Alguns Planos de Lince
Harry se manteve durante alguns minutos diante da porta do quarto que um dia já fora dele e de Gina, mas que agora só ela ocupava, desde que soubera das tentativas da Dama de Camerliad de conquistá-lo, que Gina não falava direito com ele e nem o deixava se aproximar, ele não conseguia entender que culpa ele tinha da mulher ter tentado conquistá-lo, tudo bem que ele não tinha percebido qual era o interesse de Camila, mas isso não era motivo para que Gina o ignorasse como estava ignorando.
Gina era a mulher da vida dele, disso ele tinha certeza, desde que a vira pela primeira vez, cavalgando em sua direção que ele sabia que a amava. Harry se sentia muito mal por não se lembrar da vida que ele teve ao lado de Gina, quem sabe assim ele saberia o porquê dela estava tão brava, mas esse não era o motivo para ele querer falar com ela, na verdade ele estava confuso e preocupado, tudo bem que ele era um bruxo, mas ele tinha certeza que não era normal, bruxos sentirem quando outros bruxos estão com problemas (ou pelo menos era isso que ele achava).
Sem hesitar por mais tempo, Harry bate na porta do quarto e espera um momento até que Gina o mande entrar, ele fica surpreso quando ela fala seu nome antes de vê-lo.
- Como sabia que era eu? – pergunta Harry surpreso.
- Bem, fora você, apenas meu irmão bateria antes de entrar no quarto. – explicou Gina, ela estivera sentada numa poltrona lendo um livro de defesa contra as artes das trevas, que ela encontrara na biblioteca. – E eu sei que meu irmão está se divertindo um pouco com a Mione no quarto deles.
Harry fica vermelho quando percebe o que a palavra “divertindo” significa, mas Gina cai na risada.
- Harry, acho que você não percebeu o sarcasmo na minha voz. – comenta Gina depois de parar de rir. – Mione está fazendo umas pesquisas sobre magia druida e ela obrigou Rony a ajudá-la.
- E o que tem de engraçado nisso? – perguntou Harry confuso, afinal ele sabia que não era o fato dele ter entendido errado e corado o único motivo para que Gina risse.
- Ah é, você não se lembra. – Gina fala baixinho, e Harry percebe a dor que existe por trás dos olhos dela, mesmo com toda a confusão dos últimos dias, ele percebia de vez em quando os olhos dela se encherem de lágrimas, e isso o machucava muito, ele odiava vê-la triste, principalmente porque sabia que ele era o culpado disso. – Rony odeia estudar, ele não suporta ficar lendo livros, mas esse é o passatempo favorito da Mione.
- Ah! – foi tudo que Harry conseguiu falar, a garganta dele estava apertada por tudo que ele sabia que estava fazendo Gina passar.
- O que você queria? – perguntou Gina sorrindo e apontando para a cama, tentando acabar com o clima melancólico que se instalara entre os dois. Harry se senta na beira da cama e fica de frente para Gina, a poltrona que ela estava ficava originalmente de frente para a lareira, mas ela tinha a virado de forma que ficasse de costas para a parede, o sol estava muito alto e provavelmente iria a atrapalhar ler se ela não tivesse virado a cadeira daquela forma.
- Queria saber por que nós sentimos um ao outro? – perguntou Harry sério. – Como eu pude sentir que Lince estava com problemas?
- Nós não somos bruxos comuns Harry. – falou Gina se recostando contra o encosto da cadeira. – Eu já te disse que somos do futuro não é?
Harry concordou com a cabeça fazendo uma careta, mesmo que já tenha aceitado que ele realmente era do futuro e que era um bruxo, era estranho se imaginar um viajante do tempo.
- No futuro existia uma guerra no mundo bruxo, uma guerra que já durava muitos anos. – falou Gina com pesar, ela não queria falar para Harry tudo que ele já sofrera, preferia que ele recuperasse por si mesmo essas memórias. – E nós nos envolvemos nela desde muito cedo, você, Rony e Hermione eram mais ativos na guerra que eu, pelo menos até os meus quinze anos, quando começamos a namorar…
- Porque eu lutava tão jovem nessa guerra? – perguntou Harry curioso.
- É melhor que você se lembre por si mesmo. – falou Gina desviando os olhos de Harry, se olhasse diretamente nos olhos dele… ela sabia que contaria o que quer que seja para ele.
