Capitulo XXI



- O senhor está bem? – indagou Thomas, com certa preocupação, olhando para o prato de comida no qual Harry mal tocara. Havia dias que não comia bem, e o mordomo estava começando a se inquietar.


 


 


- Estou ótimo – Harry assegurou, com um meio sorriso. – É que não estou acostumado a ficar sem fazer nada o dia todo... E foi bastante cansativo na Malásia, você sabe...


 


 


Thomas ergueu as sobrancelhas.


 


 


- O senhor voltou há quase três semanas. Não pode ainda estar sofrendo de algum tipo de adaptação. Há algo de errado, não?


 


 


Harry olhou para o mordomo com surpresa, devido o tom de intimidade que ele raramente usava.


 


 


- Eu já disse que estou bem. Apenas estou sem fome, nada mais. – Foi taxativo.


 


 


Assentindo, mas nada convencido, Thomas retirou-se. Pouco depois, Harry fazia o mesmo, indo até seu estúdio, onde serviu-se de uma dose generosa de uísque. Tomou o primeiro gole e olhou para o copo, descontente consigo mesmo. Não entendia o que lhe ia na alma.


 


 


Olhou para as fotos que precisaria entregar e torceu os lábios. Chegara de Gales havia dois dias e não trabalhara muito. Muitos dos filmes que trouxera da Malásia ainda não tinham sido revelados e sabia que precisaria se desculpar com seu editor. O testamento não lhe saía da mente. Tudo fora assinado, mas ainda tinha dúvidas quanto à legalidade daquele documento. Sua mãe pedira-lhe que o destruísse e isso seria fácil, já que ninguém parecia saber da existência do segundo testamento.


 


 


Aborrecido, acreditava que, apesar de todos os defeitos que sua mãe tinha, ela também merecia viver na casa em que todos haviam morado por mais de vinte anos. Por que Arthur teria mudado sua vontade? O que Lilian teria feito para provocar tal atitude? Teria mentido para ele? Arthur era um bom homem e, mesmo assim, privara-a da propriedade em seu segundo testamento...


 


 


Precisava fazer alguma coisa, mas não sabia ao certo como agir. Tinha certeza apenas de que seria errado ficar calado já que sabia que Arthur mudara de opinião... Por isso trouxera o documento consigo para Londres, bem como a chave o cofre. Mesmo tendo Lilian garantido que não mexeria novamente nos papéis do marido, Harry achara aconselhável não deixar muita tentação no caminho.


 


 


O telefone tocou, tirando-o de seus pensamentos, e decidiu atender antes que Thomas o fizesse. Poderia ser uma chance de distrair a mente dos problemas.


 


 


- Harry! Adivinhe onde estou? – Era Cho. – Estou aqui, em Heathrow! Duas das garotas que tirariam as fotos comigo ficaram doentes e decidiram nos liberar antes do previsto. Não é ótimo? E então, querido, sentiu minha falta?


 


 


- Eu... claro que sim. – Harry se esforçava por parecer animado. – Quase não me achou em casa. Eu estava saindo para entregar algumas fotos.


 


 


- Harry! Acabei de dizer que estou de volta, e você só diz que estava a ponto de sair?! Não pode estar falando sério!


 


 


- Receio que sim, Cho. – Ele sabia que estava a ponto de discutirem e não queria indispor-se também com a namorada. Já bastava a discussão que tivera com Lilian quando ela descobrira que estava levando a chave do cofre para Londres... Pensou em ser mais caloroso: - Que bom que voltou! E então, como foi seu trabalho por lá?


 


 


- Está mesmo interessado? – Cho não escondia seu desapontamento. – Imaginei que poderia vir me buscar no aeroporto, mas acredito que esteja muito ocupado, não? Estou cansada, com frio e quero apenas ir para casa, tomar um bom banho e descansar. Pensei que quisesse estar comigo...


 


 


- Olhe, Cho...


 


 


- Não tente argumentar comigo, está bem? Não, quando não consegue adiar seus compromissos para ficar com a mulher que deveria amar... Será que percebe que já faz mais de um mês que não ficamos juntos?


 


 


- Eu sei, eu sei...


