A primeira batalha.
Capítulo 8 – A primeira batalha.
Lily tomou a decisão pessoal de agir como se nada tivesse acontecido entre ela e James. No entanto, fez questão de colocar Marlene no meio deles durante a viagem. O príncipe, por outro lado, tinha motivos de sobra para não falar sobre o acontecido no rio para Frank, Remus e até mesmo para Sirius.
A viagem seguia calma sem as brigas já habituais dos verdadeiros membros da realeza. Ainda não haviam encontrado com o resto da tripulação, o que preocupava Frank que conduzia a carruagem. A princesa estava absorta em observar a paisagem monotonamente verde de sua janela. James estudava o mapa com muita atenção do outro lado de Marlene. E enquanto Remus escrevia para Hestia, Marlene e Sirius intrometiam-se no conteúdo da carta.
- Jamais se deve cometer um erro como este. – Sirius roubara a folha das mãos de Remus. – “A viagem está tranqüila”, francamente Aluado, as mulheres gostam de homens que correm perigo.
- Elas gostam é da verdade, Almofadinhas. – Remus argumentou impaciente.
- Remus está certo. – Marlene defendeu o amigo. – E depois é cruel fazê-la se preocupar a toa, a viagem está realmente tranqüila.
- E vocês chamam as brigas destes dois – Sirius apontou para James e Lily. – de tranqüilas? – os dois riram e então ele acrescentou animado. – Que tal um “por enquanto está tudo relativamente calmo”.
Sirius fez menção de escrever o que acabara de falar, mas Remus foi mais rápido e retomou a carta para si.
- Por que não escreve para Petúnia, Almofadinhas? – Remus tinha uma expressão completamente inocente, mas o brilho de seus olhos o denunciavam. – Tenho certeza que ela gostará de receber cartas quando a resgatarmos.
Sirius fez uma careta, porém deixou o amigo escrever a carta para noiva em paz. Marlene primeiramente ficou feliz com o aparente descaso que o Príncipe sentia por Petúnia. Depois passou a se sentir culpada, por cobiçar o futuro marido de alguém que está seqüestrada. Teve seus pensamentos interrompidos pela sonora voz de James.
- Tem algo de errado com este caminho. – Ele finalmente tirou os olhos do mapa e obteve a atenção dos outros. – Esta trilha é muito estreita e já está quase escurecendo e não encontramos os outros homens.
Os outros não tiveram tempo de responder ou opinar, pois de repente os cavalos relincharam e a carruagem parou bruscamente fazendo-os cair. Sirius abriu a janela que comunicava o interior da carruagem com o banco do condutor.
- Tem uma arvore no meio da trilha. – Frank anunciou. – A mata é muito fechada para entrarmos com a carruagem...
Sirius e Remus desceram para avaliarem o que poderiam fazer. James ia fazer o mesmo, mas então virou-se para Marlene e Lily, encarando principalmente a última.
-Será que pelo menos desta vez, vocês podem me escutar e ficar aqui dentro? – Não esperou a resposta delas e saiu.
As duas ajoelharam-se no banco em que Sirius e Remus estavam e observaram o que os quatro faziam pela janela de comunicação com o condutor.
- Com um pouco de sorte conseguiremos tirar esta arvore do meio do caminho. – Sirius falou otimista, Remus e Frank sorriram para ele, mas James continuava com uma expressão preocupada.
- Não sei, almofadinhas. – Ele olhou em sua volta como se procurasse por alguma coisa. – Como os homens passaram por aqui?
- Talvez a árvore tenha caído depois que eles passaram. – Sugeriu Frank meando a cabeça.
- Isso está com cheiro...- James não conseguiu terminar a frase.
10 homens encapuzados de preto surgiram entre as árvores.
-De uma emboscada? – Falou o mais alto deles. – Era isso que você ia dizer?
- Pois está incrivelmente certo. – Falou outro. Todos já estavam com as espadas em punho.
Sirius lutava contra dois, e parecia estar com muita vantagem. Remus e Frank estavam de costas um para o outro e lutavam cada um com uma dupla. James estava conseguindo manter três bem ocupados quando veio mais um pelas suas costas.
