O Baile
O que poderia dar errado num baile? Era o que eu me perguntava enquanto andava de um lado para o outro no meu quarto, estava preocupado com o que poderia ter divertido Merlin, às vezes o que ele achava engraçado era vergonhoso para qualquer um, e eu não podia passar vergonha na frente de Eqbert, ele poderia ser de grande ajuda nessa guerra, e tudo o que eu não preciso é de que esse homem vire meu inimigo…
- Arthur! – chamou Guenevere gentilmente, eu me virei para ela e prendi a respiração, ela estava linda, o vestido branco com bordados azuis bem claros, lhe dava um ar angelical, maior do que o que ela já tinha, eu sempre comparei Guenevere com um anjo vindo do céu só para me ajudar, e aquela roupa realçava mais ainda essa impressão. – Não fique tão preocupado. Por mais que o humor de Merlin seja duvidoso, ele jamais iria arriscar uma possível aliança só para se divertir.
- Eu sei amor. – falei a puxando para um abraço, buscando um pouco de conforto e de sua confiança, ela passou a mão em meus cabelos alisando-o, como minha mãe de criação às vezes fazia quando eu era criança. – Eu sei que tudo vai dar certo, mas tremo só de pensar no que vai acontecer que será tão engraçado para Merlin.
- Depois de tudo que já aconteceu, duvido que seja algo surpreendente. – Guenevere disse com riso na voz, eu me afastei e a olhei confuso. – Nós já vimos muita coisa, não acho que algo consiga ser assim tão surpreendente.
Eu não pude deixar de rir, me sentia muito mais calmo agora, apesar de ainda estar um pouco apreensivo, no entanto, Guenevere tem toda razão, não posso ficar dessa forma, Merlin era confiável, seja lá o que acontecesse não seria algo com que me preocupar… ou assim espero.
___________________________________________________________________________________________
O baile transcorria normalmente, eu estava mais tranqüilo, as mulheres do Sexteto (para minha sorte) resolveram se vestir como as mulheres da corte, foi um choque para todos quando elas entraram com vestidos sem decote algum e de saia rodada, eu pensei que tudo estava bem, até ver que Merlin se segurava para não rir, eu tinha certeza que ele estava tendo uma visão, e o pior de tudo é que ele olhava de Eqbert para Lince, com certeza nada de bom sairia disso.
Eu olhei atentamente para Eqbert, ele era ruivo, não um ruivo pulsante e vermelho como o de Rony e Gina, era um ruivo quase laranja, sua barba era comprida até a altura do peito e seus cabelos também eram longos, dando a ele o ar selvagem característico dos saxões, o rosto dele era severo, do tipo de pessoa que te surpreenderia se mostrasse um sorriso, era corpulento, musculoso como eu imaginaria que os gladiadores da antiga Roma seriam, ele estava entretido conversando com Mordred, sua esposa, a silenciosa Nara que estava logo atrás dele, parecia ser muito tímida, ou talvez não seja permitido a uma mulher saxã conversar perante homens, eu vi com certo receio Lince (que até então estava concentrada conversando com Lancelot e Sirius) se virar repentinamente para o mesmo lugar que eu antes observava.
Eu me virei novamente para olhar Eqbert e percebi para meu terror (Lince iria matar ele) que o homem estava gritando com a esposa por ela ter ficado perto demais dele, fazendo com que ele derrubasse o vinho no vestido dela, ele bradava que agora ela teria que trocar de roupa, e perguntava para ela (ainda gritando) o que nós pensaríamos de uma mulher que não sabe nem continuar com a roupa limpa durante um baile inteiro, ele estava a humilhando, e eu mesmo não tendo muito tempo de convivência sabia que as mulheres do Sexteto (que ainda não haviam sido apresentados, eu achei melhor dizer a Eqbert que o Sexteto possuía integrantes mulheres mais tarde, bem depois de formarmos uma aliança, ao que parecia Eqbert acreditava que todos os membros eram homens, com dois tendo nomes afeminados – Gina e Hermione – afinal, Lince podia ser um apelido tanto masculino, quanto feminino) odiavam quando tratavam as mulheres mal, eu já tinha percebido que a maioria dos nobres – principalmente os que já estavam na corte desde que os bruxos chegaram – mudaram bastante o modo de tratar suas esposas.
