"Tarde demais"
Harry piscou os olhos novamente. Sua cabeça latejava de uma forma absurda agora... Não tinha muita certeza se era ou não devida ao porre da noite anterior, até mesmo porque nunca fizera algo parecido antes... O que não o transformava na pessoa mais indicada para analisar a situação.
O consolo, (se é que poderia ser posto dessa forma), era que ele não fora o único a ser afetado pela bebedeira... Rony, também não parecia estar nos seus melhores dias quando se sentou à mesa naquela manhã, o olhar morto e a aparente irritação denunciavam isso...
Hermione foi última dos três a descer. Não tendo trocado uma palavra sequer com os dois desde a saída tempestiva do quarto menos de duas horas atrás... Era compreensível que o clima estivesse ligeiramente desconcertante entre os três após o episódio que ainda se encontrava difuso na sua mente...
-‘Dia... – disse ela quase num sussurro. Harry observou a amiga do outro lado da mesa, ao perceber seu olhar, a garota desviou os olhos deliberadamente.
Ele não queria que a amiga se sentisse mal com relação à noite anterior... Afinal nem ele próprio tinha muita certeza do que realmente acontecera, exceto de que ele talvez houvesse falado algumas coisas que não deveria, e que com certeza acabaria por se arrepender, mas...
Harry apoiou a cabeça em uma das mãos e pôs os cotovelos na mesa... Até a luz na cozinha incomodava seus olhos agora, e a sensação que ele tinha era que simplesmente estava pensando demais... Pensando seriamente em largar o café-da-manhã e voltar direto para sua própria cama dessa vez, ele baixou a cabeça sentindo a testa latejar ainda mais...
- Harry... Você está bem? – perguntou Giny, ao seu lado. - Você quer suco? – ofereceu ela.
- Nah... Eu, eu estou bem...- recusou ele, sentindo-se completamente nauseado.
- Tem certeza? Você está um pouco pálido... – comentou Jorge logo em seguida, sendo interrompido pela entrada de Lupin, acompanhado por Sirius e Tonks.
- Bom dia! – exclamou ele ao entrar na cozinha. Harry observou tanto Rony quanto Hermione se encolherem ligeiramente em suas cadeiras, enquanto que a garota postava a mão na cabeça levemente. Estava claro que ele não era o único a sentir dores de cabeça... Apesar de apostar qualquer coisa que a deles não estava tão forte quanto a sua... E o fato não demorou muito para ser notado...
A manhã passou lenta e um pouco mais zuadenta do que Harry gostaria. A situação entre ele e Rony ia de mal a pior, Hermione andava fugindo não só dele, como do amigo mais do que qualquer outra coisa, o que significava que sua companhia se resumia basicamente a Fred e Jorge, visto que Giny já estava ocupada fazendo companhia a menina. O que significava que não havia muito motivo para que ele demonstrasse qualquer resquício de alegria...
- Sirius, Molly está pedindo sua ajuda lá fora... – chamou Lupin, vindo do jardim. Parando logo em seguida para observar a cena... A cozinha estava vazia, exceto por Harry e o padrinho, que mantinha um meio sorriso na boca enquanto se ocupava em fazer algo no fogão. – O que você está fazendo?
- Chá...
- Pra quê?- estranhou ele.
- Harry está de ressaca. – respondeu Sirius, claramente fazendo um esforço estupendo para não rir.
- Eu não estou de ressaca... – insistiu Harry pela terceira vez.
- O que? – e se virando para Harry, que mantinha a testa encostada na mesa da cozinha. – Você bebeu?
- Um pouco... – respondeu Harry após um momento.
- E agora ele está de ressaca. – concluiu Sirius em seguida.
- Por que você fez isso? – perguntou Lupin, aparentando mais desagrado que contentamento, ao contrário do amigo, apesar de sua voz manter um certo tom de divertimento.
- Eu... – começou Harry, mas não tinha um argumento muito bom para dar ali. A não ser que quizesse complicar ainda mais a sua situação perante os dois. Idéia que não soava muito agradável... – Eu não tenho muita certeza... Acho...
