles só eram divertidas pra você, eu sempre levava a pior. Eles sempre tinham um jeito de me colocar no meio. – Acho que ela queria que eu concordasse com ela, porque ficou me olhando de uma maneira estranha, meio irritada. Hum, acho que acabei de descobrir um jeito de provocar a ruiva. - Ta admito esse clima deles ta um porre, porque você acha que eu me ofereci a lavar a louça do jantar hoje? Não agüentava mais ficar próximo a eles. – Depois de refletir um pouco, achei melhor não a provocar agora, vou pensar em algo mais legal e interessante, para quem sabe, o natal.
- Então temos que fazer algo para mudar isso logo, também não agüento mais, acho que ninguém mais suporta essas briguinhas idiotas e sem fundamento.
- Hum, e o que podemos fazer? – Seria interessante bolar alguma coisa para o Rony e a Hermione.
- Não sei bem, poderíamos pegar - Gina parou de falar quando ouvimos um barulho de algumas pessoas aparatando e uma grande agitação vinda da sala. Parece que aconteceu alguma coisa, e pelo jeito não foi nada de bom. Se eles tivessem-me deixado ajudar. Sinto pensar, Eu avisei.
Quando cheguei à sala foi que vi o porquê de toda aquela bagunça. Papai, Lupin e Gui tinham acabado de chegar e eles pareciam ter vindo de um campo de batalha, bom é obvio que realmente eles tinham vindo de alguma luta, afinal estamos em uma guerra.
Mamãe e Fleur estavam bombardeando Gui de perguntas sobre ele estar bem e o local das feridas enquanto ele tentava a todo custo se desvencilhar delas para poder descansar. Papai já tinha se jogado na poltrona mais próxima, como os outros ele tinha vários machucados nos braços e rosto, além de um rasgo grande na altura do quadril provavelmente efeito de algum feitiço. Harry estava ajudando Lupin a se arrastar até outro sofá e, pelo jeito que ele andava com certeza tinha algum ferimento mais grave na perna.
“O que será que aconteceu dessa vez?”
Depois que finalmente a Sra. Weasley se acalmou, eles puderam nos explicar o que tinha acontecido para que chegassem nesse estado e também aonde é que estavam os outros membros da Ordem que não tinham aparecido.
Pelo que deu para entender no curto resumo que fizeram parece que estavam esperando um ataque na estação King’s Cross, já que hoje é dia 1º de setembro, para simbolizar a nossa derrota. - Bom isso seria uma coisa típica de Voldemort. – E, o ataque acabou se dando conta em Hogsmeade, causando um alvoroço do caramba. Aparentemente, quando a ordem e aurores do ministério chegaram à cidade, os comensais já tinham destruído boa parte de Hogsmeade, havia vários corpos espalhados pelo chão. Muitos bastante feridos e alguns já mortos. Gui mencionou também que, como o nosso lado estava na vantagem aos poucos fomos tomando conta da situação e já tínhamos alguns comensais feridos e presos. Mas os poucos Comensais remanescentes conseguiram fazer muito estrago ainda, feriram gravemente muitos dos nossos. Quando já estávamos começando a perder foi quando a ajuda chegou.
Parece que assim que Dumbledore apareceu em Hogsmeade, os comensais que ainda lutavam aparataram rapidamente deixando para trás somente destruição. Os prisioneiros foram prontamente enviados para Askaban, e os nossos feridos foram encaminhados diretamente para o hospital Saint Mungus. Havia vários moradores mortos e, dos nossos só uma baixa: Mundugus, que foi atingido por um Avada. O corpo dele foi encontrado na rua que leva a saída da cidade, parecia que estava fugindo.
- Bom, agora é só esperar o Dumbledore resolver as coisas no ministério que ele vai vim para cá conversar com todos nós e dar um aviso para os garotos. – Aviso, ah, conta outra Sr. Weasley. O que ele vai querer nos dizer no mínimo vai ser: Vocês não podem sair, não é seguro. Vão assistir televisão. – É os feridos devem sair do hospital em no máximo dois dias. Tá bom Molly, nós já estamos indo descansar. Dê-me uma ajudinha aqui Harry.