 


 


- Mas não vai mudar de idéia, não é? Sabe, eu, às vezes, imagino se você, de fato, importa-se comigo.


 


 


 


Harry mordeu o lábio inferior. Também ele já se fizera a mesma pergunta muitas vezes. Mas precisava ser condescendente para não magoá-la.


 


 


- Está bem, eu vou buscá-la. Diga-me onde está.


 


 


Thomas apareceu à porta do estúdio. Era óbvio que ouvira a conversa e entendera a situação.


 


 


- Vai querer beber um café antes de sair, senhor? – perguntou, com a fleuma de sempre.


 


 


- Não. Cho está de volta e vou buscá-la no aeroporto. Não tenho hora para voltar.


 


 


O mordomo apenas ergueu as sobrancelhas e retirou-se em silêncio.


 


 


 


 


 


 


 


***


 


 


 


Passava da meia noite quando Harry saiu do apartamento da namorada. As formalidades para a retirada das bagagens haviam demorado mais do que o normal e, ao chegar ao local onde deixara sua Mercedes, Harry notara que ela havia sido guinchada por estacionamento irregular e teve de pagar uma multa alta para retirá-la do pátio do Departamento de Trânsito. Irritado, sentiu-se muito pior quando chegaram ao apartamento de Cho e ela não conseguiu encontrar a chave do mesmo. Ele teve de revirar o carro inteira à procura porque Cho jurava tê-la deixado na bolsa, podendo tê-la perdido quando retirara o espelho para retocar a maquiagem. Por fim, ela a encontrou na valise e, quando Harry recusou-se a ficar, tiveram uma discussão séria, ao fim da qual Harry prometeu ligar no dia seguinte, voltando para seu carro com grande sensação de alívio.


 


Havia um recado anotado no bloco ao lado do telefone quando chegou em casa. Certo de que era de Cho, para verificar se ele fora direto para casa, Harry lançou-lhe um olhar de esguelha, mas o nome de Eleanor chamou-lhe a atenção e leu com mais atenção. O recado era claro e conciso: houvera um aparente assalto em Penmadoc naquele início de noite, quando tanto Lilian quanto Nell estavam fora. E, certa de que a notícia deixaria Gina preocupada, Eleanor pedia-lhe que a procurasse para contar-lhe o ocorrido. O endereço do hotel estava anotado logo abaixo. Era estranho como agora lhe era permitido o que lhe fora negado até o momento, pensou com ironia. E, de repente, uma idéia desagradável passou-lhe pela mente: poderia sua mãe estar envolvida, de alguma forma, no que acontecera? Afastou tal pensamento de imediato, achando-o absurdo e sem propósito. Lilian poderia ter milhares de defeitos, mas para tudo havia um limite...


 


 


Arrancou a folha do bloco, imaginando porque Gina teria se hospedado em Londres. Talvez tivesse amigos ali, talvez quisesse entrar em contato com o escritório que representava seu editor e que ficava próximo ao hotel... Talvez tivesse ido se encontrar com alguém... Sentiu um aperto no peito ao imaginar que ela poderia ter outra pessoa, mas sabia que isso não era de sua conta. Fosse como fosse, só poderia falar com ela na manhã seguinte. Agora era muito tarde.


 


 


Antes das sete, já estava de pé, pronto para sair. Entrou na cozinha, surpreendendo o mordomo que lia as notícias matutinas, e aproveitou para fazer-lhe algumas perguntas sobre o telefonema do dia anterior:


 


 


- A que horas ela ligou? – indagou, aceitando uma xícara de chá. – Ela disse alguma coisa sobre se o ladrão foi apanhado ou não? Sobre o que foi roubado? Seu recado não tinha nenhum detalhe, Thomas.


 


 


- Por que a srta. Weasley não os deu, senhor. Tive a impressão de que ela queria manter o telefonema o mais breve possível, na verdade.


 


 


Era bem próprio de Nell, Harry ponderou, saboreando o chá. Sua mãe saberia sobre o telefonema?, perguntou-se. E por que ela mesma não ligara? Poderia ligar e falar com ela, mas, quando discou, sua intenção era de conversar com Eleanor.


