CAPÍTULO VIII





- Muito bem - disse Dora Lupin, analisando atentamente o casal na sala iluminada da mansão de Harry. - Pelo jeito, teremos de perdoar vocês dois por terem planejado tudo às escondidas: casamento, lua-de-mel...

Os outros vizinhos da fazenda haviam comparecido, juntamente com Dora, para dar as boas-vindas aos recém-casados.

- Desculpem, mas foi necessário. - Harry disse gravemente. - Espero que compreendam. Quero agradecer também o presente, este lindo faqueiro de prata! Adoramos esta recepção calorosa, não é, Ginny?

- Certamente - ela respondeu, com ar solene.

Um dos vizinhos provocou:

- Nós não vimos o noivo beijar a noiva.

Um coro de risadas acolheu a reclamação e Harry, inclinando-se sobre Ginny, beijou-lhe os lábios de leve.

- Então, satisfeitos?

Entre os presentes encontrava-se Miguel Corner, antigo admirador de Ginny, que não se conformara e na realidade quase não acreditara no casamento dela. Ao ver o beijo; ele desviou os olhos e consolou-se pensando que, pelo menos, ela não se casara com o vilão Matt Bartolomeu! Que, por sinal, não viera saudar os noivos.

A ausência de Matt não passou despercebida a Ginny, que se sentiu enormemente aliviada. Dias depois descobriu por que ele não viera: por razões que ela desconhecia, Matt vendera toda a sua parte sobre os cavalos da fazenda para Harry e assim não havia mais razão para ele perambular por lá. No entanto, Ginny ignorava que Matt tivera de enfrentar um furioso Harry Potter e preferira entrar num acordo quanto à venda da sua parte, por amor à própria pele!

Às vezes, Ginny atormentava-se com o pensamento de que Dora Lupin conhecia o verdadeiro motivo do seu casamento, como também a senhora Hunter. Contudo, as duas mulheres continuavam a tratá-la como sempre, ou seja, como amiga e até mesmo, em algumas circunstâncias, como filha, e Ginny acabou esquecendo o assunto.

Assim, aos poucos a vida retomou seu curso normal e os dias transcorriam não muito diferentes dos dias anteriores ao casamento.

Contudo, havia algumas coisas que Ginny começou a descobrir, à medida que convivia com Harry. Embora tentasse, não conseguia preparar seu coração para o dia em que Harry se cansasse dela e quisesse deixá-Ia. Sentia-se totalmente sem proteção. Por outro lado, seu rosto adquiria uma nova beleza, como uma flor desabrochando.

Então, de repente, ocorreram dois incidentes. Certa manhã, Ginny falou com Harry e ele respondeu distraidamente e de maus modos. Boquiaberta, ela o viu levantar-se bruscamente, sem acabar a refeição, deixando-a sozinha.

Ginny recapitulou tudo o que fizera naquela semana, mas não encontrou nada para se recriminar. Não cometera nenhuma falta.

Seria falta de dinheiro o problema de Harry? A lua-de-mel fora realmente dispendiosa. Sabia que seu marido era rico, mas, como sempre se preocupara com o lado financeiro da vida, não podia evitar pensar nisso agora.

Ginny pegou o jornal que Harry estivera lendo e procurou a seção de finanças para ver se havia alguma notícia ruim. O jornal estava aberto na página social e, quando Ginny ia passar adiante, um nome se destacou, chamando a atenção: Alison Wadsworth Fairleigh.

- Alison? Ela disse, em voz alta, formando um forte vinco de preocupação entre as sobrancelhas. E leu vorazmente.

"Alison Fairleigh, nascida em Wandsworth, deixou a reclusão que assumiu após a morte de seu marido. Charles Wandsworth foi acometido de uma rara moléstia durante vários meses e, a seu pedido tudo foi mantido em sigilo, por isso poucas pessoas souberam da tragédia que se abateu sobre o charmoso casal. Alison Wandsworth foi vista passeando em Gold Coast e parece que está retomando seus antigos hábitos. Ela declarou ter certeza de que seu marido gostaria de vê-Ia se divertindo e fez uma grande doação a uma fundação que pesquisará sobre a moléstia da qual tão pouco se sabe e que vitimou Charles Fairleigh."

O jornal caiu das mãos de Ginny e ela ficou olhando, imóvel, a parede branca à sua frente.

Algumas horas mais tarde, Dora apareceu para tomar uma xícara de chá com Ginny.

- Ginny você tem o jornal de hoje? O nosso sumiu.

Disse ela entre um gole e outro.

- Ah! Ele deve estar por aí - Ginny respondeu vagamente. - Por que você o quer?

