Ciúmes



- O mundo por um pensamento seu! – exclamou Merlin abraçando Viviane por trás, ela estava olhando pela janela do quarto (o de Merlin), e parecia tão distraída que Merlin não conseguiu se conter.

- Não é muito só por um pensamento? – perguntou Viviane girando nos braços dele para encará-lo.

- Cada pensamento seu é mais importante que qualquer coisa para mim. – respondeu Merlin beijando a fronte de Viviane e a olhando ficar corada, ele sorriu, poucas vezes conseguia deixá-la com vergonha e ele adorava quando acontecia, apesar de amar quando ela estava sem um pingo de vergonha.

- Eu estava me lembrando do meu primeiro dia aqui na corte. – Viviane respondeu olhando atentamente a expressão do amado, sabia exatamente como Merlin reagiria e não se decepcionou, ali estava à expressão envergonhada e culpada.

- Sempre que me lembro disso, me sinto um troglodita. – disse Merlin com uma careta de desgosto.

- Pois eu amo essa lembrança. – falou Viviane com um sorriso sapeca no rosto. – Ela sempre te deixa envergonhado, e você fica uma gracinha com vergonha.

Merlin não conseguiu conter o riso, ele nunca conseguia ficar sério muito tempo perto de Viviane, ela era tão perfeita, o fazia se sentir tão vivo.

Olhando para Viviane, Merlin se lembrou como se estivesse acontecendo naquele momento como foi que se conheceram…
*
*
*
Era um dia especial, Merlin podia sentir que alguma coisa muito importante aconteceria, ele não sabia o que era, mas sabia que tinha a ver com seu futuro e que era uma coisa boa, a corte estava em festa, Lancelot, sua esposa e Viviane sua irmã estavam vindo fazer uma visita, todos estavam loucos para conhecer a jovem esposa do mais famoso dentre todos os cavaleiros e também a sua irmã, ninguém sabia muito sobre a irmã dele, só sabiam que agora ela estaria vindo para ser a dama de companhia principal da rainha Guinevere.

Os três chegaram ao entardecer, a viagem era muito longa, quando Lancelot entrou ele tinha um brilho especial parecia feliz pela primeira vez na vida, Merlin se sentiu pesaroso, pois sabia que essa felicidade não duraria muito tempo, assim que visse Guenevere, Lancelot esqueceria todo e qualquer carinho que nutria pela esposa, ele era tão cego nesse ponto, como podia confundir o que ele sentia por Guenevere com amor?

Merlin não precisava entrar na mente de Lancelot para saber que ele jamais teve algum pensamento malicioso com a rainha, Merlin duvidava até que Lancelot tivesse chegado a se imaginar beijando-a, Lancelot amava Guenevere como a uma irmã, desejava protegê-la a todo custo, mas confundia isso com amor, e nem mesmo a paixão que ele sentia por sua esposa Helena era o suficiente para tirá-lo desse engano, e Merlin sofria por não poder fazer nada, Lancelot ainda sofreria muito até que finalmente descobrisse quem ele realmente ama.

Merlin viu a felicidade de Helena e se sentiu pior ainda, ela sofreria tanto, e infelizmente perderia a vida por isso, Merlin não conseguiu visualizar nenhum caminho em que Helena pudesse continuar viva e ele odiava ficar de mãos atadas, enquanto via uma pessoa tão boa se perder por nada.

Foi perdido em pensamentos pessimistas, que Merlin a viu pela primeira vez, ela estava linda, parecia tão tímida e amedrontada, mas ele podia sentir a força dela, a irmã de Lancelot possuía magia, e não era uma magia qualquer, Merlin podia sentir um grande poder vindo dela, um poder que ele só presenciara vindo das Sacerdotisas da Lua, será que ela era uma? Dizem que quando elas chegam ao ultimo nível de treinamento, elas conseguem voltar a expressar o que estão sentindo sem machucar ninguém com isso, mas é um nível tão difícil, que ele Merlin nunca viu ninguém chegar, e duvidava que um dia veria, no entanto, o fato da irmã de Lancelot estar demonstrando estar envergonhada e até um pouco amedrontada, significava que ela tinha atingido esse nível tão difícil.