 


 


Ficou satisfeito quando ela mesma atendeu. Afinal, era cedo demais para que Lilian estivesse acordada. E Eleanor não parecia surpresa ao ouvi-lo.


 


 


- O que aconteceu de fato? – indagou ele, ansioso por detalhes.


 


 


- Já falou com Gina? – Como sempre, ela não respondia diretamente o que lhe perguntavam, o que o irritou.


 


 


- Ainda não. Esperava que pudesse esclarecer a situação para mim. O que foi roubado?


 


 


Ela pareceu vacilar, até que explicou:


 


 


- Prefiro não falar sobre isso ao telefone, Harry. E, na verdade, não tenho certeza do que levaram. Ainda estamos... verificando.


 


 


- Mas foi ou não um assalto? – ele insistiu.


 


 


- Prefiro conversar com Gina a respeito, se não se importa.


 


 


Harry rangeu os dentes, contendo o impulso de perguntar-lhe, por quê, então, não ligara diretamente para a sobrinha. No entanto controlou-se, procurando entender a situação.


 


 


- Vai voltar a Gales? – Thomas perguntou, assim que o viu desligar. – Imagino que vá falar com a srta. Weasley após o desjejum...


 


 


Harry apenas assentiu. Comia as torradas com geléia que o mordomo preparava como se fossem a última refeição de sua vida.


 


 


- Quer que eu prepare mais? – Thomas olhava-o surpreso.


 


 


- Não. Quando eu voltar, talvez. Ah, e se Cho ligar...


 


 


- Direi que teve uma emergência na família, não se preocupe, senhor.


 


 


Harry sorriu, apanhou o casaco e dirigiu-se à porta animado.


 


 


- Eu lhe contarei o que aconteceu assim que ficar sabendo, está bem? – Fez um gesto de despedida e se foi.


 


 


 


 


***


 


 


 


 


 


o funcionário do hotel recebeu-o, certamente considerando-o elegante o suficiente para ser digno de deferências. A barba que deixara de fazer naquela manhã garantia-lhe um aspecto peculiar e bastante cativante.


 


 


Harry cruzou o saguão até a recepção, imaginando se não deveria ter ligado antes de vir. Mas não queria dar chance a Gina de telefonar para Penmadoc e ouvir explicações exageradas de Lilian. Sabia que sua mãe não perderia uma oportunidade de aborrecer a enteada.


 


 


Ao anunciar que precisava falar com sua irmã, no sexto andar e dando a informação correta sobre o número do quarto em que ela se encontrava, a recepcionista não se opôs a sua entrada e, pouco depois, Harry já se encontrava no elevador.


 


 


Aos poucos, foi dando-se conta de que seu coração batia mais depressa, acelerado como o de um colegial para seu primeiro encontro. Bateu na porta e aguardou pelo que pareceram longos minutos. Não houve resposta e começou a se impacientar, batendo outra vez, logo em seguida. Chegou, mesmo, em pensar e voltar para casa e avisar Nell que não conseguira localizar Gina. O que estava querendo fazer, na realidade, era fugir de uma situação que, inconscientemente, sabia ser intensa.


 


Havia uma câmera monitorando o corredor e, ao percebê-la, sentiu-se mais ansioso. Pouco depois, pensou ouvir um leve ruído dentro do apartamento e, nos segundos que se seguiram, imaginou que Gina poderia estar vendo-o pelo olho mágico e que poderia simplesmente recusar-se a recebê-lo.


 


 


Estava ficando paranóico, pensou, ouvindo a chave girar na fechadura. Quando Gina apareceu, vestida com um daqueles roupões felpudos que os hotéis costumam oferecer a seus hospedes, e com os cabelos presos em um turbante feito de tolha, Harry engoliu em seco.


 


 


- Olá – disse, completamente sem palavras.


 


 


- Olá – ela respondeu, parecendo não entender o motivo de sua presença ali.


 


 


- Posso entrar?


 


 


- Por que?


 


 


Ele olhou para a câmera. Recomeçava a ganhar confiança.


 


 


- Porque nossa conversa está sendo monitorada. Estou diante desta porta há alguns minutos, e minha presença vai começar a parecer suspeita.