Para meu total desespero Lince, demonstrando todo seu ódio ao caminhar pisando duro até Eqbert (que até aquele momento não tinha percebido o perigo que estava correndo), parou em frente a ele e falou:
- Você e eu, lá fora. – o tom que ela usou era tão mortífero, que até Eqbert que não fazia a mínima idéia de quem era ela, tremeu. – Escolha as armas.
Eu tinha certeza que o sangue de todo o meu corpo tinha evaporado, Lince arrancou o vestido que estava usando, por baixo ela usava uma de suas calças super-apertadas e uma blusa sem alças, tudo no tom preto, a espada dela estava presa numa bainha que se encaixava perfeitamente no cinto também preto que ela usava… aquilo não ia prestar.
PV de Lince
Eu tinha a impressão de que aquele baile não ia ser agradável desde que ouvira falar dele pela primeira vez, e agora eu sabia o porquê disso, quem aquele idiota pensa que é para tratar a pobre moça daquele jeito? E o pior é que eu sabia que ele fazia isso constantemente, e não precisava nem ler a mente da garota para saber disso, bastava ver a fisionomia dela, é obvio que ela estava envergonhada, mas havia um quê de resignação, que só alguém que já tinha passado pela mesma situação vezes demais para prestar muita importância ao ocorrido, teria.
Irritada como poucas vezes estive em toda minha vida eu fui pisando firme até o babaca, eu não me importava se ele era ou não um rei, eu não estava nem ligando que ele era um possível aliado, tudo que podia pensar era em dar uma lição naquele sujeitinho antipático.
- Você e eu, lá fora. – falei tremendo de raiva, fiquei feliz ao ver que meu tom assustara aquele arrogante. – Escolha as armas.
Dizendo isso eu sai arrancando aquele vestido idiota do meu corpo, por causa do meu mal pressentimento eu havia vestido roupas mais adequadas para um combate por baixo. Vi alguns vultos indistintos de pessoas nervosas, eu não dei importância a isso, não me importava com mais nada naquela hora, eu estava cansada de toda aquela pose esnobe e superior que os homens usavam, até com nós mulheres do Sexteto ainda haviam idiotas que insistiam em nos tratar mal, como por exemplo o Ferdinand, ele ainda não tinha percebido que eu podia me defender sozinha (ou se negava a entender), por isso sempre me tratava como a mais frágil boneca de porcelana, preciso dizer que eu odiava isso?
Quando cheguei ao pátio vi para minha alegria que o cara tinha me acompanhado, ele parecia confuso e entrando na mente dele descobri que ele só me seguiu por ter gostado até demais das minhas roupas, eu bufei de irritação, eu devia estar com TPM, ou talvez (o que eu acho mais provável), estava frustrada com todos os problemas que esta guerra estava acarretando, era um jogo psicológico muito complicado, eu estava basicamente medindo minha inteligência com a de Malagaunt, e o fato dele ter machucado Ivana me fez ficar a beira de um ataque de nervos, e a cena que eu tinha acabado de presenciar só fez toda minha raiva subir a superfície.
- E então? – eu perguntei ao idiota que apenas me olhou confuso, ele até aquele momento estava encarando descaradamente meus seios, isso (se é que é possível) só me deixou mais irritada. Mais rosnando do que falando eu disse: – Que arma você quer usar?
- Como assim? – perguntou ele atordoado.
