A Volta de Harry
Os homens chegaram trazendo a mulher e o filho de Joseph, este que estava morrendo de ansiedade abriu um enorme sorriso e foi correndo até a mulher e a criança, pude perceber alguns ferimentos pelo corpo da mulher e a criança parecia estar com muito medo, àquela experiência deveria ter sido traumática para eles e agora nem poderiam contar com o conforto de uma casa para descansar e se recuperar de tudo que passaram aquilo era tão injusto que eu não me contive, me aproximei da família que se preparava para sair.
- Joseph. – eu chamei sorrindo calmamente, não queria assustar a mulher e a criança, os três me olharam curiosos, nos olhos de Joseph pude ver que ele estava grato pela minha ajuda. – Vá até a corte do rei Arthur, lá eu poderei te ajudar, caso eu não esteja na corte por algum motivo quero que mostre esse medalhão para os soldados que estiverem no portão, eles vão estar avisados da sua chegada, venda este anel para que possa viajar com conforto, sua esposa e seu filho já passaram por coisas demais para você forçá-los a andar até Camelot, por isso aceite minha ajuda, eu a ofereço de coração.
Joseph ficou com os olhos brilhando de gratidão, em suas mãos estava o meu bem mais precioso, o anel não significava nada para mim, eu o achava bonito e nada mais, daria um bom dinheiro a Joseph e ele seria capaz de chegar em segurança à Camelot, no entanto o medalhão era importante para mim, ele era o símbolo de liderança do Clã Cresswel, ele pertenceu a meu pai antes de mim, e ao meu avô antes de meu pai, esse medalhão era passado de geração em geração na minha família, mas não de pai para filho, era passado de líder para líder, as vezes o líder do clã não era filho do líder daquela época, na verdade, três gerações eram o mais longo tempo que a liderança ficara nas mãos de uma família, quando me refiro a família, estou me referindo à pais e filhos, pois todos do clã tinham o mesmo sobrenome.
Eu vi Joseph e sua família partirem e me virei para encarar Ferdinand e os outros cavaleiros, eles ainda não tinham apeado, e eu sabia por que, Ferdinand iria com seu exército em auxilio de Arthur, e eu pretendia acompanhá-los.
- Você foi muito bondosa com aquele homem, mas o que te garante que ele não vá vender o medalhão? – perguntou Ferdinand com uma cara piedosa, como se eu fosse uma idiota por ter confiado naquele homem.
- Ele não faria isso, ele não me deve só a vida dele. – respondi sorrindo prepotente. Ferdinand teve que concordar comigo, a lealdade era uma das coisas mais importantes do mundo naquela época, mesmo entre os servos.
- Hei! – exclamou Ferdinand como se tivesse percebido alguma coisa, eu o olhei curiosa. – Você disse para ele, para te encontrar na corte do Rei Arthur.
- Sim, e daí? – perguntei confusa.
- Você não pode fazer uma viagem tão longa assim. – falou Ferdinand como se explicasse algo muito óbvio a uma criança, ele estava começando a me irritar.
- Eu estou perfeitamente bem. – lhe respondi com frieza, mesmo que ele achasse que eu não passasse de uma mulher comum, pude perceber que ele engoliu em seco, talvez o instinto dele estivesse em alerta naquele momento.
- Não vou lhe emprestar um cavalo. – falou ele balançando a cabeça como se para espantar o medo que sentiu de mim há alguns instantes, ele me sorriu vitorioso, como se eu precisasse de algum cavalo dele, eu sorri de volta (sendo irônica é claro).
Assoviei alto e logo todos puderam ouvir um galope poderoso, um cavalo vinha em direção ao castelo com grande velocidade, todos ficaram tensos, talvez esperando algum mensageiro ou coisa parecida, eu me mantive calma, pois sabia qual era o cavalo que estava vindo, sorri ao avistar Ônix vindo em minha direção, sabia que ele tinha se mantido por perto para quando eu o chamasse, os cavalos mágicos tinham uma grande lealdade para com seus donos, depois de se apegarem a alguém eles nunca abandonavam, e podiam encontrar seus donos em qualquer lugar. Mesmo que o ex-dono de Ônix não fizesse idéia, eu tive certeza assim que o vi que Ônix era mágico, assim como os cavalos dos outros membros do Sexteto.
- E aí garoto? Sentiu minha falta? – perguntei acariciando Ônix, ele relinchou feliz com o carinho, eu o montei e olhei para Ferdinand e os outros que estavam de olhos arregalados. – E então vamos?