 


 


- Sinto muito, eu estava no chuveiro, não o ouvi bater. – Gina afastou-se para dar-lhe passagem.


 


 


De volta ao quarto, afastou-se e voltou depressa para o banheiro. Harry sabia que ela tencionava arrumar-se e falou mais alto, para que o ouvisse.


 


 


- Preciso falar com você.


 


 


- Sobre o quê?


 


 


- Conversou com sua tia?


 


 


Gina apareceu à porta do banheiro. Tinha os cabelos molhados soltos sobre os ombros agora, e ainda usava o roupão.


 


 


- Por que eu teria falado com ela? – estranhou.


 


 


- Bem, ela me ligou ontem à noite. Parece que houve um assalto a Penmadoc.


 


 


Os olhos dela se arregalaram.


 


 


- Oh, não! E o que levaram?


 


 


- Não faço idéia. Tia Nell, como sempre, não quis abrir o jogo comigo. Apenas me pediu para contar a você. Acho que deve ter imaginado que você ficaria muito aborrecida.


 


 


Harry ergueu as sobrancelhas. Como já avaliara antes, esse não poderia ser o único motivo. Afinal, Gina não era uma florzinha frágil e indefesa... Acabara de perder o pai, isso sim, mas o fato não justificava que Nell o envolvesse naquele assunto.


 


 


- Por que alguém entraria em Penmadoc? – ouvi-a perguntar como para si mesma.


 


 


- Bem, assaltos a residências são comuns hoje em dia e, quando alguém morre, acaba chamando a atenção para a casa onde vivia, eu acho, ainda mais se era uma pessoa de certas posses... – Ele tentava achar uma explicação, mas não estava convencido disso. As paredes altas, os muitos corredores de Penmadoc não eram convidativos a estranhos. Além do mais, a casa dificilmente estava vazia, e o fato de tanto sua mãe quanto Eleanor estarem fora era apenas uma coincidência. – Bem, o que pretende fazer? – indagou, vendo que ela vacilava, ali, parada.


 


 


- Acho que vou ligar para minha tia.


 


 


- E se minha mãe atender? Vai querer falar com ela?


 


 


Gina hesitou ainda mais.


 


 


- O que acha que devo fazer? – perguntou.


 


 


- Acho que sua tia espera que vá até lá.


 


 


Ela segurava as lapelas do roupão, parecendo tensa. Pensava, os movimentos das mãos alheios ao olhar de Harry. Ele, porém, estava cada vez mais consciente de que Gina deveria estar nua por baixo daquele tecido...


 


 


- Se quiser uma carona... – ofereceu, procurando desviar a atenção para a ponta de suas botas. Recriminando-se por deixar-se envolver mais uma vez. – Acho que também devo ir para ver como minha mãe está reagindo...


 


 


- Entendo... Bem, seja como for, partirei depois de você.


 


 


Harry encarou-a, irritado.


 


 


- Como pode saber que vai depois de mim? Eu disse quando vou?


 


 


- Não. – Ela enrubescia. – Mas acho que deve ter coisas mais importantes a fazer do que esperar por mim...


 


 


- Sei... Está querendo dizer que não quer ir comigo. Então, por que não diz logo o que está pensando? Qual é o problema, Gina? Tem receio de ficar a sós comigo? É isso? Do que tem medo, afinal? De não confiar em si mesma?


 


 


- Ora, deixe de ser convencido! – Ela deu-lhe as costas na intenção de voltar ao banheiro, mas Harry segurou-a por um braço, fazendo-a voltar-se.


 


 


A impressão que teve, mais uma vez, ao ver aqueles cabelos soltos, molhados, foi forte demais e encheu-o de desejo. Gina parecia-lhe tão suave, tão vulnerável! Como a garota que uma noite entrara em seu quarto, inocente e curiosa, querendo apenas conversar, mas, na verdade, querendo muito mais, como ele mesmo...


 


 


Reconhecia a paixão que o assaltava, forte como nunca. Desejara-a naquela noite e desejava-a agora. Queria tomá-la em seus braços e amá-la muito.


