As incríveis peripécias de Don
Capítulo 7 - As incríveis peripécias de Dona Margarida.
- A chance de isto tudo dar errado é realmente grande, vocês sabem, não é? – James reclamava enquanto Marlene tentava amarrar um lenço em sua cabeça. Ela estava encima da escada da carruagem para ter altura. Sirius sentado ao seu lado com um olhar emburrado já caracterizado. – Por que eu tenho que por este lenço e o Almofadinhas não?
- Nós só temos um lenço, improvisado na verdade, Lily arranjou um com algum dos Homens. – Marlene bufou, conseguindo finalmente dar o nó. – Não sei o porquê de tanto mau humor. – Ela sorriu descendo as escadas, enquanto James sentava-se ao lado de Sirius, admirando o seu trabalho. – Ficaram muito bonitos de ciganos.
-Você quer dizer que eu fiquei bonito, não é? – Sirius sorriu. – Por que definitivamente o Pontas não está, não com essa blusa.
- Esta blusa branca que cabe quase três de mim? – James o encarou com ironia. – Pensei que ela fosse similar a sua.
-Vou chamar a Lily ela estava tentando convencer o Remus a vir conosco, mas ele acha melhor alguém ficar com os homens, Frank pode precisar de ajuda para organizá-los. – Marlene mudou de assunto antes que eles começassem a disputar quem ficara pior com a calça preta apertada.
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Lily e Marlene caminhavam em direção a eles, ainda sentados na escada da carruagem. As duas haviam cortado dois vestidos ao meio, um vermelho e outro branco. A saia vermelha ficou com Lily e a branca com Lene, sendo que a blusa era da cor alterna, para finalizar colocaram um corpete preto por cima. Sirius apreciava a beleza das duas quando Lily mandou que entrassem.
A viagem começara com Sirius conduzindo a carruagem, cuja pintura sofrera algumas mudanças com a ajuda de uma tinta vermelha que Amus utilizava em sua pena. Lily abriu uma pequena janela que permitia que Sirius os ouvisse mesmo do lado de fora.
- Vocês serão ciganos mesmo, criados como ciganos. – Lily explicava alto para que Sirius também entendesse seus planos. – Eu sou ruiva demais para isso, para ter nascido cigana.
James riu e Marlene assentiu como se estivesse pensando nisso pela primeira vez. Sirius ainda com as rédeas dos cavalos em mãos, interrompeu a princesa.
-Sinto muito, Lily. – manifestou-se Sirius. – Podemos dizer que te adotamos como espantalho, quem sabe?
Agora Marlene também ria. Lily, no entanto, ignorou o comentário de Sirius.
-Então, eu virei cigana depois de meu casamento...- Lily não conseguiu terminar a frase.
- Comigo.- James completou sorridente.
- Não com você, com Mark. – Lily sorriu de volta. – A sua personalidade cigana.
- Ei!- Sirius manifestou-se novamente. – Posso ter sido padrinho do casamento de vocês!
- E ciganos têm padrinhos de casamento? – Perguntou Marlene enrugando a testa.
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James estava certo. As possibilidades de aquela pequena aventura dar errado eram inúmeras. Tudo o que sabiam sobre ciganos era a partir de um livro muito antigo que o pai de Lily tinha na biblioteca e ela lera há uns cinco anos. E nem ao menos foi da autoria de um cigano. Iriam vender algumas jóias que Marlene e Lily haviam confeccionado no dia anterior a partir das que elas trouxeram.
Mal eles chegaram na carruagem, agora chamativa com o vermelho recém-pintado, os habitantes de Hogsmead saiam de suas casas com olhares curiosos. Quando chegaram numa praça que era proporcional ao pequeno vilarejo, pararam a carruagem. Conforme desciam a pessoas se aproximavam para ver os viajantes mais de perto. Sirius e James prenderam os cavalos, enquanto Lily e Marlene estendiam sob o chão um grande xale vermelho sobre o qual colocaram as jóias que venderiam e o baralho que Lily jogaria inventando respostas para o futuro das pessoas.