Mas o que mais chamou a atenção de Merlin não foi todo o poder que emanava dela e sim a sua beleza tão singela e delicada, Merlin se sentiu pela primeira vez na vida atraído por uma mulher, ele já tivera muitas, afinal nunca quis parecer um santo, mas nunca se sentira tão atraído, era como se seu mundo começasse a girar em torno dela, somente ela era importante, foi aí que ele percebeu uma coisa, não tinha visto o futuro da jovem, ele não conseguia ver o que aconteceria com ela, era como se o futuro dela estivesse em branco, ele via algumas imagens dela com o irmão e outras pessoas, mas na maioria das vezes tudo não passava de um branco, então ele entendeu.

Durante muitos anos Merlin se esforçou para ver se ele encontraria um grande amor, e ele nunca conseguiu visualizar nada, mas isso não o fazia deduzir que ele não encontraria alguém, ao contrário, o fato de não poder ver significava que ele encontraria alguém, Merlin não conseguia ver seu futuro então era óbvio que não poderia ver o futuro de sua amada.

Há exatos vinte anos Merlin viu o nascimento de um bebê, era uma linda menina de cabelos castanhos e olhos verdes, ele viu a magia dentro dela e sabia que ela seria enviada as Sacerdotisas da Lua, mas o que ele não esperava foi o sentimento forte de proteção que desenvolveu pela criança, ele nunca a conheceu, mas sentia que devia protegê-la a todo custo, pois ela seria importante em sua vida.

Agora Merlin sabia por que, Viviane era a criança que ele viu nascer, era a mulher destinada a ele, e somente a ele, um sentimento poderoso de posse o atingiu, ela devia ser dele e ele não podia esperar.

Perdido nesses pensamentos, ele não percebeu que estava sendo atentamente observado por Viviane, ela sentiu a magia vindo de Merlin e sabendo que ele era o único bruxo que vivia em Camelot sabia que aquele homem de aparência sábia e austera era o mais poderoso bruxo de todos os tempos, Merlin.

Durante todo o jantar Merlin não tirou os olhos de Viviane, mas tomou o cuidado de lançar um feitiço que fazia com que todos desviassem os olhos dele, assim não saberiam para quem ele estava olhando, mas de propósito ele não lançou o mesmo feitiço nela e por isso Viviane percebia que cada movimento seu era observado atentamente por Merlin, sempre que ela olhava para ele e ele a estava olhando ela corava, Viviane não conseguia evitar, afinal estava sendo encarada por Merlin.

Depois do jantar Viviane alegando cansaço da viagem se retirou para seu quarto, duas jovens servas foram chamadas para a ajudarem a arrumar suas coisas, assim que as servas saíram ela conseguiu finalmente relaxar, Lancelot tinha lhe pedido, ou melhor, lhe implorado para que não mostrasse magia às pessoas da corte, todos podiam tolerar a magia de Merlin, mas isso nãos se estenderia a todos os bruxos que aparecessem ali.

- Algum pro…? – começou Viviane, quando ouviu a porta de seu quarto ser aberta com certa violência, ela achou que era uma das servas, mas ao se virar deu de cara com Merlin.

Viviane arregalou os olhos e ficou o observando, esperando que ele falasse alguma coisa, mas Merlin não queria falar, ele estava tomado por um sentimento forte e poderoso, que Viviane não soube identificar. Merlin fez de tudo para se deter, para se controlar, mas não conseguiu, assim que Viviane saiu, ele foi atrás dela, esperou pacientemente a saída das duas servas e entrou no quarto dela, trancando a porta assim que se viu dentro do quarto.