- Tem alguma coisa haver com Hermione? – perguntou Lupin, de impulso. Harry, que mantinha a cabeça abaixada, levantou rapidamente:
- Por que você diria isso? – questionou ele desconfiado.
- Por nada... – respondeu ele. – É só que... Bom... AS coisas entre vocês não vão muito bem ultimamente, certo? Entre vocês três... Eu quero dizer...
- Bem... Talvez as coiss tenham saído um pouco do controle ontem, eu acho... Quero dizer... Eu não sei... Tudo ainda ta um pouco confuso na minha cabeça...
- Seu pai ficaria orgulhoso... – comentou Sirius com um ar zombeteiro.
- E sua mãe furiosa! – acrescentou Lupin. – Dezesseis anos... E já tomou o primeiro porre! Isso é...
- Ilário... – completou o padrinho, com uma gargalhada.
- Eu não tomei um porre! E não estou de ressaca... – persistiu Harry, determinado a não admitir nada do ocorrido. – E será que dá pra zuar um pouco mais baixo? Minha cabeça parece que vai explodir...
- É... Eu imagino... Isso se chama RESSACA... – disse Sirius dando dois tapinhas amistosos no ombro do afilhado. – Bem vindo ao mundo dos adultos...
- Não se preocupe... Vai passar em algumas horas... – acrescentou Lupin sentando-se à mesa na frente de Harry.
Talvez ele até estivesse certo... Iria passar em algumas horas... Entretanto, por mais que Harry procurasse ao máximo se convencer de tal, a sensação que ele tinha era completamente contrária. Sua cabeça latejava ainda mais, uma dor imensa, já morbidamente familiar a ele...
Fechando os olhos lentamente, Harry baixou a cabeça e cobriu a nuca com os braços, curvando-se sobre a mesa.
Quase que instantaneamente, seus olhos se fecharam. Logo Harry se viu no escuro novamente.
Por um momento, ele pode experimentar a sensação momentânea de ausência de luz ao seu redor... Mas rapidamente o relaxamento foi tomado por desconforto e desespero...
Levantando a cabeça rapidamente, Harry se deparou com uma visão um tanto familiar, uma enorme sala completamente escura, exceto por um foco de luz branco-pálida no centro... Ele reconheceu o que parecia ser uma cama no centro do salão, se aquilo podia ser chamado realmente de cama... Longas tiras de couro marrom pendiam até o chão balaçando lentamente. Manchas que pareciam sob a luz branca, ser arrocheadas cobriam partes das amarras.
Com uma sensação gélida de pavor, Harry olhou novamente para a cama. Seu coração deu um salto repentino. O local não estava mais vazio... Gritos longos e excruciantes tomaram conta do aposento invadindo os ouvidos de Harry causando-lhe uma descarga elétrica repentina. Os olhos de Harry vidrados se voltaram para o centro do aposento... Os cabelos longos e assanhados, as roupas compridas e coloridas de forma dispareada, logo foram reconhecidas por ele... A passos largos, ele começou a se mover lentamente no local... Ele tinha que ajudá-la... Ele tinha...
- Harry! – uma voz grossa e distante chamou.
Sacudindo o garoto novamente, Sirius puxou o afilhado e encostou-o na cadeira:
- Harry!! – chamou ele novamente. –Harry!!
Lentamente, a claridade foi tomando conta dos olhos de Harry, que se virou para o padrinho ao seu lado completamente nauseado e ainda experimentando uma vertigem imensa:
- O qu...
- Você estava gritando... – falou Lupin alarmado. A porta da cozinha se abriu rapidamente, dando passagem para Sra. Weasley, ladeada por Rony e Hermione ambos parecendo completamente alarmados, mas não tanto quanto Sra. Weasley:
- Harry! Eu ouvi os gritos... O qu...? – disse ela se precipitando sobre o garoto.
- Eu a vi... – murmurou Harry, sentindo como se seu crânio fosse partir ao meio. – Trelawney... Eu... Ela estava lá... Eu vi... – murmurou Harry sem conseguir por as próprias palavras em ordem.