A praça logo estava repleta de pessoas, principalmente mulheres e crianças. Enquanto Marlene e Lily se divertiam trabalhando, James e Sirius foram até a venda mais próxima para reabastecerem-se de comida. Afinal este era o objetivo da visita ao vilarejo.
- Elas encararam esta história de ciganas à sério demais. – Sirius falou divertido enquanto caminhava ao lado de James até a venda.
- É - James riu ainda com um pouco de nervoso. - Tivemos muito menos cuidado para manter a nossa farsa.
- Mas eu já sei tudo o que preciso para te representar, Pontas. – Sirius falou divertido, alheio a todos os olhos que os acompanhavam. – Conheço você melhor do que a mim mesmo. Por exemplo, sei que está nas mãos da princesa.- James abriu a boca para contestar, mas o amigo não lhe deu tempo. – Apesar de todas aquelas brigas, nós estamos aqui, não estamos? E com estas roupas ridículas!
-Vendo por este lado. – James fez menção de passar as mãos pelos cabelos, mas lembrou-se do lenço que Marlene colocara em sua cabeça. Então apenas enfiou as mãos nos bolsos. Estavam a dois metros da venda agora. – Acho que são aqueles olhos verdes, tem alguma coisa neles...
Sirius estava rindo do amigo quando o dono da venda veio pessoalmente até eles. Era um velho quase sem cabelo, tinha medo que os viajantes fossem saqueadores.
- Nós viemos em paz. – Declarou James para alivio do velho. – Queremos apenas comprar alguns mantimentos.
Começaram então a fazer os pedidos ao homem que prontamente ia até as prateleiras da velha loja buscar.
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Lily estava alternando entre colocar as cartas e ler as mãos das pessoas. Com um canto de olho observava Marlene negociando a venda das jóias. Chegara a vez de um homem loiro, pálido que deveria ser apenas alguns anos mais velho do que ela.
- Leitura de mão ou cartas? – Perguntou com mais entusiasmo que se veria numa pessoa que faz isso sempre.
-Leia minha mão. – Ele disse lançando-lhe um sorriso que não alcançava os seus olhos azuis.
-Muito bem. – Lily pegou a mão do homem e começou a examina-la como se entendesse do assunto. – Vejo coisas boas aqui. Algumas vitórias. – Olhou para o rosto pálido dele e o viu satisfeito. – Uma moça também.
- Quem sabe esta moça não esta na minha frente? – Ele tentou fazer um sorriso galante, mas fracassou inteiramente, parecia mais uma careta. Lily soltou a mão do homem de imediato. – O que foi? – Ele a olhou, mas ela já começara a atender outra freguesa. No entanto o loiro rapidamente segurou seu braço. – Deveria se sentir lisonjeada.
-Pois não sei o porquê. – Lily disse entre dentes. – Solte-me ou eu...
- Ou você o quê? – Perguntou o homem agora sentindo-se ofendido. – Sabe com quem está falando? Sou um Malfoy, mais da metade dessas terras me pertencem.
-E esta é minha esposa, Margarida. – James chegou por trás de Lily, encarando o homem a sua frente. Malfoy soltou o braço de Lily. James passou o braço por seus ombros.
-Não sabia. – Malfoy o olhou desconfiado. – Pensei que as duas estavam viajando sozinhas. – Ele riu para si mesmo. – Pensei em... Esquece... Se quiserem podem jantar em minha casa. – Estendeu a mão para James. – Lucius Malfoy.
James no entanto não apertou a mão do Homem. Olhou para Lily que continuava com uma feição mal humorada, depois olhou novamente para Malfoy.
- Sou Mark. – Viu que Sirius estava ajudando Marlene a recolher as poucas jóias que sobraram. – E eu ficaria bem longe delas se fosse você.
- E o que um cigano poderia fazer? – Malfoy o desafiou.
- Espero que o amor a sua vida seja maior que sua curiosidade. – Sirius se aproximou. – Mas se realmente quiser posso demonstrar.