- Caso ainda não tenha percebido, eu acabo de te chamar para um duelo. – eu falei e ele arregalou os olhos, desviando suas vistas para Arthur como a pedir ajuda. – Não se preocupe, eu não vou te machucar… muito.
Ele me olhou com superioridade, é claro que eu sabia que ele tinha olhado para Arthur na esperança que ele dissesse que eu era uma louca e que não desse importância ao que eu falava, no entanto, preferi fingir que ele tinha o olhado por medo.
- Eu não tenho medo de você. – rosnou ele, eu pude sentir mais do que ver os súditos de Arthur prendendo a respiração de medo, os outros membros do Sexteto e Sirius apenas observavam calados, eles sabiam que não era inteligente se meter comigo quando eu estava tão irritada.
- Melhor ainda. – eu falei. – Merlin.
- Sim? – ele perguntou risonho, de todos ali ele era o único que parecia não se preocupar nem um pouco com o que estava acontecendo, na verdade ele parecia estar se divertindo bastante com a situação toda.
- Bloqueie minha magia. Eu não preciso dela para vencer ele. – olhei com o maior desprezo possível para o homem a minha frente que agora aparentava estar começando a se preocupar.
- Você vai ficar vinte e quatro horas sem ela. – alertou Merlin.
- Eu sei. – pela primeira vez eu desviei meus olhos do idiota e olhei para Merlin. – Mas não quero que haja dúvidas quanto ao meu mérito.
- E o que te faz pensar que pode me vencer sem trapacear? – perguntou o idiota (eu me recuso a falar ou pensar no nome dele, para mim ele é só um imbecil).
Eu dei um sorriso torto de escárnio para ele, o que pareceu deixá-lo furioso, pois ele sacou a espada e veio se colocar a minha frente. Merlin com toda a calma do mundo veio até nós e executou o complicado feitiço que bloquearia minha magia por vinte e quatro horas.
- Lancelot. – eu chamei, o cavaleiro que até aquele momento apenas observava apreensivo se postou ao meu lado, talvez achasse que eu queria que ele lutasse por mim. Eu o olhei em dúvida, mas ao que parecia ele só estava ansioso para ajudar. – Pode me emprestar suas espadas?
Já fazia algum tempo que eu e Lancelot estávamos treinando juntos em segredo, ele queria aprender a lutar com duas espadas ao mesmo tempo, e eu não vi problema em ajudá-lo, mas como nem eu nem ele gostamos muito de chamar a atenção, preferimos guardar para nós mesmos nossos treinos.
- Mas você tem uma espada. – falou o idiota (o saxão, Lancelot não era idiota) apontando para a minha espada que estava na bainha.
- Eu sei disso. – disse e como se fosse a coisa mais óbvia do mundo acrescentei. – Mas eu coloquei feitiços defensivos nela e as do Lancelot não tem nenhum.
Lancelot me ofereceu suas espadas sem problema algum, o que era estranho, não que eu tivesse duvidado em algum momento que ele as emprestasse, mas para os guerreiros daquela época as espadas eram como membros da família, às vezes mais bem cuidadas do que qualquer pessoa da família, mas Lancelot entregou suas espadas sem hesitar, eu peguei a minha e lhe entreguei, ele pareceu surpreso e honrado ao pegá-la.
Eqbert me olhava com desdém, acho que ele ainda não entendeu o que significa ser parte do Sexteto da Morte, mas eu ensinaria a ele com todo prazer do mundo, mas pensando melhor, eu acho que ele não fazia a mínima idéia de que eu era parte do Sexteto, ele devia ter se informado melhor.
O primeiro movimento foi do idiota, ele veio de frente, sem o menor cuidado, a guarda baixa, eu poderia ter acabado com a luta naquele momento, mas eu não queria matá-lo, queria humilhá-lo o bastante para tirar aquele sorrisinho convencido do rosto dele, eu desviei facilmente do golpe batendo a espada (o meio dela) em sua barriga, ele ficou surpreso e furioso, ele olhou para os lados e eu não precisava ler sua mente para saber o que ele estava pensando, o idiota queria ver se alguém estava rindo dele, é claro que ninguém ria, todos sabiam das minhas habilidades e sabiam que eu venceria.
