Capitulo XVIII



 


 


- Harry! – exclamou Venning, levantando-se para cumprimentá-lo. – Como está, meu rapaz? Sinto termos de nos rever em uma situação tão triste.


 


Harry aproximou-se a apertou a mão do velho senhor.


 


- Como vai, Venning? Você está muito bem, pelo que parece!


 


- Obrigado.


 


Gina apenas observava, com certa reserva, a maneira casual com que Harry se dirigira ao advogado, e notava que Venning estava contente com o comentário.


 


- Então, não pareço velho demais para esperar apenas a cova, certo? – brincou ele ainda, deixando-a mais irritada.


 


- De modo algum! – Harry sorria. – Parece que minha irmã já está fazendo as honras da casa. Como deve saber, minha mãe não está bem hoje.


 


- Não sou sua irmã! – Gina interferiu fria. – E agora que chegou, acho que pode explicar a Venning que o confinamento de sua mãe é puramente voluntário.


 


Harry encarou-a sério.


 


- Como já disse, acho que minha mãe está encarando os fatos de um modo, digamos difícil...


 


- E quanto a mim? – ela rebateu. – Não está sendo difícil para mim também?


 


No entanto, Harry ignorou-a, voltando-se para o advogado:


 


- Espero que entenda, Marcus...


 


- Ah, claro que sim! – O velho senhor assentiu solícito, mas Gina percebeu o olhar que os dois trocaram e não gostou nada dele. Era como se houvesse entre eles algum tipo de acordo do qual ela não podia participar.


 


Irritada, levantou-se.


 


- E então, há mais algum detalhe a ser tratado? – Harry indagou ao advogado, deixando-a ainda mais aborrecida por ver que ele interferiria, como se ela fosse tola o suficiente para não saber lidar com a situação.


 


- Ah, sim! – lembrou-se Marcus. – Imagino que Gina não gostaria de... bem, de ver seu pai antes da cerimônia fúnebre. – E, voltando-se para ela, acariciou-lhe a mão, acrescentando: - Eu estou disposto a acompanhá-la, se quiser, minha cara.


 


- Se ela quiser ir, eu a acompanharei – Harry ofereceu de imediato, em tom irrecusável, recebendo um olhar fulminante de Gina.


 


Mas, como ela ainda estava se recompondo da idéia de que Marcus se oferecera para acompanhá-la a uma visita ao “corpo” de seu pai, na capela de Rhosmawr, sentia-se um tanto incapaz de reagir.


 


- Tenho certeza de que tem outros afazeres, Marcus – Harry prosseguia, atento a que Gina não aceitasse a proposta do velho. – Não há necessidade de desviar-se de seus assuntos já que Gina tem familiares que podem acompanhá-la.


 


Ela entreabriu os lábios. Os Potter não eram sua família, pensou com amargura. Mas, mais uma vez, Venning acatou as palavras de Harry.


 


- Para falar a verdade, isso me alivia muito, Harry. Estou, de fato, sobrecarregado de serviço.


 


- Prefiro ir sozinha – Gina tornou a interferir. E, olhando muito séria para Harry, acrescentou: - Sei que entende.


 


- E como irá até lá? – O tom suave da voz mascarava o brilho em seu olhar. – Não dispõe de um carro.


 


- Posso usar o de meu pai.


 


- E está pensando em sair com aquele cadilac velho neste tempo?


 


- Por que não?


 


- Escute, isso não é necessário. – Venning começava a achar que se precipitara em aceitar a oferta de Harry. – Ela pode voltar comigo para Rhosmawr.


 


- E como vai voltar? – Harry insistia. – Não se preocupe, Marcus, eu e Gina vamos dar um jeito. – E lançou um olhar de advertência a Gina. – De algum modo.