Sem esperar resposta eu dei meia volta e sai pelas portas do castelo, aos poucos os homens começaram a me acompanhar, Ferdinand veio se colocar ao meu lado, ele parecia apreensivo com alguma coisa, talvez fosse o fato de eu estar montando em pelo, mal sabia ele que eu estaria em sérios apuros se tentasse colocar cela ou arreios no Ônix, pois apesar de apegado a mim não tinha dúvida nenhuma de que Ônix me derrubaria se eu tentasse colocar qualquer coisa além de mim em cima dele.
- A corte de Camelot é uma das mais rígidas que temos, você não será bem recebida vestida dessa forma. – falou Ferdinand envergonhado.
Eu senti minha sobrancelha esquerda arquear, provavelmente a corte de Arthur ia se assustar por eu estar tão bem vestida, eu ainda usava aquela camisola ridícula, eu tinha pegado uma faixa de cetim emprestada com a Elisabeth, esse é o nome da garota que se sentou ao meu lado na mesa, eu amarrei a faixa de cetim azul escuro na cintura e a camisola até que pareceu um vestido, eu ainda me pergunto como as pessoas dormem usando aquilo.
- Não se preocupe com isso. – eu falei, não dando a Ferdinand nenhuma informação, não me preocupava o que ele pensaria de mim, mas não estava a fim de ficar recebendo olhares amedrontados o resto do dia. – Quanto tempo de viagem daqui até Camelot?
- Chegaremos em algumas horas, no fim da tarde. – respondeu Ferdinand suspirando derrotado, ele teria uma grande surpresa quando chegássemos lá.
Por algum motivo eu me sentia extremamente feliz por chegar lá antes do anoitecer, alguma coisa estava acontecendo em Camelot, algo que eu não iria gostar de forma alguma, meu dom me dizia que era alguma coisa com o Sirius, só esperava que ele estivesse bem, Samantha devia estar desesperada com meu desaparecimento, foi a minha vez de suspirar derrotada, ainda não acreditava que fiquei uma semana desacordada, eu tinha que conversar com minha espiã o quanto antes, tinha que saber das novidades, ela devia estar pensando que eu a abandonei, mas talvez ela soubesse do meu desaparecimento, tomara que ela não tenha se desesperado, o pior era aquele estranho silêncio mental, era como se todos bloqueassem minha mente, e ainda tinha que descobrir por que diabos eu tive uma crise de pânico! Eu nunca fiquei tão amedrontada quanto naquela luta contra gigantes, nem mesmo os dementadores eram capazes de me afetar daquela maneira.
A viagem transcorreu em silêncio absoluto, acho que Ferdinand ainda estava nervoso por causa das minhas roupas, eu sorri irônica, quando ele descobrisse quem eu era… era hora do crepúsculo quando avistamos os muros de Camelot, galopamos o mais rápido possível para entrar pelos portões do castelo, Ferdinand se colocou em minha frente, tentando de alguma forma impedir que as pessoas me vissem, eu tive que rir disso, alguns dos servos de Camelot me olharam de olhos arregalados, eu não gostei disso. Olhei ao redor e percebi que tudo estava praticamente deserto, o sino da igreja bateu, não havia missa naquele horário.
- O que está acontecendo aqui? – perguntei ao servo mais perto de mim, ele empalideceu por causa do meu tom rude, mas eu não tinha tempo para isso, de repente eu estava muito ansiosa para saber de tudo, eu entrei na mente do homem.
Um casamento estava sendo realizado, isso explicava o fato de tudo estar tão deserto, os nobres deviam estar na igreja e a maioria dos servos devia estar preparando o banquete para a festa, até aí tudo bem, mas eu vi quem era o noivo e nunca me senti tão furiosa.
- Mas o que diabos ele pensa que está fazendo? – a pergunta não para ninguém em especial, o servo estava quase desmaiando de tanto medo, não lhe prestei atenção.
Galopei com Ônix em direção a igreja, apeei em frente à porta fechada, Ferdinand e alguns homens dele tinham me seguido, pareciam prestes a me deter, como se pudessem, bufando de raiva eu empurrei as portas com toda força que consegui reunir, mesmo ainda estando fraca por causa da semana em coma e pouco concentrada as portas cederam com a força que exerci, elas caíram com estrondo no piso da catedral, eu não me importei, olhei para o altar e vi que era verdade, o noivo era Sirius.
