Brigas



Harry parecia muito confuso, enquanto cavalgava ao meu lado, acho que tínhamos dado informações demais para ele, afinal não era sempre que se perdia a memória e se descobria que era um bruxo, membro de um grupo que não tinha lá muito medo da morte, e que ainda por cima podia ler sua mente, pensando bem, isso ficou confuso até para mim que me lembro de tudo.

Ele durante todo o caminho se manteve ao meu lado, não sei se foi o beijo que dei nele, mas ele parecia muito feliz em estar perto de mim, eu estava doida para saber o que ele estava pensando, mas não iria entrar na mente dele, não era justo, ele não podia me bloquear se quisesse, e bem… não era ético fazer isso com ele, e se estivesse no lugar dele, eu o azararia se ele ficasse entrando na minha mente.

Do meu outro lado cavalgava Lince, ela parecia muito pensativa, nunca vou poder agradecer o suficiente por ela ter encontrado o meu Harry, eu sei que ela o ama como a um filho e que o procurou por causa disso, mas mesmo assim eu não podia me sentir mais grata. O homem que chegou acompanhando Lince (acho que ela o tinha apresentado como Barão de Brys) não parava de olhar para ela, Sirius já tinha percebido isso e não parecia feliz, mas ele não podia falar nada, afinal o que ele fez, mesmo não sendo culpa dele, era um motivo bastante justo para que Lince nunca mais quisesse olhar para cara dele, por isso Sirius terá que engolir o cara, que estava obviamente deslumbrado com Lince.

Hermione e Rony mal se olhavam, era tão idiota! Eles brigaram porque Hermione finalmente tinha descoberto a biblioteca de Camelot, onde havia um monte de pergaminhos que falavam sobre todos os assuntos que se pode imaginar, muito daquela biblioteca pertencia a Merlin, o que queria dizer que tinha um monte de coisa sobre magia, o que chamou muito a atenção de Hermione, que passou a ficar horas enterrada nos livros, parando apenas para se alimentar e dormir, Rony se queixou com ela, dizendo que ela tinha o trocado pelos livros, isso é óbvio resultou em uma tremenda briga e agora Rony dormia na nossa sala de reuniões, não era tão ruim, já que ele podia transformar o sofá em cama, eu tinha quase certeza que Rony passaria a dividir a sala com Sirius.

Chegamos a Camelot na hora do crepúsculo, que era lindo, com toda aquela mata em volta, a natureza em todo o seu esplendor, era incrível observar o crepúsculo, eu e Harry gostávamos de ficar olhando esse espetáculo da natureza pela janela do quarto, totalmente aconchegados na poltrona que tinha no nosso quarto, nós a transfiguramos para que ficasse mais larga do que já era, podendo assim facilmente comportar duas pessoas.

Os vivas das pessoas nos acompanharam por todo o caminho entre o pátio e as portas do castelo, Harry parecia um pouco assustado com toda aquela euforia pela chegada dele, por isso quando todos desmontamos, eu entrelacei minha mão na dele, e sussurrei em seu ouvido que ele devia fingir que se lembrava de tudo, ele me olhou interrogativamente, mas eu apenas lhe disse que depois explicava a ele, dando de ombros Harry não fez nada que pudesse demonstrar que ele havia esquecido alguma coisa, depois de receber as boas vindas de Arthur, caminhamos até os nossos aposentos.

Lince ficou para trás para informar a Arthur tudo que aconteceu, eu preferi levar Harry até nosso quarto, ele parecia exausto e eu também estava, fomos em silencio por todo o caminho, ainda de mãos dadas, ele não parecia nem um pouco desconfortável com nossa proximidade, o que era bom, já que eu não estava nem um pouco a fim de esperar ele recuperar a memória para matar a saudade que me corroia por dentro.