Ah, nada como a doce brisa de fim de tarde de janeiro. A guerra até agora estava controlada, aparentemente, nós estávamos tendo a melhor, com poucas baixas e as selas de Askaban quase cheias. A última prisão em massa eu me lembro muito bem, foi no natal, estávamos todos reunidos para comemorar o nascimento de Cristo na medida do possível, quando recebemos um patrono de um dos aurores que estava de plantão e trabalhava para a Ordem, e inevitavelmente, o caos foi geral. Alguns dos membros não oficiais da ordem, que não estavam acostumados com a nova sede, começaram a aparatar e acabaram com estrunchamentos graves. Acho que foi exatamente isso que piorou um pouco as coisas, já que alguns dos outros membros tiveram que ficar para trás para concertar o estrago e nessa hora, eu achei e acho que os outros também acharam que quem tinha conseguido ir, não iria voltar. Não com vida pelo menos. Na época os comensais da morte estavam com tudo em cima. Superavam-nos em número, em treinamento e em reféns. Naquela noite, ninguém havia entregado os presentes a ninguém, nem mesmo a Sra. Weasley, que seria de praxe.
Um tempo antes do natal, Rony havia me perguntado o que ele podia dar de diferente para a Hermione nesse natal, o que me fez pensar bem no que eu daria para a Gina. Acabei dizendo ao Rony que eu não tinha idéia sobre presentes para a Hermione que não fosse um livro. Quando eu finalmente havia decidido o que dar para cada um, expliquei ao Lupin exatamente o que eu queria que ele comprasse para mim e até hoje eu penso que mesmo se tivesse sido comprado por mim, não seria tão perfeito o presente dela.
Como o de costume quando nossos companheiros de quarto não estavam eu me encontrei com a Gina no corredor naquela noite, e sem me conter, acabei levando o presente dela de uma vez e, não houve presente melhor na época que a ver abrindo a caixa e tirando uma pelúcia enorme do Garfield de dentro com os olhos brilhando em excitação. Ela havia corrido o pequeno espaço que havia entre a gente e pulado no meu pescoço enchendo o meu rosto de beijos e agradecendo. Somente por sentir aquela sensação novamente, dos braços dela ao redor do meu pescoço, das minhas mãos no seu quadril, dos lábios dela no meu rosto, eu daria todo o ouro do meu cofre pessoal no Gringotts para relembrar tudo aquilo.
Depois de quase um mês eu ainda tento achar o significado do presente dela para mim, o que era para eu estar fazendo agora, em vez de ficar olhando para o relógio e ver se as horas passam, afinal, o significado de um símbolo chinês gravado em uma pulseira não vai aparecer do nada.
Somente anteontem que eu fui saber pela Gina, o que Rony e Hermione haviam trocado entre eles no natal. Rony havia dado uma caixa de bombons com um tipo de porta retrato digital adaptado pelos gêmeos e a Hermione uma camisa do goleiro do Manchester United, que segundo Gina me informou no dia, Hermione havia dito ao Rony que era para ele aprender a se interagir com os trouxas.
E, pensando agora em trouxas, que eu me lembro do motivo do nosso natal ter sido tão bagunçado. Depois dos membros mais velhos da ordem deixarem os últimos cuidados com a Sra. Weasley, eles foram para Londres ajudar a conter os ataques dos comensais. Ao contrario do que eu achei, não tivemos muitas baixas, exceto por alguns aurores. Prendemos vários comensais aquele dia e eu senti a fúria de Voldemort quando descobriu que quatro dos seus melhores comensais estavam presos em Azkaban. Os trouxas também sentiram na pele isso no dia 25 a tarde, Voldemort mandou uma espécie de bomba, exatamente no centro de Londres e matou centenas de trouxas.