Eqbert pareceu reavaliar-me, começamos a girar vagarosamente, analisando-nos, eu esperava o próximo passo dele, que não demorou muito, os saxões não são conhecidos pela sua paciência, ele me atacou, agora tendo cuidado para não ficar de guarda baixa, eu desviei do golpe e desferi um pela esquerda dele, ele desviou com dificuldade e voltou a golpear visando minha cabeça, eu me abaixei e tentei desferir um golpe em sua perna, ele pulou e se jogou sobre mim, a espada em punho, eu girei para a direita ainda um pouco abaixada, me levantei e golpeei visando suas costas, ele se virou e defendeu com a espada, trocamos mais alguns golpes sucessivos.
Modéstia a parte, eu não estava me esforçando muito, mas preferi não demonstrar muito isso, afinal eu não queria um inimigo para o resto da vida, ele provavelmente ficaria furioso quando eu ganhas…
Aquela sensação…
Eu defendi um golpe de Eqbert e girei a espada, fazendo com que ele soltasse a dele e a peguei no ar.
Andei até a muralha do castelo subindo até onde ficavam os vigias, não havia nada…
Mas eu sabia que estavam vindo, eu não tinha mais meus poderes mágicos para dizer quem eram, mas o instinto ainda estava ali, forte, pulsante, e eu sabia que providencias deviam ser tomadas.
- Harry! – eu gritei me virando, meu afilhado veio até mim correndo.
- O que houve? – perguntou ele olhando para fora e não vendo nada alarmante, ele voltou seu olhar para mim em duvida.
- Vamos ser atacados. – falei.
Um segundo, foi o que pareceu transcorrer até que Harry entendesse e tomasse conta da situação, ele era o general, era ele quem sempre comandava tudo e eu esperei as ordens dele, não que eu não pudesse dá-las, mas eu tenho que confessar que no campo de batalha Harry era um comandante melhor que eu, fazer o que? Eu preferia lutar. E nós já tínhamos instruído Harry o suficiente, para que mesmo sem memória ele soubesse o que fazer.
- Escutem todos. – ele gritou, mas ele olhou para fora novamente e viu as diversas tropas de tantos reinos ali acampadas, eles não podiam ser pegos de surpresa, Harry murmurou um feitiço que fez a voz dele se ampliar o suficiente para todos ouvirem, com a diferença que apenas quem ele quisesse pudesse ouvi-lo. – Seremos atacados em breve, não sei por quem, por isso temos que estar preparados para tudo.
Houve um breve tumulto, mas todos pararam de falar assim que Harry retomou a palavra.
- Gina, você vai precisar ficar e cuidar da proteção do castelo. – falou Harry, Gina lhe olhou furiosa, mas ele acrescentou rapidamente. – Lince não tem mais seus poderes mágicos, Anny tem que ajudá-la, e você é a única que controla a água.
Eu não entendi muito a última parte, como controlar o elemento água faria Gina proteger o castelo melhor que os outros? Mas o argumento surtiu efeito, pois Gina concordou e fez a espada, que ela tinha acabado de sacar, desaparecer novamente.
- Rony você deve ficar na retaguarda, próximo aos portões, se algum bruxo passar por mim, Lince e Anny, você terá que dar conta dele. – Rony concordou e Harry continuou. – Lancelot se me permite, gostaria que desse apoio a Rony. - Lancelot ficou surpreso, mas concordou. – Sirius, dê apoio a Rony também. Arthur e os outros reis, barões e lordes, se me permitem gostaria de reorganizar as tropas.