Quando enfim nós nos encontramos sozinhos em nosso quarto eu sorri maliciosamente, claro que não o deixei ver, Harry parecia muito interessado em olhar tudo a sua volta. Sorrindo eu fiquei imaginando como o seduziria, não seria difícil é claro, eu percebi durante nossa cavalgada, que Harry não conseguia parar de olhar meu busto, meu decote não era muito grande, era redondo e até que bem recatado, mas a blusa era bem apertada, o que delineava bastante bem minhas curvas, e Harry pareceu bastante incapaz de deixar de olhar para os meus seios… isso seria divertido.

- Estou com tanto calor, você não? – Harry se assustou por eu ter falado alguma coisa, mas sorriu e concordou. – Acho que vou tomar um banho, me acompanha?

Harry arregalou os olhos e ficou corado, eu tive que fazer muita força para conter uma gargalhada, eu adorava deixar Harry envergonhado, talvez fosse uma espécie de troco pela quantidade de vezes em que ele me deixou corada quando eu era criança.

- Her… eu… - Harry ficava tão bonitinho gaguejando.

Eu dei de ombros como se achasse que ele tinha dito não, e comecei a me despir, tudo bem, eu confesso, estava sendo muito má com ele, mas eu estava morrendo de saudade dele, ninguém pode me condenar por isso.

Tirei a blusa e depois a saia ficando só de langerie, Harry parecia hipnotizado com meu corpo, mas logo ele sacudiu a cabeça e ficou mais vermelho que já estava, até parecia que tentava rivalizar com a cor dos meus cabelos, ele se virou de costas, e eu não consegui segurar a risada, foi mais forte que eu.

- Porque está rindo? – perguntou Harry com a voz rouca, hum, isso sempre queria dizer que ele estava se segurando para não me agarrar, eu estava me sentindo tão pervertida.

- Bem. – falei me aproximando dele e o abraçando por trás, ele se retesou na hora. – Nós somos casados, o que significa que você já me viu sem roupa um monte de vezes, é engraçado ver você com tanta vergonha depois de tudo que já fizemos.

- É que… bem… - ele estava gaguejando, eu enterrei meu rosto em suas costas para não gargalhar de novo, Harry ainda estava todo tenso. – Eu não me lembro de nada, e isso quer dizer que eu… eu não sei fazer isso.

Eu girei em torno do Harry e o encarei, não vou negar que fiquei com pena dele, ele parecia realmente amedrontado, eu acariciei seu rosto, pois sabia que ele gostava desse carinho, mesmo não se lembrando disso Harry pareceu apreciar da mesma forma, ele segurou minha mão em sua bochecha e fechou os olhos.

- Eu sei que eu estou parecendo uma pervertida. – falei, vi que Harry iria protestar, mas eu o silenciei com meus dedos que estavam em seu rosto. – E eu confesso, realmente sou um pouco, mas é que eu passei uma semana sem você, sem saber onde você estava, sabendo que você tinha amnésia, que poderia ser encontrado por Malagaunt ou alguém ruim o suficiente para te manipular, se aproveitar da sua falta de memória para te machucar ou usá-lo contra nós, eu estava apavorada o tempo inteiro, mal me atrevia a imaginar o que aconteceria se não pudéssemos te encontrar…

Dessa vez foi ele quem colocou os dedos nos meus lábios para me silenciar e falou com a voz baixa e grave.

- Mesmo que eu fosse encontrado por alguém do mal, no momento que eu a visse eu saberia que estava do lado errado. Você viu o que eu estava pensando quando te vi, acha mesmo que seria capaz de vê-la e não me apaixonar imediatamente?

Eu sorri com os olhos lacrimejando, mas ai eu lembrei do porque todo aquele momento se iniciou e aproveitando que os dedos de Harry ainda estavam na minha boca, eu os beijei suavemente, Harry ainda pareceu temeroso, mas mesmo assim se aproximou mais, me puxando pela cintura para colar nossos corpos, logo seus dedos foram substituídos pelos seus lábios e eu me vi novamente afogada em sensações únicas e maravilhosas que só o meu Harry poderia causar. Harry parecia nervoso, como se aquela fosse a nossa primeira vez, o que de certa forma para ele era isso mesmo, eu sorri e sussurrei no ouvido dele para que apenas relaxasse e deixasse acontecer, pois ele era muito bom nisso, ao que parece meu comentário surtiu o efeito que eu queria, Harry ficou mais calmo e logo estávamos na cama tão unidos como dois seres humanos podem estar.