 


Ao acompanhar o advogado até a porta, Gina notou que estava trêmula. E não era apenas em reação ao que fora dito, embora achasse a arrogância de Harry intolerável, mas era como se experimentasse um verdadeiro sentimento de alienação ali. Era como se aquela não fosse mais a casa de seu pai. E tudo que havia ali dentro já não fazia mais parte de sua infância, de tudo que vivera até ali. Até o carro, que dissera querer usar, parecia estar além de suas mãos. Era como se tudo pertencesse a sua madrasta e, conseqüentemente a Harry. Não era de se admirar que ele se sentisse no direito de dar ordens, de decidir. Era ela que estava ali como uma estranha, não ele.


 


Fechou a porta após se despedir do advogado e voltou-se disposta a correr para seu quarto, mas Harry estava aos pés da escadaria, e bloqueava-lhe o caminho.


 


- O que vai fazer? – perguntou.


 


- Isso é apenas de minha conta – respondeu irritada.


 


- Vai querer ver seu pai?


 


- Não me force a nada, Harry! Sei que se acha o senhor de tudo por aqui, mas, se eu quiser sair e ver o corpo de meu pai, eu mesma tomarei as providências necessárias, está bem?


 


Ele encarou-a e respirou fundo.


 


- Por que está agindo assim? – perguntou. – Eu me ofereci para levá-la e é o que vou fazer. Mas, se insistir em ir sozinha, eu lhe empresto meu carro.


 


- Não, obrigada. – Ela fez menção de passar por ele e continuar seu caminho, mas Harry prosseguiu:


 


- Por que não?


 


- Posso pegar um táxi.


 


- Realmente acha que vai conseguir um motorista para vir pegá-la aqui e depois levá-la a Rhosmawr para depois tornar a trazê-la?


 


- Por que não? – ela tornou a replicar, e Harry cerrou os dentes diante de tanta teimosia.


 


- Encare a realidade, Gina! Não está nos Estados Unidos! Já olhou lá fora? Seria muito difícil convencer algum maluco a fazer essa jornada tantas vezes!


 


Ela deu de ombros.


 


- Eu não irei – disse por fim.


 


Harry praguejou baixinho, depois tentou mais uma vez:


 


- Será que não pode ser um pouquinho mais condescendente? Não costumo oferecer meu carro a ninguém!


 


Gina vacilou antes de responder, mais calma:


 


- Não conheço seu carro. E depois, você mesmo disse, as estradas estão perigosas com esse tempo. Tenho medo de acabar derrapando e batendo seu carro, é um modelo muito caro.


 


- Para o inferno com o carro! Eu ficaria muito mais preocupado com você, caso batesse em alguma coisa! Mas, e então? O que vai fazer?


 


Gina baixou a cabeça. Mordia o lábio inferior nervosamente.


 


- Acho que será melhor você ir comigo – concordou, percebendo que não tinha outra alternativa. – Isso se não tiver nada melhor a fazer, é claro.


 


Harry assentiu. O que poderia ter de melhor a fazer ali?


 


- Pegue seu casaco – disse, dirigindo-se à porta. – Vou aquecer o motor.


 


Gina subiu correndo e pegou o sobretudo e a bolsa. Achou melhor avisar tia Nell sobre o que estava fazendo e passou pela cozinha.


 


- O que vai fazer? – Eleanor perguntou, assim que a viu entrar.


 


- Vou a Rhosmawr com Harry. – Gina sentia-se estranha, como se precisasse de permissão da tia para o que pretendia fazer.


 


- Marcus Venning já se foi?


 


- Já, há alguns minutos.


 


- E não vai me dizer o que ele queria com você?


 


- Parece que recebeu um telefonema de Lilian, dizendo-lhe que ela talvez não estivesse bem o suficiente para ir ao funeral de papai.


 


- O que?! – Eleanor limpou as mãos da farinha com que estava preparando uma torta.


 


- É. Pelo que parece, ela disse-lhe que está de cama.


 


- Isso é novidade para mim.


 


- Para mim também, e eu disse isso a Venning. Lilian disse a ele que o dr. Evans prescreveu-lhe repouso absoluto.


 


Eleanor pareceu pensativa, depois indagou:


 


- E foi só o que ele veio fazer aqui?


