Decisões



Anny e Rony voltaram exatamente quando Merlin disse que chegariam, contaram a ele que enfrentaram apenas uma emboscada no caminho, e mesmo assim muito simples para eles poderem se preocupar, na volta não viram nenhuma movimentação de Malagaunt ou seus homens, Merlin disse que preferia que os outros chegassem e contassem como foi à viagem deles para dizer algo sobre o ocorrido, ou melhor, sobre o que não ocorreu.

Hermione e Gina chegaram pouco tempo depois de Anny e Rony, e também contaram que não tiveram problemas nem na viagem de ida nem na volta, e que só enfrentaram um feitiço que teria perdido o efeito se elas tivessem demorado um pouco mais para chegar.

Os quatro ficaram muito surpresos quando viram Sirius os esperando, e principalmente quando descobriram que ele havia feito o feitiço Tempus Reversis sozinho, pois era um dos feitiços mais complicados existentes na comunidade bruxa, Sirius ficou orgulhoso de si mesmo e perguntou quando Lince chegaria, Merlin disse que em breve como sempre, Sirius tinha perguntado todos os dias assim que via Merlin se Lince e os outros estavam perto de chegar. Por sorte Merlin tinha senso de humor e levava as perguntas freqüentes de Sirius na esportiva.

Foi somente uma semana depois da chegada de Hermione e Gina que Lince e Harry chegaram, apesar de não fazerem demonstrações publicas ficou claro pelo modo que Harry e Gina se olharam que não estavam mais agüentando de saudade, Lince quando viu Sirius ficou muito surpresa, Sirius não se aproximou muito de Lince no inicio porque Ônix não permitiu, sempre que ele tentava chegar perto de Lince o cavalo relinchava nervoso e esporeava o chão, Lince quando desmontou se deixou ser abraçada por Sirius, mas não fez qualquer menção de retribuir o abraço, ele pensou que ela estava brava por ele ter corrido tanto risco fazendo aquele feitiço e manteve certa distância.

Anny, Harry, Gina, Hermione e Rony tentaram perguntar mentalmente a Lince o porquê de sua atitude, mas ela fechou a mente e eles não tiveram escolha a não ser deixar que ela e Sirius resolvessem sozinhos seus problemas.

Quando Harry e Lince contaram para Merlin que eles também não tiveram problemas, a não ser por dois gigantes (a maioria das pessoas – cavaleiros andantes, que chegaram à corte pelos rumores que percorreram todas as terras de Camelot, reis e barões que haviam unido seus exércitos a Arthur – não acharam que dois gigantes eram pouca coisa como Lince e Harry faziam parecer). Merlin explicou o porquê de ter errado em suas premonições para todos da corte que estavam reunidos na sala da Távola Redonda.

- O futuro não é algo que esteja gravado num livro e seja impossível de ser modificado, as pessoas são donas de seus próprios destinos, quando nascem pouca coisa já está pré-definida, normalmente sua relação com os pais está um pouco mais clara, pois os pais já tem uma vida e um jeito de ser, para cada pessoa é imposto diversos desafios, para uns mais para outros menos, esses desafios normalmente estão mais ou menos claros no futuro da pessoa desde que ela nasce, mas o modo com a pessoa vai reagir a ele é quase totalmente impossível de prever. – falou Merlin, sua voz era professoral, do tipo que um professor fala quando tem que ensinar algo extremamente difícil para um aluno regular. – O que eu quero dizer é: as decisões de cada pessoa é que fazem o seu futuro, por exemplo, uma pessoa que tenha que enfrentar a morte de um ente querido, ela pode ter várias reações a isso, vai depender totalmente dela, eu vejo todos os modos possíveis dessa pessoa reagir, de acordo com o que eu já sei dessa pessoa, sou capaz de escolher o caminho mais provável…

- O que quer dizer, que você não sabia o que iria acontecer quando mandou seis jovens numa missão que poderia ter-lhes custado à vida? – perguntou o Arcebispo, ele não estava na corte quando a Armada de Merlin foi convocada, ele era extremamente contra qualquer envolvimento com magia, mesmo que fosse com magia “menos maléfica”, que era como ele definia a magia de Merlin e os bruxos que lutavam ao lado dele. Se o arcebispo estivesse na corte, ele teria tentado de todas as formas impedir que os bruxos fossem convocados, mas o mais provável é que Arthur daria permissão a Merlin mesmo assim, pois o Primeiro Conselheiro Real era Merlin e não o Arcebispo, e por causa disso a rivalidade entre Merlin e o Arcebispo era lendária, Merlin era o único que não dava importância ao Arcebispo e ele se ressentia disso.