- O que? – perguntou Lupin, que se mantinha em pé ao seu lado.
- O que aconteceu? – murmurou Hermione do canto da cozinha, parecendo assustada.
– Lupin, ele está ardendo em febre... – disse Sirius levantando o afilhado pelo braço. Harry sentiu outra vertigem, ainda mais forte e nauseante que a primeira. Suas pernas fraquejaram rapidamente. E foi por um flash de segundo que ele viu os rostos assustados na cozinha ao observa-lo antes que apagasse de vez...
- Bem vindo de volta... – murmurou uma voz conhecida ao seu lado.
Harry abriu os olhos lentamente. Onde ele estava? Seus olhos percorreram a sala. O local se encontrava na penumbra, sendo iluminado apenas por um fraco fogo vindo de uma lareira do seu lado direito. Á sua frente, Harry pode observar uma poltrona grande e cinza, com aspecto velho e mofado. Uma súbita dor incrivelmente lacinante tomou conta de sua cicatriz. Harry dobrou o corpo rapidamente pondo as mãos na testa num grito de dor... A voz feminina sussurrou novamente ao seu ouvido:
- O que houve? – perguntou ela, num tom frio e divertido. – Se sentindo um tanto... Sensível...? – acrescentou ela. Harry levantou um pouco o rosto e viu Hermione caminhando lentamente em direção à poltrona que se mantinha nas sombras, de forma que era impossível para Harry ver quem estava ali.
Ele sabia que não era ela... Não era sua amiga... Ele já havia encontrado aquilo antes, e depois de tanto tempo, esperava que não fosse encontrar de novo... Entretanto... Ali estava ele... Fosse o que fosse, sentado no braço da poltrona ocupada por uma presença que Harry reconheceu quase que instantâneamente. Sentindo agora sua cabeça latejar intensamente, ele olhou para o assento à sua frente.
- Ele está com medo... – falou a garota, para a presença ao seu lado. – Eu posso sentir...
- Eu sei... – disse a voz fria e aguda, de forma sibilante. Que Harry reconheceu rapidamente como sendo de Voldemort. – Ele está. – disse Voldemort curvando-se lentamente para frente e deixando a luz da lareira iluminar a face de cobra que observava agora Harry se contorcer em dor. Os olhos vermelhos, o nariz inexistente, e a pele branca e pálida gargalhavam sombriamente ao fundo enquanto a voz familiar da amiga soava nocvamente em seus ouvidos:
- Como você se sente... Sabendo que, não importa o que você faça... O quanto você tente ou o quão ráoido e distante você vá... As pessoas que você ama, vão ser sempre aquelas que pagam...? – disse ela lentamente. – Sua mãe, seu pai... Cedric, Neville, Sirius... Todos os seus amigos... Vão morrer, um por um... E depois que você estiver sozinho... Nós vamos acha-lo. E depois, você vai morrer... Bem, devagar...
A gargalhada feminina ecoou nos ouvidos de Harry se tornando aos poucos cada vez mais distantes...
Harry sentou-se rapidamente arfando. Seu movimento foi tão rápido que bateu com algo quente, não o identificando a princípio. Mas um ligeiro tossido e gemido de dor denunciou a presença de mais alguém no quarto. Sentindo seu peito subir e descer rapidamente, Harry foi tomando consiência de que acabara de acordar, e aos poucos, se situou novamente na realidade...
Ele parou por um momento ao sentir uma mão passando suavemente pelo seu cabelo...
- Harry...? – murmurou Hermione com uma voz receosa. Só agora ele percebia que seu corpo se mantinha colado ao da amiga, que se encontrava sentada na beira da cama, entretanto ele não se moveu, ele só... – O que houve...? Você está bem...? – Harry não respondeu por um momento, ainda sentindo seu coração acelerado, as últimas palavras que ouvira ainda ecoando em sua mente...
- É... Eu estou bem... – respondeu ele fracamente, respirando fundo, e sentindo o aroma dos cabelos da amiga próximo a ele.