- Bem, vai haver um rodeio na semana que vem. É um grande acontecimento em Nerang. Já foi a algum rodeio?

- Não. Já vi muitos, mas não aqui.

Ginny fez um grande esforço para parecer interessada e continuou:

- As crianças devem estar excitadíssimas, imagino. Mas o jornal não tratou deste assunto, Dora. Eu já o li.

Dora continuou tagarelando, aparentemente sem perceber que havia alguma coisa errada. No entanto, ao se despedir, perguntou curiosa:

- Você está bem, Ginny?

- Sim! Ótima!

- Parece tão esquisita...

Dora Lupin despediu-se e foi fazer uma rápida visita a sua amiga, Jean Watson, tomando emprestado o jornal. Mais tarde quando Remo chegou em casa, encontrou-a sentada, muito quieta, com o jornal no colo, aberto na coluna social.

- Que aconteceu, Dora? - Remo perguntou surpreso.

- Oh! Estava pensando que às vezes eu falo demais. Um dia falei para Ginny sobre Alison. Oh!Mas como poderia imaginar?

- Imaginar o quê, criatura? Do que está falando?

- De Harry, Ginny e Alison - ela suspirou, sentindo-se culpada.

- Houve alguma coisa? Você está preocupada, Ginny?

Ao ouvir a voz de Harry, ela abandonou seus pensamentos sombrios com um leve sobressalto. Haviam se passado já alguns dias desde a sua aterradora descoberta, ao ler o jornal da manhã.






A noite estava quente e uma brisa constante embalava a cortina, enquanto o perfume penetrante de flor de laranjeira invadia o quarto.

- Não houve nada - Ginny respondeu afinal, fitando-o através do espelho e não conseguindo ver nada revelador na fisionomia dele. - Por que perguntou?

- Não sei. Talvez... Você está simplesmente linda nesta camisola nova, mas não parece a Ginny que conheço tão bem. Há alguma coisa diferente.

Ginny baixou os olhos sobre a camisola azul perolada, com camadas sucessivas de finíssimas rendas francesas e que ela achava ousada demais. Contudo, pertencia ao enxoval que Harry lhe comprara no primeiro dia da lua-de-mel, dizendo que combinava com seus olhos.

- Você acha a camisola bonita ou sofisticada demais... Para mim?

Ele sorriu.

- De maneira alguma! Para falar a verdade, é perfeita! Só acho que você anda diferente ultimamente. Parece muito quieta mais adulta. Não quer me contar o que está acontecendo?

- Eu... - ela começou, mas logo mordeu o lábio, interrompendo-se. - Bem, talvez eu tenha amadurecido finalmente. Já estou com quase dezenove anos, Harry.

Por algum tempo ele não disse nada e Ginny não teve coragem de encontrar-lhe os olhos, pelo espelho. Colocou a escova cuidadosamente sobre a cômoda e levantou-se, apagando a luz.

O quarto mergulhou na escuridão, banhado apenas pela luz das estrelas, entrevistas através da cortina.

Ginny permaneceu em pé no meio do quarto, incerta sobre o que deveria fazer, quando ouviu Harry mexer-se na cama.

- Por que não vem para a cama e me mostra como você amadureceu? Se não, vou preferir você como era antes de o tempo torná-la tão séria e solene.

O coração de Ginny bateu forte. Ela se deitou e levou as mãos ao peito, para acalmá-lo.

- Pensei que você me quisesse como uma mulher adulta. Disse isto tantas vezes!

- Eu quero você bem aqui - ele murmurou, puxando-a para si, nos meus braços, onde eu possa senti-la toda e talvez descobrir o que anda escondendo por trás desta expressão vazia que venho notando nos seus olhos ultimamente.

Harry entrelaçou os dedos nos cabelos dela e puxou-os de forma que a cabeça de Ginny pendeu para trás, deixando expostos o pescoço e os ombros, que ele beijou, descendo os lábios até a curva dos seios.

Ela cerrou os olhos, pensativa. Desde aquela terrível manhã em que soubera da viuvez de Alison, observava Harry, porém nada na atitude dele revelava mudança. Ginny tinha certeza de que ele deveria estar profundamente abalado com os acontecimentos, mas o que ele poderia fazer? Expulsá-la de sua vida? Ela conhecia Harry muito bem e sabia que ele não faria tal coisa. Talvez estivesse apenas dando um tempo para resolver aquela situação incômoda, sem saber que ela conhecia a história do seu grande amor, que agora poderia se realizar plenamente, pois Alison estava livre.

- Ginny?

Ela abriu os olhos.

- Sim? Murmurou.