- É tão ruim assim? – perguntou Harry se levantando e se ajoelhando perante Gina, ele segurou o rosto dela delicadamente com uma mão e acariciou a bochecha dela. – Seja lá o que for eu quero saber.
A intensidade com que Harry a olhava, fez com que Gina falasse (com um suspiro de pesar). Ela contou para Harry como foram os primeiros anos da vida dele com os trouxas, como fora a vida dele em Hogwarts, como ele se tornara amigo de Rony quase que instantaneamente e como Hermione se juntara aos dois, como ele a salvou na Câmara Secreta (nesse momento Harry a abraçou fortemente e a levantou da poltrona, deitando-a na cama abraçada contra ele), como Harry descobriu o padrinho, falou do Torneio Tribruxo, da morte de Cedrico, da suposta morte de Sirius, da morte de Dumbledore e sobre todo o decorrer da guerra.
Mas Gina não contou somente as coisas ruins, ela também contou como a amizade dele com Rony e Hermione era bonita e invejada por muitos, o aparecimento de Lince na vida deles, a volta de Sirius, como ele e ela começaram a namorar, o casamento dos dois, o de Lince e Sirius e o de Rony e Hermione.
Também contou da viagem anterior (só dos dois) para o passado e o porquê de estarem novamente se arriscando num tempo tão distante do deles, Harry escutou tudo em silêncio e Gina agradeceu por isso, ela não tinha certeza se poderia contar tudo se Harry demonstrasse estar sofrendo, é claro que ela sabia que ele devia estar sofrendo, mas se ele demonstrasse isso, ela sabia que não iria conseguir terminar.
- Obrigado por me contar. – falou Harry depois de muito tempo em silêncio, o sol já estava se pondo e eles tinham perdido o jantar, mas eles não se importavam com isso, aquele momento era muito importante para os dois para se preocuparem com coisas tão fúteis.
- Você está triste. – lamentou Gina, ela se virou nos braços dele para que pudesse observá-lo, ela passou a mão no rosto dele, fazendo um suave carinho no local, Harry fechou os olhos apreciando o leve toque dela.
- Eu precisava saber. – falou Harry simplesmente, abrindo os olhos e olhando diretamente nos dela, vendo ali tanto amor e tanto carinho que não conseguiu não sorrir. – Agora eu sei por que te amo tanto.
Gina sorriu e se aconchegou novamente nos braços dele, ambos adormeceram em silêncio, apenas apreciando a presença um do outro, sentindo o que um sentia pelo outro, depois de tudo que Harry soube, Gina sabia que ele precisava de um porto seguro e ela seria esse porto para ele, já Harry se sentia reconfortado de ter Gina ao lado dele, sabendo que não importava pelo que eles estivessem passando no casamento (eles ainda não tinham feito as pazes direito), ainda assim ele teria Gina por inteiro com ele. Com sorrisos idênticos os dois passaram a noite dormindo agarrados um ao outro.
Enquanto Gina contava a Harry a vida dele, Lince acordava depois de dormir por toda a noite e a manhã, assim que abriu os olhos ela viu Sirius sentado numa cadeira perto da cama dela, ele estava dormido. Lince sabia que ele tinha passado a noite em claro cuidando dela.
Ela ouviu batidinhas leves na porta e se levantou para abrir, não queria que acordassem Sirius, assim que abriu a porta Lince se viu agarrada por Samantha, a menina tinha ido ver como a mãe estava e vendo Lince de pé não se conteve e a abraçou fortemente.
- Hei, eu estou bem. – falou Lince quando viu os olhos de Samantha se encherem de lágrimas, para a surpresa de Lince a menina enxugou as lágrimas e piscou repetidamente os olhos para se impedir de chorar. – O que foi?
- Eu quero ser como a senhora quando eu crescer, então tenho que começar a ser forte. – falou Samantha com determinação.
Pela primeira vez na vida Lince não sabia o que falar, então simplesmente sorriu e abraçou a filha com força.
- A senhora me treina? – perguntou Samantha. – Eu quero aprender a lutar.