- Vamos embora. – Falou Lily de maneira autoritária. – Deixe este idiota com a ilusão de que seu ouro o faz melhor que os outros.
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Lily e James estavam brigados novamente. Sirius pediu para conduzir novamente a carruagem, pois o calor somado as vozes alteradas dos membros da realeza estavam realmente afetando seu humor. Marlene estava inerte, deitada no banco livre dormindo.
- Eu disse que era pra tomar cuidado...- James já tinha tirado o lenço de sua cabeça e abrira toda a blusa que esteja o sufocando. – Mas você realmente acha que isto tudo é uma brincadeira...
- Eu não acho que seja uma brincadeira! – Lily bradou ao seu lado encarando-o – Você precisa ficar me lembrando o tempo todo... É minha irmã quem está lá, e Alice é minha amiga.
- Pois às vezes parece que você se esquece disso...- James continuava no mesmo tom.- O que você acha que poderia ter acontecido se eu não chegasse naquela hora?
- Você pelo menos iria poder se livrar de mim e continuar sua viagem em paz!- James a olhou abalado com as palavras da princesa. – E foi com a sua permissão que fizemos tudo isso, que eu saiba você também está vestido de cigano.
-Vou me lembrar de não me deixar influenciar por você novamente. – James falou mais calmamente.
Eles não se falaram mais durante o resto da viagem até o lugar onde os homens estavam, cruzaram os braços e cada um observou as paisagens de sua janela.
Remus veio recebê-los ajudando Marlene e Lily a descer da carruagem. Percebeu que o bom humor das duas havia acabado. Foi ajudar James e Sirius com as compras que tinham feito.
- Rabicho descobriu um caminho mais curto. – Remus falou sorridente. – Acho que assim poderemos chegar lá mais cedo. O que acham?
- Acho ótimo! – Falou Sirius com um saco de farinha em mãos.
- Eu não consigo achar nada antes de um banho. – James falou menos mal humorado.
Enquanto os homens se arrumavam para partir novamente James caminhou até um rio próximo, se jogando nele de roupa e tudo. Ficou lá se banhando até que ouviu uma voz feminina chamando por Sirius. Aproximou-se da margem, a voz estava se aproximando. Então se lembrou que Sirius era ele.
- Estou aqui. – Gritou. Logo a figura de Lily, ainda com sua roupa cigana improvisada apareceu entre duas arvores.
A princesa cruzou os braços e tentou usar seu tom menos educado. – Estamos todos te procurando para saber se podemos sair.
-Deixei instruções com o Aluado. – James falou tranqüilo. A briga que tiveram na carruagem agora não parecia ter mais sentido.
- E você vai ficar neste rio o dia inteiro? – Sua voz falhou. James estava de calça, mas sem a blusa. Tentou focar seus olhos no rosto dele.
- Não. – Ele sorriu. – Me ajuda?
James estendeu a mão. Lily suspirou impaciente e aproximou-se da margem estendendo a mão para ele. Só que ao invés de se erguer, James fez força contrária para que a princesa caísse dentro do rio. Ela afundou e retornou a superfície.
-Eu te odeio. – Lily falou entre dentes.
- Ah! Você ia ter de trocar a roupa de cigana mesmo. – James riu. Lily estava furiosa.
- Eu te odeio. – Lily começou a soca-lo com toda a sua força.- Te odeio.
- Eu já entendi essa parte. – James agora segurava os dois punhos da ruiva. Inclinou lentamente sua cabeça em direção a dela. – A propósito, vossa alteza, fica linda me odiando.
Colou seus lábios no dela, ambos molhados. Viu que ela fechou os olhos e fez o mesmo. Ela entreabriu os lábios de modo que pode aprofundar o beijo. Soltou um dos pulsos dela para lhe acariciar a face. Lily, entanto, deu outro soco em seu peito. James interrompeu o beijo.
- Eu ainda te odeio. – Ela falou ofegante. Ele a olhou surpreso, porém trouxe novamente o rosto dela para perto do seu com as mãos e começaram um novo beijo.