Dois dias depois…

A vida na corte de Arthur aos poucos estava voltando ao normal, bem… quase, Gina tinha brigado com Harry quando este lhe contou a forma gentil que a Dama de Camerliad o tratava, era óbvio que a tal dama estava se insinuando para ele, mas como sempre Harry era lento demais para desconfiar desse tipo de coisa, o resultado foi que Harry estava dormindo na sala de reuniões do Sexteto, ali também passou a ser a moradia temporária de Sirius, apesar de Lince o ter perdoado pelo que aconteceu, ela não se sentia confortável o suficiente para voltar a dormir com ele.

Merlin andava apressado pelos corredores de Camelot, ele parecia preocupado com alguma coisa, ninguém o interrompeu em sua caminhada ou lhe fez perguntas, as feições de Merlin não convidavam ninguém para uma conversa. Merlin tivera uma visão um tanto perturbadora e estava preocupado por causa disso, ele se encaminhava para uma das torres do castelo, no caso uma das mais altas, poucas pessoas se aventuravam nela, pois lá fazia muito frio, ela era alta suficiente alta para que as correntes de ar mais frias passassem por ela e praticamente congelassem quem fosse lá.

- Lince? – chamou Merlin cautelosamente, ele tinha chegado à torre e encontrado a mesma cena de sua visão, Lince estava num canto da torre abraçada aos joelhos e chorava copiosamente. – Porque você faz isso? – perguntou ele com pesar.

- Porque eu sei o que eu vou fazer quando a raiva acabar. – respondeu Lince não se importando com a presença de Merlin e continuando a chorar.

- Não faz bem a ninguém protelar seus sentimentos. – falou Merlin triste. – Você tem que parar de fazer isso.

- Eu sabia que iria perdoar o Sirius, então porque adiar uma coisa que eu sei que vai acontecer? – perguntou Lince desviando os olhos de Merlin.

- Porque isso a machuca. – respondeu Merlin sentando-se no meio do aposento. – Não é porque você sabe que depois disso tudo vai acabar perdoando ou não quem te fez sofrer, que você pode suprimir o que está sentindo. Raiva, dor, desespero, são sentimentos ruins, mas que fazem parte da vida das pessoas, não é suprimindo-os que você vai se sentir melhor.

- Sirius não me fez sofrer porque quis. Nesse caso ele não teve muita escolha. – disse Lince, dava para sentir a tristeza em sua voz. – E apesar de decepcionada pelo que aconteceu, eu não posso descontar nele o que estou sentindo.

- Mas também não pode guardar só para si mesma. – argumentou Merlin mais triste ainda. – Você não é invencível Lince, não precisa fingir ser, se tem vontade de chorar, chore, não guarde para si mesma seus sentimentos, não seja racional em relação a eles, pois os sentimentos podem ser qualquer coisa, menos racionais.

- Eu sei disso. – falou Lince, lágrimas ainda caiam de seus olhos. – É por isso que o Sirius está dormindo na sala de reuniões e não comigo.

Merlin sorriu perante isso, ele estava se lembrando de uma outra visão que teve, em breve Harry, Rony e Sirius teriam companhia.

- Você pretende fazer alguma coisa contra Sophie? – perguntou Merlin sério, ele não tinha certeza de que poderia deixar intacto alguém que fizesse o mesmo com ele, na verdade, Merlin tinha certeza que mataria qualquer um que tentasse fazer isso com Viviane.

- Não. – respondeu Lince, aparentando não estar muito satisfeita com sua decisão. – É claro que tenho que me controlar bastante para não surrá-la até a morte toda vez que a vejo, mas tudo isso já foi longe demais, e tudo que eu quero no momento é esquecer o que aconteceu.

- Sábia decisão. – concordou Merlin se levantando para ir embora. – Fique bem.