- Na minha família as crianças começam a ser treinadas quando usam magia pela primeira vez. – explicou Lince, ela não queria começar a treinar Samantha sem que ela tivesse dado o primeiro sinal de magia, o treinamento dos Cresswel envolviam artes marciais também é verdade, mas elas eram acopladas com magia, por isso todo Cresswel que iniciasse seu treinamento recebia autorização para utilizar uma varinha, Lince ganhou a sua com cinco anos.
- Mas eu não sou bruxa! – reclamou Samantha triste.
- Na verdade é sim. – falou Lince, sorrindo perante o susto da filha. – Merlin previu que você seria uma bruxa. E não quero que se preocupe com o fato de não ter feito nenhuma magia involuntária ainda, você é muito jovem, a maioria dos bruxos começam a dar sinais de magia a partir dos oito ou nove anos, e eu não quero ver você se esforçando para fazer magia, ouviu bem mocinha?
Samantha concordou de má vontade, agora que sabia que também era uma bruxa e melhor ainda: sua mãe iria lhe treinar assim que começasse a utilizar magia, ela estava louca para fazer algum feitiço, mas por mais que quisesse ela não iria ficar tentando, pois Lince já tinha preocupações demais para ficar vigiando-a, afinal Samantha conhecia muito bem a mãe para saber que ela estaria de olho, caso ela resolvesse tentar alguma coisa para fazer magia mais rápido.
- Boa menina. – disse Lince bagunçando o cabelo de Samantha que a olhou feio, a menina odiava que bagunçassem o cabelo dela, depois de tanto tempo sem se cuidar, até que Samantha gostava de se manter arrumada. – Você sabe para onde levaram o homem que estava perto de mim, quando me encontraram?
Samantha fez que sim com a cabeça.
- Pode me levar até lá? – perguntou Lince.
Samantha a levou até o quarto do homem, que estava sendo vigiado por dois guardas, eles montaram guarda diante daquela porta durante todo a noite e a manhã a mando de Lancelot, que não sabia se tratava o homem como um prisioneiro ou como um aliado.
- Vocês estão dispensados. – falou Lince aos soldados que se entreolharam duvidosos, mas a obedeceram. – Samantha, quero que você volte para o meu quarto e diga ao seu pai onde eu estou, ele deve acordar a qualquer momento e vai ficar preocupado se não me ver.
Samantha concordou e saiu em direção do quarto dos pais, assim que chegou ao corredor que dava acesso a porta da sala de estar do quarto do Sexteto, Samantha viu alguém de quem ela não gostava nem um pouco, era o tal de Ferdinand, o cara vivia a cercando, tentando ganhar seu carinho, provavelmente achava que se ela gostasse dele, sua mãe também gostaria, mas o homem podia desistir, pois Samantha jamais trairia Sirius dessa forma, era ele quem ela amava como pai e mais ninguém!
- Como está sua mãe? – perguntou Ferdinand, Samantha tinha a impressão de que aquela era a milésima vez que o cara lhe perguntava isso.
- Bem melhor. – ela respondeu. – Ela já acordou e foi ver o homem que foi encontrado junto com ela, parece que ele não é perigoso já que ela dispensou os guardas que vigiavam a porta. – e com um sorriso falsamente inocente ela acrescentou. – Minha mãe pediu que eu viesse aqui dizer para o papai onde ela estava, pois ela estava preocupada que ele pudesse ficar nervoso por ela ter saído sem lhe avisar.
Ferdinand fez uma careta de desgosto e agradeceu Samantha com uma pequena reverencia, ele se encaminhou para onde ele sabia que Lince estava. Ele sabia que estava na hora de se declarar a Lince, ele não agüentava mais guardar o que ele sentia por ela, e apesar da urgência que sentia para falar com Lince, ele preferiu permanecer num corredor perto do quarto que o homem ocupava do que entrar lá.
- Olá. – falou Lince ao homem desconhecido, ele acordou cinco minutos depois dela entrar e se acomodar na cadeira que ela conjurou para ficar mais próxima da cama e poder esperar confortavelmente que ele acordasse.
- O que… o que aconteceu? – perguntou o homem com a voz fraca. – Onde estou?
- Em Camelot. – respondeu Lince séria, ela não sabia quem era o homem, se um homem amaldiçoado ou um lobisomem sanguinário.
- Camelot? – voltou a perguntar o homem surpreso. – O que eu estou fazendo aqui?