Viviane já estava vestida para dormir, ela não estava vestida com aquelas camisolas que parecem vestidos, ela vestia uma camisola branca de alças largas e com um pequeno decote redondo, o tecido era leve e marcava levemente as curvas dela, Merlin não conseguiu se segurar, na verdade ele nem tentou muito, afinal Viviane tinha sido destinada a ele. Sem pensar muito ele foi em direção a ela que ainda estava esperando alguma explicação por parte dele e a beijou, mas enquanto ia em direção a ela, ele tomou a sua forma jovem.

Viviane não teve muito tempo para apreciar a forma jovem de Merlin (por mais que quisesse), pois logo se viu prensada contra Merlin, os braços fortes dele a apertavam de encontro a ele e os lábios dele tomavam os seus com certa violência, ela tentou (com pouca vontade, mas tentou) afastar Merlin, mas ele era muito mais forte que ela, em segundos ela se sentiu ser jogada, rápido, mas delicadamente, em cima de uma cama, que não era mais a sua, ela se surpreendeu ao perceber que não estava mais no seu quarto, enquanto Merlin a beijava no pescoço ela observou o quarto em que se encontrava e deduziu que era o dele.

Merlin não pensou muito no que estava fazendo, pela primeira vez na vida ele não quis ser racional, ele queria perder o controle, ele sentiu as mãos de Viviane em seus braços tentando fracamente afastá-lo, ele não queria obrigá-la a nada, mas duvidava que conseguisse se afastar, ele tentou então pensar em alguma coisa para falar, mas tudo que saiu da sua boca foi um:

- Minha.

A voz rouca de Merlin fez com que Viviane se sentisse mergulhar em águas turvas e ferventes, todo o seu corpo queimou de desejo, Merlin tinha afastado sua cabeça do pescoço dela e a encarava de forma possessiva, o corpo dele ainda estava prensado contra o dela, ela podia sentir cada parte do corpo dele pressionada contra ela, e ela não sabia bem como se manter sã.

- O… o que? – perguntou Viviane, ela não tinha entendido o que ele falou, apenas registrou a voz rouca e potente.

- Minha. – repetiu Merlin sem nem ao menos raciocinar. – Você é minha.

A forma possessiva com que Merlin falou a ultima parte não deixou duvidas a Viviane que ela pertencia a ele, era irracional, ela sabia, mas sentia que sempre fora dele, desde que nascera tinha a impressão de que já pertencia a alguém, não como uma escrava, mas sim como mulher, ela não conseguia identificar quando esse sentimento surgira nela, e quando era criança não conseguia defini-lo direito, só entendeu o que sentia agora nos braços de Merlin, ela nunca tinha conseguido deixar nenhum homem se aproximar dela, muito menos a beijar, agora sabia que era porque estava destinada a ser de Merlin, assim como ele pertencia a ela, pois Viviane sabia que o fogo que via nos olhos de Merlin ao encará-la não se extinguiria, ele sempre a amaria. Com esse pensamento em mente Viviane não conseguiu deixar de sorrir.

Aquilo foi o suficiente para fazer Merlin perder o pouco de controle que lhe restava, com um aceno de mão ele fez com que tanto as roupas dele, quanto as dela sumissem. Viviane arregalou os olhos e tentou se afastar dele, mesmo sabendo que de uma forma muito estranha amava Merlin e que ele a amava, ela não podia simplesmente se entregar assim, eles nem ao menos se conheciam direito.

- Minha. – tornou a falar Merlin prendendo os braços dela acima de sua cabeça, Viviane o olhou irritada, ela não queria usar mágica, mas usaria se ele continuasse com aquela loucura.

