Meio feliz...
Capítulo 9 – Meio feliz...
A casa de veraneio da família real de Godric’s Hollow, para qual estavam seguindo, há muito tempo ficara apenas sob o cuidado dos empregados. James ordenou que Frank fosse à frente para instruir a família de zeladores de que deviam chamar o príncipe de Sirius, e este de príncipe. Sabia que seria uma tarefa difícil, afinal não tinham uma boa reputação por lá. Havia o risco de mandarem um informante avisando ao Rei, mas com sorte já teriam tomado distância quando este chegasse.
- Vamos, Lily, seja mais positiva. – Marlene falava com a princesa enquanto Sirius e James explicavam o caminho para Remus, caso se perdessem. – Poderia ter sido bem pior.
- Você fala isto porque não teve de dormir em uma árvore. – Lily se espreguiçou novamente. – Estou com o corpo todo doído. – Marlene apenas sorriu. – Tenho certeza que ele - apontou para James que ria de algo que Sirius falava. – só estava tentando me castigar. – e num tom de sussurro acrescentou. – Ou quem sabe me matar? Afinal eu poderia ter caído da arvore e quebrado o pescoço.
- Bom ele poderia ter te entregado ao Malfoy também. – Marlene falou sarcástica.
- Ele não teria garantia de minha morte. - Ela disse em um tom sombrio quando Remus se aproximou delas.
- Será que poderíamos combinar a morte da princesa mais tarde? – Remus disse sério arrancando um sorriso das amigas. – Vamos seguindo viagem.
Lily quis subir no cavalo sozinha, com a ajuda de uma pedra, mas James que já estava montado, repetiu o que fez no dia anterior, posicionando-a entre a guia e ele mesmo, sentada de lado. Sirius, Marlene e Remus vinham atrás.
O clima estava agradável, o calor não estava tão forte e corria uma brisa refrescante por entre as árvores onde cavalgavam. Lily acabou dormindo abraçada a James, afinal não fora fácil a noite da árvore. O príncipe apesar de cansado conduzia o cavalo com velocidade, afinal isto era o que fazia melhor e com mais prazer.
Sirius conseguia manter uma conversa com Marlene que segurava firme em suas costas para não cair. Era inevitável não se sentir atraído por ela. Não sabia por quanto tempo sua lealdade a James, e amor a própria vida, iriam evitar que ele perdesse a cabeça.
-Você conhece o Amus há quanto tempo?- ele perguntou tentando manter a conversa num nível suportável.
- Nossa! O conheço há tanto tempo que nem sei...- Marlene respondeu pensativa. – Por quê?
- Confia nele? – Sirius perguntou diretamente.
- Ah, confio sim.- Marlene suspirou. – Realmente não tem possibilidades de ele querer entregar a Lily para aquele monstro. — Sirius virou a cabeça para trás e assentiu. – Aliás, não sei como alguém pode querer mal a ela.
- Se ela tratar todos os pretendentes dela como trata o Pontas...- Sirius brincou enquanto desviava de uma pedra e fazia sinal para que James e Remus que agora estavam atrás desviassem também.
- Então o seu amigo realmente é um pretendente? – Marlene inquiriu curiosa.
- Ah! Pensei que estivesse claro. – Sirius mantinha o tom de brincadeira. – Nunca vi meu amigo tão empenhado em manter alguém fora de confusões, isso levando em conta, que geralmente ele é o grande causador delas.
- Acho que ela gosta dele. – Marlene falou em tom de segredo. – Mas nego até a morte se contar que eu te falei isso.
Cavalgaram mais algum tempo conversando agora sobre a casa de veraneio. Sirius tinha sorte de morar com os Potter desde de que tinha cinco anos de idade, assim sabia exatamente como era a casa.
Quando o sol estava realmente forte marcando o meio do dia, eles começaram a avistar uma linda casa. John, Catherine e seu filho Sam estavam a espera junto ao portão. Frank sorriu em sinal de que eles haviam concordado em não denunciá-los, pelo menos por enquanto.