- O que estou querendo dizer meu caro, é que a cada decisão tomada o futuro se molda em volta dessa decisão, por menor que ela seja todo o futuro muda. – retrucou Merlin, enquanto todos na corte se preparavam para mais uma batalha entre os dois maiores conselheiros de Arthur, o Sexteto e Sirius que não estavam acostumados com isso se entreolharam nervosos, e se Merlin se irritasse? Imagine o que ele poderia fazer com o Arcebispo.

- Então você não deve ser tão poderoso como diz ser. – falou o Arcebispo, que era um homem alto e gordo, de olhos escuros e sobrancelhas brancas e espessas, apesar de ser careca, do tipo de pessoa que passaria despercebida numa multidão se não fosse alguém importante.

- O que estou tentando dizer é que apenas não escolhi o caminho verdadeiro. – explicou Merlin, parecia estar falando com uma criança travessa, o que fez o arcebispo fazer uma careta de desagrado. – Eu vejo todos os futuros que as pessoas têm pela frente, o que cada decisão dessa pessoa pode fazer em seu futuro, eu chamo esses diferentes futuros de caminhos, quando eu prevejo alguma coisa eu apenas escolho o que me parece mais provável. Quando mandei esses jovens para essa missão sabia que havia dois caminhos mais prováveis, um em que Malagaunt se voltaria contra eles e mandaria praticamente todo seu exército contra o Sexteto da Morte… - o arcebispo tremeu ao ouvir o apelido dos seis, ele já sabia que eles eram chamados assim, mas ouvir tal apelido da boca de Merlin tinha um efeito amedrontador. – E o outro era que Malagaunt preocupado em reunir seu próprio exército os deixaria em paz, como pode ver, por mais que eu tenha errado eu escolhi o caminho certo.

- Como assim? – perguntou o arcebispo que não tinha entendido esse ultima afirmação, assim como quase todos os membros da corte.

- Simples. – interveio Lince, falando pela primeira vez desde que chegara e vira Sirius a esperando. – Ao nos avisar que Malagaunt podia estar nos esperando com diversas armadilhas, nos deixou de sobreaviso, prontos para qualquer ataque surpresa, se Merlin tivesse escolhido nos dizer que Malagaunt iria nos deixar em paz, nós não estaríamos preparados para o pouco que enfrentamos.

- Posso deduzir que a armadilha para Anny e eu não era para ter acontecido, vendo por esse ponto de vista é bastante simples a manobra de Malagaunt, ele poupou seu exército para as batalhas que virão ele sabia que se ficasse preocupado em nos deter acabaria perdendo muitos homens e isso o deixaria em maior desvantagem que já está. – falou Rony, tentando visualizar a manobra que Malagaunt fez. – Malagaunt não deve ter conseguido avisar os homens da primeira emboscada a tempo, assim eles tentaram emboscar Anny e eu, mas os outros foram avisados e não tivemos mais problemas. Isso também explica o feitiço que Gina e Hermione encontraram no caminho, aquele tipo de feitiço tem que ser renovado a cada uma hora, isso dependendo de quem o fez se for um bruxo não muito bom o feitiço teria que ser renovado em menos tempo ainda.

- Se é assim porque os gigantes atacaram o Barão de Antor? – perguntou o Arcebispo, pela primeira vez ele estava levando em consideração o que um bruxo falava, afinal estava claro para todos que Rony era um estrategista brilhante.

Rony não respondeu, tentando ver o que isso significava, ele realmente não entendia o que Malagaunt pretendia atacando apenas o Barão.