O príncipe abaixou-se desviando-se da espada do quarto adversário. Estava pronto para golpeá-lo quando este foi atingido por algo na cabeça caindo. James e os seus três adversários olharam na direção que veio o que parecia uma mala extremamente pesada e avistaram Lily e Marlene sorridentes.
-Se sobrevivermos, me lembre de agradecer!- James disse antes de se desviar de outro golpe.
Os combatentes de Sirius e Remus haviam fugido pela mata quando ficaram sem suas espadas e estes foram ajudar Frank e James. Depois de o que parecia uma eternidade, mas que na realidade cronológica, foram apenas trinta minutos, todos haviam fugido sem suas espadas. Apenas o que fora atingido pela mala cheia de vestidos de Marlene e Lily começava a se levantar. Sirius o pegou pela gola da camisa erguendo-o.
-Quem mandou vocês aqui? – Ele perguntou energicamente. Enquanto isso James retirava o capuz do homem. Era o mesmo homem loiro e pálido do vilarejo.
- Você!- James falou com fúria. Lily e Marlene pareciam decididas a assistir tudo da carruagem já que agora conheciam um James verdadeiramente furioso em ação.
Remus e Frank amarraram Lucius numa árvore. James agachou-se para encarar os olhos azuis do outro, enquanto Sirius andava de um lado para o outro circundando-os.
- Voldemort, mandou vocês aqui? – James inquiriu. Malfoy respondeu que sim depois de um chute de Sirius. – Ele que te mandou no vilarejo também? – Desta vez não foi preciso um novo chute.
-Não. – Ele disse rapidamente. – Eu possuo a maior partes das terras de lá. – Olhou para os pés e deu um pequeno sorriso. – Não sabia quem vocês eram, meu lorde ainda não havia me dado a informação de que vocês iriam ir nas minhas terras como ciganos.
- E como ele soube disso, ou que iríamos passar por aqui? – James perguntou e Sirius deu outro chute sem esperar para ver se o outro respondia.
-Não sei. – Malfoy disse com um sorriso provocante. – Mas ele tem muitos informantes, vocês não têm chances contra ele.
- E por que ele está tão desesperado para nos matar antes mesmo de chegarmos ao local combinado? – Sirius disse num tom desafiante. – Não me parece que ele está tão confiante.
- Não seja tolo. – Malfoy levou outro chute com esta afirmação. – Ele quer a princesa.
- Ele está com a princesa! – Foi Remus quem disse. James estava calado, apenas o observando.
-Ele está. – Malfoy falou hesitante. – Quer a princesa que está com vocês também.
-Certo. – James olhou para Frank. – Pegue os cavalos, teremos que seguir sem a carruagem.
Sirius ainda deu outros chutes em Malfoy enquanto Remus e Frank preparavam os quatro cavalos que tinham para montar. James dirigiu-se para o interior da carruagem.
- Peguem suas coisas. – James falou para elas. Enquanto ele próprio pegava alguns de seus pertences. – Marlene você vai com Almofadinhas, ele é a pessoa que mais confio neste mundo. – Olhou para a Lily que apenas observava Marlene pegando algumas coisas. – O que está esperando? Pegue suas coisas!
-E eu? Vou com quem? – Ela perguntou ainda chocada.- Vamos nos separar? Não posso me separar de Marlene.
-Nós não vamos nos separar. – James pegava as coisas da princesa agora impaciente com a demora da mesma.- Só vamos em cavalos diferentes, e caso nos separarmos por algum motivo, prefiro que Marlene fique com alguém que confio plenamente. – James juntou tudo e saiu da carruagem enquanto Lily o seguia. O príncipe amarava seus pertences em Raio de Sol. – E você vem comigo.
Lily estava esperando que ele a deixasse com Remus ou quem sabe a amarrasse junto de Malfoy. Afinal, se estavam tendo de lutar antes da hora, a culpa era somente dela.
- Posso calvalgar?- Disse acariciando Raio de Sol.