- Agora estou realmente preocupado - disse ele e abaixou-se para acender a luz de cabeceira. - Falei duas vezes e você não me ouviu. Que aconteceu? Eu tenho algum rival? É isto que você tem medo de contar?

- Oh! Não! Ela exclamou, espantada. - Que idéia Harry!

- Então, minha encantadora e linda criança, o que a deixa tão distraída? Ou você não gosta mais de fazer amor comigo? Mesmo que diga que sim, vai ser difícil acreditar.

Seus olhos escuros percorreram o rosto e o colo de Ginny, detendo-se nos lábios entreabertos e no decote da camisola, que mostrava a pele acetinada e a suave curva dos seios.

Pensamentos perturbadores cruzaram a mente de Ginny: “Será que ele sempre me verá como uma criança”? Não percebe que nenhuma criança poderia sentir-se como me sinto quando estou com ele?

- Ginny!

Novamente a voz de Harry tirou-a do devaneio. Ela falou atropeladamente, as frases saindo diretas do coração e foi somente mais tarde que se deu conta de como suas palavras podiam ser mal interpretadas.

- Harry, se algum dia um de nós dois cansar-se do outro, o que faremos? Você... se acontecesse com você... Diria a verdade para mim? Me deixaria?

Ele a olhou com ar sério. Depois seus lábios endureceram numa linha rígida e seus dedos apertaram-lhe os ombros rudemente, e ele perguntou ríspido:

- O que é que isto quer dizer?

- Na... Nada... - ela gaguejou. - Eu só queria saber.

- Ginny! Só um tolo faria este tipo de pergunta, sem um motivo. Às vezes você faz cada coisa sem pensar, mas nunca fala sem uma intenção! Por isso quero saber que diabo está acontecendo. Quem vai deixar quem?

Ginny tentou afastar-se, porém Harry a reteve com firmeza, apertando-lhe ainda mais os ombros.

- Não fuja. Quero saber o que há e vou saber nem que tenha de arrancar a verdade de você.

Ela permaneceu calada enquanto a cor sumia-lhe do rosto, deixando-a lívida, com os olhos muito grandes e brilhantes. De repente um soluço rompeu o silêncio.

- Às vezes sinto ódio de você, Harry. Sempre me trata como se eu fosse criança.

- Acha mesmo? - Replicou ele com frieza. - Perdoe-me, então, mas confesso que estou surpreso porque tenho tratado você como mulher; inexperiente, sim, mas mulher e isto e o que você é: uma jovem mulher inexperiente. Se você quiser, posso mudar meu modo de tratá-la. Em todo caso, ainda gostaria de saber o que a fez mudar tanto.

- Oh! Você não compreenderia - ela falou em voz baixa e trêmula, encolhendo-se um pouco diante do olhar cheio de impaciência que Harry lhe lançou.

- Ginny, está tentando me dizer que já está cansada de mim?

- Não, não é isto... Ela se atrapalhou e calou-se.

- Então, por que mudou? Não me refiro só a este momento. Há dias noto que você está diferente. Encontrou outra pessoa...

- Não...

- Ou então chegou à conclusão de que estará melhor sem mim? Ele disse entre dentes e continuou: - Isto mostra minha querida, como você é tola e infantil.

Por um minuto, Ginny esqueceu todos os seus problemas e uma raiva surda a dominou. Libertou um braço e esbofeteou-o em pleno rosto, soluçando. Já ia repetir o gesto, quando Harry segurou-lhe o braço, forçando-a a descer.

Ginny debateu-se por um tempo e depois se rendeu ofegante.

- Bem, bem, então você também tem um temperamento violento, Ginny - ele disse, falando vagarosamente e sem paixão. - Mais um pecado para acrescentar à sua lista. Se seu pai pudesse falar agora, certamente diria que todos nós pagamos pelos nossos pecados. Talvez minha atitude não seja errada, tendo em vista que você se recusa a falar, escondendo seus segredos de seu marido.

Com um único movimento, ele estendeu a mão e puxou a camisola de Ginny, rasgando-a do decote até a bainha. Depois, fitou-a em silêncio e, com um brilho satânico nos olhos, passeou o olhar do seu rosto pálido para o corpo seminu.

- Tenho sido muito delicado, muito compreensivo, Ginny, porque você é tão jovem e inocente, mas talvez já esteja na hora de agir diferente. Talvez seja disto que você está precisando, para não ser tão caprichosa.

- Harry! - Murmurou ela, tentando detê-Io, mas ele ignorou sua súplica e beijou-lhe a boca com ardor.

O que se seguiu foi completamente diferente do que até então havia acontecido entre os dois. Harry parecia outro homem pouco se importando se a machucava. Desesperada, Ginny compreendeu que o pior de tudo é que, ainda assim, ele iria forçá-Ia a corresponder às suas carícias e a sentir prazer, querendo ou não.