Passou o natal, passou o Ano Novo, e esses dois não se acertaram ainda. E eu não tenho a mínima idéia do que fazer para que o meu irmão e a Mione fiquem juntos de vez. O pior é que eles não fazem nada para ajudar, já faz mais de meia hora que estão brigando.
Estávamos na biblioteca, Harry estava perto das estantes procurando por algum livro, eu estava em uma poltrona lendo um livro de feitiços, o Rony estava sentado no chão encostado no sofá enquanto Hermione estava sentada no sofá enquanto explicava algo que eu não prestei atenção, só sei que era relacionado com poções. Até ai tudo bem, o problema começou quando a mamãe entrou entregando uma carta pra Mione e depois saiu, enquanto ela lia a carta eu vi as orelhas do meu irmão ficarem cada vez mais vermelhas, e isso não era um bom sinal, pois assim como ele todos nós sabíamos quem era a única pessoa que se correspondia com a Hermione.
Dito e feito, assim que ela terminou de ler a carta o Rony já levantou e começou a brigar e exigir saber o que o Krum tinha escrito para ela, e é claro que a Mione não deixou, e foi isso que gerou o inicio da discussão deles que dura a mais de meia hora, e que pelo visto não tem hora para acabar.
- Ronald, pare de falar asneiras! - Nem sei mais em que ponto da discussão eles estão, parei de prestar a atenção acho que no primeiro minuto.
- Nem vem com essa, Hermione. Você não é tão ingênua assim, sabe que ele está querendo somente te us...
- JA CHEGA, RONALD CALA A BOCA - nossa depois desse grito, acho que o Roniquinho ficou surdo de vez.
- Vem calar! - Ah não ele ficou lesado mesmo. Agora que ele leva uma azaração bem forte.
Depois de escutar a Mione mandando o Rony ficar quieto e ele a desafiar, eu já me aproximei mais deles e fiquei alerta para conjurar uma barreira assim que ela lançasse a azaração nele, já que o Rony não estava com sua varinha, provavelmente deve ter esquecido no quarto novamente. Então se a Hermione o acertasse com certeza meu amigo ficaria de cama por uns dias. Mas de modo algum eu estava preparado para ver o que a Hermione fez. Nunca imaginei que ela faria isto para calar a boca do Rony. E pelo susto que levou com a atitude dela, ele também não esperava por isto.
- Por Que você fez isto? - foi à primeira coisa que o Rony disse.
- Eu... Hã... Não acredito que fiz isso, olha Rony eu... - foi à vez de o Rony calá-la da mesma forma que ela havia feito.
Foi ai que eu vi que já não dava para ficar na biblioteca com esses dois. Sai de lá puxando, uma pasma Gina que parecia não acreditar ainda no que tinha visto. Ninguém acreditaria. A última coisa que eu ouvi enquanto fechava a porta foi o Rony dizendo que adorou esse jeito novo que a Mione usou para fazê-lo ficar quieto, ele falou isso e logo depois voltou a beijá-la.
- Ah, eu não acredito nisso. – Finalmente eles vão nos deixar participar da guerra! Existe coisa melhor que isso?
- Sem muita empolgação Srta Weasley, afinal, ninguém aqui vai para a linha de fogo tão cedo. – Senti meus ombros murcharem. O que ele quis dizer com ter treinamento especial então? – É o seguinte, vocês treinaram suas habilidades com Moody, Lupin, Tonks. Vocês vão estar divididos em dois grupos daqui a quinze dias de acordo com o desenvolvimento de vocês, mas é quase certo que o Sr Weasley e a Srta Granger sejam do mesmo grupo, pois terão que ter um treinamento mais apressado já que fazem aniversario antes e com isso, vão ter direito de sair daqui mais cedo. Bom, é só isso, Tonks irá entregá-los a vocês o papel com os seus horários.