- Você me atacou quando estava transformado. – respondeu Lince calmamente. – E meus amigos nos encontraram e nos trouxeram para cá.
- Eu… - o homem parecia desesperado. – Eu te transfor…
- Não. – cortou Lince empurrando o homem de volta para a cama, quando ele tentou se levantar. – Você não me transformou em lobisomem, você não conseguiu me morder.
- Eu… eu transformei alguém? – perguntou o homem de olhos fechados, ele parecia temer a resposta.
- Não. – respondeu Lince firmemente. – A noite ainda estava no começo quando você me atacou, acho que não teria tido tempo de atacar mais ninguém a não ser eu.
- Como você escapou? – o homem parecia muito surpreso por ela não ser um lobisomem agora.
- Eu pertenço a Armada de Merlin. – disse Lince sorrindo perante o susto que o homem levou ao assimilar o que ela disse. – Seria preciso mais do que um lobisomem para me vencer.
- Você está ferida. – constatou o homem a olhando, Lince tinha algumas escoriações visíveis. Ela tinha transfigurado sua camisola em um vestido bege simples, ele tinha alças largas, decote em V e de tecido esvoaçante, ele era longo, ia até os tornozelos dela.
- Eu não queria te matar. – falou Lince ainda sorrindo. – Se quisesse eu não teria nenhum arranhão.
- Porque não queria me matar? – perguntou o homem, seu tom era de quem queria que ela tivesse lhe matado.
- Eu tenho um grande amigo que é um lobisomem, e eu aprendi que essa maldição já é horrível o suficiente sem precisar de ninguém querendo machucar as pessoas que estão amaldiçoadas.
- Eu não tenho tanta certeza disso. – afirmou o homem a olhando firmemente. – Eu mordi, na minha primeira transformação, um aldeão da minha vila, ele se matou quando descobriu que iria virar uma fera como eu.
- É necessário ter coragem para morrer, mas é necessário mais coragem ainda para se viver. – disse Lince, ela tinha lido a frase em algum livro, que ela nem se lembrava mais qual, mas levara essa frase com ela desde então. – Às vezes é mais fácil morrer do que enfrentar os desafios que a vida nos trás.
O homem a olhou analisando-a intensamente, ele percebia agora o porquê de ter acreditado nela quando ela disse ser uma guerreira. Elas eram tão raras nos dias atuais que era difícil acreditar quando se encontrava uma, mas ele não duvidara em momento algum do que ela falara, e ele entendeu que era por causa do poder que dela emanava, e agora (somado a esse poder) ele podia ver a sabedoria por trás do rosto bonito.
- Meu nome é Adrian. – se apresentou ele.
- Irmão de Ivana. – falou Lince pensativamente.
- Como você sabe disso? – perguntou Adrian surpreso.
- Digamos que sua irmã está cansada de ser casada com Malagaunt. – disse Lince sorrindo ironicamente. – E resolveu fazer alguma coisa a respeito.
- Como assim?
- Há poucos dias eu entrei em contato com ela, e agora ela é uma espiã minha. – respondeu Lince simplesmente. – Não acho que é necessário te dizer que não deve falar para ninguém sobre isso.
- Eu jamais trairia minha irmã! – exclamou Adrian, ele não tinha esposa e nem filhos, ele odiava os pais e a única pessoa com quem ele se importava era sua irmã.
- Temos muitos espiões infiltrados aqui em Camelot, Adrian. – disse Lince com seriedade. – Eu já identifiquei três, e eles estão sobre constante vigilância da minha parte e de Merlin…
- Porque mantê-los sobre vigilância? – interrompeu Adrian confuso. – Porque não prendê-los?
- Porque existe no mínimo mais um espião. – explicou Lince com semblante preocupado. – Se prendermos esses agora, os outros tomarão mais cuidado ainda.
- E será quase impossível descobri-los. – disse Adrian voltando a observar Lince atentamente. – Esse é um jogo perigoso senhora, não sei como me sentir em relação a minha irmã, estou feliz que ela tenha deixado de amar aquele homem, mas não suporto a idéia dela correr tanto risco.
- Ivana já viu e passou por coisas terríveis Adrian. – falou Lince. – Ela precisa se sentir útil, ela passou tanto tempo se sentindo inferior a todos, que ela precisa saber se é capaz de ser diferente agora.
- Malagaunt destruiu minha irmã.