Lince acenou afirmativamente e depois que Merlin saiu, ela se levantou ficando de pé olhando pela janela, ela sempre agia assim, ela agia com razão, não conseguia evitar, por mais magoada que estivesse ela não podia descontar essa magoa em quem não merecia, Sirius fora tão vitima quanto ela em toda essa história, e mesmo sabendo disso, ela ainda não conseguia se ver beijando-o (por enquanto), era melhor esperar se recuperar totalmente de tudo que estava sentindo antes de voltar a ter alguma coisa mais intima que um abraço com ele.

- Sabia que estaria em algum lugar assim, solitário e frio. – falou Anny entrando e olhando fixamente para a figura recortada contra a janela, Lince se virou sorrindo para ela.

- E eu tinha certeza que você iria me encontrar. – falou Lince ainda sorrindo.

Anny se aproximou e abraçou a amiga, Lince novamente se viu chorando, apesar de odiar chorar, ela precisava desabafar um pouco, e as lágrimas abafavam um pouco o redemoinho de emoções que a dominavam desde que descobrira o que aconteceu.

- Você não devia guardar tudo para você, existem pessoas que te amam e adorariam te dar apoio. – repreendeu Anny.

- Eu sei. - disse Lince correspondendo ao abraço. – É por isso que você está me vendo chorar agora.

Anny sorriu tristemente, Lince era tão forte, não precisava ficar escondendo seus sentimentos para provar isso.

- Você também não se sentiria bem em brigar com o Matheus se ele tivesse passado pela mesma coisa. – falou Lince enxugando as lágrimas e se afastando um pouco de Anny. – Eu vi na mente de Sirius toda a tristeza, remorso e medo que ele estava sentindo, apesar de precisar de um tempo para poder voltar a ter alguma coisa com ele, eu não posso ficar brigando e jogando na cara dele o que ele fez afinal se tem um culpado nessa história, com certeza não é ele e você sabe disso.

- Sinceramente. – disse Anny com uma careta de duvida. – Eu não sei como reagiria se algo assim acontecesse comigo, eu sei que o Sirius não tem culpa, mas mesmo assim, duvido que se estivesse no seu lugar eu conseguiria deixar ele sem nenhuma azaração.

Lince riu e juntamente com Anny saiu da torre, se sentia muito melhor naquele momento, e já não era sem tempo, ela já estava morrendo de vontade de beijar Sirius novamente, mas o deixaria dormindo no sofá por mais algum tempo, pois mesmo sem ter muita culpa, ele ainda precisava de um bom castigo por ter sido tão idiota de não desconfiar de nada, ela teria percebido na hora que aquilo era um truque, onde já se viu sair bebendo tudo que as pessoas te oferecem?


Longe dali Guinevere e Lancelot tinham uma conversa privada, ou pelo menos era isso que eles pensavam, eles estavam nos aposentos reais e tinham uma discussão que Guinevere já estava cansada de ter, mas que Lancelot não se cansava de insistir nela, mas o que eles não desconfiavam é que Arthur estava ouvindo tudo, pois estava prestes a adentrar no quarto quando ouviu a voz alterada de Guinevere e resolveu ouvir o que estava acontecendo.

- E já lhe disse Lancelot. – falava Guinevere. – O que você sente por mim não passa de deslumbramento!

- Eu a amo Guinevere! – exclamou Lancelot exasperado. – Eu não estou pedindo que me corresponda, apenas que aceite este fato, sei que ama Arthur e jamais vai me amar e sinceramente eu fico feliz com isso, pois sei que Arthur te ama com a mesma intensidade que eu e poderá protegê-la como você precisa, mas…

- Está vendo! – cortou Guinevere condescendente. – Tudo que você sente por mim é esse desejo gigantesco de me proteger, tenho certeza que se Viviane não fosse tão poderosa e independente você sentiria por ela a mesma coisa.

Lancelot saiu do quarto exasperado, nem se dando conta que Arthur tinha se escondido atrás de uma armadura, abalado pela descoberta Arthur entrou em seu quarto e viu que Guinevere estava sentada na cama, com o rosto entre as mãos.