As coisas estão ficando cada vez pior, essa guerra parece que não vai acabar tão cedo, todos os dias aparecem noticias de ataques, pessoas estão desaparecendo, cidades são destruídas. Nos noticiários trouxa estão colocando a culpa nos homens bomba, enquanto sabemos que a culpa é de Voldemort e seus comensais de merda. Outro dia mesmo, estávamos assistindo TV e interromperam a programação para dizerem que um estádio de futebol, no meio de um clássico do Manchester United contra o Chelsea, alguns pontos do estádio desabaram causando a morte de centenas de pessoas e ferimentos graves em outras. E, de novo, os trouxas acreditaram que foram atentados terroristas. O que me deixa cada vez mais revoltado é que em quanto Voldemort esta por ai destruindo o mundo eu fico aqui trancado sem poder fazer nada. Preciso é arranjar um jeito de sair daqui para poder lutar contra esses monstros.
Depois de quase cinco meses de treinamento duro, a única coisa que eu consigo pensar agora é em como exatamente funcionam as emoções humanas. Porque choramos quando estamos extremamente tristes? E Porque essas mesmas lágrimas saem quanto estamos muito alegres? Dois sentimentos distintos para uma mesma reação. Porque sentimos muita raiva quando algo sai errado? E exultantes quando algo dá certo, quando saímos vitoriosos? Porque não conseguimos parar de rir, nos deixando num intenso estado de euforia? Porque ficamos frustrados ao não ter o que queremos? Porque o pouco tempo que a pessoa não esta perto já sentimos saudade? Porque ficamos felizes e bobos quando estamos apaixonados? Porque eu não consigo entender o que está acontecendo comigo? Que sentimento é esse que sinto por ela? Qual o nome eu posso dar a esse sentimento que me faz pensa nela todo o tempo? O que é isso que me faz lembrar todos os nossos momentos juntos? Como quando começou tudo isso, na primeira semana de tudo, há primeira semana em que estamos aqui trancados e a primeira vez que nos encontramos no corredor dos nossos quarto durante um ataque e ficamos ali, calados, esperando por alguma noticia algum sinal de que todos que tinham ido nos defender voltariam.
Lembro como se fosse hoje a primeira vez que vi o sorriso dela de perto, bem de perto. Foi logo depois do natal. Eu estava o dia inteiro tentando a fazer falar o significado do símbolo da pulseira que ela havia me dado, faltava pouco para começar a implorar e nada. Até que resolvi usar outra tática. Ela estava sentada no sofá quando eu a ataquei. Comecei a fazer cócegas até ela se render, ela tinha uma risada tão gostosa de ouvir que eu queria escutar para sempre. Finalmente parei a tortura quando ela já não conseguia respirar e quando vi que ela não ia se render. Foi nesse momento que eu vi a coisa mais linda, estava praticamente em cima dela e bem pertinho de seu rosto. Ela estava toda corada e ofegante, e em seus lábios estava o mais lindo dos sorrisos. O primeiro sorriso que me confundiu.
Lembro do nosso primeiro dia de treinamento juntos. Quando as duplas já haviam se separado e eu havia ficado com ela. Havia sido realmente hilário treinar táticas de evacuação com o Moody, ouvi-lo todo o tempo reclamando e tal. Logo após termos terminado encontramos o Rony e a Mione saindo da sala ao lado rindo e conversando com a Tonks e quando dei por mim, já tinha apostado com eles qual a dupla que faria a melhor comida em 30 minutos começando por eles. Depois da Gina quase me depenar pela aposta idiota lembro que chegamos à cozinha e ela estava impecável, nada parecido com o que eu sabia que deixaria quando acabasse. Tentamos seguir alguma receita do livro da Sra. Weasley, mas não saiu nada que prestasse na hora, utensílios estavam espalhados pela cozinha enquanto a Gina e eu colocávamos algumas coisas estranhas na panela e eu mexia aquela gosma verde. Não lembro exatamente como foi, mas de repente, a Gin e eu estávamos rindo e sujos sentados no chão da cozinha rindo um da cara do outro quando a Mione chegou e viu o estado catastrófico em que tínhamos deixado a cozinha e passou um sermão sobre as qualidades em ser organizado que acabou fazendo a ruiva e eu comermos aquela gosma verde com chocolate. Uma brilhante idéia da Gina e eu tenho que reconhecer que depois daquela vez, o Pain méchant vert foi muito bem aprimorado e agora é a nossa especialidade.