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Frank e Remus estavam instruindo os homens sobre o novo caminho que seguiriam. Haviam se surpreendido com a habilidade de Peter, antes tão quieto e nada independente, em achar esta nova rota. Marlene havia desistido de procurar Lily, sentou-se em sua carruagem onde Amus começou a conversar sobre a aventura com ela.
- Foi muito engraçado quando Lily previu que uma mulher grávida iria ter um novo filho. – Disse rindo. – A mulher realmente ficou impressionada.
Marlene sabia que Amus gostava dela. Há dois anos o cavaleiro havia lhe pedido em namoro, mas ela recusara. Gostava dele, da mesma forma que gostava de Remus. Talvez um pouco menos, já que Remus era uma pessoa realmente adorável, e Amus apesar de bonito e educado, não tinha humor algum.
- E esse homem que queria se aproveitar de vocês? – Ele perguntou preocupado.
- Por favor, não fale disto para o Pontas, ele realmente ficou nervoso. – Marlene implorou. – Lily e ele brigaram a viagem toda. – Ela abaixou o tom de voz. – E eu estava achando que desta vez eles estavam lhe dando melhor um com o outro. Você sabe, torço muito para que fiquem juntos, gosto muito dele e o Rei também.
- Talvez o Rei não goste tanto depois da fuga de vocês.- Sirius apareceu na porta da carruagem. Marlene sorriu imediatamente e Amus fechou a cara. – E não se preocupe, Lene, a briga deles é só da boca pra fora.
- E você não vai tirar esta roupa de cigano? – Marlene levantou uma das sobrancelhas.
- Por quê? – Ele falou divertido. – Você disse que eu estava bonito com ela.
Amus levantou-se falando que ia para sua carruagem.
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Depois do segundo beijo houve vários outros e nos intervalos James perguntava se ela ainda o odiava, ela respondia que muito. No último, vendo que ele não desistiria, ela disse que não o odiava tanto assim. James saiu da água falando que ia chamar Marlene. Os homens já deveriam ter ido embora e elas poderiam tomar banho em paz. Beijou-lhe o dorso da mão e saiu.
Capítulo 7 - As incríveis peripécias de Dona Margarida.
- A chance de isto tudo dar errado é realmente grande, vocês sabem, não é? – James reclamava enquanto Marlene tentava amarrar um lenço em sua cabeça. Ela estava encima da escada da carruagem para ter altura. Sirius sentado ao seu lado com um olhar emburrado já caracterizado. – Por que eu tenho que por este lenço e o Almofadinhas não?
- Nós só temos um lenço, improvisado na verdade, Lily arranjou um com algum dos Homens. – Marlene bufou, conseguindo finalmente dar o nó. – Não sei o porquê de tanto mau humor. – Ela sorriu descendo as escadas, enquanto James sentava-se ao lado de Sirius, admirando o seu trabalho. – Ficaram muito bonitos de ciganos.
-Você quer dizer que eu fiquei bonito, não é? – Sirius sorriu. – Por que definitivamente o Pontas não está, não com essa blusa.
- Esta blusa branca que cabe quase três de mim? – James o encarou com ironia. – Pensei que ela fosse similar a sua.
-Vou chamar a Lily ela estava tentando convencer o Remus a vir conosco, mas ele acha melhor alguém ficar com os homens, Frank pode precisar de ajuda para organizá-los. – Marlene mudou de assunto antes que eles começassem a disputar quem ficara pior com a calça preta apertada.
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Lily e Marlene caminhavam em direção a eles, ainda sentados na escada da carruagem. As duas haviam cortado dois vestidos ao meio, um vermelho e outro branco. A saia vermelha ficou com Lily e a branca com Lene, sendo que a blusa era da cor alterna, para finalizar colocaram um corpete preto por cima. Sirius apreciava a beleza das duas quando Lily mandou que entrassem.
A viagem começara com Sirius conduzindo a carruagem, cuja pintura sofrera algumas mudanças com a ajuda de uma tinta vermelha que Amus utilizava em sua pena. Lily abriu uma pequena janela que permitia que Sirius os ouvisse mesmo do lado de fora.