 


- Não. Acho que queria oferecer suas condolências também e saber se eu... se eu queria ver o corpo de papai. – Naquele momento, Gina imaginou se, talvez, sua tia quisesse fazer o mesmo.


 


Eleanor, porém, apenas assentia e comentava:


 


- Então é por isso que vai a Rhosmawr com Harry.


 


- Sim. Gostaria de vir conosco?


 


- E por que eu iria querer? Eu estava aqui quando o pobre homem foi levado, não?


 


Gina engoliu em seco.


 


- Sinto muito. Eu não sabia... – murmurou.


 


- Não faz mal. – Tia Nell olhava-a com carinho. – Tem certeza de que vai estar bem, querida?


 


- É claro. E depois, alguém tem que se mostrar forte, já que, como Harry disse, a sua mãe não está conseguindo lidar com tão grande perda... – Ela não conseguia disfarçar a ironia.


 


- Perda... – Eleanor ajudou na acusação. – Aquela mulher jamais se preocupou com outra pessoa além de si mesma!


 


- Não diga isso. Afinal, deve ter sido muito difícil para ela encontrar papai daquele modo...


 


Eleanor assentiu, mas não estava convencida. Gina pediu, então:


 


- Por favor, titia, sei que não gosta dela. Também não gosto, mas temos que nos unir em um momento como este, não acha?


 


- Para mim, isso parece muito bom – comentou Harry, aparecendo à porta da cozinha. – E então, está pronta?


 


 


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O sol brilhava quando saíram da casa funerária. Em Rhosmawr, o céu estava muito mais claro do que em Penmadoc e não havia nevado tanto. Harry deixara o carro próximo à esquina e percebia que Gina apreciava o calor do sol em seus ombros conforme caminhavam de volta até ele. Ver o corpo do pai poderia ter sido, de certa forma, um conforto para ela, como se pudesse ficar mais próxima dele, mas Harry sentia que ela estava mais fragilizada.


 


- Você está bem? – perguntou-lhe, quando estava no jipe.


 


Gina apenas assentiu. Apesar de ter aceito sua companhia a contragosto, parecia claro que, ela gostara de não estar sozinha. Tirou as luvas e tocou-lhe o braço com suavidade para dizer:


 


- Obrigada por estar comigo.


 


O impacto daqueles dedos finos e quentes foi como uma descarga elétrica para Harry. Mesmo sabendo que Gina não estava consciente disso, ele sentia a resposta puramente sensual de todo seu corpo ao toque dela. E senti-se ridículo por isso. Apesar das emoções imaturas que ela lhe provocara no passado, não podia deixar-se levar por algo tão patético assim agora.


 


Talvez a maneira como ele a olhava a fez afastar a mão, mas Harry sentiu-se aliviado ao ver que Gina não entendera sua atitude pelo real motivo que a provocara.


 


- Meu pai ´parecia estar tranqüilo – comentou, em voz suave.


 


- É, sim. – Ele pôs o carro em movimento, com gestos automáticos.


 


- Estive pensando... Por que não almoçamos antes de voltarmos? – Gina sugeriu de repente.


 


- Sua tia não estará esperando com o almoço em Penmadoc?


 


- Talvez... Esse é seu modo de dizer que não quer almoçar comigo?


 


- Não! Claro que não! Onde quer comer?


 


- Não sei... Achei que conhecesse algum lugar... Mas talvez não seja, de fato, uma boa idéia. Sua mãe poderá ficar imaginando onde fomos...


 


Harry nem queria pensar sobre o que sua mãe iria dizer caso soubesse que estava aliando-se ao que ela considerava um inimigo.


 


- Não, não. Há um hotel na beira da estrada, onde dizem que a comida é muito boa.


 


Ela apenas assentiu. Já não parecia tão suave, e Harry imaginou que deveria estar retornando a atitude hostil que tivera para com ele até então. Dirigiu em silêncio, então, até chegarem ao hotel que servia as refeições. Lá dentro, o ar estava quente e aconchegante e uma loira muito bonita aproximou-se logo para levá-los a uma das mesas.