Vem-me a memória agora, quando começamos a deixar o Rony e a Mione em paz para namorarmos e nos aproximamos mais, quando realmente começamos a conhecer melhor um ao outro.
Lembro das vezes que nos ajudávamos nos treinamentos e nos divertíamos durante as pausas momentâneas. Qualquer coisa era motivo de brincadeira entre a gente.
Realmente estranho é o fato de tudo se tornar especial quando é feito com ela, como no dia que ficamos assistindo um filme na televisão e acabamos falando mal dos atores e rindo das coisas nojentas que apareciam toda hora.
Lembro do primeiro dia que o Rony e a Hermione saíram juntos em missão e nos deixaram aqui, quando eu me revoltei a ponto da minha magia sair do controle e me tornar praticamente impossível de ser controlado.
Lembro do dia que os gêmeos trouxeram uma espécie de maquina digital adaptada para os bruxos e a Gina acabou conseguindo uma emprestada e ficamos nos divertindo pela noite, tirando fotos um do outro, das nossas bagunças e com as nossas coisas, que só a gente entende o que realmente significa.
Lembro quando a Gina se machucou durante um treinamento e não deixou ninguém cuidar dela pelo fato de o ferimento ser logo na parte posterior superior da coxa e ela estar morrendo de vergonha porque não tinha nenhuma mulher presente que pudesse dar conta do ferimento ou algum irmão dela e acabou sobrando para mim.
Nos Treinos coletivos a Gina e eu, somos uma dupla com perfeita sincronização. Não precisávamos falar, somente com o olhar conseguíamos saber o que fazer para ajudar o outro a combater o oponente e estávamos sempre protegendo um ao outro.
Na Gina encontrei uma grande aliada na tarefa de me vingar do Duda por todos os anos que ele me atormentou. Lembro do dia que pregamos um grande susto nele que o Duda saiu correndo para se esconder em seu quarto, bom eu acho mesmo que ele correu porque teve que trocar as calças porque tinha se mijado todo.
São coisas inexplicáveis, ao menos não consigo achar um significado para elas por agora. Mas, eu não consigo evitar pensar, não sei por que sempre fico lembrando esses momentos e outros.
A Guerra, esta maldita guerra que Voldemort está proporcionando para o mundo e que mesmo as incansáveis lutas travadas pela Ordem contra ele e seus Comensais não estão surtindo efeito quase nenhum e ao que tudo indica essa tormenta não vai acabar tão cedo. E isso é o que mais me deixa com raiva, pois enquanto Voldemort está lá fora causando o terror no mundo, eu fico aqui trancado sem poder fazer nada, e o que eles dizem: "Você não tem 17 anos, ainda não pode ir às missões" que importância isso terá na hora de lutar? Os comensais da morte não deixaram de me atacar só porque eu não sou maior de idade. Eles me protegem como se eu não tivesse feito nada até hoje. Como se não tivesse enfrentado esse maldito diversas vezes e sobrevivido.
Eu nem acredito que ainda estamos no inicio de Junho. Morar aqui é de enlouquecer qualquer um, perdi até as contas de quantos meses eu não visito algum lugar. O ato de acordar aqui é uma monotonia, bom, o dia todo é, mas pela manhã é um porre. Eu não sei por que, mas tenho o maravilhoso dom de acordar antes de todos. Geralmente eu gosto de fazer um pouco de hora na cama, de assistir televisão, ou ler alguma coisa, mas hoje era diferente. Como todo mês, eu estava com aquela irritante dor inimiga das mulheres, a terrível cólica menstrual. Quando eu mais preciso nunca acho a poção para isso.