- Não, não está! Harry você está tremendo...- contestou ela preocupada. – E-eu vou chamar alguém...
- Não... Espere... – disse ele ainda ligeiramente tonto. Não muito certo se era devido ao sonho que acabara de ter, ou... – Fique...
- Harry, o qu... – tentado a manter o máximo de contato possível com a garota, Harry recostou novamente no pescoço da amiga, que apesar de parecer por um momento ter sido pega de surpresa, logo retribuiu o que acabou por se tornar um longo abraço. Passado um momento em silêncio, Hermione continuou num murmúrio preocupado. – Harry... O que está havendo...? Eu, eu tenho a sensação de que tem algo acontecendo, e você não quer me contar... – lenta e suavemente a amiga se afastou encarando Harry nos olhos.
- Hermione eu...
- Harry, você sabe que não importa o que aconteça... Nós vamos sempre estar com você certo? – cortou ela com um tom de angústia na voz. – Eu vou sempre estar com você... Me diga o que é... O que é que te perturba tanto...?
Harry encarou a amiga de volta, ela agora lacrimejava um pouco... Uma urgência desesperada de contar toda a verdade a ela tomou conta de Harry. Uma necessidade tão grande de se abrir, que ele nunca havia experimentado antes... Dizer a verdade, e simplesmente abraça-la e dizer que ele não deixaria que nada de mal acontecesse a eles...
- Eu... – começou ele. – Não é nada... – disse ele finalmente baixando os olhos.
- Você está mentindo... – disse ela fracamente, e parecendo ligeiramente magoada. Harry não respondeu. Ele não sabia o que dizer... Não tinha o que dizer, e por mais que quisesse, falar toda a verdade... Não tinha direito algum de envolve-la naquilo...
Encostando o rosto lentamente ao lado do da amiga, Harry levou a mão direita ao rosto dela gentilmente... Dizendo a única coisa que poderia dizer...
- Está tudo bem... – murmurou ele no ouvido na amiga.
O cheiro que vinha do corpo dela agora era praticamente inebriante, a sensação que Harry tinha era de que nada do que ele fazia ali agora condizia com a porção racional dele mesmo. Sua mão ainda acariciava o rosto dela, logo seus dedos tocaram suavemente os lábios da garota, quase que sem querer. E apartir daí, Harry já nem ao menos tinha total noção do que estava fazendo, e a impressão que ele tinha era que Hermione estava tão envolvida quanto ele...
A amiga deslisou o rosto suavemente até que ambos ficaram frente a frente... Harry pode ver que a garota mantinha os olhos semi-cerrados e a cabeça ligeiramente baixa... Passando a mão pelo rosto dela novamente e descendo até o queixo, ele levantou-o suavemente, até que ambos se entreolharam.
A respiração da menina estava lenta e pesada, e Harry sentia agora seu coração bater tão rápido, que tinha quase certeza de que ela própria podia ouvi-lo também...
A primeira coisa que Harry sentiu foi um tímido e suave toque entre o seus lábios e os da amiga... Gentil, calmo, como se não houvesse pressa alguma para aquilo, e ambos quisessem aproveitar ao máximo de cada segundo daquele momento. Pouco depois, um calor difuso pareceu invadi-lo, uma necessidade de puxá-la pra perto, o mais perto possível... E assim o fez... Por um momento, antes de aproximar a garota de si, Harry pode ouvir um ligeiro esgar de surpresa vindo dela, e no primeiro momento, quando seus lábios se tocaram realmente, a primeira reação da garota foi nenhuma, mas apenas por uma fração de segundo... Pois logo em seguida, foi como se ela amolecesse nos braços de Harry, fazendo com que ele descesse uma de suas mãos até a cintura dela e puxasse-a ainda mais pra perto de si, movimento contra o qual ela não fez esforço algum em evitar... Ao contrário... Harry pode sentir logo em seguida uma das mãos da garota percorrer seu cabelo subindo pela sua nuca, assanhando-o ainda mais, à medida que o beijo se tornava mais e mais profundo...