Houve um grito geral de aquiescência, o que mais me surpreendeu foi que Eqbert também concordou, então ele não estava com muita raiva de mim…
- As tropas que estão do lado de fora, quero que se reorganizem em dois grupos, um que defenderá os portões e outro que ficará na frente de batalha. – as tropas se organizaram prontamente, algumas das tropas tinha começado a treinar e a se preparar somente quando chegaram a corte de Arthur, por isso resolveram ficar guardando os portões, as mais preparadas, ficaram na frente de batalha. – A linha de frente terá três comandantes principais, eu, Lince e Anny, os nobres responsáveis por elas, se quiserem podem tomar a liderança, mas peço que não tomem nenhuma decisão precipitada. – todos os nobres preferiram deixar Harry e nós cuidarmos de tudo. – As tropas que guardarão os portões, não devem se adiantar, custe o que custar, lembrem-se que vocês serão a ultima resistência entre os nossos inimigos e Camelot.
Terminando assim suas ordens para os soldados, Harry organizou os arqueiros.
- Os arqueiros devem esperar meu sinal. - mandou Harry. – Gina dirá quando devem começar a atirar, não desperdicem flechas atirando antes da ordem dela, nós não sabemos quantos inimigos são, então não podemos desperdiçar oportunidades de derrotá-los.
- Diga a meus soldados que se juntem as tropas de Arthur. – falou Eqbert, todos ficaram surpresos, afinal ele tinha acabado de ser derrotado por uma mulher, o que para um saxão deveria ser a pior coisa que poderia acontecer, mas eu é que não ia falar nada.
- O rei Eqbert manda que suas tropas se juntem a batalha com os homens de Arthur, escolham a posição que lhes agrade mais. – falou Harry, murmurando logo depois o contra-feitiço.
Houve alguma baderna para a organização das tropas, mas nós (os comandantes), conseguimos organizar tudo, eu estava preocupada, não gostava da idéia de lutar contra bruxos sem minha magia, se fossem os bruxos do futuro eu não me importaria, já que sem a varinha eles não conseguem fazer nada, o problema é que os bruxos dessa época sabem empunhar a espada tão bem quanto a varinha.
Anny se postou ao meu lado, nós do Sexteto (com a exceção óbvia da Gina) estávamos todos montados, assim que nos posicionamos nos nossos lugares, eu finalmente entendi o que o Harry falou sobre controlar a água, Gina fez um enorme escudo mágico com a água, ela a congelou até que virasse uma grossa camada de gelo, e eu não precisava de meus poderes para saber que tinha magia super poderosa junto com o gelo.
E eu que pensei que já tinha visto de tudo.
PV do Harry
Minha madrinha estava sorrindo, mas eu estava preocupado, Lince estava sem os seus poderes, ela era muito boa com a espada, mas eu temia por sua vida, tentei me acalmar um pouco lembrando que ela tinha Anny para cuidar dela, e eu também a ajudaria no que pudesse.
Não tivemos que esperar nem cinco minutos e já começamos a ouvir barulhos de tropas marchando, tambores soavam alto, gritos falando em uma língua estranha ressoavam nos nossos ouvidos, apesar de muitos os soldados de Arthur começaram a temer o inimigo, o que não era nada bom, não importa contra o quê ou quem se está lutando, a pior coisa que uma pessoa pode fazer é entrar numa batalha pensando que vai perder.
- Morte! – gritou minha madrinha, acho que Anny usou o feitiço sonorus em Lince, mas o que ela estava pensando para gritar pela morte?
- Morte! – ouvi Gina e Anny gritando em resposta.
Rony e Hermione também gritaram, Sirius foi o ultimo, eu mesmo hesitante os segui, temi que tivéssemos amedrontado as pessoas mais do que elas já estavam, no entanto teve o efeito contrário, os soldados tinham uma chama nova em seus olhos, eu entrei em algumas mentes próximas e vi o que eles pensavam, se nós comandantes não tínhamos medo de morrer, porque eles teriam?