- Gin. - Merlin, Morgana, Dumbledore. Eu definitivamente não vou me acostumar com essa mania que ele adquiriu de toda manhã chegar de mansinho pelas minhas costas e me abraçar - Bom dia flor da manhã.
- Harry, foi definitivamente péssima essa. - Ri enquanto me soltava delicadamente do abraço e me virava. Ele estava apertando justo onde doía. - Bom dia.
- O que aconteceu com você? - Percebi que apesar do Harry tentar esconder, no fundo dos olhos dele havia algo como um riso segurado que eu não estava gostando nada.
- Como assim? - Realmente acho que o Harry não funciona bem pela manha. Primeiro esses abraços todo dia, agora essas perguntas retóricas. Precisamos de um curandeiro aqui.
Harry me olhou da cabeça aos pés e parou um instante olhando minhas pernas antes de me olhar.
- Você está sangrando Gin. - O que eu não acredito que isso está acontecendo mesmo.
- Urgh! Eu odeio ficar menstruada.
- Não deve ser tão ruim assim Gina. - Porque todo homem menospreza os maus momentos que nós mulheres passamos?
- Tchau Harry.
Fazia pouco mais de um ano que Gina e eu estávamos presos aqui na sede. Não entendo o porquê dos outros poderem ir e vir e nós sermos obrigados a ficar aqui parados. Somos tão ou mais capacitados que os outros, caramba não sei o que o Dumbledore pensa em nos manter presos aqui. Qual é o plano maluco dele dessa vez? Estamos em guerra e toda a ajuda para derrotar Voldemort é imprescindível, com certeza nós seriamos de muita ajuda nas batalhas. Ao menos minha parceira de crimes e eu a cerca de dois meses estamos à procura de algo que nos ajude a sair daqui e lutar. Já tentamos de tudo quanto é jeito e nada de um resultado convincente. A única esperança agora é uma coisa arriscada que descobrimos outro dia, tomara que dê certo.
Essa é a sexta tentativa de sair daqui. Não é como se quiséssemos sair por capricho. Nós sabemos que seremos de grande ajuda lá fora. Dessa vez parece que vai dar tudo certo apesar de ser uma invenção dos gêmeos, mas como eles são mestres em burlar regras, vamos ver no que vai dar.
Confesso que fiquei realmente impressionada com a inteligência dos meus irmãos. Eles sempre tiveram um talento notável, mas dessa vez se superaram. Aparentemente eles vêm trabalhando nessa poção a dois anos, depois que não conseguiram se inscrever no Torneio Tribruxo e queriam ajudar a próxima geração a não sofrer com isso. O nosso único problema era: A poção nunca havia sido testada pelo que apuramos. Harry e eu pegamos emprestado dos gêmeos duas amostras. Sabíamos que se os pedíssemos geraria perguntas e com as perguntas achariam respostas e mesmo sendo os gêmeos, eles prezam pela minha segurança e iriam direto contar a alguém. O plano era o seguinte: assim que tivesse um ataque, esperaríamos todos aparatar, tomaríamos a poção e como quase ninguém tem conhecimento sobre ela, os feitiços de proteção não vai a detectar - se tudo der certo. - e assim, iríamos finalmente a luta.
Nunca imaginei que meu ato de egoísmo de querer sair e lutar pudesse trazer mais destruição e mortes. Bom, na verdade, no fundo é claro que eu sabia, sempre soube, desde o inicio que eu atraio o mal para as pessoas que estão próximas a mim. Tudo no mundo é uma cadeia de mando. Eu nunca vou me perdoar pela morte dos Senhores Weasley.
Naquele dia tudo aconteceu muito rápido, em um momento muitos membros da Ordem estavam trancados na sala de reunião, no outro um enorme patrono apareceu e a seguir os membros começam a sair alarmados e correndo para aparatar. Só havia sobrado Sra. Weasley, Gina e eu na ordem. Ficamos sabendo o que estava acontecendo rapidamente pela Sra. Weasley enquanto ela já ajeitava alguns itens de primeiros socorros. Aquela era a hora.
