End




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Cheguei em casa cansada, e lá no meu sofá estava Marlene dormindo. Ela fez uma cópia da chave sem eu saber, só soube quando ela foi entrando de noite pra me contar alguma coisa sobre Martíni, algum club e um tal de Matthew.

Só que quando eu me aproximei um pouco, descobri que tinha mais alguém ali com ela. Deitado no meu tapete branco de pêlos. Esparramado no tapete enquanto Marlene aproveitava o meu sofá, estava ninguém mais ninguém menos que Sirius Black.

Yeah baby’s, engulam essa agora. Eu mesma to tentando engolir, mas a minha garganta não passa nada por causa desse susto maldito. Cara, eu to tipo pasma. Chocada.

Nem falei nada. Levitei os dois até o quarto de hóspedes (Sabia que eu comprei uma cama de casal pra lá? YEAH, GO LILY GO!) e fiz questão de colocá-los em uma posição constrangedora. Eu tinha que avacalhar. E, de quebra, talvez desencalhar a Lene.

Faz sentido, né?

Coloquei ele de barriga pra cima com uma mão em volta dos ombros dela. Ela em cima do peito dele meio de bruços, com uma perna jogada sobre ele. Hehe. Cara se a Marlene saca que fui eu que fiz isso, ela me mata. Depois de pegar o Sirius, claro (66’ Certo, se ela pegar ele eu já ganho meu dia.

Então eu me tranquei no meu quarto, soltando os cabelos daquele coque que eu usava pra trabalhar. Emmeline quis me matar quando me viu no escritório com um sapato marrom, terninho, saia social, gravata e coque. Certo, eu tinha que parecer profissional. Ela alegara que eu parecia mais uma diretora matrona de escola e me deu um monte de faixas, fitas e whatever’s pro cabelo. E eu continuei usando meu coque \o

Bom, eu soltei os meus cabelos afrouxando a gravata que tivera que usar naquele dia. Pendurei ela no dossel da minha cama branca e deixei os grampos de cabelo na penteadeira. Enfim me despi e fui para o banheiro, e só aí percebi que o meu chuveiro estava ligado. Mas como o Box era de vidro, eu pude ver quem estava ali. Potter.

Entrei no Box sem que ele percebesse, abraçando-o pela cintura por trás, subindo nas pontas dos pés para beijá-lo no ombro. Ele virou-se para mim sorrindo.

-Não acha que está um pouco abusado, não? – Eu perguntei tirando o meu sabonete da mão dele.

-Talvez. – Ele se virou de frente para mim e me enlaçou pela cintura, uma de suas mãos segurando o próprio pulso. – Isso não te impede de me querer, exatamente como sempre foi. – Ele então me abraçou e ficamos ali por alguns segundos. Então eu me separei dele.

-Tiago, eu...

-Shh... Pensamos depois, agimos agora – Ele disse e beijou-me, enquanto eu suspirava profundamente pelo nariz.

Aquela noite foi magnífica. Assim como todas as outras. E eu não tinha idéia de onde eu iria parar se continuasse com aquilo. Mas eu iria tentar mais uma vez.

Eu merecia aquilo. E ele também.

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Acordei com um cheiro delicioso vindo da cozinha. Me vesti – claro, Sirius e Marlene devem ter dormido na minha casa – e além do mais, a sala tem janelas absurdamente grandes, e eu esqueci de fechar as venezianas ontem a noite.

Anyway, resumindo, eu coloquei um short jeans e uma blusa branca qualquer. E fui ver o que era aquilo.

Então eu vi a cena mais engraçada e mais perfeita da minha vida (certo, isso depois da visão de Harry e Sofie. Perfeitos). Lene, Sirius e Tiago estavam na cozinha, os dois primeiros rindo e sujando o outro de geléia, e James rindo deles e fazendo panquecas.

-Vocês parem de gastar o mel porque a Lily gosta dele nas panquecas – Ele disse e Lene e Sirius olharam para ele maliciosamente depois de se entreolharem.

-Ah é, Pontas? E como sabe disso? – Sirius colocou um braço em cima dos ombros de Marlene, que concordou com a pergunta com o olhar, cruzando os braços. Ele olhou para os dois e riu.

-Que é? Vocês não tem moral nenhuma! Dormiram juntos na casa da melhor amiga! Eu conheço a Lílian, a observei durante anos. Eu sei do que ela gosta, e não só no café da manhã – Ele disse sorrindo, então Marlene arqueou uma sobrancelha.