 


- O que vai querer beber? – perguntou ela, em um sorriso.


 


- Um suco de laranja – Gina pediu, surpreendendo Harry.


 


- Não seria melhor um vinho? – ele ofereceu.


 


Gina deu de ombros. Parecia indiferente e isso deixava-o um tanto irritado.


 


A garota se foi, com o pedido, enquanto ele tentava recomeçar a conversa:


 


- Gostou do lugar?


 


- É aconchegante. Vem muito aqui?


 


- Nunca estive aqui antes. Por que achou o contrário?


 


- Pelo modo como tratou a garçonete. Ela me pareceu muito sorridente...


 


Harry ergueu as sobrancelhas, sem entender muito bem aonde ela queria chegar, mas não insistiu no assunto.


 


- Está com fome? – indagou.


 


- Não muita. Acho que vou querer apenas um sanduíche de atum.


 


- Eu também.


 


Quando a moça voltou, trazendo o vinho, Harry notou que, de fato, ela sorria demais e que o olhava com insistência. Fez o pedido dos lanches e ela demorou a anotar, continuando a encará-lo de maneira insinuante. Quando, por fim, se foi, com um andar provocante, Gina ergueu as sobrancelhas, como se dissesse “eu avisei”.


 


- Bem, não tenho culpa se as mulheres... – Ele não terminou a frase.


 


- Acham-no irresistível – Gina completou. – Mas é claro que não poderia ser sua culpa, sr. Potter – ironizou. – Nós, mulheres, simplesmente caímos de joelhos diante de seu charme. Mas não se preocupe. Já o conheço bem para não me surpreender com o que pensa de si mesmo.


 


Harry poderia tomar aquilo como provocação, mas preferiu sorrir:


 


- É, acho que conhece bem, sim – concordou.


 


- O que não quer dizer que eu aprove seus modos. Sempre foi muito seguro de si, não?


 


- Acha que sim?


 


Gina tinha um sorriso nos lábios, já que a conversa tomara um rumo mais leve, e Harry surpreendeu-se desejando ardentemente que ela lhe sorrisse mais vezes. Mas, considerando o que acontecera a ambos no passado, isso seria difícil, pensou. Eram muito jovens e ingênuos. Ele se deixara atrair, naquele verão em que Gina completara dezesseis anos, mas isso já não podia ser uma desculpa para sentir-se atraído por ela agora.


 


Sentiu um aperto no peito. O que fizera fora imperdoável, agora reconhecia, e sabia que Gina devia desprezá-lo por isso. Mas, quando ela o procurara naquela noite, não houvera bom senso suficiente para detê-lo. Deveria tê-la mandado embora mas não o fizera, nem por receio do que sua mãe poderia dizer a respeito. Deixara-se levar pela paixão e por nada mais.


 


Quanto a Lilian, ela estava mais preocupada com o que Arthur pensaria a respeito do envolvimento de Harry e Gina do que com qualquer outra coisa, em especial o que eles dois poderiam sentir. E colocara toda a culpa em Gina.


 


Envergonhado pelo que fizera, Harry deixara a mãe agir, sem se dar conta do que, de fato, estava acontecendo e não comentara nada com Arthur, a conselho dela. Achara que Gina se sentiria grata se apenas se afastasse, se não deixasse que aquilo se repetisse. Mas agora tinha a impressão de que fora a pior atitude que poderia ter tomado pois a deixara pensar que nada significara para ele. Depois partira em viagem pela Europa, dizendo a si mesmo que seria melhor, que Gina o esqueceria e que o que havia acontecido com ambos seria esquecido com facilidade. Pelo menos, fora isso que Lilian dissera...


 


- O que acha que sua mãe vai fazer? – a pergunta arrancou-o dos pensamentos.