- Não.- James a olhou horrorizado. E então montou no cavalo. Os outros só estavam esperando que eles dessem a partida.
Lily caminhou em direção a mala que jogara em Malfoy caída no chão.
- Posso levar meus vestidos?- Ele lhe encarou com descrença. – Oh, eles foram realmente úteis, você não pode negar.
- São muito pesados também. – James disse cavalgando em direção a ela e a pegando pela cintura, fazendo-a sentar entre ele a guia. Gritou para os outros o seguirem. Tinham que se afastar dali o máximo possível até que escurecesse.
A velocidade com que cavalgavam era extremamente alta. Os cavalos corriam tanto quanto podiam. Lily segurava-se em James para não cair. Marlene fechou os olhos enquanto abraçava Sirius pelas costas. Remus e Frank os seguiam.
James estava feliz em estar correndo novamente. Adorava aquela sensação, o vento passando pelo seu rosto. E a sensação de Lily abraçava ao seu peito, mesmo que para não cair, ainda fazia tudo mais fantástico. Contudo, a noite chegou e não tinham como continuarem. Iam acabar se perdendo.
-Temos que amarrar os cavalos bem longe de onde vamos dormir. – Anunciou Frank. – Se por acaso alguém tiver vindo atrás de nós, vai nos achar fácil com o barulho dos cavalos.
- Certo. – Disse James descendo Lily do cavalo. Todos já estavam no chão. – Remus você pode levar os cavalos? – o outro assentiu. – Temos alguma comida conosco?
- Temos apenas água e algumas frutas. – Disse Sirius com cansaço.- Nós vamos nos reencontrar com os homens?Amanhã?
- Acho melhor não. – Frank disse sinceramente. – Está muito claro que temos um traidor lá.
Marlene e Lily arregalaram os olhos com a informação.
-Seguiremos sozinhos por enquanto. – James sentou-se perto de uma arvore. – Vamos comer o que temos, amanhã daremos um jeito de conseguir comida de verdade.
James disse que era melhor que Lily dormisse encima de uma árvore. Falou que o cabelo dela a entrega totalmente e que a arvore tinha galhos bem fortes.
- Outros animais como cobras também utilizam as árvores como camas. – Lily disse para James enquanto este lhe estendia a mão do alto de uma arvore para lhe ajudar a subir. Os outros quatro os observavam divertidos de seus sacos de dormir em chão firme.
- Eu vou estar com você. – James insistiu paciente.
- Exatamente. – Lily o olhou incrédula. – Você vai estar, mas dormindo.
- Existem muitos animais que tem a terra como cama também , Lily. E você e Marlene não têm sacos de dormir, suba aqui. – Ela ainda o olhava incrédula. – Prometo que amanhã arranjo um lugar melhor para você dormir.
- Eu sei subir sozinha. – Lily ignorou a mão estendida do príncipe e escalou a árvore até ele.
Ela sentou-se no galho ao lado de James encostando as costas no tronco.
- Vamos comprar uma cama amanhã?- Lily perguntou de seu galho. Ia ser difícil dormir ali mesmo, decidiu não deixá-lo dormir também. Assim, quem sabe, teriam mais chances contra cobras e afins.
- Não. – Ele hesitou. Aquilo poderia botar em risco a sua identidade, mas era a melhor solução. – Vamos a casa de veraneio dos pais de Almofadinhas. É perto daqui.
- O Rei e a Rainha vão estar lá?- Lily perguntou curiosa.
- Não, eles não passam o verão lá desde de que eu e Almofadinhas tínhamos onze anos. – Ele riu. – É uma casa no meio da floresta e nós passamos três dias fora de casa perdidos nela, e eles três noites sem dormir desesperados.
-Conte mais. – Ela pediu. O Sono estava chegando e apesar do desconforto da árvore sabia que iria acabar dormindo.
James contou mais uma ou outra aventura de sua infância com Sirius. Eram momentos muito alegres. Por vezes, ele se enrolava com os nomes e pronomes, mas Lily estava com muito sono para perceber qualquer coisa.
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