-Cor preferida? – Ela perguntou.

-Vermelho-vinho – Ele rebateu.

-Série de TV? – Ela insistiu.

-Lílian é indecisa demais pra ter uma só preferida, mas eu diria que no topo estão CSI, Supernatural e ER – Ele disse de novo, colocando mais massa na frigideira para fritar. Marlene não se deu por vencida.

-Flor?

-Amores-Perfeitos e Papoulas e Gladiolos - Ele respondeu novamente.

-Tecido?

-Algodão.

-Música?

-Eu suspeitaria de Vivaldi.

-Fruta?

-Abacate com leite condensado e limão.

-Comida?

-O bolo de cenoura da mãe dela, nunca consegui imitar.

-Cheiro?

-O cheiro fresco do orvalho de manhã – Ele disse e Marlene deu um salto.

-HÁ! É nada! O cheiro que ela mais gosta é o do seu...

-... Perfume – Eu completei me pronunciando na cozinha-sala, olhando enviesado pra Marlene, que ia revelar meu segredo como uma boa traíra. Ela olhou para mim como se pedisse desculpas e aceitei. Afinal, era tão insignificante que eu não ligaria pr’aquilo. – Mas é bom saber que alguém me conhece tão bem assim. Mas me responda uma coisa, Potter...

-Hum – Ele pegou um pouco da geléia no pote nas mãos de Sirius e comeu, colocando o prato de panquecas em cima da mesa e cobrindo com mel.

-O que é que eu mais odeio no mundo?

Ele deu um suspiro e sorriu.

-Se sentir confusa, vulnerável ou fraca. Isso te destrói – Ele disse e roubou uma panqueca minha.

Eu sorri e continuei comendo as panquecas. Não disse mais nada. Fui pro quarto, me arrumei e fui trabalhar.

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Eu já estava no trabalho á cerca de oito horas, não tinha nem parado para almoçar. Eram quatro da tarde e o sol começava a abaixar nas janelas do escritório. O elevador se abriu e Remo apareceu ali, com um embrulho nas mãos. Eu fiquei aturdida. O que ele estava fazendo ali?

-Esse pacote só vai abrir quando for seis horas. – Ele deixou o pacote na mesa e me deu um beijo na testa – Agente se vê daqui a pouco, Lily. Divirta-se – Certo, isso estava muito estranho. Ele virou as costas e foi embora.

Eu fiquei tentando imaginar o que tinha lá dentro. A caixa tinha o tamanho perfeito para caber uma goles ali dentro. Era quadrado e embrulhado com um pacote brilhoso, vermelho. Bom, eu teria que esperar. Sairia ás seis naquele dia mesmo. Continuei trabalhando, até que a curiosidade se fez muita e eu levantei da cadeira, começando a caminhar de um lado para o outro na sala. O que Remo estava aprontando? E por que aquele “agente se vê depois”? Oh céus, eu estava me consumindo pela curiosidade. Isso vai desandar todo o meu trabalho. Não é nem meu aniversário pra eu ganhar presentes!

Tentei continuar trabalhando, mas não consegui. Tentei desatar a fita que a prendia, e também não consegui. Quando bateu seis horas em ponto, a fita do pacote se desatou sozinha, e eu fui rapidamente ver o que era. A caixa era de papelão, branco por fora, e tinha um monte de algodão dentro. Eu enfiei a mão por entre todo aquele algodão e achei uma camisa. Reconheci-a rapidamente.

Havia um bilhete cuidadosamente escrito num papel pendurado no colarinho da camisa. A camisa que o Potter tinha usado na primeira vez que eu tinha correspondido um beijo dele de boa vontade, logo depois do episódio da biblioteca, onde eu ficara babando por ele, ainda em Hogwarts. E o bilhete dizia:

”Eu te amo porque...
Você não resiste ás minhas camisas”


Sério, eu riria se não estivesse tão nervosa. Era a letra de Tiago. Mas o que ele estava querendo dizer com aquilo? Dei um sorriso. Ele provavelmente estava planejando alguma noite fofa. Como sempre. Cheirei a camisa. O cheiro dele. Virei o bilhete ao contrário e vi que tinha algo escrito.

”Lílian, saia um pouco desse escritório. Tem algo pra você lá embaixo”.