- Espero que tenha uma boa explicação para essa palhaçada. – eu rugi indo em direção ao altar, Sirius me olhou assustado, mas não fez questão de impedir que eu entrasse na mente dele.
Minha cabeça foi inundada por imagens que eu preferia nunca ter visto, fechei os olhos perdendo o contato mental, senti como se alguém tivesse pegado meu coração e o arrancado, tenho certeza que empalideci, ouvi passos em minha direção, abri meus olhos e vi que Sirius vinha em meu auxilio, eu tinha me apoiado no encosto de um dos bancos da catedral, eu não podia lidar com isso ainda, não podia deixar que Sirius me tocasse, eu lhe lancei um olhar feroz e ele recuou alguns passos, parando alguns metros de distância de mim.
- Lince. – chamou Gina, eu a olhei sem expressão, não podia ficar com raiva dela nem dos outros, eles não podiam fazer nada para impedir, eu olhei para o altar, para a mulher que dopara Sirius, não tinha certeza da expressão do meu rosto, mas devia ser bem ruim, pois a mulher empalideceu e engoliu em seco, ela estava tremendo dos pés à cabeça, teve que se apoiar na mesa que era utilizada pelo Arcebispo para não cair.
- Minha filha foi desonrada e eu exijo que isso seja reparado! – exclamou um homem que estava de pé do lado esquerdo do altar, o lado em que os pais da noiva ficam.
- Você não tem o direito de exigir nada. – meu tom era baixo, mas ressoou por toda catedral, o silencio ali dentro era total, até a respiração entrecortada do Sirius soava alta.
- Minha filha…
- Ensinasse ela a não se meter com homens casados e talvez ela não estivesse nessa situação. – eu falei, até eu fiquei com medo de mim mesma, minha voz saiu gelada, se eu pudesse matar com palavras o homem estaria morto.
- E o que você pensa que devo fazer com ela agora? – perguntou o homem em desafio, ele não parecia ter percebido que eu estava a um fio de avançar e matar aquela garota.
- Um convento lhe faria bem, lá ela receberia a educação que lhe faltou sobre os seus cuidados. – eu falei me virando para o Sirius, ele recuou mais alguns passos. – Você não vai beber ou comer nada que não tenha passado por minha inspeção antes, mesmo que você tenha que ficar meses sem comer nem beber, está entendendo?
Sirius concordou com a cabeça, os olhos arregalados. Samantha estava encolhida atrás de Gina, mas eu não estava calma o suficiente para falar com ela, não queria assustá-la.
- Como você não viu isso acontecendo? – perguntei para Merlin indignada, como ele não vira que aquela vaca iria dopar Sirius o suficiente para que ele me confundisse com ela?
Merlin olhou para o lado, em direção das damas de companhia de Guenevere, elas se entreolharam sem entender o porquê do olhar, eu sorri entendendo muito bem o sentido, Merlin estava ocupado quando Sirius foi dopado.
- Entendo. – falei maliciosa, não olhei para nenhuma das damas, pois não queria entregar Viviane, sim eu tinha percebido os olhares que eles trocavam, eram até bem discretos, mas eu vejo mais do que a maioria das pessoas. – Onde está Harry?
Um olhar de pesar passou pelos rostos de Merlin e o restante do Sexteto.
- Ele desapareceu no mesmo dia que você. Não conseguimos encontrá-lo. – respondeu Merlin, me passando as outras informações pela mente, ele não podia dizer que o Harry perdeu a memória na frente de todo mundo.
- Eu fico uma semana fora, e o mundo fica de cabeça para baixo? – perguntei irritada. – Me levem até o lugar onde ele foi visto pela ultima vez.
- Nós já fomos lá Lince, e não encontramos nada. – falou Hermione, eu a olhei.
- Me levem lá. – repeti e dessa vez todos do Sexteto se mexeram, Sirius me encarou nervoso, sem saber o que deveria fazer. – Você vem conosco, não vou deixar você andando por aí com esse… – eu apontei para a mulher que ainda estava apoiada no altar. – isso, solto por aí.
Samantha estava ainda encolhida atrás de Gina e me olhava apreensiva, eu sorri para ela e estiquei os braços ela correu até mim e eu a abracei o mais forte que pude sem machucá-la, ela retribuiu o abraço.
- Senti sua falta mamãe. – falou Samantha em meu ouvido, mas todos ouviram, pois o silêncio ainda era predominante no local.
