CAPÍTULO X
N/A: Posta capitulo e sai correndo antes que os lançamentos de avadas comecem.
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Dora foi a primeira pessoa, a saber, da novidade. Ela viera passar à tarde com Ginny, porque Harry estava em Sidney, e a encontrara às voltas com fortes náuseas.
- Devo ter comido alguma coisa que me fez mal - disse Ginny, enxugando o suor do rosto. - Ontem à noite também me senti indisposta.
Dora sorriu apenas e disse com ar experiente:
- Algumas vezes isto acontece.
- O quê?
- Um bebê. As mulheres ficam indispostas e enjoam. Ginny compreendeu que não adiantaria negar, pois, Dora adivinhara seu estado.
- De manhã, pode ser. Mas e à noite?
- Ora, muitas mulheres enjoam à noite também.
- Oh! Eu não sabia.
- Na primeira gravidez, ficamos meio desnorteadas. Especialmente...
- Especialmente eu? Ginny perguntou, resignada.
- Oh! Não, nada disto. Queria dizer que é mais complicado quando se é tão jovem! Harry já sabe?
- Não...
- Há alguma coisa errada, Ginny? Por que você não lhe contou?
Ginny evitou olhar para a expressão penalizada de Dora. Certamente sua amiga tinha pena dela porque sabia de Harry e Alison. Ela quis mudar de assunto, mas Dora não permitiu.
- Ginny, não vou continuar a ignorar esse assunto, principalmente quando vejo que você não está feliz.
- Não, não é verdade.
- Então, por que não contou a Harry sobre o bebê?
- Eu...
- Ginny, acredite, daria o meu braço direito para não ter lhe falado sobre Alex e Alison, mas na ocasião não podia imaginar que ela voltaria.
- Nem eu podia imaginar que Harry iria querer casar-se comigo.
- Por que se casou com ele, Ginny?
- Eu o amo! Nunca pensei que isso fosse me acontecer e Harry praticamente me intimou a casar, dizendo que eu não podia cuidar de mim mesma. Acho que ele se sentia obrigado a tomar conta de mim... Por causa do meu pai. Mas a ironia do destino foi muito grande; mal ele se casou, Alison ficou livre.
- Ginny, você parece ter certeza de que Harry não a ama! Qualquer pessoa que não seja cega vê como ele gosta de você.
- Ah! Sim! Sei que ele gosta de mim... Mas é assim... De um jeito... Como se gosta de uma prima.
- E você acha que há muitos jeitos de... Amar?
- Sim! Quando não se consegue ser feliz com uma pessoa, então é natural que se procure outra para consolo. - Ginny corou porque era humilhante reconhecer aquilo diante de Dora, porém continuou a falar, resoluta: - Harry não me ama da maneira que o amo. Sente-se responsável por mim e não vai me abandonar, ainda mais agora com o bebê...
Dora suspirou e falou com severidade:
- Bem, agora vamos ser realistas. Você está partindo do princípio de que, após quinze anos, Harry ainda sente o mesmo por Alison. Não acha que é muito tempo? Tem alguma prova de que isto é verdade?
- Não... Mas onde encontrar provas? Harry não me trataria assim...
- Isto é acusar alguém sem motivos, Ginny. Não é justo! Enquanto não tiver provas, tem de voltar a ser a moça alegre que era antes de ler aquele maldito artigo sobre Alison, no jornal.
- E acha que eu não gostaria? Ginny disse, com súbito ardor. - Pensa que não fiquei feliz quando soube do bebê? Ele vai ser um verdadeiro elo entre nós dois. Você tem idéia dos horríveis pensamentos que eu tenho às vezes? Como fico feliz por ela ter perdido Harry? Alison teve sua chance de possuí-lo e não o quis. Ela não o merece. Oh! Meu Deus! Às vezes tenho vergonha de me sentir assim. Mas, Dora, você não deve se sentir culpada por ter me contado. Você não foi a única que me falou da paixão dele...
- Quem mais falou? Dora perguntou surpresa.
- Ah! Não importa.
- Está bem. Contudo, Ginny, você tem toda razão num ponto. O bebê vai ser um grande elo entre vocês.
- Harry me acha muito jovem para ter filhos...
Foi surpreendentemente fácil para Ginny esconder de Harry a gravidez. Talvez porque ele estivesse tão ocupado, não percebeu nada diferente.
Ginny tomou o firme propósito de não se deixar levar pelas inquietações de seu coração e teve sucesso. Toda noite sentia-se tentada a revelar seu segredo a Harry, mas depois recuava, aguardando um momento especial.
Num sábado à tarde finalmente decidiu dizer-lhe que estava grávida; não podia mais esperar. Ele se encontrava em Sidney outra vez, cuidando de um negócio importante, mas viria dormir em casa. Ela então lhe contaria tudo e tinha certeza de que ele ficaria feliz!