- Isso é fácil. – falou Hermione, desvendando como sempre facilmente o problema. – Malagaunt pode ter desistido de tentar impedir que os aliados do Rei Arthur fossem avisados, pois ele sabia que mais cedo ou mais tarde eles saberiam da guerra, ele não poderia evitar isso, e mesmo que pudesse diminuir o número de soldados que lutariam com o Rei ele também perderia muitos homens, afinal ele não tem bruxos suficientes para derrotar um exército inteiro. Mas isso não quer dizer que ele tenha desistido de diminuir um pouco a ajuda que Vossa Majestade pudesse conseguir, então ele escolheu dentre seus homens os que ele tinha certeza que não perderia, acho que ele não tem muitos gigantes disponíveis. – Hermione olhou em duvida para Lince, que concordou com ela. – Por isso mandou só dois. Malagaunt queria atacar o ponto fraco do Rei, seu pai e irmãos adotivos, mas não acho que Malagaunt achava que Harry e Lince chegariam a tempo de ajudar, ele não contava com a velocidade que eles viajaram.

- É o mais provável. – concordou Rony orgulhoso e meio divertido, sabia que todo aquele discurso de Hermione, era apenas para provar que ela era inteligente, ela ainda não lidava muito bem com o fato de ele ser melhor em estratégias de batalha que ela. – Malagaunt atacou o Barão não só por ele ser o pai adotivo de Vossa Majestade, mas também por estar mais distante do que qualquer outro reino, sendo assim qualquer ajuda chegaria tarde demais, Malagaunt deve ter pensado que mesmo que Harry e Lince chegassem a tempo de ajudar, os estragos já estariam feitos, e a maioria dos soldados já estariam mortos e com alguma sorte, Harry ou Lince também perderiam a vida tentando ajudar.

Todos concordaram com o que eles disseram Harry e Gina não comentaram nada, porque eram parte da força de ataque por assim dizer do Sexteto, Harry era um líder nato no campo de batalha e fora dele também, sempre se podia contar com ele para tomar decisões certas para os problemas enfrentados, mas não era muito bom estrategista, e Gina era uma guerreira nata, nas batalhas era a que mais tinha facilidade nas lutas, com movimentos mais leves que os outros, parecia estar dançando enquanto lutava, então sempre que havia discussão sobre estratégia eles deixavam para Lince, Rony e Hermione.

Já Anny também preferia deixar isso para quem melhor entendia do assunto, ela era melhor na defesa, sempre que necessário seria ela que cuidaria da retaguarda deles, dos ferimentos e principalmente da defesa do castelo, ela já fizera algumas modificações nas rondas de vigia do castelo que deixavam muito a desejar e cansavam sem necessidade os soldados, estes adoraram as modificações feitas por Anny, pois além de deixá-los menos cansados tinham que confessar que era bem mais seguro do jeito que Anny planejara, as rondas antes eram feitas por somente dois soldados que passavam a noite inteira acordados, os outros soldados ficavam nas torres olhando pelo terreno em volta do castelo, tentando ver alguma coisa na escuridão, mesmo durante o dia, havia pontos cegos na vigília.

Anny fizera com que a ronda fosse feita por vários soldados que se revesariam em três turmas durante a noite e em duas turmas durante o dia, os soldados foram divididos nas torres mais altas e nos muros, à noite quando o frio apertasse, eles teriam pequenas casinhas que já estavam sendo construídas nos muros do castelo, mas como era verão eles não precisavam ainda das casinhas, durante a noite todo o castelo teria archotes ligados em todos os cômodos, com exceção dos quartos, para que proporcionasse claridade aos soldados que agora não tinham que se esforçar muito para olhar ao seu redor.

Depois da ceia, quando estavam prestes a se levantar para dormir, o Arcebispo impediu a todos, começando um discurso.