- Morte! – ouvi Lancelot gritar, e mesmo sem o auxilio de um feitiço sua voz soou longe.
- Morte! – quem gritava agora era Arthur que vinha cavalgando num enorme corcel branco, o animal era magnífico, tinha uma nobreza nata.
Logo todos estavam gritando o mesmo que nós, então eu lembrei da ultima vez que ouvi esse mesmo grito de guerra, também estávamos de frente à um castelo, estávamos em menor número, e haviam criaturas grotescas do lado inimigo, mas depois desse grito de guerra ninguém tinha mais medo, pois já não se importavam de morrer, era melhor lutar do que ser vencido por aquele homem com cara de cobra, que eu sabia se chamar Voldemort.
Perdido em minha lembrança eu demorei a ver que nossos inimigos não eram os soldados de Malagaunt, eram saxões, mas eu sabia que havia um dedo de Malagaunt nessa historia, quando os saxões estavam perto o suficiente eu levantei minha espada, o sinal de que os arqueiros podiam lançar suas flechas, logo o céu ficou negro com a quantidade de flechas que foram lançadas, a sombra escura passou por nós e foi parar entre os saxões que continuaram a seguir em frente sem cuidado algum com os corpos dos mortos e feridos, os pisotearam sem hesitar, aquilo me deixou enojado, mais uma leva de flechas foi lançada e mais saxões caíram mortos, sendo eles pisoteados pelos que vinham atrás, os que estavam a frente começaram a correr para não ter o risco de serem acertados pelos arqueiros, eles sabiam que quando alcançassem nossas tropas os arqueiros iriam parar de atirar.
Eu estava na primeira linha de ataque, um dos poucos que estavam a cavalo, apenas os nobres montavam em cavalos para lutar naquela época, os saxões sabiam disso e por isso atacaram primeiro aqueles que estavam montados, vi pelo canto do olho enquanto me defendia de múltiplos ataques, que apenas eu, Lince, Anny e Heitor lutavam bem montados, os outros nobres não eram muito bons nisso e com toda certeza seriam mortos.
Desmontei e mandei Fire voltar para o castelo, ele não gostou muito, mas obedeceu, logo que viram que eu estava no chão os outros me acompanharam, vi a espada de Lince se dividir em duas, eu pensei que era necessário magia para ela poder fazer isso, mas talvez só o objeto enfeitiçado fosse necessário… era melhor eu me concentrar na batalha.
Um homem grande e gordo veio em minha direção, nas mãos ele segurava um machado já ensangüentado das primeiras vitimas, ele atacou como Eqbert fizera com minha madrinha, de frente e de guarda baixa, eu só precisei me desviar do machado e enfiar minha espada em seu coração, me senti enojado com aquilo, como não tinha memória, aquele homem havia sido o primeiro que eu matara, mas eu não tive tempo de lamentar, outro inimigo se aproximava, eu me preparei…
Gente... adianta pedir perdão? Acho que não, nem vou tentar dizer todos os problemas que me levaram a demorar tanto para postar, mas de uma coisa podem ter certeza, eu não vou fazer mais isso, o próximo capítulo só precisa ser editado (mas só vou postar na segunda), por isso não me matem, afinal vocês querem terminar de ler a fic não é?
Gian: obrigada, é sempre bom saber que alguém me acha uma boa escritora, desculpe a demora do capítulo.
Laurenita: eu nunca esqueceria de vocês, e o que vai acontecer no baile, tá aí a resposta, quanto ao Harry... aguarde, desculpe a demora para postar.
Silvia: realmente estava muito parado, mas eu vou corrigir isso... aguarde o próximo capítulo, desculpe a demora para postar.
Prika: no próximo capítulo provavelmente a Ivana vai aparecer e vai ficar mais claro o que aconteceu com ela, e não tem problema você não poder estar sempre comentando, o importante é você ler e de vez em quando comentar, desculpa a demora para postar.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!