- Eu também querida. – eu falei acariciando seus cabelos, olhei para as damas de companhia de Guenevere e fingi estar as analisando, então parei em Viviane. – Você poderia cuidar de Samantha enquanto eu vou atrás do meu afilhado?
Viviane concordou e Samantha foi até ela, eu me virei para os outros do Sexteto e nós fomos em direção à saída, foi só aí que eu percebi a expressão de Ferdinand, ele parecia confuso e… droga, magoado, isso só tinha um significado, ele achava estar apaixonado por mim, o que não era nada bom, mesmo depois do aconteceu com o Sirius e aquela mulher, eu ainda amava o Sirius.
Eu passei por ele e isso pareceu o acordar, ele começou a nos seguir, assim como alguns dos seus homens e Lancelot, eu os olhei em dúvida.
- Quero ajudar a encontrar Harry. – falou Lancelot, eu concordei, então olhei para Ferdinand em dúvida.
- Vou com você. – ele falou dando de ombros.
Hoje não era meu dia, descobri que fiquei em coma durante uma semana, que o homem que eu amo dormiu com outra mulher, e eu nem podia ficar com muita raiva dele, porque ele foi dopado, descubro que meu afilhado desapareceu e para piorar ainda percebo que consegui um admirador, estou ferrada.
Os cavalos dos outros estavam junto com Ônix, o de Lancelot foi trazido por um servo e os de Ferdinand e seus soldados estavam por perto, então não tivemos atrasos na partida. Fomos para o lugar onde a batalha teve inicio, Gina me apontou o lugar onde vira Harry pela ultima vez, segui por lá e comecei a seguir pistas, que foram ignoradas pelos outros, um pedaço de tecido da camisa do Harry estava presa em uma árvore perto de onde Rony se lembrou de ter derrotado um bruxo, sabia que era da camisa de Harry, pois o tecido era de malha, e este tipo de tecido não existe nessa época.
Andei a esmo pelo local, até que vi uma mancha escura numa estrada meio abandonada, aquele tipo de mancha só era feita por sangue sobre a terra, sorte que não choveu se não teria destruído aquela pequena pista, a partir dali, eu tive que apelar, vi que havia vários rastros de cavalo, provavelmente dos salvadores de Harry, não conseguiria seguir as pistas se fosse como humana, eu desmontei e disse para Ônix me seguir, os outros me olharam curiosos e eu me lembrei que não tinha contado que eu era uma animaga, dando de ombros eu me transformei em uma pantera negra de olhos azuis muito chamativos, não era uma animal funcional, pois não dava para passar despercebida se eu quisesse, mas fazer o que? A gente não escolhe o animal que se transforma, o animal que mais parece com a nossa personalidade será o animal em que vamos nos transformar.
Com meus olhos mais aguçados eu pude ver mais claramente o caminho que os cascos dos cavalos fizeram, pude até captar um pequeno odor, quase desaparecido por causa da quantidade de dias que se passaram, mas ainda sim perceptível, o cheiro de Harry, eu apressei os passos, ouvindo os outros virem atrás de mim, Ônix estava ao meu lado, sentia pena dele, devia estar lutando contra todos os seus instintos para poder estar ao meu lado agora, pouco tempo depois que eu comecei a correr pude avistar um castelo, eu pulei para cima do Ônix me transformando em mulher, ele era mais corajoso que eu pensava Ônix nem se quer piscou quando eu pulei nele.
- Harry está ali. – eu informei aos outros, Gina pegou a dianteira, ansiosa para rever Harry.
Quando chegamos ao castelo, vimos que ele era rodeado por um poço e que havia uma ponte levadiça que estava levantada, ela era a única forma de entrar no castelo, os sentinelas do muro nos olharam com suspeita.
- Quem são vocês? – um deles perguntou.
- Precisamos falar com o dono desse castelo. – falei sem responder a pergunta, estava com pressa.
- E o que desejam com a senhora? – perguntou o sentinela com mais suspeita ainda.
- Se não abaixar a porcaria dessa ponte agora, eu boto ela abaixo. – eu falei, minha fúria saindo um pouco do meu controle, havia duas tochas do lado dos portões, e elas não estavam acesas, mas por minha causa, elas não só acenderam, como formaram labaredas de mais de um metro de altura, eu bufei, tentando me acalmar e as labaredas se extinguiram, os soldados me olharam assustados, mas suas mãos foram para as espadas. – Eu sou membro do Sexteto da Morte, vai mesmo querer encarar?