Merlin pareceu perceber o perigo, pois logo soltou os braços dela, mas continuou em cima dela, ele tentou pensar em alguma coisa para fazê-la mudar de idéia, enquanto isso Viviane tentava recuperar o fôlego para poder empurrá-lo de cima dela, mas esse pensamento fugiu completamente da mente de Viviane quando ela sentiu uma das mãos de Merlin passeando pelo seu corpo. Merlin sorriu em triunfo quando ouviu um leve gemido vindo dela, sabia que tinha ganhado, sem qualquer tipo de remorso ele fez amor com Viviane da forma mais apaixonada que conseguiu.

Algum tempo depois…

- Você é muito possessivo. – reclamou Viviane, ela estava deitada de costas, com os braços cruzados e com um lençol protetoramente em volta dela.

Merlin riu, ele estava deitado de lado, se sustentando com o braço direito enquanto olhava para Viviane, ele não se importou em se cobrir com os lençóis.

- É, eu acho que sou mesmo. – concordou Merlin sorrindo, com a mão esquerda ele tirou uma mecha de cabelo do rosto de Viviane.

- Eu era virgem sabia? – perguntou Viviane, tentando continuar indiferente ao carinho que Merlin fazia em seu rosto, se perguntando como ela podia ficar tão quente só por ele passar as pontas dos dedos por seu rosto e pescoço, com um suspiro frustrado ela percebeu que estava perdida, jamais conseguiria resistir a Merlin.

- É eu tinha percebido. – respondeu Merlin sorrindo de forma sapeca.

Viviane vendo aquele sorriso teve a imagem exata de uma criança pega fazendo algo errado, mas que sabia que não iria ser castigada.

- Eu posso ficar grávida. – falou Viviane franzindo o cenho. – Lancelot vai me matar.

- Se ele tocar em você terá sérios problemas para continuar vivo. – falou Merlin ameaçadoramente, mas quando viu o olhar assustado de Viviane ele sorriu fracamente e acrescentou rapidamente: – Estava brincando. Mas você não vai ficar, mesmo não tendo parecido muito consciente do que estava fazendo, me lembrei de usar um feitiço que eu vi no futuro.

- Ele pode evitar que uma mulher fique grávida? – perguntou Viviane surpresa.

- Sim. – respondeu Merlin sorrindo do espanto de Viviane, o feitiço anticoncepcional só seria inventado muitos séculos no futuro.

- Isso quer dizer que você e eu… - Viviane não conseguiu terminar a frase, ela mordeu o lábio e corou, incapaz de continuar a falar.

- Por enquanto não podemos, mas é claro que vamos nos casar. – respondeu Merlin enquanto recomeçava a passar as pontas dos dedos no rosto e no pescoço dela. – Daqui há pouco tempo haverá uma guerra, mas será uma guerra entre bruxos, Arthur terá sérios problemas, e não posso arriscar que saibam que você e eu temos alguma coisa, seria arriscado.

- Eu não tenho medo! – exclamou Viviane se sentando na cama, o lençol escorregou e foi parar amontoado em sua cintura, ela arregalou os olhos e o puxou sobre si.

Mas já era tarde, Merlin voltou a ter aquele olhar febril, em segundos ela sentiu os lábios dele contra os seus, mas dessa vez ela não resistiu, não tinha porque, ela era dele.
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*
*

- Temos que ir jantar. – lembrou-lhe Viviane. Merlin estava tão perdido em suas lembranças que nem viu o tempo passando, ele sorriu para Viviane e abriu a porta do guarda-roupa dela, assim como ela podia ir ao seu quarto entrando no guarda-roupa ele também podia ir ao dela da mesma forma.

Pouco tempo depois estavam os dois sentados na grande mesa redonda, sem dar nenhuma dica de que estavam juntos até pouco tempo.

O jantar estava sendo servido quando o Sexteto e Sirius perceberam que Lince tinha sumido, ela às vezes se ausentava por algum tempo, eles imaginavam que era para conversar com seu espião, no entanto ela nunca perdia nenhuma refeição. Eles ficaram durante algum tempo se olhando incomodados, as outras pessoas pareciam não prestar atenção no pequeno detalhe que um deles tinha sumido, mas Merlin estava atento, com o olhar meio vidrado, e os bruxos sabiam que ele tentava ver o futuro.