Fiquei ansiosa. Vesti a camisa por cima da roupa e soltei os cabelos, colocando tudo dentro da bolsa de qualquer jeito e jogando a caixa no lixo. Então desci pelo elevador, na expectativa. O elevador abriu e eu me dirigi á recepção do prédio. Tinha um monte de gente na porta e dentro, olhando para algo. Tive que chegar mais perto para identificar o que era.

Ou quem

Haviam dois homens com violinos, tocando “Outono” de Vivaldi. Fiquei encantada e fui me aproximando, até que percebi que meu nome estava escrito nos caixotes em que os violinistas estavam. Eles me viram e se olharam, virando de costas, ainda tocando. Eu tampei a minha boca e ri. Nas costas deles tinham plaquinhas, onde dizia:

”Eu te amo porque...
Você não resiste á música clássica”


Eu ri e eles indicaram para mim a porta, e eu agradeci-os. Fui para a rua e ouvi que naquele momento eles começaram a tocar “Primavera”. Sorri e vi flores. Tinham amores perfeitos coladas aos postes a minha esquerda, e eu entendi que era para eu seguir a trilha.

Fui seguindo até chegar em um parque, onde tinha um jardim cheio de papoulas vermelhas. A trilha de amores perfeitos nos postes havia acabado. Agora segui a trilha cercada por papoulas no jardim do parque. No final da trilha cheguei á um lago, onde as pessoas costumavam fazer pic-nic. E lá havia um grande buquê de gadiolos rosas. Me aproximei e cheirei as flores, vendo mais um bilhete preso no buquê.

”Eu te amo porque...
Você não resiste á flores

Será que tem um barco ali na frente esperando você? Vá ver!”


Segui com as flores nas mãos, sorrindo. Tirei os meus sapatos e caminhei na grama macia com satisfação crescente. Ele estava me deixando cada vez mais ansiosa. Vi então um barco branco com um condutor de terno acenando para mim. Só velas iluminavam o transporte e eu sorri agradecida quando ele me ajudou a embarcar. Sentei-me e, sem dizer uma palavra, o homem foi seguindo para a ilhazinha que tinha no meio do grande lago.

Desci do barco com a ajuda do homem mais uma vez, e vi uma trilha de archotes de bambu. Fui seguindo a trilha até que percebi algo se mover no escuro. Me abaixei e vi. Patinhos. Todos em fileira. Sorri mais ainda e notei que haviam várias fileiras deles. Eles pareciam cuidar para que eu não saísse da trilha. O sol começava a se pôr naquele momento – horário de verão.

Cheguei á um quiosque onde havia uma loja. Uma loja de chocolates. Uma moça sorridente me atendeu e me deixou escolher o que eu quisesse ali. Eu não soube escolher, então pedi á ela uma sugestão. Ela sorriu maliciosamente e me deu um boneco de chocolate. Uma miniatura. Levei um tempo pra descobrir de quem.

-Tiago? – Minha face era espanto quando a moça riu para mim. Eu então mordi o chocolate. Delicioso. Dentro dele eu percebi que algo se mexeu. Um papel. Soltei o chocolate na bancada ao pegar o papel.

”Eu te amo porque...
Você não resiste á chocolates”


Sorri e continuei comendo o chocolate, enquanto a moça me encaminhava para uma porta aos fundos da loja. Ela me indicou uma trilha, e foi por ali que eu fui. Então haviam coisas penduradas nas árvores, indo até um pouco acima da minha cabeça. Continuei andando até perceber que aquilo eram frascos de perfume. O perfume dele. Já estava inundando o ar por causa dos frascos, me deixando entorpecida. Ao final tinha um frasco bem á minha frente, ao alcance das minhas mãos, e peguei-o, abrindo-o e cheirando. Tinha um bilhete preso á ele.

”Eu te amo porque...
Você não resiste ao meu cheiro”


Eu sorri e cheirei mais uma vez o perfume. Então senti o chão ficar meio mole sob meus pés, e tudo ficou preto. Desmaiei.

Acordei ouvindo o barulho do mar. Me levantei lentamente da canga onde estava deitada, percebendo que ela era macia. Sacudi-a no vento, tirando a areia dela, e me enrolei nela como uma manta. Olhei para o mar, que refletia os tons alaranjados, azulados e rosados das nuvens. Era o pôr-do-sol. Então comecei a caminhar pela praia, me sentindo nervosa. Eu estava sozinha ali? E será que aquilo não acabaria nunca? E se fosse alguma armadilha? Não, não podia ser. Continuei andando, ainda com dúvidas e medos me atingindo. Eles acabaram quando eu vi o hotel do Potter.