A adrenalina... Tão intensa, de um modo que ele nunca sentira antes, diferente, urgente, e tão forte que Harry temia que talvez ele não fosse capaz de controlar... Ele não tinha muita certeza de como ou porque aconteceu, mas o fato foi que o que pareceram ser poucos segundos depois, ele pode sentir as mãos da garota sobre seu peito empurrando-o na direção contrária. Ela o estava afastando...
- Harry... – disse ela com a respiração ofegante, e sentando-se mais afastada do amigo, ela o encarou. Harry não sabia o que dizer... O que ele deveria fazer? Um certo desespero começou a tomar conta dele. Nada lhe passava pela cabeça, exceto:
- E-eu sinto muito...
- É... Eu... Eu sinto muito também... – se desculpou ela em seguida, desviando o olhar e corando violentamente. – Espere... O que ele estava fazendo? Se desculpando? Quero dizer... Se ele não muito se enganara, ela o beijara de volta certo? De fato... Não havia motivo algum para se desculpar, pelo contrário...
- Sabe de uma? Eu não!
- O que? – questionou Hermione confusa, observando Harry se levantar rapidamente da cama.
- Eu não me arrependo! – continuou ele categoricamente, numa indignação suprimida pelos últimos longos e tortuantes meses. – Na verdade eu me satisfaço nisso! E eu faria tudo de novo! – Hermione olhou o amigo que se mantnha em pé, com a respiração entrecortada.
- Harry eu... Eu achei que nós fôssemos amigos... – murmurou ela timidamente.
- É? Bom... Eu não quero mais ser seu amigo! – Hermione olhou para ele surpresa com a exclamação. – Quero dizer... Não é que eu não queira, é só... Eu quero mais! E eu já estou cansado de fingir que não... – explicou ele sentando-se novamente, com uma urgência cega para que a amiga compreendesse o que ele estava falando...
- Nós nos beijamos! Eu e você, nós nos beijamos! – continuou ele. – E não adianta você dizer que não porque eu sei que você quer isso tanto quanto eu! – era como se tudo que estava entalado em sua garganta nos últimos dias, houvesse ganhado vida própria e agora saía desembestado pela sua boca. – Quero dizer... Você pode realmente fazer isso? Olhar pra mim e dizer que não sente nada por mim?
- E-eu... – tateou Hermione, e após um tempo respondeu. – Eu gosto sim de você, Harry...
- Gosta? – perguntou Harry como se precisando de confirmação.
- Gosto... – ela confirmou. Harry fez menção de se aproximar da garota de novo, mas ela recuou se levantando em seguida. Harry olhou para a amiga, com um mau pressentimento. Não demorou muito para que ele compreendesse o porque daquela atitude...
- Isso é por causa dele não é? – perguntou ele observando a amiga que mantinha os olhos na paisagem da janela. A garota não respondeu.
- Hermione...
- O que você acha? – respondeu ela num tom lacrimoso, ainda com os olhos lá fora, ela se virou em seguida. – Ele é meu amigo... E seu também... – aqui uma lágrima pareceu correr pelo rosto da garota.- Eu não posso fazer isso, e no fundo você sabe que também não pode!
- Isso não é justo... – insistiu ele, sentindo como se uma pedra de gelo de cinco quilos caísse em seu estômago. Ele não podia acreditar no que estava acontecendo... Não fazia sentido, ele gostava dela, e se arrependia amargamente por ter levado tanto tempo para finalmente perceber... E o mais importante: ela gostava dele também! Não... Ela não podia...
- Eu... Eu tenho que ir... – disse ela, baixando os olhos e passando por Harry em direção à porta, Harry segurou o braço dela:
- Espere... Eu... Você... – ele tinha certeza de que a garota podia agora ver o desespero nos olhos dele. – Você não pode fazer isso... Você mesma disse. Você não pode acabar isso assim! – Harry encarou a Hermione. E só ali ele pode notar que aquilo era tão difícil pra ela quanto era pra ele, e ainda sim...
- Sim, eu posso... – disse ela simplesmente dando as costas a Harry...
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!