- Há quanto tempo você me trai com ele? – perguntou Arthur, quase gritando.

- O que? – perguntou Guinevere assustada.

- Como pôde me trair com meu melhor amigo? – perguntou Arthur exasperado.

- Como ousa? – Guinevere perguntou bufando. – Como ousa me acusar desta maneira? Se ouviu a conversa sabe muito bem que eu estava tentando fazer Lancelot ver que não me amava!

- Você… - começou Arthur com desdém, seus sentimentos estavam todos misturados, se ele pudesse pensar friamente nas coisas teria visto que Guinevere estava certa, mas ele estava transtornado demais para ser racional.

- Saia desse quarto imediatamente! – ordenou Guinevere indo até a porta e a abrindo, isso surpreendeu Arthur o suficiente para que ele percebesse o que estava fazendo, por mais que sentisse ciúme de outro homem nutrir algum sentimento por Guinevere, ele não podia culpá-la por isso, ele ia começar a pedir desculpas quando Guinevere o impediu. – Hoje você não dorme aqui!

Arthur saiu do quarto meio aéreo, se chutando mentalmente por causa da sua idiotice, ele se encaminhou para o único lugar que tinha certeza que ninguém jamais saberia que ele foi expulso do quarto, os aposentos do Sexteto, Arthur não queria que ninguém soubesse da sua burrice, e seria constrangedor se chegasse aos ouvidos de seus subordinados que ele tinha sido expulso do seu próprio quarto.

Com esses pensamentos na cabeça Arthur se encaminhou para pedir abrigo.


Merlin ria como um louco deitado em sua cama, ao seu lado Viviane o olhava sem entender, os dois estavam em mais um dos seus encontros, estavam deitados lado a lado depois de fazerem amor, quando do nada Merlin começou a rir, o que irritou bastante Viviane, ela já estava cansada desses acessos de risos dele.

- Será que dá para parar de rir? – falou Viviane nervosa, sua voz foi quase um grito. – O que é tão engraçado afinal?

- Eu tenho que arranjar um jeito de te mostrar. – disse Merlin em meio às risadas, ele olhou para os lados como que tentando achar um jeito de mostrar à Viviane o que via, ele estava tão distraído que tinha esquecido de que poderia passar as imagens para a mente de Viviane quando quisesse, afinal eles não compartilhavam a mente a toa.

Merlin se levantou, ele estava nu, mostrando todo o esplendor de seu eu jovem, ele foi em direção a uma bacia que ele usava para lavar as mãos, ela era feita de pedra, tinha sido um presente dos druidas para ele, Merlin começou a utilizar vários feitiços que no inicio pareciam sem efeito, mas aos poucos runas começaram a surgir ao redor da bacia e a água que ela continha começou a se transformar em alguma coisa que não parecia estar em estado nenhum, não era mais líquido, mas também não era gasoso e com certeza não era sólido, Viviane se aproximou curiosa para saber o que Merlin estava aprontando, ela também estava nua, mas não se importou nem um pouco com sua nudez, ao lado de Merlin ela não tinha nenhum pudor, afinal ele era o homem que ela amava e jamais se arrependeria de ter ficado com ele antes de se casar, provavelmente o fato de que um dia já fora Sacerdotisa da Lua tenha contribuído para o fato dela não ligar muito para as leis criadas pelos homens, Viviane era altamente conectada com a natureza e com sua essência (muitos chamavam essa essência de alma) para saber que Merlin era sua alma gêmea, que o amor deles era mais forte do que qualquer outra coisa, sendo assim ele jamais a abandonaria, mesmo que ela se entregasse a ele sem estar casada.

- Terminei. – falou Merlin sorrindo radiante, Viviane o olhou confusa e ele acrescentou. – Eu não tinha realmente pensado nisso na hora que eu estava a criando, mas no futuro existem algumas coisas como esta, eles a chamam de penseira, é um modo de mostrar seus pensamentos as outras pessoas, ou então, ajuda a organizá-los, você pode depositar seus pensamentos nela.