Eu tinha sido transportada para aquela ilha, claro! A ilha em que eu ficara com ele durante todo aquele tempo antes do casamento com o Amos. E logo eu vi o Potter sentado na praia, vestindo nada mais nada menos que um smoking. Estupendo. A visão do conto de fadas. Me aproximei dele.

-Oi Lily – Ele disse se levantando da areia, vendo-me aproximar-me dele. Ele então limpou a areia da calça do smoking, nervoso, e eu sorri. –Vamos entrar? – Ele me convidou oferecendo a mão, e eu aceitei-a, andando com os sapatos nas mãos. Vesti-os quando cheguei á entrada do hotel e tirei aquela canga de cima de mim. Ele sorriu absurdamente ao ver que eu usava a camisa dele. Mas ainda assim não me tocou, me deixando nervosa. Mais nervosa do que eu já estava, se é que aquilo era possível.

Então eu fui conduzida por ele até uma mesa no salão de festas, que tinha pisos brancos e detalhes dourados e vermelhos. Havia uma única mesa no salão todo, com toalhas de linho. A única coisa que iluminava tudo eram as velas, candelabros espalhados por tudo. Alguns garçons estavam ao canto, vestidos á rigor. Vi então os mesmos violinistas que estavam tocando no meu escritório tocarem Pachbel Cannon in D. Eu sorri para eles e eles acenaram com a cabeça para mim.

Sentei-me e desfrutei de pratos como salmão, arroz, e tudo mais que eu poderia pensar de delicioso para comer. Quando estava satisfeita e tinha terminado o vinho, Potter então fez um sinal e uma porta branca que dava para a praia se abriu. Aquilo estava ficando ruim. Eu estava cansada de esperar.

Fui levada pela mão por ele até uma outra mesa na praia, já de noite, as estrelas pontilhando o céu escuro. A mesa era branca, e parecia surreal. Me sentei lá com ele bufando. Então uma caixa apareceu na minha frente. Olhei para o Potter. Ele sorriu.

Abri a caixa e vi uma caixinha de chocolates linda, quadrada. E quando a abri peguei o primeiro que vi. Trufa de morangos. Delicioso. A música ainda tocava lá dentro, o perfume de Tiago misturado com a maresia e o frescor da noite me deixavam cada vez mais zonza. Comi mais um chocolate e ofereci á ele, que pegou um também. Alguma coisa na caixa brilhou. Eu hesitei e peguei-a na mão. Alguma espécie de controle. Olhei para o Potter e ele só sorriu novamente, fazendo sinal com a cabeça para que eu apertasse o único botão do controle. Assim eu fiz e ouvi um barulho alto para o lado do mar. Me levantei da mesa e fui em direção á água, seguindo o som.

Fogos de artifício de todas as cores faziam malabarismos no ar. Fogos Filibusteiros, de certeza. Ainda assim era magnífico. Então o que me pareceu um dragão de fogos foi deslizando no ar, deixando um rastro de luz atrás dele, que permanecia brilhando como uma luz de néon. E foi formando uma palavra.

-Lily... – Eu olhei para os fogos encantada – Quer casar comigo? – Eu vi as palavras escritas no ar e ouvi-as muito perto de mim. Virei-me para a voz e vi ao meu lado, uma caixa vermelha de veludo nas mãos aberta, com o anel mais lindo que eu já tinha na vida. Não pude conter um largo sorriso e uma maldita lágrima que escapou dos meus olhos. Como eu podia ter sido tão idiota por todo esse tempo? Não tinha dúvidas na minha mente. Nem umazinha só.

-Sim – Eu respondi com um fio de voz – Sim, claro, óbvio, é o que eu mais quero, eu caso com você sim! – Eu disse exultante de felicidade, e ele estava assim também. Colocou o anel na minhas mãos meio trêmulas e me abraçou, me tirando do chão. Retribuí o abraço e o beijei, beijei como eu devia ter feito desde o começo em Hogwarts, beijei como eu deveria ter continuado beijando por todos esses anos que não devia ter ficado longe dele. Nunca devíamos ter brigado. Mas agora aquilo não importava mais.