Lily que havia acordado somente há meia hora, desceu de Raio de sol antes mesmo que James. Estava encantada com a possibilidade de comer , tomar um belo banho e poder dormir numa cama. Tinha também o fato de que a casa era linda e a família de criados parecia tão acolhedora.
Esperou que Marlene descesse do cavalo e então correu puxando a amiga pela mão em direção a casa.
-Qual de vocês é a princesa? – Jonh perguntou com um sorriso agradável.
- Sei que é decepcionante, mas sou eu. – Lily sorriu de volta. Sam cumprimentou -as e foi ajudar James, Sirius e Remus com os cavalos. – Esta é Marlene, minha melhor amiga.
Catherine ofereceu para que lhes mostrasse o quarto onde elas ficariam. Todos na família eram extremamente loiros, tinham sardas e pareciam muito felizes em ter visitantes na casa outra vez.
- Não acreditei quando Frank veio nos informar que o Príncipe estava a caminho com alguns amigos. – Ela foi tagarelando na fernte enquanto Marlene e Lily a seguiam. As paredes eram brancas, havia uma grande sala com sofás luxuosos na entrada. Depois seguiram numa escada de madeira, chegando a um longo corredor cheio de portas. – Aqui é um ótimo lugar para se fugir do calor do verão, além de termos uma vista maravilhosa de nossas janelas.
- Realmente é encantadora. – Elogiou Marlene.
- Depois que os meninos se perderam nesta floresta.- Catherine gostava de falar, isto era um fato.- Sam ainda era pequeno quando isto aconteceu, pensei que nunca mais teríamos um membro da família real por aqui.
-Acho que não há mais riscos de eles se perderem na floresta. – Falou Lily confortando-a, quando finalmente ela abriu uma das portas mostrando-as o quarto onde ficariam.
- Frank me disse que perderam a mala na viagem. – Disse Catherine fazendo um sinal negativo com a cabeça. – Separei alguns vestidos de quando era mais jovens, nada digno de uma princesa, mas...
- São ótimos. – Disse Lily com honestidade sentando-se na cama. – Muito obrigada.
-Espero que não se ofendam, mas como foram parar nesta viagem? – Fez outro sinal negativo avaliando-as. – Olhem só o estado de vocês. – suspirou- Preparei o banho, nesta porta ao lado é o banheiro. Vou descer e terminar de preparar a comida, vocês devem estar famintos.
Catherine saiu do quarto deixando-as sozinhas. Lily jogou-se na cama. Marlene anunciou que então seria a primeira a tomar banho, a ruiva apenas fez que sim com a cabeça, ainda deitada na cama.
Estavam todos já de banho tomado e muito bem alimentados na varanda da casa observando a noite chegar. Sam trouxe um baralho que entreteve Sirius, Remus e Frank naquele final de tarde. Lily conversa com Catherine e Jonh sobre Hogwats, Marlene fazia breves comentários. James estava em pé junto a pilastra apenas observando tudo.
Era bom se sentir em casa, mas sabia que no dia seguinte teriam de partir. Sua vontade era parar o tempo e poder ficar ali naquela casa, ao lado de Lily, com seus amigos, aquela familia tão aconchegante. Mas não podia simplesmente esquecer Petúnia, Alice e abandonar Hogwarts.
Talvez se derrotasse Voldemort o Rei Evans o perdoasse por não querer se casar com sua filha mais velha e até mesmo por ter mentido por tanto tempo. Quem sabe até permitiria que ele namorasse com Lily? Suspirou contemplando agora a floresta. O Rei poderia até perdoá-lo, o difícil mesmo seria a princesa fazer o mesmo. Isto tudo considerando o fato de seu próprio pai não matá-lo antes, quando souber de tudo que ele e Sirius tinham aprontado desta vez.