Ginny lutou com todas as suas forças contra as ondas de prazer que percorriam seu corpo, mas Harry derrubou suas defesas, uma por uma, com carícias audaciosas e lábios ardentes.

De repente, Ginny relaxou, desistiu de resistir e entregou se voluptuosamente, encontrando uma nova dimensão de sensualidade. Seu corpo arqueou-se contra o dele, seguindo o ritmo do desejo, e ela gemeu alto quando seus mamilos foram sugados. Com arrebatamento ela buscou aquele êxtase que conhecera pela primeira vez nas areias brancas de uma praia deserta da longínqua África, até que ela atingiu o clímax, balbuciando o nome dele, entre suspiros e gemidos.

- Harry... Harry... Harry...

Muito tempo se passou até que Ginny descesse das alturas que os dois haviam atingido juntos. Harry afastou-se dela e ficou quieto. Ela também não se mexeu, deitada de costas e com os olhos bem abertos, sentindo uma extrema lassidão. Não queria mover-se e, sobretudo não queria pensar.

De repente, escutou um pequeno ruído e deparou com o rosto de Harry inclinado sobre o seu, os olhos verdes fixando-a intensamente.

Com o rosto em chamas, lembrou-se da maneira pouco recatada, quase libertina, com que correspondera ao seu ardor viril e experiente. Ela havia sido uma iniciante naquelas mãos e tinha sido totalmente subjugada pela força avassaladora do desejo. Cerrou os olhos e nunca na sua vida sentiu-se tão indefesa e vulnerável.

- Ginny?

Ela virou a cabeça e lágrimas brotaram em seus olhos, descendo-Ihe rápidas pelas faces.

- Não chore - disse ele bruscamente. - Não era o que você queria?

Não houve resposta e Harry apenas ouviu-a chorar baixinho. Então, deslizou o braço sob suas costas e puxou-a para si.

- Oh! Meu Deus! Desculpe Ginny. Eu sabia que você ainda não estava preparada para isto. Um dia vai entender. Não chore!

Sem poder evitar o choro, Ginny soluçou no ombro dele. Harry apenas afagou os cabelos. Depois, quando os soluços se espaçaram, ele falou:

- Ginny? Lembra-se como você ficou espantada quando descobriu que o aeroporto de Nairóbi ficava no meio de uma reserva animal? Lembra-se de quanto churrasco nós comemos? Lembra-se do luar nas montanhas do Kilimanjaro? E do nenê pretinho que você queria trazer? E do homem que a olhava, como se fosse raptá-Ia? Lembra...

E Harry continuou aquelas recordações ricas de significados até que Ginny sentiu-se sonolenta e adormeceu nos braços dele.

Por um longo tempo, Harry permaneceu contemplando a frágil beleza de Ginny, cujo corpo ainda apresentava as marcas inequívocas de seus dedos possessivos. Depois apagou a luz e fechou os olhos, torturado pelo arrependimento.











N/A: Não me matem! O capitulo ta ai, espero que vocês aproveite muito.




Marcela h. _ Pronto o capitulo foi postado espero que você goste!

Dhanny _ O Harry pegar muito pesado mesmo com a Ginny. Ela tem que fica mais adulta para poder viver com o harry, se não ele vai trata ela sempre como criança.
Thamis No mundo _ Mudar os dois? Bem... Na vida sempre acontecer coisas que faz você mudar, agora é só espera para ver o que acontecer.

Quézia _ Sim, o Harry é muito grosso, mas ele tem suas razões.

Bianca _ Espero que você goste desse capitulo também! Agora quanto o Harry e a Ginny espere e vera.

Carolina Villela Good God _ Pronto a fic foi atualizada, quer bom que você gostou tanto da fic como em relação ela ter mais capitulo.


Anna Weasley Potter _ Se você achou o Harry um grosso no outro capitulo, não quero nem imagina o que você vai acha dele depois de ter lido esse capitulo. Quanto ao homem entra em extinção o foi o meu professor de física disse isso na sala de aula... Imagina o que aconteceu em uma sala que a maioria é mulher, duas amigas minhas tavão dizendo quer ia dividir o namorado da outra, dar pra acredita?

Yumi Morticia voldemort _ Meio nervosinho? Ele é nervoso por completo... rsrs. Depois desse capitulo deu pra perceber né?

Tonks & Lupin _ Bem... Nesse capitulo deu para imagina como vai ser a vida deles dois.


Patty black potter _ Poder deixa que eu vou continuar postando. Ok?





Beijos para todas e até mais!

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