- Uau! – exclamou Viviane surpresa, jamais imaginara que esse tipo de coisa existia.

- Eu sempre fiquei curioso para saber quem tinha inventado uma coisa tão incrível. – falou Merlin sorrindo. – Acho que eu devia ter deduzido que seria eu, afinal quase tudo que me envolve eu não posso ver.

- Então você não sabia como criá-la? – perguntou Viviane impressionada.

- Não. – respondeu Merlin chateado. – Sempre que eu tentava ver como se criava uma, mesmo quando não era eu quem criava, alguma coisa me impedia, eu realmente estou me sentindo um imbecil, afinal só tem uma coisa que eu não posso ver, que é meu futuro, se eu não podia ver como se criava uma penseira era óbvio que é porque eu a tinha criado.

- Ok. Você sabe que eu não concordo nem um pouco com essa sua opinião, mas não estou a fim de discutir agora. – disse Viviane ainda curiosa. – Pelo contexto, você criou uma para me mostrar o que estava sendo tão engraçado, ótimo, então me mostre.

Merlin sorriu por causa do tom mandão de Viviane, as pessoas provavelmente enfartariam se soubessem que ele estava recebendo ordens de alguém, mas ele se sentia muito bem ao receber ordens de Viviane. Ele pensou na cena que viu e a depositou na penseira, pedindo para que Viviane mergulhasse o rosto no conteúdo vaporoso, ela o fez e logo se viu na sala de reuniões do Sexteto. Lá estavam já vestidos para dormir, Sirius, Rony e Harry. Eles ouviram uma batida na porta e se entreolharam, Rony foi para a porta e a abriu dando de cara com Arthur.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Rony dando espaço para Arthur entrar e olhando preocupado para o rei que parecia bastante constrangido.

- Guinevere me expulsou. – respondeu Arthur corado, os outros três o olharam abismados, jamais imaginaram Guinevere fazendo algo assim.

- O que você fez? – perguntou Sirius perplexo, se esquecendo por um momento de que devia tratar Arthur com grande cortesia, afinal Arthur era um rei.

- Ouvi Lancelot dizendo que a amava e quando ele saiu, eu a acusei de estar me traindo. – resumiu Arthur vermelho como um tomate.

- Idiota. – falaram os três em conjunto, mesmo estando a apenas dois dias (pelo menos eram os únicos dias que se lembrava) no castelo, Harry já tinha percebido a queda que Lancelot tinha por Guinevere, e conseqüentemente o fato de que Guinevere não correspondia a essa paixonite, era do conhecimento geral, que a rainha era totalmente apaixonada pelo marido e jamais o trairia.

- Eu sei. – concordou Arthur se jogando numa cama que Sirius tinha acabado de conjurar para ele. – E vocês porque estão aqui?

Os três se entreolharam e o primeiro a responder foi Sirius.

- Pelo meu quase casamento, a Lince apesar de não ter me chutado da sua vida, ainda não se recuperou o suficiente para me aceitar ao lado dela.

- É compreensível. – murmurou Arthur. – Ela está sendo até bem razoável, eu esperaria que ela te cortasse em picadinhos.

- Se eu tivesse casado, não era de se duvidar que isso acontecesse. – concordou Sirius.

- Eu estou aqui porque fiquei com raiva da Hermione ficar o dia inteiro enterrada naquela biblioteca, durante o dia eu só a vejo na hora das refeições e ela está tão preocupada em comer rápido para voltar de novo para os livros, que mal trocamos duas palavras. – desabafou Rony exasperado.

- Meu caro. – falou Sirius. – Você sabia muito bem com quem estava se casando, você não esperava realmente que a Hermione abandonasse os livros não é?

Rony apenas bufou em resposta, sabia que Sirius estava certo, mas estava magoado demais para aceitar esse fato.