- Tem uma coisa que está me deixando inquieto, e peço que me desculpem a indelicadeza. – o Arcebispo se dirigia ao Sexteto da Morte, eles se entreolharam e fizeram gestos para que o Arcebispo continuasse. – Como sabem essa é uma corte cristã, soube por Arthur que vocês são casais e queria perguntar se são casados de acordo com as leis cristãs, sei que se forem cristãos essa pergunta é muito ofensiva, mas eu preciso saber, afinal vocês estão começando a ser exemplos para todos, podem não ter percebido, mas os membros dessa corte já não vêem com maus olhos vocês, não tanto como antes, em grande parte por minha influencia, vocês vieram de muito longe para ajudar e não acho justo que sejam maltratados, espero que isso amenize um pouco a minha pergunta indiscreta.

- Não se preocupe o senhor não nos ofendeu. – respondeu Harry com um pequeno sorriso no rosto, lembrando-se do fato que seu padrinho e sua madrinha moraram anos juntos sem se casarem, isso seria muito escandaloso caso um dia descobrissem. – Todos somos casados… de acordo com as leis bruxas, eu e Gina nos casamos também de acordo com o cerimonial das Sacerdotisas Elementais.

Todos os outros membros do sexteto (menos Gina) e Sirius olharam para Harry, as expressões deles eram de duvida.

- O que? – perguntou Harry sorrindo. – Shinaya fez questão de celebrar nosso casamento quando viemos pela primeira vez e a mãe da Gina me mataria caso descobrisse que eu casei com ela sem a sua presença.

- Nada não. – respondeu Lince sorrindo ironicamente, afinal o afilhado escondera seu casamento sem motivo algum e ainda achava que não era nada de mais.

- Então peço que me desculpem mais uma vez, pois tenho que pedir que parem de dormir juntos, pelo menos até que eu poça celebrar o casamento de vocês de acordo com as leis cristãs. – pediu o Arcebispo, não era exatamente um pedido era mais uma ordem, ao seu lado Merlin segurava o riso, ele tinha acabado de prever o que aconteceria ali e não havia vários caminhos possíveis, estava bastante claro o que Lince falaria, e sem surpresa alguma, Lince começou a falar, segundos depois de digerir o pedido.

- Eu estou me mantendo longe dele. – ela apontou para Sirius. – Para não agarrá-lo em publico e você me pede para não ficar com ele? Vai sonhando, Sirius vem.

Lince saiu da sala da Távola Redonda sem esperar resposta do Arcebispo que a olhava mortificado, os outros membros da corte estavam divididos entre chocados e divertidos (principalmente os homens). O restante do sexteto tentava segurar o riso, afinal a cara de espanto de Sirius era cômica.

- Ela não estava brava comigo? – ele perguntou olhando para Harry e os outros.

- Acho que não. – respondeu Anny sorrindo marotamente. – E se bem conheço a Lince é melhor você ir logo ao encontro dela.

Sirius coçou um pouco a cabeça, estava meio desorientado, e seguiu para a saída da sala, assim que ele saiu Harry e os outros não conseguiram segurar a risada, assim como Merlin e uma das damas de companhia de Guenevere, a dama em questão era Viviane.

- Qual é a piada? – perguntou trovejante o Arcebispo, ele realmente estava nervoso.

- Bem, eu pensei que era bem óbvio, mas também tem o fato de que nós já nos acostumamos ao jeito de ser da Lince. – ponderou Harry ainda com um sorriso no rosto. – E também tem o fato que ela e Sirius estão juntos desde que tinham quatorze anos e mesmo assim Sirius não consegue prever o que ela fará.

- Isso não é grande coisa. – discordou Gina sorrindo. – Nós compartilhamos a mente dela e mesmo assim não sabíamos que ela estava… her, se segurando para não agarrar o pobre Sirius.

Todos riram juntos novamente, naquele momento até os membros da corte se uniram as risadas, é claro que havia alguns que eram conservadores demais para ficarem de alguma forma divertidos com aquilo, mas a maioria se juntou aos risos.

- Mesmo depois dessa demonstração de… - o Arcebispo não conseguiu encontrar uma palavra ofensiva suficiente e por isso continuou. – Eu insisto que vocês se casem de acordo com as leis e crenças dessa corte.

- Não vemos problema algum nisso, mas será que você não vê que estamos numa guerra, e que existe coisas bem mais importantes que isso para nos preocuparmos? – perguntou Harry.