- Vocês serão ciganos mesmo, criados como ciganos. – Lily explicava alto para que Sirius também entendesse seus planos. – Eu sou ruiva demais para isso, para ter nascido cigana.
James riu e Marlene assentiu como se estivesse pensando nisso pela primeira vez. Sirius ainda com as rédeas dos cavalos em mãos, interrompeu a princesa.
-Sinto muito, Lily. – manifestou-se Sirius. – Podemos dizer que te adotamos como espantalho, quem sabe?
Agora Marlene também ria. Lily, no entanto, ignorou o comentário de Sirius.
-Então, eu virei cigana depois de meu casamento...- Lily não conseguiu terminar a frase.
- Comigo.- James completou sorridente.
- Não com você, com Mark. – Lily sorriu de volta. – A sua personalidade cigana.
- Ei!- Sirius manifestou-se novamente. – Posso ter sido padrinho do casamento de vocês!
- E ciganos têm padrinhos de casamento? – Perguntou Marlene enrugando a testa.
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James estava certo. As possibilidades de aquela pequena aventura dar errado eram inúmeras. Tudo o que sabiam sobre ciganos era a partir de um livro muito antigo que o pai de Lily tinha na biblioteca e ela lera há uns cinco anos. E nem ao menos foi da autoria de um cigano. Iriam vender algumas jóias que Marlene e Lily haviam confeccionado no dia anterior a partir das que elas trouxeram.
Mal eles chegaram na carruagem, agora chamativa com o vermelho recém-pintado, os habitantes de Hogsmead saiam de suas casas com olhares curiosos. Quando chegaram numa praça que era proporcional ao pequeno vilarejo, pararam a carruagem. Conforme desciam a pessoas se aproximavam para ver os viajantes mais de perto. Sirius e James prenderam os cavalos, enquanto Lily e Marlene estendiam sob o chão um grande xale vermelho sobre o qual colocaram as jóias que venderiam e o baralho que Lily jogaria inventando respostas para o futuro das pessoas.
A praça logo estava repleta de pessoas, principalmente mulheres e crianças. Enquanto Marlene e Lily se divertiam trabalhando, James e Sirius foram até a venda mais próxima para reabastecerem-se de comida. Afinal este era o objetivo da visita ao vilarejo.
- Elas encararam esta história de ciganas à sério demais. – Sirius falou divertido enquanto caminhava ao lado de James até a venda.
- É - James riu ainda com um pouco de nervoso. - Tivemos muito menos cuidado para manter a nossa farsa.
- Mas eu já sei tudo o que preciso para te representar, Pontas. – Sirius falou divertido, alheio a todos os olhos que os acompanhavam. – Conheço você melhor do que a mim mesmo. Por exemplo, sei que está nas mãos da princesa.- James abriu a boca para contestar, mas o amigo não lhe deu tempo. – Apesar de todas aquelas brigas, nós estamos aqui, não estamos? E com estas roupas ridículas!
-Vendo por este lado. – James fez menção de passar as mãos pelos cabelos, mas lembrou-se do lenço que Marlene colocara em sua cabeça. Então apenas enfiou as mãos nos bolsos. Estavam a dois metros da venda agora. – Acho que são aqueles olhos verdes, tem alguma coisa neles...
Sirius estava rindo do amigo quando o dono da venda veio pessoalmente até eles. Era um velho quase sem cabelo, tinha medo que os viajantes fossem saqueadores.
- Nós viemos em paz. – Declarou James para alivio do velho. – Queremos apenas comprar alguns mantimentos.
Começaram então a fazer os pedidos ao homem que prontamente ia até as prateleiras da velha loja buscar.
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Lily estava alternando entre colocar as cartas e ler as mãos das pessoas. Com um canto de olho observava Marlene negociando a venda das jóias. Chegara a vez de um homem loiro, pálido que deveria ser apenas alguns anos mais velho do que ela.
- Leitura de mão ou cartas? – Perguntou com mais entusiasmo que se veria numa pessoa que faz isso sempre.