- E agora ela está se reconstruindo. – disse Lince, parecendo cansada. – Ela precisa se por a prova, e eu jamais deixaria algo de ruim acontecer a ela, eu juro que ela está segura, ao menor sinal de desconfiança por parte de Malagaunt eu levarei Ivana a um local seguro, que está à disposição para qualquer eventualidade.
- Que lugar é esse? – perguntou Adrian curioso.
- Uma cabana que já foi habitada pelo líder dos druidas e pela líder das sacerdotisas elementais. – falou Lince com simplicidade.
Adrian não conseguiu dizer nada, apenas ficou recostado nos travesseiros de boca aberta olhando para Lince, já esta começava a sentir o cansaço que os ferimentos causavam, as costelas dela (apesar de já emendadas) ainda estavam doloridas.
- Você é bem vindo se quiser ficar em Camelot. – disse Lince olhando fixamente para Adrian que fez uma careta. – Mas se não quiser ficar aqui, você pode ir para a casa que foi preparada para sua irmã.
- Eu não quero destruir a casa de ninguém. – falou Adrian triste, tudo que ele mais queria era ajudar na luta contra Malagaunt, mas ele sabia que mais atrapalharia que ajudaria nas atuais circunstâncias.
- Durante as noites de lua cheia meu amigo se enclausurava numa casa magicamente resistente para não deixá-lo sair, eu posso fazer um local igualmente enfeitiçado para você. – Lince propôs vendo a tristeza do homem. – Assim você poderá ajudar na guerra.
- Eu adoraria! – aceitou Adrian contente, mas logo a tristeza tomou conta de seu semblante novamente. – Mas eu serei inútil durante a lua cheia.
- Nisso eu não posso ajudar. – falou Lince pensativamente. – No entanto, já seria de grande ajuda se você pudesse convocar o exército de seu pai a nosso favor, creio que eles estarão mais felizes ao nosso lado do que ao lado de Malagaunt.
- Como assim? – perguntou Adrian, que desde que fora transformado e fizera sua primeira vitima não sabia de nada sobre seu antigo reino, pois fugira para a floresta desde então.
- Seu pai morreu há alguns meses e sem você para tomar posse do reino, sua mãe resolveu se tornar governante e jurou lealdade a Malagaunt. – informou Lince, ela já tinha visto na mente de Adrian todo o desgosto dele sobre a família, ele não se importaria com a morte do pai e a tentativa fracassada de sua mãe de governar.
- Os homens não devem ter gostado muito disso. – apesar de não gostar do pai, de uma coisa Adrian tinha certeza, ele jamais uniria seu exército a Malagaunt, por um único motivo: Merlin, se tinha uma coisa que assustava seu pai, essa coisa era magia, motivo pelo qual, Adrian desconfiava que seu pai dera a mão de Ivana a Malagaunt. Ele também sabia que os homens eram leais a Arthur acima de tudo, e que nada a não ser a obrigação de servir ao seu governante os faria seguir Malagaunt.
- Realmente eles não gostaram, principalmente com o tratamento que estão recebendo. – falou Lince sombria. – Malagaunt não se importa nem um pouco com os seus soldados, a não ser os que são bruxos, mas ele dispensa aos homens de sua mãe a mesma cortesia que dispensa a Ivana.
- Aquele crápula miserável! – gritou Adrian, se envergonhando logo depois, para aquela época era extremamente mal educado gritar xingamentos, principalmente perto de damas.
- Concordo plenamente. – disse Lince sorrindo.
- Eu irei convocá-los. – prometeu Adrian com seriedade. – Sei que não serei o comandante dos sonhos deles, mas tenho certeza que preferirão a mim, à minha mãe ou Malagaunt.
- Que assim seja. – disse Lince estendendo a mão a Adrian, que a apertou firmemente. – Falarei a Arthur quem é você e a adesão que deseja fazer, caso Malagaunt ofereça algum perigo a sua irmã por causa disso, cuidarei pessoalmente de retirá-la da corte dele. Também irei fazer uma cabana para você, para que fique mais perto da corte, a cabana destinada a sua irmã fica longe demais do castelo, eu enfeitiçarei o porão para que você possa permanecer nele durante suas transformações, terei que fazer o porão antes, pois você irá precisar dele hoje.