 


Harry encarou-a sem saber o que responder. Notava apenas os olhos suaves que o fitavam e os cabelos revoltos, nos quais poderia esconder o rosto em um momento de erotismo... Desesperava-se por não conseguir controlar sua própria mente e por não saber ao certo o que ela dissera.


 


- Fazer? Como assim? Depois dos funerais?


 


- Sim. Imagino que ela queira permanecer em Penmadoc...


 


- É... acho que sim.


 


- Tia Nell vai ficar satisfeita. É a casa dela também, você sabe.


 


Harry vacilava. Era óbvio que Gina nada sabia sobre o testamento. No entanto, Lilian jamais deixaria que Eleanor ficasse na casa, caso a tivesse herdado. Apesar de ser útil na mansão, Nell enfrentara Lilian muitas vezes para ser suportada agora...


 


- É sua também – observou ele, suave, ansioso por poder tocar a mão delicada que descansava ao lado do copo dela.


 


- Não. Já não é minha casa há muitos anos.


 


- Só porque não mora mais lá, não significa que não seja mais seu lar...


 


- Nós sabemos que não é assim, Harry.


 


- Eu não diria isso – ele comentou, mas se arrependeu de imediato. Felizmente, a garçonete chegava com os sanduíches.


 


Harry comeu em silêncio, aborrecido por perceber que Gina se ressentia, pensando que o pai deixara a casa para Lilian. Imaginou que seria melhor procurar um assunto para poderem conversar e lembrou-se do emprego dela.


 


- E então? Como é seu trabalho em Nova York?


 


- Nada especial. Trabalho com o tio de Draco.


 


- Sei. E não é estranho ainda estar ligada à firma que pertence a alguém da família de seu ex-marido?


 


- A princípio achei que poderia ser difícil, mas Lucius, pai de Draco, foi gentil comigo. Talvez naquela época, ele achasse que ainda havia uma chance para nos reconciliarmos. Mas tenho certeza de que isso não lhe deve interessar. Afinal, minha carreira, quando comparada a sua, é insignificante.


 


Harry negou com a cabeça, engoliu a parte do lanche que mastigava e replicou:


 


- Não vejo dessa forma. E além disso, estou, sim, muito interessado no que você tem feito nos últimos oito anos. O que fez assim que parti para a Europa? Imaginei que fosse me escrever... Enviei meus endereços para Lilian, mas você nunca me mandou carta alguma.


 


Gina parou de comer e encarou-o.


 


- Deve estar brincando – disse, em um fio de voz.


 


- Não. Por que estaria?


 


- Porque sabe que sua mãe jamais me entregaria seu endereço! Além do que, eu não teria nada a lhe dizer. Você destruiu qualquer resto de confiança que eu poderia ter quando fugiu.


 


- Eu não fugi. Sinto muito, mas achei que as coisas seriam muito mais fáceis para você se eu não estivesse por perto. Aliás, seria muito difícil continuarmos próximos...


 


- Para você.


 


- Não, para nós dois. Eu estava com apenas dezoito anos, Gina. O que esperava que eu fizesse?


 


- O que poderia fazer? Bem, você deveria ir para Oxford em outubro, mas não foi. Queria fugir, então decidiu adiar sua ida para a faculdade. Deve ter sido muito divertido percorrer a Europa. Pelo menos, pôde livrar-se de mim e do que eu representava de um modo bem rápido...


 


- Não foi assim Gina.


 


- Bem, agora já não importa, não é? Não me importo com as intenções que tinha naquela época. E, pelo resultado de tudo, parece que fez bem a nós dois. Você aprender a tirar as fotos que o tornaram famoso e eu aprendi a viver sozinha.


 


Harry encarou-a por segundos.


 


- Por que tenho a impressão de que essa não é a história completa? – indagou em voz baixa. – Gina, eu esperava que pudéssemos falar claramente de tudo o que houve.


 


- É. Mas está muito atrasado, Harry. – Ela terminou de beber o vinho e encarou-o, fria. – se já terminou, acho que podemos voltar a Penmadoc.


 


 


 


 


Continua...


 


 


 


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