-Leia minha mão. – Ele disse lançando-lhe um sorriso que não alcançava os seus olhos azuis.
-Muito bem. – Lily pegou a mão do homem e começou a examina-la como se entendesse do assunto. – Vejo coisas boas aqui. Algumas vitórias. – Olhou para o rosto pálido dele e o viu satisfeito. – Uma moça também.
- Quem sabe esta moça não esta na minha frente? – Ele tentou fazer um sorriso galante, mas fracassou inteiramente, parecia mais uma careta. Lily soltou a mão do homem de imediato. – O que foi? – Ele a olhou, mas ela já começara a atender outra freguesa. No entanto o loiro rapidamente segurou seu braço. – Deveria se sentir lisonjeada.
-Pois não sei o porquê. – Lily disse entre dentes. – Solte-me ou eu...
- Ou você o quê? – Perguntou o homem agora sentindo-se ofendido. – Sabe com quem está falando? Sou um Malfoy, mais da metade dessas terras me pertencem.
-E esta é minha esposa, Margarida. – James chegou por trás de Lily, encarando o homem a sua frente. Malfoy soltou o braço de Lily. James passou o braço por seus ombros.
-Não sabia. – Malfoy o olhou desconfiado. – Pensei que as duas estavam viajando sozinhas. – Ele riu para si mesmo. – Pensei em... Esquece... Se quiserem podem jantar em minha casa. – Estendeu a mão para James. – Lucius Malfoy.
James no entanto não apertou a mão do Homem. Olhou para Lily que continuava com uma feição mal humorada, depois olhou novamente para Malfoy.
- Sou Mark. – Viu que Sirius estava ajudando Marlene a recolher as poucas jóias que sobraram. – E eu ficaria bem longe delas se fosse você.
- E o que um cigano poderia fazer? – Malfoy o desafiou.
- Espero que o amor a sua vida seja maior que sua curiosidade. – Sirius se aproximou. – Mas se realmente quiser posso demonstrar.
- Vamos embora. – Falou Lily de maneira autoritária. – Deixe este idiota com a ilusão de que seu ouro o faz melhor que os outros.
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Lily e James estavam brigados novamente. Sirius pediu para conduzir novamente a carruagem, pois o calor somado as vozes alteradas dos membros da realeza estavam realmente afetando seu humor. Marlene estava inerte, deitada no banco livre dormindo.
- Eu disse que era pra tomar cuidado...- James já tinha tirado o lenço de sua cabeça e abrira toda a blusa que esteja o sufocando. – Mas você realmente acha que isto tudo é uma brincadeira...
- Eu não acho que seja uma brincadeira! – Lily bradou ao seu lado encarando-o – Você precisa ficar me lembrando o tempo todo... É minha irmã quem está lá, e Alice é minha amiga.
- Pois às vezes parece que você se esquece disso...- James continuava no mesmo tom.- O que você acha que poderia ter acontecido se eu não chegasse naquela hora?
- Você pelo menos iria poder se livrar de mim e continuar sua viagem em paz!- James a olhou abalado com as palavras da princesa. – E foi com a sua permissão que fizemos tudo isso, que eu saiba você também está vestido de cigano.
-Vou me lembrar de não me deixar influenciar por você novamente. – James falou mais calmamente.
Eles não se falaram mais durante o resto da viagem até o lugar onde os homens estavam, cruzaram os braços e cada um observou as paisagens de sua janela.
Remus veio recebê-los ajudando Marlene e Lily a descer da carruagem. Percebeu que o bom humor das duas havia acabado. Foi ajudar James e Sirius com as compras que tinham feito.
- Rabicho descobriu um caminho mais curto. – Remus falou sorridente. – Acho que assim poderemos chegar lá mais cedo. O que acham?
- Acho ótimo! – Falou Sirius com um saco de farinha em mãos.
- Eu não consigo achar nada antes de um banho. – James falou menos mal humorado.
Enquanto os homens se arrumavam para partir novamente James caminhou até um rio próximo, se jogando nele de roupa e tudo. Ficou lá se banhando até que ouviu uma voz feminina chamando por Sirius. Aproximou-se da margem, a voz estava se aproximando. Então se lembrou que Sirius era ele.