- E eu. – começou Harry um pouco incomodado, pois mesmo que se sentisse bem com essas pessoas, para ele, eles ainda eram estranhos. – Porque não percebi que a Dama de Camerliad estava se insinuando para mim.

- Eu achei que a Gina depois de tantos anos, já teria se acostumado com sua miopia quando o assunto é: sentimentos, principalmente se esses sentimentos virem de mulheres. – comentou Sirius deixando Harry tão vermelho quanto Arthur.

Os quatro homens se olharam e depois caíram na risada, àquela situação era tão estranha que chegava a ser cômica, pois se pararem para pensar, eles eram quatro marmanjos casados, sendo obrigados a dormir no mesmo aposento, por terem cometido erros bem idiotas.

Viviane saiu dos pensamentos de Merlin sufocando de tanto rir, era de se imaginar que homens feitos como aqueles fossem mais maduros que aquilo.

- Nunca mais fico chateada por você começar a rir do nada. Eles são muito engraçados. – falou Viviane depois de parar de rir, ainda ofegando.

- Eu sei. – concordou Merlin, lançando um olhar predador para Viviane, e enquanto falava se aproximava dela. – Eu devia tê-los trazido antes, eles são muito divertidos.

Viviane concordou. Por causa das lágrimas nos olhos de tanto rir, ela não tinha percebido a aproximação de Merlin e muito menos o olhar dele, e quando percebeu já era tarde demais, pois se sentiu ser levantada do chão e ser carregada, em segundos já estava na cama com Merlin por cima dela e a beijando, ela sorriu para si mesma e retribuiu o carinho, a noite prometia.






Mat: para falar a verdade, eu já tenho uma idéia de uma continuação para essa fic, sim, você entendeu direito, para quem não estava pensando em escrever nem uma continuação, eu agora estou planejando a continuação da continuação, já tenho quase tudo bolado na minha cabeça, mas não posso falar muito, pois se não estraga as surpresas dessa fic, muita coisa nessa fic vai ficar meio inacabada, para que a próxima tome forma, espero que você esteja lá me acompanhando. Beijo!

Laurenita: certo, eu confesso, eu quase morri de rir escrevendo as cenas da Lince com o Ferdinand, ele é o típico cavaleiro de armadura dourada, só que a donzela que ele escolheu para proteger, não precisa ser protegida, foi muito engraçado fazer essas cenas, mas eu quase morri de dó da Lince na hora do casamento, fiquei imaginando como seria ver o homem que você ama, se casando com outra, eu realmente fui muito má nessa, mas tudo vai voltando ao normal na medida do possível. Beijo!

Gian: bem, eu fiquei com pena dele, por isso não vou castigar muito o Sirius, tadinho, ele também foi a vítima nessa, imagine acordar e perceber que você foi dopado para que pudessem te separar da mulher que você ama? Seria horrível, eu sou má...

Angelita: com a Gina não vai acontecer muita coisa não, afinal o Harry seria capaz de destruir o mundo se algo acontecesse a ela, e eu não sou tão má assim... ok, eu sou sim, mas por enquanto não tenho nada planejado para ela. Obrigada por comentar, beijo.

Gente eu estou muito decepcionada comigo mesma, eu sei que vocês me entendem, mas como eu já cansei de falar (vocês já devem estar cansados de ler também), antes de ser uma escritora eu sou uma leitora, e sei o quanto é ruim esperar por uma fic e ela não ser atualizada, por mais que minha vida esteja doida, com as provas da faculdade chegando, eu não devia ter ficado sem postar durante uma semana inteira, eu sinto muito mesmo. Desculpem.

Ps.: alguém aí conhece os livros da Meg Cabot (a coleção A MEDIADORA)? Quem não conhece, eu recomendo, são super legais, e ela fez uma coisa que eu achava impossível: transformar os fantasmas em seres legais. Sinceramente, fora os zumbis, eu achava os fantasmas uma das criaturas das "trevas" mais chatas que existiam, mas a Meg conseguiu transformá-los em seres legais, isso é algo notável. Eu tenho eles no computador, quem quiser é só me passar o email que eu mando, beijo!

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