 


 


- Solte-me – ouvi-a pedir, mas percebeu que sua voz fraquejava. – E não diga mais nada. Não quero ouvir nada, entendeu?


 


 


- Não? Por que, Gina? Por que tem medo de mim? – Sua voz não era mais do que um murmúrio agora. – Não tem motivos para isso.


 


 


- Será que não tenho?


 


 


Havia um tom estranho na voz de Gina, mas Harry recusou-se a entendê-lo.


 


 


- Não. Quero apenas que... que estejamos juntos. – Seu abraço se intensificava e a pressão de seu corpo contra o dela forçou o roupão a se abrir. – Oh, Gina, você é tão linda! – Harry exclamou, encantado diante da beleza da qual se recordava vagamente, mas que agora parecia-lhe simplesmente perfeita.


 


 


- Satisfeito agora?


 


 


Ouviu-a recriminar e buscou os olhos dela com os seus.


 


 


- Não – sussurrou, encostando o corpo ao dela.


 


 


Gina estremeceu e entreabriu os lábios, junto aos quais Harry tornou a sussurrar antes de beijá-la com paixão:


 


 


- Definitivamente, não. – Depois, ainda roçando sua boca, continuou: - Gina, não podemos desperdiçar outra chance... – E, erguendo-a nos braços, carregou-a para a cama.


 


 


Colocou-a com cuidado e começou a desafivelar o cinto, mas Gina olhava-o de um modo estranho, como se não houvesse emoção em suas pupilas. Harry procurou ignorar tal impressão e, livrando-se das botas, deitou-se junto dela.


 


 


- O que vamos fazer? – ouviu-a indagar, em um sussurro e respondeu no mesmo tom:


 


 


- Amor.


 


 


- Amor? Você não sabe o que é isso...


 


 


O desejo de Harry deixou-o, com a mesma rapidez e intensidade com que o invadira antes. Olhou estupefato.


 


 


- Mas... do que está falando?


 


 


- Foi para isso que veio? Houve, de fato um assalto a Penmadoc ou foi apenas uma desculpa para entrar em meu quarto?


 


 


Ele engoliu em seco. Aquela não era a mesma Gina que conhecera no passado, imaginou aborrecido.


 


 


- É claro que houve um assalto – disse, a voz saindo-lhe sem expressão. – Eu não inventaria tal coisa.


 


 


- Não?


 


 


- Não.


 


 


- Tem certeza? Não mentiria para mim, Harry? Não mentiu quando me reencontrou em Penmadoc?


 


 


Ele sentou, passando as mãos pelo cabelo.


 


 


- Não quero conversar sobre isso. – Recompôs as roupas e levantou-se, dizendo, sem olhá-la: - O recado está dado. O que vai fazer a respeito, é problema seu. – Encaminhando-se para a porta. – Quero sair daqui quanto antes!


 


 


- Espere! – O chamado o deteve, mas não se virou para olhá-la, sabendo que era imprescindível manter-se afastado de Gina para poder manter o autocontrole. Ouviu-a abandonar o leito e tornar a por o roupão. – A que horas vai para Penmadoc?


 


 


- Por que quer saber?


 


 


- Porque vou aceitar sua oferta de carona, se ainda estiver disposto. Mas, se não quiser me levar, vou entender.


 


 


Ele cerrou os dentes. Ainda não a olhava.


 


 


- Vai entender... – ecoou em voz baixa. Estava extremamente irritado por ver a facilidade com que Gina provocava suas emoções sem, aparentemente, fazer esforço algum. Assentiu, então, mais uma vez buscando controlar-se. – Eu a pegarei às nove, em frente ao hotel.


 


 


- Está certo.


 


 


Só então Harry voltou-se para vê-la e arrependeu-se. Naquele exato momento, ela passava a língua pelos lábios, deixando-o a arder de desejo mais uma vez...


 


 


- Sinto muito se acha que o tratei mal. É que não gosto de ser manipulada, só isso.


 


 


Pasmo, ele assentiu e, então, saiu do quarto.


 


 


 


 


 


 


(...)


 


 


 


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Feliz Páscoa a todos :) 


 

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