Beijei-o e ele me beijou, e era tudo o que me importava naquele momento, até ouvir uma risadinha e um pigarro. Me soltei de Tiago e olhei em volta. Harry e Sofie estavam juntos ao lado da mesa, sorrindo largamente. Fui até lá com as mãos entrelaçadas ás do pai das duas crianças.

-Pelo jeito então eu ficaria com ele de qualquer modo, não? – Perguntei colocando as mãos na cintura, olhando para eles. Sofie soltou uma risada alta e eu a peguei no colo.

-Por isso que você me deixou vir aqui – Harry disse e eu passei Sofie para o colo dele, já que ela estendia os bracinhos para o irmão. Ele então puxou o smoking de Tiago, que se abaixou para ouvir algo que o pequeno sussurrou-lhe no ouvido. Ele então piscou para o menino e se levantou sorrindo, me segurando pela cintura e me pegando no colo, se dirigindo ao hotel.

-O que foi que ele disse? – Perguntei enlaçando o pescoço dele enquanto ele entrava no hotel e começava a subir as escadas, me segurando como se eu não fosse nada. Incrível.

-Uma das coisas eu já sabia: Que hoje foi o dia do nosso primeiro beijo em Hogwarts – Ele disse e eu fui buscando na minha memória. Era verdade. Sorri abertamente.

-Você planejou isso nesse dia de propósito? – Eu perguntei e ele assentiu.

-Uhum. Presumi que você fosse boa com datas, mas pelo jeito você é o homem da relação – Ele disse andando pelo corredor. O corredor do quarto que ficamos anteriormente.

-E qual foi a segunda coisa?

-Que ele foi feito nessa noite – Eu dei uma gargalhada, sendo seguida por ele. Entramos no quarto e eu vi a porta e as cortinas para a sacada abertas. A noite estava formidável, e a cama cheirosa que só. O quarto todo iluminado por velas também. Certo, ele deve ter comprado quilos de velas. Não importa mais.

-Eu não me importaria de fazer uns três essa noite, desde que você ficasse comigo pra cuidar deles – Eu disse quando ele me soltou na cama. Ele foi tirando a gravata.

-Eu faço até mais que três, mas só se você prometer uma coisa – O sorriso dele não podia ser mais malicioso. Eu rolei os olhos.

-Chantagem á essa hora? Eu que deveria fazer greve de sexo, Potter, não você. Mas fala logo, o que é? – Eu perguntei e ele se sentou na cama, me olhando nos olhos.

-Promete que vai usar essa camisa de manhã cedo – Ele começou a abrir a camisa dele que eu usava por cima do terninho do trabalho. – Isso me deixa louco desde Hogwarts – Eu o beijei.

-Okay Potter. Só por favor, paremos de enrolar e vamos ao que interessa – Ele riu quando eu o empurrei na cama e o beijei.

Aquela noite foi absolutamente mágica. Muito melhor que todas as outras. Porque nas outras noites eu não sabia, mas nessa eu tinha absoluta certeza. O que eu sentia era amor e o que eu queria era ficar ao lado dele.

Até que a morte nos separasse.

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Eu estava nervosa. Estava muito nervosa. Eu estava apavorada. Mas ainda assim radiante, absolutamente feliz. Não podia estar mais feliz. Harry, meu primo, entrou na tenda e me deu um beijo na testa.

-Dessa vez você parece feliz, Lil’s. E posso te assegurar que ele está mais nervoso que você – Ele me disse e eu ri, um riso meio quebrado, ansioso. Ele então me olhou de cima a baixo.

-Um vestido pelo menos mil dólares mais barato e mil vezes mais bonito. É a roupa da vovó, não é? – Ele perguntou e eu assenti.

-E o colar da mamãe – Disse pegando o colar de ouro com um pingente em forma de flor, com um diamante pequeno como miolo. Por baixo daquele coraçãozinho maldito do Taigo, claro.

-Vamos logo? O noivo está impaciente – Emmeline entrou na tenda. Vestia um azul lindo de crepe de seda. Harry ofereceu o braço para mim e sorriu-me. Eu peguei o buquê e nós fomos andando pela passarela de madeira que haviam feito na praia, até o altar. Ao invés da marcha nupcial, eu preferira Pachbel. Vi o tapete vermelho se estender á minha frente, convidados sentados em volta. Eu estava com um vestido simples, seda e renda branca por cima, com flores e pérolas. O vestido da minha avó. Perfeito.