Os soldados ficaram chocados, mas baixaram a ponte na mesma hora, pelo canto do olho vi Ferdinand e os outros soldados me olhando assombrados, acho que eles ainda não tinham percebido quem eu era, deve ter sido um choque, entramos trotando pelo pátio principal, onde havia alguns homens treinando, bem ali no meio deles estava Harry, ele estava apenas observando, ele se virou quando ouviu os cascos de um cavalo a galope, Gina tinha saído em disparada ao encontro dele…
Eu estava observando os soldados treinarem, quando ouvi um cavalo vindo em minha direção, eu me virei e vi uma das cenas mais bonitas da minha vida, tudo bem que eu não me lembrava de nada da minha vida, mas mesmo assim eu podia ver que aquela cena não sairia da minha cabeça, um cavalo marrom com uma mancha branca na testa estava vindo em minha direção, e eu não me assustei não me preocupei com o fato de poder ser atropelado por um cavalo, pois eu só tinha olhos para a mulher que montava o cavalo, ela era tão bonita, vestia um vestido verde-jade que marcava suas belas curvas, a cintura fina, os seios fartos, era um vestido comum, como de todas as outras mulheres que eu me lembrava de ter visto, mas ficava lindo nela, no rosto ela tinha uma expressão forte e dura, decidida, os olhos eram de um castanho claro e brilhante, duas jóias que me olhavam intensamente, os cabelos dela estavam soltos e voavam pelo seu rosto, o vermelho intenso dos cabelos era tão contrastante com o branco de sua pele de porcelana, meus olhos captaram tanto dela em tão poucos segundos, que eu senti como se o mundo estivesse andando mais devagar, para que eu pudesse aprecia-la como ela merecia.
A boca dela estava meio aberta, ela estava arfando quando parou o cavalo do meu lado, a centímetros do meu braço direito, ela se jogou sobre mim, e eu me vi obrigado a colocar um pé para trás para me apoiar, ou ia cair levando-a comigo, antes que pudesse pensar senti a boca dela na minha, arregalei os olhos perante isso, ela ainda me beijava selvagemente quando eu me recuperei do susto, eu ia a afastar, mas meu corpo não me obedeceu, era quase como se ele já estivesse acostumado a isso, senti meus braços apertando a cintura dela e meus olhos se fechando, um calor intenso passou pelo meu corpo e logo eu percebi com extrema vergonha que estava excitado, surpreso com as reações do meu corpo eu me afastei assustado, a ruiva fez uma cara culpada, e parecia ter se lembrado de algo.
- Desculpe. – ela me pediu. – Eu esqueci que você não se lembra de nada.
- Como você sabe que eu não me lembro de nada? – perguntei assustado, como ela poderia saber?
- Merlin viu. – respondeu uma mulher muito bonita também montada num cavalo negro, belo cavalo. – Obrigada.
Eu a olhei sem entender, a menos que ela tivesse o poder de ler mentes, não tinha por que me agradecer.
- Sim, ela e todos do Sexteto podem ouvir sua mente. – falou uma mulher de cabelos castanhos e olhos da mesma cor, eu fiquei muito assustado com a resposta dela, seis pessoas ali podiam ouvir meus pensamentos. – Na verdade apenas cinco, o Sexteto da Morte é formado por mim, Lince, Gina, Rony, Anny e você.
Eu estava chocado e muito confuso, cinco pessoas podiam ouvir meus pensamentos e eu fazia parte de um grupo que se intitulava Sexteto da Morte.
- Informação demais Mione. – falou a mulher do cavalo negro. Ela me olhou sorrindo como uma mãe faria. – Eu sou sua madrinha, fui a melhor amiga da sua mãe e por isso me considero uma segunda mãe para você.
Eu sorri, apesar de tudo era bom ter pessoas que me conheciam ao meu redor, principalmente a ruiva, droga, esqueci que eles podiam ouvir meus pensamentos, um cara ruivo que se parecia muito com a mulher do meu lado estava com cara de nojo, ele com certeza era irmão da ruiva, devia estar querendo me decapitar pelos meus pensamentos com a irmã dele. Ao ouvirem esses pensamentos todos riram, inclusive o ruivo.
- Cara eu sou o seu melhor amigo. – o ruivo falou. – E meu nome é Rony, e sim eu não gosto desse tipo de pensamento com minha irmã, mas você e ela são casados.
Eu arregalei os olhos olhando para a mulher ruiva ao meu lado, ela fez cara de brava.