Nesse momento Samantha começou a chorar e Sirius a abraçou perguntando o que tinha acontecido.

- Mamãe está com problemas. – ela falou com voz chorosa.

Sirius olhou para os outros e eles concordaram, também tinham um mau pressentimento, Sirius não sabia se era por causa deles, mas ele também começou a sentir algo, seu coração estava apertado e temeroso, alguma coisa muito errada estava acontecendo.

Um barulho começou a vir do pátio, parecia que havia pessoas gritando de medo, eles não pensaram em nada, simplesmente se levantaram e foram para fora correndo.

Quando Ônix chegou ao castelo sozinho o caos foi total, os súditos de Arthur que já depositavam todas as suas esperanças nos jovens bruxos fizeram um enorme escândalo. Quando conseguiram acalmar as pessoas em volta de Ônix o suficiente para entender o que estava acontecendo, Harry e os outros partiram imediatamente, seguindo o cavalo que os levou imediatamente para onde tinha visto Lince pela ultima vez, enquanto isso Harry e os outros tentavam entrar na mente de Lince, sem sucesso algum, o que muito os preocupou.

Sirius os seguiu montado na garupa do afilhado, decididamente Sirius odiava montar. Para desgosto de Sirius, Ferdinand os acompanhava também, o homem não falou nada durante todo o caminho, parecia muito preocupado, o que deixava Sirius com muita raiva, ele não suportava que outros homens tivessem qualquer interesse especial por Lince. Ele não se sentia muito preocupado com Lince, claro que ele estava apreensivo, mas ele conhecia muito bem Lince para saber que ela podia se cuidar sozinha, ele só estava acompanhando o afilhado porque Lince tivera um mau pressentimento ainda naquela manhã, e ele sabia que seria muito idiota da parte dele se ignorasse isso.

Quando chegaram ao local, eles perceberam que havia acontecido uma feroz batalha ali, mas nem sinal de Lince, no entanto eles ainda não temiam o pior, pois viram que os vestígios da batalha continuavam em frente, como eles não eram muito bons em rastreamento, deixaram para que Lancelot fizesse essa parte por eles, o cavaleiro sempre os acompanhava em qualquer missão que eles se encontrassem, era um bom companheiro.

Lancelot havia sido criado pelos povos antigos, àqueles que adoravam a natureza e deuses variados, e juntamente com sua irmã aprendeu diversas coisas sobre a natureza, e por conhecê-la tão bem, ele podia rastrear qualquer coisa em qualquer lugar. Ele identificou inúmeras pegadas de algo que parecia ser um lobo, no entanto, era grande demais para ser do animal, as marcas que de vez em quando ele via nas árvores pareciam feitas mais por um urso do que por um lobo, mas eram profundas demais, para ser do animal, Lancelot não sabia o que pensar, não fazia a mínima idéia do que Lince teria enfrentado, só podia torcer para que ela estivesse bem.

Mesmo não sendo bons rastreadores, tanto o sexteto quanto Sirius e Ferdinand perceberam que alguma coisa estava errada, havia sangue em toda parte, ninguém que sangrasse tanto poderia ainda estar vivo, no entanto as marcas da batalha seguiam em frente, por vários minutos eles seguiram em total silencio, acompanhando a devastação provocada pela batalha, quando eles chegaram ao final da trilha de destruição encontraram outra clareira, onde viram ao longe dois corpos no chão, temendo o que encontrariam eles desmontaram e foram silenciosamente em direção dos corpos, ao chegarem lá ficaram aliviados, estavam só dormindo e um deles era Lince. Sem se conter Sirius se ajoelhou perto de Lince e lhe beijou a testa, ele teria sido mais efusivo, mas percebeu que ela estava machucada e não queria piorar a situação.