Conjurei a poção e assim que a Sra. Weasley foi à cozinha tomamos a poção. Pelo que pudemos entender, a poção demoraria aproximadamente dois minutos para fazer efeito e a duração era de cerca de dez minutos. Assim que a poção fez efeito, abrimos a porta esperando a qualquer momento encontrar uma barreira que nos impedisse de sair.¹ O inesperado aconteceu: assim que ultrapassamos uma película, uma espécie de mola nos empurrou de volta a casa e a casa meio que nos empurrou de volta, nos rejeitando. Levantamos rapidamente e aparatamos para o Beco Diagonal, antes de aparatar completamente, porém, vi que a Sra. Weasley nos olhava assustada da porta e se preparava para aparatar também.
O Beco no dia estava um caos. Os comensais estavam em vantagem e muitos dos nossos estavam no chão. Gin e eu estávamos em perfeita sincronia no dia, já havíamos derrotados uns oito comensais quando tudo aconteceu bem na nossa frente. O Sr Weasley duelava com uma comensal quando Lucius Malfoy lançou a maldição da morte pelas costas assim que a Sra. Weasley localizou o marido. Ela entrou na frente na hora que o Sr. Weasley se virava e segurava o corpo ainda quente da mulher que eu considerei minha segunda mãe. Gina na hora deu um grito de agonia e caiu de joelhos bem na hora que o Sr Weasley morria tentando defender a honra da mulher.
Não sei exatamente como tudo aconteceu depois. Minha magia saiu do controle, algumas lojas começaram a pegar fogo, Gina estava chorando agonizantemente ao meu lado e, quando eu finalmente consegui voltar a mim, a abracei e aparatei de volta a ordem.
Se eu soubesse os resultados que os nossos atos levariam, eu não tinha colocado os pés fora daquela casa. Mas eu não sabia.
Faz duas semanas que tudo aconteceu e ainda parece que foi ontem. Nunca vou esquecer-me da cena de minha mãe morrendo e logo em seguida meu pai.
À volta a ordem foi complicada. Rony havia nos culpado por um tempo. Os membros mais velhos exigiram explicações e nos tacharam de irresponsáveis. A vida na sede estava sendo insuportável. Ninguém - exceto Harry - me entendia. No mesmo dia eu perdi minha mãe e meu pai, e tudo isso por minha culpa, somente minha, por ter sido uma completa idiota, ter sido egoísta, como pude não pensar nas conseqüências dos meus atos.
Faltavam dois dias. Nunca havia imaginado que os meus 17 anos seriam passados assim. Os ataques ultimamente estavam cada vez mais constantes e mais avassaladores. Doía admitir, mas o fato era: A Ordem estava caindo.
Durante esse tempo que ficamos aqui dentro, presos, muita coisa aconteceu e o que marcou mesmo foi a morte do Sr. e da Sra. Weasley. Depois disso, querendo ou não, houve uma mudança drástica na personalidade de cada um.
Hoje eu iria finalmente visitar o túmulo dos meus pais. Era lastimável que, em 16 anos, eu nunca havia levado flores a minha mãe, ou agradecer meu pai por ter salvado minha vida. Dumbledore obviamente iria comigo. Mesmo depois do treinamento com ele e o pessoal da ordem, mesmo depois de tudo o que passei, de tudo o que senti e sofri, parecia que ninguém confiava inteiramente em mim, que ninguém acreditava que eu poderia realmente fazer a diferença, que ninguém, além dele mesmo, sabia que no final de tudo, eu seria o responsável pelo futuro de todos.
que aqui passou
E ficam os exemplos filmados na memória, o amor
materno, vóterno, eterno..
E fica uma saudade, nos restam as lembranças do tempo
que aqui passou
E ficam os exemplos, filmados na memória, o amor
materno, vóterno, eterno..
Aparatamos em uma praça com um memorial de guerra. Ao passar por ele, ele se transformou, no lugar do obelisco coberto de nomes, havia uma estatua com três pessoas que eu percebi que eram meus pais e eu.