- Você acha que eu saio agarrando qualquer um dessa forma? – ela perguntou nervosa, eu fiquei vermelho e tentei falar alguma coisa, mas ela começou a rir e eu percebi que ela estava só brincando, fiquei aliviado com isso, não queria que ela ficasse brava comigo. – Eu nunca ficaria brava com você… não por muito tempo.
- Será que vocês podiam sair da minha cabeça? – perguntei incerto. – Isso é estranho. - Todos sorriram e concordaram. – Agora será que dava para me explicar direito quem eu sou e porque eu perdi a memória.
- Bem. – eles se entreolharam e a primeira que falou foi minha madrinha. – Você é um bruxo, e achamos que você foi atingido por algum feitiço que lhe tirou a memória.
- Que intromissão é essa? – ouvi um grito vindo do castelo, não precisei me virar para saber quem era, Manfred vinha ao encontro dos cavaleiros e parecia mais irritado do que o normal. – Vocês não têm o direito de entrar nesse castelo.
- E quem é você para nos impedir de entrar em algum lugar? – perguntou a mulher que disse ser minha madrinha. – Que eu saiba esse castelo não lhe pertence.
- Como ousa? – perguntou Manfred mais nervoso ainda, acho que ele não está acostumado com pessoas o desafiando.
- Nós somos o Sexteto da Morte. – ela apontou para os bruxos que faziam parte do Sexteto (me excluindo) e depois enquanto falava apontava para as respectivas pessoas. – Sir Lancelot e o Barão de Brys e alguns de seus soldados.
Manfred ficou extremamente pálido, ele com certeza não esperava estar falando com pessoas tão importantes.
- Porque os soldados de Camerliad ainda não se juntaram as tropas de Arthur? – perguntou minha madrinha.
- Estava colocando-os em forma antes de mandá-los minha senhora. – respondeu Manfred humilde, era a primeira vez que eu o via assim, ia lhe fazer bem.
- Até o final de semana você deve apresentá-los. – minha madrinha ordenou. – Harry você deve vir conosco.
Eu olhei para ela e depois para a ruiva, eu me sentia em casa ao lado delas, e queria muito descobrir quem eu era, não tinha dúvidas quanto a ir com eles.
- Você. – minha madrinha apontou para Manfred. – Agradeça a dama de Camerliad por ter cuidado de Harry e se desculpe com ela por ele não se despedir, mas temos pressa.
Eu fiquei meio desconcertado com isso, mas não podia perder tempo, aquela era a minha única chance de descobrir quem eu sou, então a ruiva assobiou e um cavalo lindo apareceu, ele era tão branco que chegava a brilhar, ela me falou para montar, pois aquele cavalo era meu, seu nome era Fire por causa de sua velocidade, eu fiquei com um pouco de medo, pois não tinha cela nele, mas eu precisava descobrir quem eu era e por isso montei em Fire e parti com aquelas pessoas que para mim eram totalmente estranhas, mas que me passavam muita confiança.
Nita: é a Lince é incrível, eu adoro ela, e o Harry está ai, novinho em folha, mas sem memória... beijo e obrigada por comentar.
Angelita: coitado do Sirius, vai passar por maus bocados, apesar da Lince perdoar ele, afinal realmente não foi culpa dele, ainda assim ele vai sofrer um pouquinho na mão dela, e o Harry, não, definitivamente não, a Camila não é mimada, mesmo gostando do Harry ela nunca jogaria tão sujo. Obrigada por comentar, beijo.
Gian: demorou um pouquinho esse capítulo, mas a culpa dessa vez não foi minha, segunda e terça a energia elétrica ficava vindo e voltando, não deu para escrever muita coisa, mas hoje finalmente eu consegui terminar, beijo e obrigada por comentar.
Mat: queda? Eu chamaria de tombo, hehehehehehe, sim um dos capítulos finais foi sobre eles, eu já pensei em escrever outras coisas, mas não sei, pra mim não ficam muito bem, quanto a fics, bem, tem uma de comédia que é escrita por uma amiga minha que eu gosto bastante, chama-se "Novos Marotos", o nome de escritora é Pérolla, e tem uma outra também chamada "Amores Perfeitos", muito boa, ela é R/H e é pós Relíquias da Morte, muito boa. Beijo.
Laurenita: eu também gostei da cara do padre, adoro a Lince, o Harry ainda vai enfrentar algumas coisinhas, mas em breve ele recupera a memória. Beijo, obrigada por comentar.
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