Tranqüila como há muito tempo não acontecia, Ginny fez biscoitos e depois chamou as crianças dos vizinhos, que se sentaram na grama em frente da casa e saborearam os deliciosos amanteigados com refrescos de frutas naturais.
- Ginny! Toque a guitarra; toque a guitarra - a garotada pediu em coro.
Ginny atendeu e tocou uma canção atrás da outra. De repente parou, pôs a guitarra de lado e perguntou:
- Onde está Richard? Ele nunca perde uma sessão de guitarra ou um lanche destes.
Greg, o irmão mais, velho de Richard, fez uma cara mal humorada e respondeu:
- Ele está brincando de bandido e mocinho com um colega da escola. Tomara que fiquem por lá a tarde toda. Eu tenho de ficar de olho neles, mamãe mandou.
- E onde estão os seus pais? Perguntou Ginny.
- Foram à corrida de cavalos. Pena não terem levado Richard com eles. Deviam amarrar um bip neste menino para que a gente soubesse onde ele anda.
- Entendo você, Greg. Talvez fosse bom dar uma olhada nas crianças. Podem se meter em alguma trapalhada. Lembra-se da semana passada?
Todos se lembravam de que Richard havia enchido os tanques de gasolina de vários carros com uma mistura de água e areia, que causara sérios problemas aos proprietários. Para se desculpar, Richard dissera que tinha copiado a idéia de um filme da televisão.
As crianças se despediram e Ginny começou a limpar os restos do piquenique improvisado. Ao longe, escutava os gritos das crianças, procurando o pequeno Richard.
De repente, sentiu um peso no coração e um súbito arrepio percorreu-a dos pés à cabeça, ao lembrar-se do riacho. Não poderia dizer por que estava apreensiva; talvez fosse pelo fato de Richard não ter vindo comer as guloseimas com as outras crianças, nem ter sido atraído pelos sons da guitarra. Ele jamais perdia um acontecimento daqueles.
- E se ele foi brincar no riacho? Perguntou em voz alta. Aquela área da fazenda, por ser perigosa, era estritamente proibida às crianças, que só podiam ir lá acompanhadas por adultos. Contudo, Ginny decidiu que seria melhor verificar pessoalmente e se dirigiu ao riacho.
Alguns minutos mais tarde caminhava pela margem úmida, quando ouviu um grito. Desesperada, correu até o local de onde ele vinha e ficou assustada por ver as águas se precipi¬tando numa corredeira inusitada.
- Richard!
Novamente uma voz de criança se ouviu à sua direita. Ginny correu naquela direção e viu uma cena que a fez perder o fôlego.
Richard estava de joelhos sobre uma jangada frágil e mal amarrada, no meio da correnteza, tentando desesperadamente agarrar um galho de árvore que seu pequeno colega, da outra margem, lhe estendia. O galho, no entanto, não era suficientemente comprido e ele não conseguia alcançá-lo. Ao pular para agarrar o galho, ele desequilibrou a jangada e caiu nas águas revoltas, desaparecendo imediatamente.
Sem refletir um instante, Ginny entrou em ação.
- Vá pedir socorro! - Ela gritou para o outro menino. Em seguida, curvou-se e rapidamente tirou os sapatos. Andou com longos e pesados passos dentro da água até poder mergulhar debaixo da jangada.
Richard estava um pouco afastado e ela nadou ao seu encontro.
Quando emergiu para tomar ar, viu Richard com a cabeça fora d'água, lutando para manter-se à tona mas sendo irremediavelmente levado pela correnteza.
Ginny nadou como jamais havia nadado em sua vida, usando toda a força de que dispunha. Finalmente conseguiu segurá-la e arrastá-lo até à margem, mesmo contra a correnteza. Nunca poderia explicar como conseguira reunir energia e coragem suficientes para realizar aquela façanha.
Assim que tocou a margem, mãos poderosas a suspenderam e ela viu Harry curvar-se sobre Richard. Havia uma multidão nas margens do riacho.
- Oh! Meu Deus, obrigado! Ginny murmurou.
Em seguida voltou-se rápida para o lado e vomitou.
- Ginny? Você está bem?
A voz de Dora ao seu lado soou como vinda de muito longe; ela tentou responder, mas sentiu-se fraca, como se fosse desmaiar.
"Deve ser a reação. E Richard, estará salvo?", ela pensou. Ginny sentiu todos os músculos tomados por uma lassidão esquisita e queria dizer a Harry como estava feliz por vê-lo, mas não conseguia. De repente uma dor aguda obrigou-a a curvar-se e ela gemeu. Dora e Harry falaram ao mesmo tempo.
- Que foi Ginny? Cãibra?
- Não... Não sei - ela respondeu com esforço. - Nunca me senti assim antes. É uma pontada...
Sentindo ondas de dor e tontura, ela viu o olhar espantado de Harry e o rosto lívido de Dora e a compreensão do que estava lhe acontecendo atingiu-a como um raio. Estava perdendo seu bebê!