- Estou aqui. – Gritou. Logo a figura de Lily, ainda com sua roupa cigana improvisada apareceu entre duas arvores.
A princesa cruzou os braços e tentou usar seu tom menos educado. – Estamos todos te procurando para saber se podemos sair.
-Deixei instruções com o Aluado. – James falou tranqüilo. A briga que tiveram na carruagem agora não parecia ter mais sentido.
- E você vai ficar neste rio o dia inteiro? – Sua voz falhou. James estava de calça, mas sem a blusa. Tentou focar seus olhos no rosto dele.
- Não. – Ele sorriu. – Me ajuda?
James estendeu a mão. Lily suspirou impaciente e aproximou-se da margem estendendo a mão para ele. Só que ao invés de se erguer, James fez força contrária para que a princesa caísse dentro do rio. Ela afundou e retornou a superfície.
-Eu te odeio. – Lily falou entre dentes.
- Ah! Você ia ter de trocar a roupa de cigana mesmo. – James riu. Lily estava furiosa.
- Eu te odeio. – Lily começou a soca-lo com toda a sua força.- Te odeio.
- Eu já entendi essa parte. – James agora segurava os dois punhos da ruiva. Inclinou lentamente sua cabeça em direção a dela. – A propósito, vossa alteza, fica linda me odiando.
Colou seus lábios no dela, ambos molhados. Viu que ela fechou os olhos e fez o mesmo. Ela entreabriu os lábios de modo que pode aprofundar o beijo. Soltou um dos pulsos dela para lhe acariciar a face. Lily, entanto, deu outro soco em seu peito. James interrompeu o beijo.
- Eu ainda te odeio. – Ela falou ofegante. Ele a olhou surpreso, porém trouxe novamente o rosto dela para perto do seu com as mãos e começaram um novo beijo.
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Frank e Remus estavam instruindo os homens sobre o novo caminho que seguiriam. Haviam se surpreendido com a habilidade de Peter, antes tão quieto e nada independente, em achar esta nova rota. Marlene havia desistido de procurar Lily, sentou-se em sua carruagem onde Amus começou a conversar sobre a aventura com ela.
- Foi muito engraçado quando Lily previu que uma mulher grávida iria ter um novo filho. – Disse rindo. – A mulher realmente ficou impressionada.
Marlene sabia que Amus gostava dela. Há dois anos o cavaleiro havia lhe pedido em namoro, mas ela recusara. Gostava dele, da mesma forma que gostava de Remus. Talvez um pouco menos, já que Remus era uma pessoa realmente adorável, e Amus apesar de bonito e educado, não tinha humor algum.
- E esse homem que queria se aproveitar de vocês? – Ele perguntou preocupado.
- Por favor, não fale disto para o Pontas, ele realmente ficou nervoso. – Marlene implorou. – Lily e ele brigaram a viagem toda. – Ela abaixou o tom de voz. – E eu estava achando que desta vez eles estavam lhe dando melhor um com o outro. Você sabe, torço muito para que fiquem juntos, gosto muito dele e o Rei também.
- Talvez o Rei não goste tanto depois da fuga de vocês.- Sirius apareceu na porta da carruagem. Marlene sorriu imediatamente e Amus fechou a cara. – E não se preocupe, Lene, a briga deles é só da boca pra fora.
- E você não vai tirar esta roupa de cigano? – Marlene levantou uma das sobrancelhas.
- Por quê? – Ele falou divertido. – Você disse que eu estava bonito com ela.
Amus levantou-se falando que ia para sua carruagem.
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Depois do segundo beijo houve vários outros e nos intervalos James perguntava se ela ainda o odiava, ela respondia que muito. No último, vendo que ele não desistiria, ela disse que não o odiava tanto assim. James saiu da água falando que ia chamar Marlene. Os homens já deveriam ter ido embora e elas poderiam tomar banho em paz. Beijou-lhe o dorso da mão e saiu.
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