Os convidados então se levantaram ao som da música e olharam para trás. A família Potter, a minha família, os nossos amigos. Até Dumbledor estava lá, saca? Yeah baby, tiramos o diretor do colégio pra ir ver nosso casamento. Ele e McGonagal. A madrinha dele também estava lá, sorridente. Provavelmente tinham lhe contado que ela que tinha sido meio responsável por isso. Não importava.

Olhei para o altar e o vi. O olhar dele me tirou do chão por alguns instantes. Ele estava lindo, e me olhava como se eu estivesse também. O amor era tão visível naquele olhar que eu quase esqueci de andar. Sorri. Ele tinha me dito que eu queria assim, mas eu não sabia o quanto até vê-lo daquele jeito.

Cheguei até ele e ele me sorriu, os olhos esverdeados tão perto. Eu não quis mais nada. Ele beijou minhas mãos e subiram ao altar Sirius e Marlene, junto com um juiz de paz - já que tínhamos que assinar os papéis de qualquer jeito.

Mas ao contrário do que eu pensei, não foi ele que falou. Sirius e Marlene tinham as varinhas nas mãos, e eu soube que suas vozes tinham sido ampliadas naquele final de tarde na praia do hotel do Potter porque Sirius pigarreou e quase me deixou surda. Ele riu.

-Bom, senhoras e senhores, eu e Lene não vamos alongar muito isso daqui não. Não, o juiz de paz não vai falar, Lily – Ele disse e uma risada geral se passou pelos convidados. Ele me olhou severamente. – Não reclame, idéia da Marlene. – Ele pigarreou de novo.

-Agente vai falar desses dois, esses dois cabeças-duras que se adoravam desde Hogwarts e não perceberam. Tudo começou quando, no primeiro ano, James puxou a Maria-chiquinha de Lílian, e ela sem querer fez ele ficar com as orelhas enormes. Depois disso as coisas continuaram a rolar desse jeito, sabe como é – Sirius disse e olhou pra Marlene, que deu um sorriso.

-Mas é claro, não é de hoje que dizem que “há uma linha tênue entre o ódio e o amor” – Eu revirei os olhos e ela riu – Lílian, não faça caretas, você deveria estar feliz! Pois bem, como eu ia dizendo, ele começou a gostar dela. Mas não percebeu disso. E ela teve um tesão com ele – Eu disse um “Marlene!” e ela riu de novo. – Que é? Ninguém aqui é criança, e é a mais pura verdade. Só que esse “tesão” foi se transformando em amor. E você percebeu, Lily. Você soube que amaria ele sempre. Só que ele não percebia que gostava de você, então...

-Então foi escondendo isso dele. Então ele descobriu que te amava também naquele... Incidente com o Malfoy – Sirius disse isso e olhou significativamente para nós. Sirius sabia disso? Ohmygosh. – Daí vocês brigaram por alguma coisa boba, como sempre, e ficaram separados por orgulho. Tontos – Ele completou e eu ri, olhando pra Tiago. É, eu tinha sido uma tonta.

-Mas é claro, as ameaças do Malfoy até ajudaram o Ministério a acabar com quem quer que seja que ele estava citando. Longa história – Marlene disse e riu – Anyway, resumindo, essa amabilíssima senhora aqui – Sirius trazia a madrinha do Potter para o altar. Ela corou e acenou para os convidados. Fofa. – Uniu os dois nesse hotel – Ela apontou para o hotel – E a partir daí, eles não conseguiram se separar mais. E agente espera que seja assim pra sempre a partir de agora, vocês tão casando afinal! – Marlene disse em tom de bronca e eu ri, dizendo para ela que sim.

-Então o que agente ta tentando dizer aqui é que vocês foram feitos um pro outro, afinal, pouca gente fica tanto tempo junta sem se cansar um do outro e deixar a paixão acabar –Sirius falou e Marlene deu um tapa de leve no braço dele, que sorriu galanteador para ela. – Claro que esse não é nosso caso, Lene – Ele disse alto e todos riram enquanto ela corava levemente.

-E que esperamos que vocês não sejam felizes todo o dia, porque quem não conhece a tristeza não reconhece a felicidade, mas que fiquem juntos pra tudo que pode e vai acontecer de bom e de ruim, porque é assim que tem que ser. E de algum jeito, olhando pra vocês, todos nós sabemos que assim será. Viva os noivos! – Ela disse e Sirius deu um sorriso malicioso, enlaçando a cintura dela com um braço. Eles deram uma pausa para colocarmos as alianças, e então Sirius sorriu mais ainda.