- Oh! Não! Por favor, não... - Dora suplicou, aflita, segurando Ginny.
- Que está acontecendo, Dora? Por que você está assim? - Harry quase gritou.
- Acho... - Dora hesitou e olhou ao redor, falando depois em voz bem baixa. - Acho que é o bebê. Ginny...
- O quê? - A pergunta de Harry cortou o ar como um rugido.
- Oh! - Dora torceu as mãos, em desespero. - Pensei que ela já tivesse lhe contado. Mas agora isto não é importante. O importante é...
Quando Ginny acordou do desmaio, viu em primeiro lugar uma parede branca à sua frente. Estava numa cama de hospital e, pela primeira vez em vinte e quatro horas, podia pensar. Os esforços desesperados dos médicos para salvar o bebê foram vãos e ela abortara, apesar de todas as promessas e súplicas de todos para que seu filho se salvasse.
- Haverá outros, minha filha - o médico dissera. - E, pelo que me contaram, o aborto foi conseqüência de um belo gesto corajoso, por isto você não tem do que se culpar. Parabéns pela sua coragem!
"Mas eu me culpo sim. Devia ter chamado alguém. Mas nem parei para pensar", Ginny lamentou-se no íntimo.
- Ginny! - Ela se virou rapidamente e viu Harry em pé, do lado da cama.
- Oh! Não vi você chegar, Harry.
Ele puxou uma cadeira e sentou-se perto da cama.
- Como se sente?
- Nem sei dizer, Harry - ela murmurou profundamente infeliz. - Devo estar bem. Mas imagino como você deve estar se sentindo.
- Imagina mesmo? Ele falou lentamente, tocando-lhe o rosto para que ela o encarasse. - E como é, Ginny? Diga.
Ao fitá-lo, Ginny sentiu seu coração doer; ele parecia abatido e cansado como nunca o vira. Era visível que sofrera um grande golpe.
- Acho... Que você deve estar pensando que não pode me deixar um minuto longe, sem que eu faça coisas estúpidas.
Harry semi-cerrou os olhos e um grande sulco apareceu-lhe entre as sobrancelhas. Por um minuto, ele ficou em total silêncio, apenas fitando o rosto molhado de lágrimas de Ginny. Depois falou devagar:
- Não, Ginny! Você não fez nada estúpido. Havia uma vida em perigo e você tratou de salvá-la. Foi um risco que correu e isto não se trata de estupidez, e sim de coragem. Você poderia ter se afogado.
- Oh! Não sei... - Ela murmurou, desviando o olhar.
- Ginny! - Harry forçou-a a encará-lo. - Ninguém esperaria que você ficasse em pé na margem do riacho, vendo Richard se afogar. Muitas vezes me irritei com você por se intrometer nos casos das outras pessoas, mas desta vez é diferente. Não a acuso por isto. Não se atormente mais, Ginny.
A voz de Harry tornara-se mais baixa e o coração de Ginny se apertou de medo ao ver-lhe o rosto terrivelmente sombrio e distante.
- Não lamento a respeito de Richard - ela falou, chorando. - Às vezes ele é como eu. Sempre se mete em dificuldades. Mas, se eu tivesse parado para pensar, teria chamado alguém para ir junto. Fui irresponsável, sim.
"E se tivesse parado para pensar, não teria perdido o meu bebê, a coisa mais preciosa que já tive", ela pensou cheia de remorsos.
Lágrimas copiosas irromperam incontroláveis e grandes soluços sacudiram-lhe o corpo de modo tão convulsivo que, assustado, Harry apertou a campainha, chamando a enfermeira.
Ginny nem sentiu a agulha da injeção, nem ouviu o médico dizer para Harry:
- Foi uma experiência muito desgastante do ponto de vista emocional, Sr. Potter, mas ela vai se recuperar.
Ela também não escutou Harry pedir ao médico.
- Gostaria de ficar aqui a noite toda.
- Oh! Certamente!
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Tonks & Lupin _ Ginny não tem muita sorte mesmo da pra ver depois desse capitulo.
Tatiane Evans _ rsrs... Já aconteceu isso comigo eu toda empolgada achando que tinha mais um capitulo pra ler, quando vejo não tem nada.
patty black potter _ espero que você não queira me marta depois de ler esse capitulo.
Carolina Villela Good God _ eu sei que não foi justo o cap. 9 foi muito pequeno. Mais que compensei nesse isso você não pode negar.
Carol S* Sousa _ curiosidade satisfeita? Ele ficou sabendo da pior melhor forma possível!?
Thamis No mundo _ pronto fic atualizada ok!
Dhanny _ você acabou de sabe o que aconteceu mais isso é só o começo.
marcela h. _ o cap. 9 foi bem pequeno, mas eu prometi que ia compensa nesse capitulo e fiz isso. Ta certo que ele não foi uns dos mais alegres, mas...
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