- Voltas



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Atualizado em: 15 de agosto de 2010 




E a desculpa quanto ao atraso? Conta? Boa leitura.







Ajoelhei-me para minhas mãos ficarem a altura dos memoriais, e foi quando eu coloquei a mão em cima da onde dizia 'Aqui jaz James Potter. Amigo fiel, marido amado, pai exemplar. ' que um compartimento bem pequeno próximo ao meu joelho se abriu, e foi com surpresa que eu vi.
 


- Uma lembrança?




Capitulo III – Voltas




"Nada é permanente nesse mundo cruel, nem mesmo os nossos problemas."


Charles Chaplin




James,


Sei o que você deve estar estranhando o fato de receber uma carta minha assim tão repentinamente. Mas, acredite há um motivo para que eu tenha escrito para você. Creio que na situação que o mundo da magia se encontra, não seria seguro informá-lo por carta. Gostaria de pedir que me encontre para que possamos conversar, o assunto é de extrema importância. Só posso adiantar que trata-se de velhos amigos que voltaram a velha casa.


Me encontre as 18 horas, no mesmo local em que tivemos aquela conversa sobre nosso velho amigo.


Você sabe que não pediria isto se não fosse necessário.


Estarei lhe esperando.


L. E.


Já fazia umas quatro horas que havia recebido aquela inusitada carta e ainda não sabia ao certo em que acreditar. Sei o quão os Potters estão envolvidos nessa guerra e também sei a probabilidade de que este encontro seja uma emboscada. Mas, não posso deixar de pensar no conteúdo dessa carta. Se realmente for verdade iela/i estaria em perigo. Sou consciente que preciso fazer algo, mas, essa dúvida me corroe e não me deixa agir ou pensar com clareza.


Nessas horas que eu lamento o fato dos Marotos não estarem aqui, tudo bem que o Rabicho seria inútil numa situação dessas. O Remus e o Sirius também não seriam muito úteis, Remus seria racional demais e o Sirius irresponsável demais, o Aluado iria sugerir um plano e agir com cautela, já o Sirius iria já querer partir para a ação sem pensar nas conseqüências. Bom pensando no caso é melhor mesmo que os Marotos não estejam aqui, iriam só complicar mais.


Está quase na hora e eu ainda não decidi o que fazer.


- James!


- Hã... Ah, oi Mãe. Nem tinha visto à senhora entrar. - E não tinha percebido mesmo, estava tão concentrado na decisão que eu tinha que tomar que não vi minha mãe entrando no meu quarto.


- Eu percebi, querido. Tem algo te preocupando - Isso não era uma pergunta, mamãe Sarah me conhece muito bem. - Você não gostaria de dividir comigo?


- Não, mãe. Pode deixar, eu resolvo. - Sei que ela seria uma ótima conselheira, como sempre foi quando precisei. Mas ela já sofreu muito por causa dessa guerra e isto só a deixaria mais preocupada.


- Tudo bem, meu filho. Confio em você, sei que saberá resolver o que esta lhe afligindo da melhor maneira. Mas saiba que estarei aqui para tudo o que precisar sempre. - Ah não me agüentei e me joguei nos braços dela e a apertei forte. Por isso que eu amo tanto essa mulher. - Bom, meu filho, agora eu tenho que ir, hoje é meu plantão no St. Mungus. Cuida-se, filho, resolva o que tem que resolver, mas não volte tarde para casa, você sabe como a situação se encontra.


Ta vendo como essa mulher sabe de tudo. Mas ela me ajudou muito a tomar minha decisão, mesmo sem ela saber. Assim que ela saiu eu já sabia o que tinha que fazer.




Cheguei meia-hora antes do combinado, afinal precisava me certificar que não era uma cilada. E é claro que havia tomado minhas providencias quanto a isto. Um bom Maroto sempre deve estar preparado para qualquer situação. E, no meu caso nunca saio para nenhum lugar sem a companhia da minha querida capa de invisibilidade.


E foram assim os últimos quinze minutos. Eu protegido pela capa, observando qualquer movimento estranho, e o menor indicio de que não seria a Lily que viesse ao meu encontro. Mas, nada me pareceu mais suspeito que uns cinco camaradas parados na porta de uma lanchonete e fumando alguns cigarros. Parecia mesmo que ela havia marcado o encontro, e mesmo assim eu tinha que ficar prevenindo, não seria a primeira vez no mundo mágico que ieles/i capturam alguém e utilizam da Poção Polissuco, tinha que me certificar que era realmente a Lily. E era o que eu iria fazer assim que ela chegasse.