O Arcebispo se manteve irredutível, e levando em consideração o que tinha acontecido ali, o Arcebispo marcou a cerimônia para o próximo mês, não era rápido o suficiente de acordo com ele, mas era melhor do que nada, a cerimônia foi simples se considerado o fato de estarem em uma corte real, mas tudo havia sido decidido muito em cima da hora, o casamento foi emocionante para muitos, principalmente nos votos que eles fizeram, Harry e Gina repetiram os votos do casamento bruxo deles, e os outros fizeram o mesmo.

Anny foi à única madrinha de todos, ela ficou ao lado de Merlin que foi o padrinho de casamento de todos eles, Viviane ficou triste de não poder estar ao lado de Merlin, mas entendeu que era impossível.

No dia depois do casamento foi feita mais uma reunião agora para conversar sobre algo mais sério, cada vez mais boatos de que Malagaunt tinha espiões na corte eram mais comentados e isso estava preocupando não só o rei, mas a todo mundo.

Merlin não conseguia prever quem eram os espiões, pois apesar de pouco poder interferir nos poderes de Merlin, Malagaunt estava tendo algum sucesso, e apesar de saber usar legilimência ele preferia não usar, dizia que além de ser invasão de privacidade, ele preferia usar os poderes que estavam disponíveis ali no passado, não só por não querer interferir no futuro, como também por seu sentido de honra, não era justo usar algo que não estaria disponível a ninguém do passado, já bastava à clara vantagem que ele levava de qualquer criatura mágica existente, as Sacerdotisas da Lua eram as únicas que chegavam perto de seus poderes, mas mesmo assim ele era mais poderoso.

Já Lince não era tão nobre assim e entrava na mente dos outros sempre que possível, mas desistiu quando começou a ver o que não queria, muitas das damas de companhia de Guenevere e várias outras mulheres da corte, inclusive casadas e servas, tinham sonhos nem um pouco inocentes com os bruxos ali presentes, ela inclusive viu que vários desses sonhos eram relacionados à Sirius, que era o mais sociável de todos eles, Sirius era muito brincalhão e simpático e despertava nas moças muitos sentimentos pecaminosos, o que foi motivo para Lince ter que se segurar para não fazer nada a nenhuma delas.

E também ver seu afilhado, alguém que ela considerava seu filho beijando outra mulher que não fosse sua esposa não era nada legal, mesmo que fosse somente em delírios de moças que não tinham mais o que fazer, sem falar é claro das vezes que Lince descobriu que ela e as outras bruxinhas também eram vitimas de tais sonhos, os homens podiam ser bem criativos nesse sentido, com menos de uma semana Lince se viu obrigada a parar de entrar na mente dos outros, já estava ficando enjoada de tanto que ela via a si própria e os outros nos braços de outras pessoas.

Na reunião estavam os principais lideres dos aliados de Arthur e vários cavaleiros andantes, que a cada dia chegavam em maior número a corte, esses cavaleiros eram nobres, a maioria era de filhos mais novos dos nobres que se encontravam naquela sala, como filhos mais novos eles não tinham direito ao reinado ou baronato dos pais, então escolhiam uma vida de glórias para compensar isso, mas muitos primogênitos também faziam parte dos cavaleiros andantes, mas esses logo se viam obrigados a deixar essa vida para ocuparem seus lugares de reis e barões.

- Estamos aqui para discutir um assunto sério. – começou Arthur. – Todos estão cientes do boato que corre nas nossas cortes, o mais forte deles é que o Cavaleiro Negro, o braço direito de Malagaunt é um de nós.

- E você acredita nisso Majestade? – perguntou Sir Mordred, ele era um dos cavaleiros que eram filhos de nobres, no caso dele ele era mais velho que o herdeiro de seu pai, mas era um filho bastardo e por isso não tinha direito ao ducado, ele era filho ilegítimo do Duque de Tintangel, logo era meio-irmão de Morgana, mas era ela quem tinha o direito as terras de Tintangel, por ser filha legitima e ainda ser meia-irmã de Arthur, Igrane era mãe de Arthur e Morgana, Arthur era filho de Uther Pendragão, e Morgana era filha do Duque de Tintangel assim como Mordred, sendo assim Mordred era meio-irmão de Morgana, mas não tinha nenhum parentesco com Arthur.