- Temos que levá-los até o castelo, lá poderemos entender o que está acontecendo. – sugeriu Lancelot.

Eles concordaram e com o maior cuidado possível colocaram Lince em Ônix, Sirius montou junto para deixar Lince mais confortável, Ônix apesar de não gostar muito de Sirius o deixou montá-lo e foi o mais suave possível enquanto cavalgava, o cavalo parecia perceber que era necessário que Sirius o cavalgasse para que Lince não se machucasse mais ainda durante o caminho. Apesar da quantidade de sangue que Sirius podia divisar no rosto e nas roupas de Lince, ele sabia que ela estava bem, pois assim que montou Ônix e colocou os braços em volta dela, Lince se aconchegou mais nele, colocando os braços em seu pescoço, ele sorriu, pelo canto do olho ele viu a careta ciumenta que Ferdinand fez e isso foi o suficiente para ele se sentir mais feliz ainda.

O homem loiro encontrado ao lado de Lince foi na garupa de Lancelot.

Eles chegaram ao castelo e Sirius levou Lince direto para o quarto, o restante do Sexteto, Ferdinand, Arthur, Merlin e Guenevere acompanharam-no. Lancelot preferiu levar o homem que encontraram ao lado de Lince até um dos quartos, já que não sabia se ele era amigo ou inimigo, se tinha ajudado ou machucado Lince, não podia levar o homem para as masmorras, então o prendeu num dos quartos.

Sirius deitou Lince na cama deles que ainda estava desarrumada, Sirius tinha esquecido de arrumá-la quando acordou, ele deitou Lince delicadamente na cama e a observou, ela parecia ter tido ferimentos leves, mas para ter certeza ele utilizou alguns feitiços para descobrir se ela não tinha sofrido nenhum dano interno, ele ofegou quando percebeu que ela tinha três costelas quebradas.

- O que foi? – perguntou Ferdinand.

- Ela quebrou três costelas. – respondeu Sirius de mal humor.

- Vou pegar a poção para curá-la, Lince vai demorar a noite inteira para se recuperar e se sentirá um pouco dolorida quando acordar, mas as costelas já estarão emendadas pela manhã. – falou Anny indo para seu quarto.

- Ela tem mais algum ferimento grave? – perguntou Harry preocupado.

- Internamente não. – respondeu Sirius. – Mas talvez tenha algum corte, o sangue não parece ser todo dela, mas ela pode estar ferida.

- Então porque você não verifica? – perguntou Ferdinand irritado.

Sirius o olhou sugestivamente e depois para todos os homens ali presentes, foi ai que todos perceberam o problema, Sirius não ia tirar a roupa de Lince na frente de tanta gente. Um pouco encabulados eles se retiraram, mas as mulheres permaneceram. Sirius então retirou rapidamente as roupas de Lince e com um aceno de varinha limpou toda a sujeira. Não haviam muitos cortes, apenas hematomas roxos e vários arranhões, havia um ferimento na cabeça dela um pouco feio, com mais alguns feitiços Sirius não identificou nenhum traumatismo ou dano interno na cabeça dela, o ferimento era apenas superficial, ele cuidou de todos os ferimentos com feitiços simples, e a vestiu com uma camisola que ele pegou no guarda roupa.

Pouco tempo depois Anny chegou com a poção que faria as costelas de Lince curarem. Depois de tudo feito Sirius foi até a sala e encontrou os homens ali esperando noticias, mas ele não as deu, foi direto para o quarto de Samantha, sabendo que ela estaria ali amedrontada com o que poderia acontecer com a mãe.

Gina explicou para todos o que aconteceu e que Lince ficaria bem, quando terminou de falar, Sirius reapareceu com Samantha no colo, ela estava com os olhos inchados e vermelhos, com certeza andara chorando, Sirius não falou nada, apenas entrou no quarto dele e de Lince e se ajoelhou ao lado da cama, Samantha estendeu os braços, obviamente tentando abraçar Lince, mas Sirius a impediu.