O que não demorou muito a acontecer, logo eu percebi um vulto vindo em minha direção que mesmo estando de sobretudo e capuz, dava para perceber perfeitamente os traços femininos de seu corpo. Permaneci no canto mais escuro, porque mesmo estando com a capa, quando, - e se, - eu me revelar ainda deixarei a existência da capa em segredo.


Quando a pessoa se aproximou mais do meu campo de visão pude ver seu rosto, definitivamente não era ninguém que eu conhecia. Alta, desengonçada e um pescoço grande. Muito grande. Imediatamente me lembrei da descrição que Lily fazia de sua irmã, Petúnia. Retirei a capa com cuidado pensando desesperadamente no que poderia ter acontecido de errado.


Petúnia deu um grito quando me viu saindo do "nada", o que atraiu a atenção dos caras que estavam fumando ali perto, rapidamente a puxei para mais fundo naquele beco e perguntei meio atônito.


- Você ficou louca? Não queremos chamar atenção. Onde está Lily?


- Ah Potter, Lily fala muito sobre você e suas arrogâncias. Eu nem mesmo teria vindo se não fosse pelos meus pais, que aliás eu deveria deixá-los morrendo por envolver nossa família nisso tudo.


- Como assim morrendo Evans? O que aconteceu?


- Alguns homens invadiram nossa casa por volta de duas horas atrás. Colocaram fogo em tudo. Sorte a minha que não estava em casa e sim com Valter. Depois que vi o estrago me lembrei que tinha visto a aberração escrever uma carta pra alguém e achei que eu poderia no mínimo avisar sobre sua morte.


Não esperei Petúnia terminar de falar, na mesma hora aparatei em frente a casa de Lily. Chamas. Era o que dava pra ver, e uns homens de vermelho correndo para todos os lados com uma espécie de salsicha muito grande na mão que soltava água. Eles tentavam inutilmente conter o fogo. Gritei por Lily e não obtive respostas. Dois homens de vermelho vieram me pedir para sair da área e me afastar. Uma grande multidão cercava a casa, ainda bem que com a bagunça ninguém havia me visto aparatar.


Lily não estava morta, eu sentia aquilo. Só precisava achar um jeito de ajudá-la. Corri entre as pessoas e achei um lugar seguro para tirar o espelho de duas faces do bolso e chamar pelo Sirius. Inútil. Nenhuma resposta. Estava desesperado, com uma ultima e arriscada tentativa, aparatei dentro da casa de Lily.




Ouvi um barulho de alguém aparatando e rapidamente fiquei alerta. Os últimos minutos haviam sido horríveis. Comensais invadiram a casa e tacaram fogo em tudo. Não consegui lutar contra eles devido à inútil tentativa de salvar os meus pais que estavam trancados no quarto. Pude ouvir os gritos de dor e angustia deles e não tive como fazer nada para ajudá-los, nenhum encantamento, nenhum feitiço, nada. Com os braços amarrados e a varinha a metros de distância, no meio do fogo, só consegui sentar e chorar. Fraca, não tive vontade de gritar pedindo ajuda pelos bombeiros que estavam do lado de fora de casa e agora escondida atrás do sofá tento descobrir quem aparatou.


Tentativa inútil, meus pulsos estavam em carne viva devido as varias tentativas de me soltar, havia uma poça de sangue próximo a mim. Meu sangue. Senti a visão ficar turva.


- EVANS! Lily! Onde você está? – Alguém me chamava ao longe. Parecia com a voz do Potter. – Lily! – Era o James. Oh, estou a salvo. Sem querer lagrimas escorreram dos meus olhos e James me achou. – Lily, você está bem? O que aconteceu? Onde estão seus pais?


- James... – Sussurrei fracamente e de repente tudo ficou escuro.




Assim que cheguei ao St Mungus com Lily uma medibruxa chegou com uma maca e depositei Lily com todo o cuidado. Aparentemente ela me conhecia, porque falou rapidamente comigo que iria chamar minha mãe e enquanto isso era para eu preencher os dados de Lily no balcão.


Não passou muito tempo e minha mãe entrou esbaforida pelo grande átrio e cumprimentado pessoas chegou a mim e perguntou o que havia acontecido. Expliquei rapidamente sobre o ataque a casa dos Evans e que provavelmente os pais de Lily estavam lá. Mamãe mandou um patrono pro meu pai no ministério pedindo para ele resolver isso.


- Mãe, será que podemos ter noticia da Lily? – Pedi.


- Claro James, claro. – Ela disse pensativa e me levou a uma sala onde esperei ela ir buscar noticias. Minha mãe voltou com um medibruxo já de idade e aparência cansada.