Havia pensado em deixar Lily e Marlene na casa. Mas tinha medo que Voldemort as descobrissem ali, ou que elas arranjassem um jeito de ir atrás deles. Mas no fundo sabia que o principal motivo para não conseguir deixá-las ali, era porque ele não queria ficar longe da princesa caçula.
Levou um susto quando ela apareceu na sua frente. Lily parecia com ótimo humor, radiante de felicidade. Ele sorriu para ela.
- Não vai dormir?- Ela mostrou o resto da varanda às suas costas vazio. – Não está pensando em se perder na floresta de novo, não é? Porque Catherine...
-Lily, eu...- estava pensando em dizer, acho melhor você ficar aqui. Ou então, eu sou o príncipe, mas me arrependo amargamente de ter mentido para você. Mas ela se antecipou levando a mão até o rosto dele limpando uma sujeira imperceptível.
Ele segurou a mão dela antes que a retirasse e com a outra mão a trouxe pela cintura para mais perto. Não tinha como frear seus sentimentos por ela. Beijou-a e foi correspondido. A princesa enlaçou o pescoço dele e ele a abraçou com mais força.
- É melhor irmos dormir. – Lily disse se afastando depois de alguns beijos um pouco mais calorosos.
Ela se afastou um pouco, mas ele a segurou pela mão fazendo-a se virar para encará-lo. James ainda estava encostado na pilastra da varanda.
- Aconteça o que acontecer...- Ela fez sinal para que proceguisse. – Não duvide que eu te amo.
- Infelizmente...- Ela sorriu. – tenho de admitir que é recíproco.
Ele tentou puxá-la para um novo beijo, mas a princesa se desvencilhou entrando na casa. James sentou-se no chão e ainda ficou pensando nas possibilidades que aquilo tudo tinha de dar certo, antes de finalmente subir para dormir.
- Não acredito que já vão embora...- Catherine reclamava e John fazia coro.
Estavam todos na mesa de madeira rústica da cozinha comendo o café da manhã preparado com tanto carinho e empenho. Eles voltariam a viagem logo depois do almoço.
- Prometo que venho visitá-la. – Marlene falou sorridente. – Vamos sentir muita falta de vocês também.
Lily e Sirius também confortavam a família com palavras de consolo enquanto Remus e Frank conversavam em sussurros com James.
-Agora você enlouqueceu de vez...- Frank apesar de sussurrar tinha um tom extremamente bravo.
- Não sei do que vocês estão falando. – James disse tentando escapar com um pedaço de pão na boca.
- Pontas, não nos chame de idiotas. – falou Remus num tom menos ranzinza.- Nós vimos Lily te dando um beijo de bom dia, e você acariciando o rosto dela.
- Você vai casar com a irmã dela!- Frank falou em tom acusatório.
James engasgou com o pão. – Vocês poderiam parar de me lembrar disso?
- Pontas, sei que você não quer este casamento, mas a Lily não merece...- Remus não conseguiu terminar a frase.
- Eu sei Aluado. – James lançou um olhar carrancudo para os dois. – Eu simplesmente não pude evitar me apaixonar por ela, entenderam? E fiquem tranqüilos, eu pretendo dar um jeito de não me casar com Petúnia.
- E qual é o plano? – Remus disse esperançoso.
- Ainda estou bolando um. – James respondeu impaciente.
- Dê um exemplo? – Falou Frank descrente.
- Bom eu poderia derrotar Voldemort e fugir com ela. E sei que ela não vai entender o porque estaríamos fugindo, mas até lá eu invento alguma coisa. – tentou dar um sorriso confiante para o plano que inventara naquele exato momento.
Remus suspirou. – Espero que isso não acabe em mortes. – Disse Frank exasperado.
Depois do almoço todos se despediram da família de criados. Eles haviam pegado a carruagem que ficava na casa e também mantimentos. Faltava pouco para chegarem até o local combinado para a batalha com Voldemort.
Catherine, John e Sam acenaram até que a carruagem desaparecesse por entre as árvores.
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