- Sua mãe ficará bem, mas ela fraturou as costelas, por isso você vai ter que esperar até amanhã para abraçá-la. – explicou Sirius em tom bondoso, Samantha concordou com a cabeça e olhou para a camisa de Sirius enquanto pedia:

- Eu posso dormir aqui hoje? – o rosto da menina ficou muito vermelho.

- Claro que pode. – concedeu Sirius, ele se deitou ao lado de Lince e puxou Samantha em um abraço.

Assim que Sirius se deitou, Lince se movimentou, sem nem ao menos acordar ela abraçou Sirius, ele sorriu vendo as duas mulheres da vida dele abraçadas a ele, cada uma com a cabeça recostada num peito dele.

As pessoas que tinham seguido Sirius sorriram enternecidas e saíram em silêncio, Ferdinand se corroendo de ciúmes e se fosse sincero consigo mesmo, ele sentia muita inveja de Sirius por ter uma família ao lado de Lince.

Assim que o dia amanhecesse eles interrogariam o homem e também Lince para saber o que tinha acontecido.
*
*
*
Longe dali Malagaunt gargalhava, a sorte estava ao seu lado, e melhor ainda, nenhum de seus inimigos tinha sequer idéia de seus planos, ele ainda não atacara para matar ninguém, ele só queria machucar e desestabilizar o Sexteto, e ele estava conseguido, apesar deles continuarem juntos, Morgana e Mordred tinham lhe informado que o Sexteto já havia tido diversas brigas. Até mesmo Arthur já havia dormido sozinho, não que Malagaunt tivesse alguma coisa a ver com isso, mas ele se sentia bastante feliz ao saber que Arthur estava com problemas no casamento.

- Como vê, meu plano deu certo. – falou Morgana, ela tinha fulgido da corte de Arthur aproveitando toda confusão para informar a Malagaunt o que tinha acontecido. – Você sabe quem era o lobisomem?

- Sim. – respondeu Malagaunt fazendo uma careta de desgosto. – É o irmão de minha esposa, ele ousou se rebelar contra mim, afirmando que eu não estava tratando sua irmã como deveria. Eu mandei alguns de meus lobisomens atrás dele, mas infelizmente eles não o mataram.

- Lobisomens dificilmente matam. – comentou Morgana.

- Bem. Ele não é importante. – disse Malagaunt com desdém, ele se aproximou de Morgana, ele nunca tinha tentado nada com ela antes, mas o desejo por ela o estava enlouquecendo e ele precisava saciá-lo o quanto antes.

- Não. – negou Morgana virando o rosto, mas se deixando abraçar por ele. – Você pode estar a minha altura em termos de poderes, mas em status esta abaixo de mim, quando se tornar rei eu serei sua, não antes disso.

- Então terei que apressar meus planos. – disse Malagaunt, ele não era idiota o suficiente para tentar forçar Morgana, pois sabia que ao contrário do que ela falou, o poder dele em magia não chegava à metade dos dela.

- A pressa é inimiga da perfeição. – citou Morgana. – Nunca apresse nada, se apressar seus planos cometerá erros, que podem significar sua derrota nesta guerra.

- Tem razão. – concordou Malagaunt se afastando frustrado.

- Quero lhe pedir uma coisa. – disse Morgana hesitante.

- O que quiser. – falou Malagaunt.

- Não quero que você toque novamente em Ivana. – pediu Morgana, Malagaunt a olhou confuso e Morgana explicou com o mesmo tom sem sentimentos de sempre, mas Malagaunt achou conseguir identificar certo ciúme na forma dela falar. – Não me importo com as vagabundas que você leve para cama, mas mesmo não parecendo Ivana é uma nobre, não quero que você a toque novamente.

- Isso não será problema, se quiser eu posso até me livrar dela. – falou Malagaunt, sorrindo perante o que ele achou ser ciúmes de Morgana.