- Obrigado. – foi tudo que Adrian conseguiu dizer para expressar a gratidão que estava sentindo.
Lince sorriu e retirou-se, ela pensou em ir diretamente para seu quarto para se deitar um pouco, de lá poderia chamar Arthur e Merlin e lhes contar tudo que acontecera, e poderia pedir para o Sexteto preparar a cabana, talvez ela ainda ficasse pronta hoje mesmo…
No entanto todos os planos de Lince foram impedidos pela figura imponente que vinha pelo corredor em sua direção, Lince fechou os olhos clamando por toda paciência que um dia já tivera.
- Eu te amo. – falou o homem ajoelhando-se em frente a Lince.
Ela estava ponderando entre bater nele ou dar um fora, com um suspiro de pesar ela escolheu a segunda alternativa, mesmo estando mais inclinada à primeira.
- Ferdinand. – começou Lince o mais educadamente que conseguiu.
- Eu sei que você é casada, mas eu não me importo! – exclamou o homem, olhando com adoração para Lince. – Você é uma guerreira! Pode fazer de sua vida o que quiser, aceite meu amor e eu lhe prometo que farei de você a mulher mais feliz do mundo.
- Eu não te amo. – falou Lince com seriedade, por mais que não quisesse, ela sentia pena dele. – E você também não…
- Duvidas de meu amor? – perguntou Ferdinand surpreso. – Se for por isso que me rejeitas, diga-me o que posso fazer para lhe provar que te amo e eu farei.
- O que você sente por mim é puramente deslumbramento. – disse Lince com firmeza. – Você nunca tinha se encontrado com uma guerreira, e isso fez com que você confundisse admiração com amor.
- Eu te amo. – repetiu Ferdinand com seriedade. – Lutarei com seu marido se for necessário, para lhe provar que te amo.
Lince respirou fundo, aquela conversa já estava indo longe demais, por mais pena que sentisse do homem, ela não gostava muito quando ameaçavam o homem que ela amava daquela forma.
- E o que faz você pensar, que eu algum dia amaria o homem que supostamente teria matado meu marido? – perguntou Lince retoricamente.
- Então você o ama. – disse Ferdinand com a tristeza estampada em seu rosto, não entendendo que a pergunta era retórica. – Não que seja uma surpresa para mim, mas eu tinha fé que pudesse apenas…
- No meu tempo as pessoas só se casam por amor. – interrompeu Lince. – E mesmo que não fosse assim, eu jamais me casaria com alguém que eu não quisesse me casar.
- Eu entendo. – falou Ferdinand fracamente. – Eu sinto se a aborreci.
- Eu sinto muito por estar sendo tão dura. – disse Lince, mas ela não sentia tanta pena assim dele, pois tinha certeza que ele não a amava, apenas a admirava, mas como ela era mulher, ele confundiu sua admiração com amor. – Mas não quero que nenhum mal entendido fique entre nós.
Ferdinand se levantou e acenou com a cabeça em despedida, Lince balançou a cabeça em negativa e saiu em direção ao seu quarto, voltando à suas preocupações anteriores.
Nita: Sim, realmente é legal a relação do Sirius com elas, deve ser difícil para ele viver ao lado de Lince, os homens normalmente sentem necessidade de proteger as mulheres amadas, mas nesse caso o "protegido" é o Sirius, kkkkkkkkkkk, tadinho. Beijo e obrigada por comentar!
Gian: Obrigada... você já leu todos os livros? Uau! você lê rápido, mas confesso que eu também li rápido, talvez eu escreva algo sobre a série... valeu por sempre comentar, beijo!
Angelita: Aí está sua cena H/G, bem fofa e romântica, eles estavam precisando de uma cena assim, ultimamente eles só estavam ficando juntos. Espero que tenha gostado, beijo.
Laurenita: Bem... quanto a Morgana, digamos que há muita coisa a ser dita (ou escrita, como preferir), fico feliz que tenha gostado dos livros (você lê rápido), eu amei eles e gosto de proliferar a vontade de ler entre as pessoas, beijos!
Pérolla kkkkkkkkkkkkkkkkkk, que bom que você tenha gostado, e a risada é porque você tinha achado estranho quando te contei como foi o inicio da relação do Merlin e da Viviane, fico feliz que você tenha gostado, beijão!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!