Caminhamos em silencio até o tumulo dos meus pais. Dumbledore, por consideração, ficou um pouco atrás. Havia levado um buque de Lírios brancos a minha mãe. Eu não sabia o que fazer exatamente, mas, ao contrario do que imaginava toda a tristeza, toda a angustia, todas as lágrimas seguradas durante esses anos, tudo estava melhorando, como se ali, e somente ali, eu encontrasse algum resquício de paz.
Já fazia um tempo que estávamos ali quando Dumbledore avisou que estava ficando tarde e que tínhamos que passar em um lugar antes de voltarmos, então era para eu me despedir.
Ajoelhei-me para minhas mãos ficarem a altura dos memoriais, e foi quando eu coloquei a mão em cima da onde dizia ’Aqui jaz James Potter. Amigo fiel, marido amado, pai exemplar. ’ que um compartimento bem pequeno próximo ao meu joelho se abriu, e foi com surpresa que eu vi.
- Uma lembrança?
¹ - Só pode aparatar dentro da nova Ordem quem tem autorização, como o Harry e a Gina não a possuem, tiveram que sair pela porta, e a mesma estava protegida quanto a isso, só sairia quem tivesse autorização do Chefe da Ordem ou quem tivesse mais de 17 anos.
Cristiane Erlacher - Obrigada. O capitulo está aí, faz uma forcinha para comentar.
Beijos.
Nanda Granger Malfoy - Oi Nanda, obrigada pelo apoio. Esperamos realmente que seja de mais.
O capitulo ta postado, aproveite. Beijos.
caroline - Ai, obrigada de verdade.
HG sempre foi lindo e sempre será, não tem jeito. :P
Capitulo novinho, beijos.
Dannhy - Gina machão nesse capitulo.
HAHAHAHA
Harry sabe ser fofo né?
Capitulo novo, aproveite. Beijos.
Ana Eulina - Ah, valeu Ana.
Se depender só do nosso emocional, o HG dessa fic vai ser todo meloso.
HDUASHDUA
Nossa história é meia maluca mesmo, mas com o tempo vai entrando nos eixos.
Desculpa a demora, de verdade. Nós tivemos uns problemas em Janeiro e a gente não escreveu nada, e agora em fevereiro que deu para dar uma desembolada.
O tamanho da letra ta ruim de ler? Se tiver a gente muda a configuração no capitulo beleza?
Beijão Ana e aproveita o capitulo.
**júh** Valeu Júh.
Capitulo postado, beijos.
Andy Weasley Potter - Estamos lisonjeadas. Obrigada de verdade.
Postamos o capitulo, aproveita. Beijos.
May.Cullen.Potter - Valeu May.
Capitulo 2 postado. Beijão.
N/A¹ - Bom gente desculpem a demora, mas esse mês de Janeiro foi mesmo turbulento, aconteceram umas coisas na minha vida de na vida da Jack que não puderam ser previstas. Espero realmente que gostem do capitulo, foi bem difícil passar quase três anos da fic em um capitulo só, tinha muita coisa importante para se colocar, mas os próximos virão mais rápidos ok?
Não nos matem pela morte dos Senhores Weasley. :P
Um beijo muito grande a todos que estão acompanhando.
Fê.
N/A² - Pois é imprevistos acontecem, mas finalmente o capítulo esta aí, meio confuso eu sei, mas esse capítulo de transição era necessário.
Ah, o titulo desse capítulo “Unimultiplicidade” para quem não conhece significa uma variedade de coisas diferentes, unidas por uma finalidade. Acho que deu para entender o porque do titulo desse capítulo.
Bom, aceitamos qualquer tipo de critica, seja ela boa ou ruim, e também vocês podem deixar suas duvidas nos comentários. Comentem por favor, precisamos saber se estamos indo bem ou não.
Beijão aos leitores que comentam e aos ocultos também.
Jack
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