-Sim Pontas, chegou a parte que você estava impaciente. Noivo, você deve beijar a noiva! – Tiago deu uma risada e me olhou. Com aquele olhar de novo, que fez as minhas pernas amolecerem. Sorri.

Ele me beijou e eu saí do ar. Ouvimos aplausos e assovios, nos separamos e assinamos os papéis do juiz de paz. Então eu fui puxada por Marlene para jogar o buquê. Algumas moças se aproximaram do altar, eu me virei de costas e joguei. Me virei rapidamente para ver.

-Lene? – Eu perguntei meio pasma. Ela tinha ficado sentada numa cadeira, não quisera participar daquilo. Ainda assim o buquê jazia nas mãos dela, e ela olhava-o aturdida, fora do ar.

-Lene, tudo bem? – Eu perguntei e ela deu um sorriso, como se estivesse longe.

-Não não, tudo ótimo – Ela disse e se levantou dali, deixando o buquê na cadeira que ela tinha sentado. Eu então a segui.

-Lene, tudo bem? – Eu perguntei e ela tinha uma expressão meio triste.

-Não não, nada. É só que eu me mudei pro apartamento dele, mas ele nunca mencionou casamento – Ela disse e eu fitei-a, ficando meio triste junto.

-Lene, não se preocupa. Ele vai fazer o pedido – Eu a abracei e vi Tiago se aproximando.

-Que houve? – Ele perguntou colocando um braço sobre o ombro dela.

-Ela ta triste porque acha que o Sirius nunca vai fazer o pedido pra ela, Tiago – Eu falei e ela abraçou ele dessa vez. Mas ele deu um sorriso maroto.

-Oh gosh, isso é um sorriso maroto? Potter, o que é que ele está...

-Não vou falar nada. Você nem deveria saber disso. Agora Marlene, será que eu posso roubar a Sra. Potter por alguns minutos? – Ele perguntou sorrindo – Ou talvez até semana que vem, depois da lua de mel? – Ela deu uma risada.

-Você despertou a minha curiosidade, Potter, mas eu não vou deixar a minha amiga ficar sem o marido dela hoje. Não hoje. Depois eu roubo ela de novo, ta? – Ela disse enquanto nos afastávamos dela. Fomos até a parte da festa, cortamos o bolo, dançamos, comemos e bebemos. E daquela vez era de verdade. Era perfeito. Então era chegada a hora.

Ele me pegou no colo e fomos até aquele mesmo quarto do hotel. Não sei por que, mas eu acho que nunca vou cansar desse lugar.

-E aí? Pronta para sua primeira noite como casada? – Ele perguntou e eu ri.

-Óbvio. Mais que pronta. – Eu disse tirando as luvas, lembrando-se de que ele fora absolutamente tradicional sobre uma coisa do casamento – Ele tirara as minhas ligas com a boca.

¬¬° No coments. Foi engraçado até.

-Lily, me diz uma coisa. Você chegou a fazer... coisas com Amos? – Ele perguntou corando e eu ri.

-Uma vez. E ele não terminou. – Eu disse. – Mas eu nunca considerei aquilo. Digo, eu até suspeitei que estava grávida dele ou de você uma vez depois daquele cominha, mas vi que não tinha como, ele não tinha terminado, era muito improvável. Tinha que ser seu. Pena que daquela vez eu perdi – Eu disse e ele acariciou os meus cabelos.

-Mas dessa vez não. E o Harry já ta aí dentro – Ele disse me beijando na testa e eu ri.

-Okay, mas ele não vai se importar se mamãe e papai quiserem continuar tentando – Eu falei tirando facilmente o vestido. Minha vó era esperta, pode crer. Ele deu um grande sorriso.

-Podemos continuar tentando pra toda a vida? Porque eu sei que eu vou te amar e te querer para toda a vida. – Tiago perguntou me beijando. Eu olhei bem nos olhos castanho-esverdeados dele.

-Claro que sim. Pra toda a vida.

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AAAAACABO TT³ Ohmygosh, muito rápido. Amei escrever essa fic – sim, estou terminando ela no último dia do ano!
Espero que vocês tenham um 2009 absurdamente feliz e que encontrem um Tiago/Sirius/Remo/WhateverUlike pra vocês, ok? Beijos beijos beijos e divirtam-se!

Doods xD – 31/12/2008

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