- Sr. Potter? Ora menino, como você cresceu! – Ele exclamou alegremente e olhando para mamãe. – Sua mãe disse que você está acompanhando a Srta. – Olhou rapidamente na prancheta – Evans, certo?


- Sim senhor, eu a trouxe. Como ela está? Nós nos conhecemos? – Ele se sentou, riu e deu um tapinha no joelho.


- Claro que nos conhecemos. Sou amigo dos seus pais de longa data. A ultima vez que te vi, porém foi há muitos anos já que agora você estuda em Hogwarts e não fica muito em casa. – Ele pareceu pensar um pouco e olhei para minha mãe que confirmava com a cabeça e sorria. – Meu nome é Edgar Bones. Bons tempos de Hogwarts... Os passeios a tarde pelo lago lembra-se? – Perguntou para minha mãe.


- Oh claro que lembro Bones, meu marido e eu sempre ficando para trás. – Edgar deu mais um tapinha no joelho.


- Desculpe interromper Sr. Bones, mas como está Lily? – A conversa já estava dando voltas.


- Ah, claro. A Srta. Evans passa bem agora. Demos algumas poções para cicatrização e uma poção para dormir sem sonhos já que ela se encontrava agitada. Se o senhor quiser vê-la o quarto é 732 no andar de cima.


- Obrigado e com licença. – Disse saindo do quarto.




- Vamos Lily. – Estávamos saindo do funeral do Sr. e da Sra. Evans. Ela havia saído do hospital naquela manhã e completamente restabelecida fisicamente. Meu pai havia dado um jeito em tudo enquanto ela estava no hospital. Petúnia não havia querido tomar parte em nada e acredito que ela só veio porque Valter a obrigou. Lily disse que ele não sabe sobre o mundo bruxo e que deve ser por isso.


- Potter, eu ainda não tive a oportunidade de te agradecer por tudo o que você fez. Ainda bem que te mandei aquela carta. – Lily disse.


- Não há de que. – Sorri. – Mas se não fosse sua irmã, eu não saberia do ataque... – Ela fez uma cara confusa. Sorri novamente, dessa vez em compreensão. – Ela foi me avisar. Não sei por que, ela simplesmente apareceu e disse. Acho que você deveria falar com ela, sabe, pode não ser tarde demais para vocês se entenderem.


- Petúnia é uma pessoa complicada Potter. E eu também sou. – Ela completou depois do meu olhar. – Eu não teria que agradecer a ela uma coisa que foi mais que a obrigação. Eram pais dela também.


- Pode até ser, mas pelo o que você me conta, deve ter sido realmente difícil pra ela ir até lá conversar com um bruxo. Pensa nisso ok? Vocês precisam se entender, seus pais deveriam querer isso.


Apertei sua mão em sinal de incentivo e a deixei para conversar com Sirius.


- E ai cara, enfim consegui falar com você. E o Remus? Como Está?


- O Aludo 'ta bem Pontas. Falou para eu pedir desculpas a Evans por ele não ter vindo, mas você sabe... Lua cheia. – Levantou as sobrancelhas e eu balancei a cabeça afirmativamente.


- Sabe Almofadinhas, estou preocupado com a Lily.


- E quando você não está? – Sirius, como sempre me interrompeu.


- Não é isso, quer dizer é. Não acho que seria bom ela ficar com a irmã dela, poderia ser alvo de outro ataque. Eu a chamei para ficar lá em casa conosco e ela disse que não tínhamos intimidade para isso.


- Pontas, Pontas... Até parece que a Lily não quer que a irmã dela morra logo. O jeito mais fácil é ela indo morar lá e atraindo os comensais. – Sirius riu com a cena.


- Não cara, a Lily não faria isso. – Meu amigo me olhou com uma cara piedosamente engraçada – Bem, não propositalmente. Certo, talvez, mas muito talvez, Lily não é mal.


Rimos e recebemos olhares de reprovação dos amigos da família Evans. Almofadinhas disse que seria legal se a Lily fosse lá pra casa, mas que teríamos que dormir juntos caso isso acontecesse. Eu e o Sirius, quero dizer. Não eu e Lily. Não que eu não quisesse, mas Lily com certeza não queria, por enquanto.


Estava esperando a Lily vir despedir para irmos embora.


- Sabe James, acho que estamos atrasados em relação a bolar alguma coisa para o inicio de ano.


- Ta querendo ganhar sua detenção de número 120 Padfoot? – Pedro por fim se manifestou.


- Eu não acredito que você ainda conta Rabicho. – Rimos. – Vem cá, você saberia me dizer se essa detenção de número 120 é só do Sirius ou seria minha detenção de número 120 também? – Perguntei intrigado.