- Infelizmente acredito que possa ser verdade Mordred. – disse Arthur com pesar. – O Cavaleiro Negro esconde seu rosto em seu elmo negro, por que ele esconderia seu rosto se não fosse um espião?

- Talvez ele seja desfigurado. – opinou Sir Govã, ele era filho de Loto de Orcania (morto na batalha contra Vertigeiro, ele era aliado de Arthur) um nobre que foi casado com a filha mais velha do Barão de Antor (filha da primeira esposa do Barão), Arthur tinha grande amizade com Govã, pois ele era filho de quem até pouco tempo ele acreditava ser sua meia-irmã, mas o melhor amigo de Govã era sem duvidas Lancelot, que também era mentor e professor de Govã.

- O mais provável é que aquele que chamam de Cavaleiro Negro, por causa de sua armadura negra, seja realmente um espião, ele se movimenta como um cavaleiro daqui, vocês sabem tão bem quanto eu que os Cavaleiros da Távola Redonda são os melhores guerreiros de toda a Bretanha, e que o modo de lutar de vocês não é fácil de ser copiado, o que é uma prova quase irrefutável de que este cavaleiro é um Cavaleiro da Távola, talvez ele esteja aqui entre nós, disfarçado de amigo. – falou Arthur olhando cada um dos presentes com pesar, estava claro para todos ali que Arthur não pretendia ofendê-los com insinuações, que mais do que ninguém Arthur odiava pensar que algum deles era um espião.

Merlin que ainda não tinha se pronunciado percebeu que não era só ele que prestava atenção nas palavras e gestos de todos ali presentes, Lince também olhava com interesse cada mínimo gesto de cada um dos presentes, ela estava estudando todos para tentar descobrir quais eram os espiões, já que tudo que ela conseguiu entrando na mente deles eram pesadelos com as imagens que ela havia visto.

- E porque estamos fazendo essa reunião? Pretende fazer com que todos fiquem de olho uns nos outros? Causando um clima de desconforto e desconfiança em todos? – perguntou Sir Garlot, um barão sem fortuna que também era cavaleiro, à Arthur.

- De forma alguma Garlot! – exclamou Arthur revoltado com tal insinuação, ele apesar de jovem já tinha aprendido há muito tempo que a união faz a força, sabia que era imprescindível que todos ficassem juntos e lutassem por um ideal, se todos ficassem separados desconfiados uns dos outros, tudo estaria perdido e injustiças seriam cometidas. – Eu quero renovar os votos que cada um de vocês fizeram para se tornarem Cavaleiros, quero que cada um de vocês sejam lembrados de suas promessas e as renovem, devem concordar que devido as circunstancias é um pedido razoável.

Eles concordaram com Arthur e todos prometeram renovar seus votos de cavaleiros, o que incluía uma vigília noturna e uma missa na capela do castelo, que era mais uma igreja que uma capela, também tinha a sagração de cavaleiro perante o rei, isso é claro havia sido cortado do itinerário, já que todos já eram cavaleiros, mas o Arcebispo lembrou-se que o sexteto e Sirius não haviam jurado lealdade ao Rei, eles eram fiéis apenas a Merlin, o sexteto e Sirius mesmo não entendendo muito bem o motivo para tanta besteira, já que não era um simples juramento, uma missa e uma vigília que os faria não querer trair Arthur, mas mesmo assim resolveram fazer o que lhes foi pedido.


Laurenita: obrigada por desejar feliz natal e espero que seu natal tenha sido maravilhoso e que o ano novo seja perfeito. À quem as sacerdotisas serão leais é segredo, isso será revelado mais tarde, mas espere grandes surpresas envolvendo Morgana, e eu espero que goste deste novo capítulo também, acho que meus outros leitores estão viajando, hehehe, beijo e obrigada por comentar.


Desculpem por não ter postado segunda, pois eu não consegui terminar, eu terminei esse capítulo hoje e por isso desculpem qualquer erro, beijos a todos.

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