CAPÍTULO XI





Uma semana após o acidente, Ginny continuava no hospital. Recebera muitas visitas, e seu quarto vivia cheio de amigos. Os Watsons, pais de Richard, particularmente agradecidos, não sabiam o que fazer para adivinhar-lhe as vontades. Vieram também os Claytons, Dora e Remo e até Miguel trouxe flores.


Harry saíra poucas vezes do quarto, passando quase todo o tempo ao lado dela. Nenhuma vez ele mencionara o aborto, porém Ginny via no fundo dos seus olhos verdes uma pergunta sombria que ela não saberia responder:

"Por que não me disse que estava grávida?"





Naquela semana Ginny completou dezenove anos e Harry a presenteou com um belo colar de pérolas naturais.

- Oh! Muito obrigada - disse ela com a voz emocionada, cheia de admiração pela beleza da jóia. E ergueu os olhos timidamente: - Não precisava se incomodar.

- Por que não? Não gosta de pérolas?

- Oh! Não é isto. Elas são lindas, realmente lindas demais para mim.

- Por que diz isto, Ginny?

- Não sei Harry. Não estou acostumada.

- Experimente. As pérolas vão ter o brilho ofuscado junto à sua pele, tenho certeza.

Ginny olhou-o, procurando uma expressão irônica, mas o rosto dele era indecifrável. Ela corou levemente e replicou um pouco embaraçada:

- Minha pele não está nada radiante neste momento e meu cabelo está um horror. - Passando a mão e tentando assentar o cabelo, ela resmungou: - Meu Deus, quando é que vão me deixar sair daqui? Sinto-me horrorosa e inútil.

Harry sorriu diante de seu gesto de súplica.

- Assim é melhor. Estava começando a acreditar que você tinha perdido o interesse por tudo. Se já se preocupa com seu aspecto, é bom sinal.

- Por que você pensou que eu perdi o interesse pelas coisas, Harry?

- Você tem estado sempre tão quieta e distante. Mudou muito, Ginny.

E como não mudar? Desde aquele ataque de choro, quando fora necessário receber uma injeção calmante, não chorara mais. Mas não sentira vontade de fazer nada.

- Oh! Desculpe Harry. Você deve ter ficado entediado, enjoado de ficar o tempo todo comigo.

- Não, não é isto - ele interrompeu. - Não estou entediado e sim preocupado. Mas agora me sinto mais contente por que você parece estar saindo desta letargia. Ginny... Não sei se é à hora certa, mas quero lhe dizer que nada a impedirá de ter outros bebês. Gostaria de tentar outra vez?

- Sim! - Ela respondeu lentamente, sem encará-lo. Mas terei de aprender a ter mais cuidado. Oh! Harry será que as crianças souberam o que me aconteceu?

- Não, eles não sabem. Pensam que você está no hospital porque se machucou no riacho.

- Ah! Que bom! E como estão eles?

- Sentindo muito a sua falta. Richard ficou tão preocupado que esta semana deve ter sido a pior da sua curta vidinha. Não ouso dizer que ele se corrigiu de todo, mas tenho certeza de que, por algumas semanas vai se comportar como um anjo.

- Oh! Harry. Será que posso ir para casa hoje? Não agüento mais este hospital. Quero voltar para a fazenda.

- Amanhã - prometeu ele, alisando os cabelos dela ternamente.








A volta ao lar foi realmente um acontecimento festivo na fazenda.

Uma faixa com letras garrafais trazia os dizeres: "Bem-vinda ao lar, Ginny". Uma festa a esperava. Ela lembrou de sua chegada da África, de volta da lua-de-mel, e da calorosa recepção dos amigos. Lágrimas de emoção encheram seus olhos.

Harry decidiu que ela não devia ter emoções fortes e insistiu que fosse cedo para a cama e descansasse.

- Mas sinto-me tão bem agora, Harry - protestou ela.

- Faça como a Dora ordenou. - Harry disse - Eu e Sally vamos ajudá-la.

Depois de bem instalada na sua cama, Ginny percebeu que realmente estava cansada. Um reconfortante sentimento de aconchego tomou conta do seu coração pela primeira vez desde que perdera o bebê e ela pensou que fora necessário passar por aquela experiência cruel para amadurecer emocionalmente. Ela se recuperaria.

A sensação de conforto interior aumentou quando Harry deitou-se ao seu lado na cama e, tomando-a nos braços, disse com ternura:

- Senti sua falta, Ginny.

Ela se aninhou no peito dele, suspirando de alívio.

- Eu também - respondeu com um fio de voz. Um pouco depois, murmurou sonolenta: - Às vezes parecemos bons amigos, não é, Harry?

- Sem dúvida.

- Você acha isto esquisito? Entre marido e mulher?

- Não. E você?

- Não sei. Mas fico contente por ser assim.

- Espero que sempre continuemos amigos - disse ele, beijando-a.

- Isso me conforta, Harry...

Ginny queria continuar a conversa, mas seus olhos se recusavam a abrir, pesados de sono, e seu corpo parecia maravilhosamente apaziguado ao lado do dele. Por um longo tempo fez-se silêncio e, quando a mente de Ginny já se encontrava no limiar do sono, Harry falou:

- Faria qualquer coisa para confortar você, Ginny. Não sabe disto? Não tenho escolha, minha querida.

Aquelas palavras penetraram na neblina de sono que envolvia Ginny porque lhe pareceram extremamente significativas. Era muito importante que as decifrasse; precisava perguntar a Harry por que ele não tinha escolha, mas o cansaço foi mais forte e ela adormeceu.





A estranha sensação de conforto e consolo permaneceu com Ginny nas semanas que se seguiram, bem como as palavras de Harry. Muitas vezes ela se perguntara por que ele não tinha escolha...

- Ginevra Molly Potter! A voz cortante de Harry interrompeu seus pensamentos certa manhã, durante o desjejum.

Ela o fitou, espantada.

- Oh! Desculpe! Eu estava tão longe! Fiz alguma coisa errada?

- Por que acha que fez alguma coisa errada, Ginny? Será que tem razão para se sentir culpada?

- Bem, quando você me chama pelo meu nome completo, geralmente está aborrecido.

Ele a olhou pensativamente por um instante e depois deu de ombros, como se tivesse desistido de falar alguma coisa.

Ginny olhou-o no fundo dos olhos e viu que lá estava a pergunta que ainda não havia sido feita. Ele havia sido paciente e gentil com ela após o acidente, no entanto a pergunta muda no seu olhar permanecia sem resposta.

Subitamente, ele falou:

- Só queria lhe dizer que, se você aceitar, teremos companhia para jantar. Alison Wandsworth gostaria muito de conhecê-la e acho que seria interessante vocês se encontrarem. Você gostará dela creio eu. Alison ficou solitária após perder o marido, como você pode imaginar.

Ginny entreabriu os lábios para falar, mas engoliu em seco. Depois balbuciou, constrangida.

- Oh! Sim! Claro que terei prazer em conhecer sua amiga.



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N/A: Oi! Desculpe a demora, mas eu tive que fazer uma viaje de emergência e não tive como avisar vocês, cheguei hoje faz só uma hora. Obrigada pelos comentários.

Tatiane Evans

Bianca

Tonks & Lupin

Anna Weasley Potter

Carolina Villela Good God

Quézia

Dhanny

bjos e até!

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