- Acho que vocês dois sempre aprontam em dupla... – Ele coçou a cabeça pensando. – E quando não aprontam juntos o outro faz algo só para ganhar uma detenção também.


- Interessante. – Sirius e eu respondemos juntos e rimos novamente. Somos idiotas, eu sei.


- Pontas, acho melhor ir ver o que ta acontecendo com a ruiva ali, parece que a qualquer momento ela e a irmã vão sair na porrada indo contra todos os padrões aceitáveis da sociedade inglesa. – Sirius ironizou com uma voz falsamente escandalizada.


Caminhamos rapidamente para onde estavam às irmãs e um leve burburinho se iniciava. Oh pessoas fofoqueiras! Chegamos aparentemente na hora que a discussão havia acabado, Lily virou abruptamente quase se chocando com Sirius. Havia lágrimas nos olhos dela. Lágrimas. Quem é o ser idiota que faz a Lily chorar? Uma menina tão doce... Tão linda... Tão perfeita... Tão apaixonante.


- Hei Evans, o que foi? – Padfoot sempre ágil. Porém, sempre ignorado também.


- James, será que aquele espaço na sua casa ainda está disponível? – Sorri e afirmei. Essas férias prometem.


- Claro lírio.


- Só Lily, James. Só Lily. – Ela respondeu rindo.




Conhecer o Sr. e a Sra. Potter foi bem legal. Eles foram super gentis e não fizeram nenhuma pergunta constrangedora do porque eu ter vindo pra casa deles e tal.


O Potter, digo, James tem uma casa em um condomínio fechado no centro de Londres. Coincidência ou não, nesse condomínio só moram famílias bruxas. A casa dele em questão é bem grande, tem três quartos, o que fez o James se mudar para o quarto do Sirius – ou o Sirius mudar para o quarto do James não sei bem, os quartos são idênticos. – e eu ter o prazer de ficar sozinha em um deles.


Lógico que eu me incomodei de inicio, digo, tirar o James do quarto? Mas ele também não poderia simplesmente dormir lá comigo.


A morte dos meus pais ainda era recente e eu não estava bem, afinal, ninguém fica bem depois dos pais serem brutalmente assassinados, mas sabe... Quando pessoas morrem, o que podemos fazer é nos conformar e seguir em frente, eles não vão tipo, renascer só porque estamos chorando e não levantamos da cama, o que podemos fazer é aproveitar a vida e "vingar" a morte deles. E também, é natal! A época mais linda do ano... E a família de James está me tratando muito bem para eu negar a minha felicidade a eles.


E por falar em James... Ele e Sirius não são más pessoas. James não é aquele cara egocêntrico, metido a besta, imaturo e com aquela mania irritante de passar a mão nos cabelos. Bem, tudo isso faz parte dele sim, mas ele simplesmente é assim, não é proposital. E eu também nunca tinha podido ver a parte gentil, amigável, inteligente e tão gostável. O modo que ele trata os pais, quase os venerando, é lindo, mais que isso, é exemplar.


Sirius tem tanta intimidade nessa casa que chama sem vergonha alguma o Sr. e a Sra. Potter de pai e mãe e parece que o James não sente ciúmes, a amizade deles que eu achava idiota é definitivamente respeitável.


Os dois estão me tratando muito bem, diga-se de passagem, apesar d'eu preferir a companhia de James – uma coisa estranha, mas ele é completamente amigável -, ele até mesmo prometeu me dar uma ajuda em transfiguração se eu o aceitasse como amigo. Uma pessoa assim não é tão mal. Não pode ser.


Sirius, James e eu combinamos de não trocar presentes, mas James pareceu ignorar o acordo e me presenteou com um livro muito bom de transfiguração, cheio de anotações e dicas feitas por ele.


As aulas voltam amanha e James e Sirius ainda não voltaram da tal partidinha de quadribol para arrumarem as malas. Eles que não pensem que vou ajudá-los amanha.




N/A: Oi gente, muitas, muitas desculpas mesmo, eu não queria postar o capitulo assim, tá uma droga e incompleto, mas tem meses que vocês não tem atualização e eu não queria que a fic ficasse abandonada.


A Jack ainda tá super ocupada com as coisas dela, mas quero lembrar que a fic é nossa e não só minha.


Espero que curtam esse capitulo, o próximo não demora, juro, e vou responder o comentário de todas vocês lá, não queria demorar mais pra postar esse! E ah, sobre ele estar incompleto, vou completar ele... Fiquem tranquilos.


Beijos, comentem se quiserem e gostarem... E ah², desculpem se tiver erros no capitulo, não foi betado... Se alguém ver algo, avisa que eu concerto na hora.

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