- Não, eu mesma farei isso quando você se tornar rei. – disse Morgana e Malagaunt concordou.

Ivana, que estava escutando a conversa do marido com Morgana sorriu vitoriosa, conseguiu o que queria, ela não sabia se podia confiar em Morgana, mas quando a Sacerdotisa veio até ela para lhe pedir para ser sua espiã, Ivana concordou.

Ivana não amava mais Malagaunt e sentia asco toda vez que ele a tocava, mas como esposa ela não poderia se negar a satisfazê-lo, então ela pediu a Morgana esse favor, e a sacerdotisa a atendeu, ainda não confiava cem por cento em Morgana, mas começava a ver que poderia se sair bem de toda aquela história, mesmo que Malagaunt ganhasse a guerra, o que ela torcia fervorosamente para que não acontecesse, ela podia pedir para que Morgana a ajudasse a fingir sua própria morte, assim de um jeito ou de outro Ivana se veria livre de Malagaunt para sempre, sorrindo Ivana saiu dali, pois percebera que Morgana tinha ido embora e que Malagaunt podia ir a qualquer momento ao seu encontro, pois ela estava no corredor que levava ao quarto dos dois.

Mesmo podendo ver uma luz no fim do túnel, Ivana não se sentia feliz, sabia o que Malagaunt fizera ao seu irmão há muito tempo, mas não pôde fazer nada para ajudá-lo, seus pais como sempre, pouco se importaram com o que lhes acontecia, eles eram frios e distantes, apesar de que quando Ivana estava sobre os cuidados deles, nunca lhe faltara nada, e isso lhe deu a ilusão de que eles a amavam e eram pais maravilhosos, agora ela via que não era verdade, e que de todos os seus familiares o único que realmente se importava com ela era seu amável irmão Adrian, ela só esperava que ele encontrasse alguém que o ajudasse.

Mal sabia Ivana que ele já encontrara…








Nita: Bem, a Lince tem um carinho especial pelos lobisomens por causa do Aluado, e quanto aos outros, eles não chegaram a tempo de ajudar, Merlin estava com Viviane então não estava muito interessado no futuro. Mas está tudo bem, agora a Lince está bem, tadinha eu faço tanta coisa ruim com ela...

Laurenita: no próximo capítulo vou tentar colocar um pouco mais sobre o Harry e a Gina, o clã Cresswel vai aparecer sim, mas mais para frente, eles estão envolvidos em outra guerra lembra? Quanto aos livros, eu vou te passar ainda hoje, você nem imagina as semanas estressantes (é assim que se escreve?) que eu tive. Desculpa a demora.

Prika: oie!!!!!! Eu já estava com saudade de você. Jura que eu não te avisei dessa fic? Eu podia jurar que tinha te mandado um e-mail avisando. Hehehehehehe. Parece que uma das cenas favoritas do pessoal foi a dos homens dormindo na sala, também achei muito engraçada, mas eu acho mais legal essa do Merlin e da Viviane ficando juntos pela primeira vez, não sei porque, mas eu sempre achei que o Merlin seria possessivo em qualquer relacionamento que ele se envolvesse, então saiu isso, espero que goste, beijo.

Gian: de nada, espero que tenha gostado deles, eu gostei do final da série, não vou falar para você como é (claro), porque se não perde a graça, só posso dizer que o final é muito legal (pelo menos eu gostei), beijo.

Angelita: muito obrigada, não sabe como eu fico feliz recebendo um elogio desses, fico feliz que esteja gostando da fic e tenho certeza que gostará dos livros, beijo.

Gente, eu não consegui postar esse capítulo antes, eu sinto muito, mas eu realmente não consegui, estava em semana de prova na faculdade e ainda tive que viajar final de semana passado (não nesse, no outro), não tive tempo mesmo de terminar o capítulo, foi um imprevisto horrível, que espero que nunca se repita, beijo a todos, e espero que não tenham abandonado minha fic.

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