CAPÍTULO VI







Dez dias mais tarde Ginny e Harry se casaram. Foi uma cerimônia íntima porque ele não quis avisar quase ninguém. Preferia surpreender as pessoas, que assim não teriam tempo para fazer comentários. Ginny concordou plenamente com a idéia.

O reverendo Clayton casou-os e foi Harry quem tomou a si a tarefa de explicar uma união tão rápida. Disse simplesmente que Ginny e ele gostavam muito um do outro e nessas circunstâncias o casamento era natural, não havendo razão para adiamento.

O reverendo não escondeu seu espanto e virou-se para Ginny, esperando sua confirmação.

- Sei que o senhor deve estar muito surpreso, mas... bem, é o que eu quero também. Ele insistiu para que Ginny desse pessoalmente a notícia à senhora Clayton e Harry concordou, deixando-a com o pastor, enquanto voltava ao escritório.

Ficando a sós com Ginny, o reverendo Clayton disse:

- Ginny, confesso que fiquei boquiaberto com esta decisão tão repentina. Você sabe o que está fazendo?

- Sim.

Era verdade. Ela se interrogara dia e noite sobre o que ia fazer e obtivera respostas surpreendentes. Descobrira um tênue fio de esperança em seu coração: a esperança de que um dia Harry esquecesse Alison Wadsworth Fairleigh! Havia ainda a possibilidade de estar grávida, e como dizer a Harry que primeiro queria ter certeza de estar grávida para então concordar em se casar? Por outro lado, como se sentiria uma criança ao saber que seus pais tinham se casado apenas porque ela ia nascer?


Claro, havia respostas não tão surpreendentes. Amava Harry e nada podia mudar este fato; além disto, ele fora categórico quanto ao casamento: ela não tinha escolha. Pensou em se aconselhar com o casal Clayton, mas desistiu da idéia, pois imaginou o que eles diriam de Harry. Em meio a todos esses pensamentos e perguntas, persistiu a idéia perturbadora de que jamais se arrependeria do que acontecera naquela noite. E quando Harry finalmente sugeriu que fossem procurar o reverendo Clayton, Ginny não se opôs. Ao contrário, fitou-o com ternura, o coração disparado de alegria.


- Minha querida, desculpe - o reverendo continuou, mas eu a vejo como a filha que nunca tive e por isso quero conversar com você. Sabe às vezes as pessoas confundem uma simples atração física com amor. Já pensou nisto?

Ginny disse:

- Mesmo que fosse só atração física, seria difícil separar as duas emoções, não é mesmo? Nestes meses descobri que Harry, às vezes, me deixa furiosa, às vezes triste, mas nunca perco a confiança nele ou deixo de amá-lo. Eu o amo muito, reverendo.

- Há a diferença de idade, Ginny.

- Eu sei. Mas será bom para mim. Não gosto de rapazes muito jovens. O senhor gosta dele? Perguntou ela, ansiosa.

- Para falar a verdade, gosto. Mas me senti obrigado a aconselhá-la. O casamento nem sempre é um mar de rosas e afinal ele é mais velho, mais experiente.

- Sei que haverá momentos difíceis na nossa vida em comum. Às vezes eu também tenho um temperamento forte. Harry me dá segurança. Sinto-se bem a seu lado.

O reverendo Clayton hesitou por um instante e depois continuou:

- Ginny, se você o ama como diz, vai dar certo. Você se preocupa por não corresponder a todas às expectativas dele, não é assim?

Ela baixou os olhos e contemplou as mãos, pensativa.

- Às vezes - admitiu finalmente e acrescentou: - Preciso amadurecer mais em relação a certas coisas, porém, se ficar pensando que sou jovem demais para assumir esta relação, posso lamentar para o resto da minha vida não tê-lo feito.

Ted Clayton observou o rosto delicado da moça e disse carinhosamente:

- Se você tem certeza disto... Tem a minha bênção, querida!







Quando Ginny encontrou-se com Harry após a conversa com o reverendo, ele a olhou interrogadoramente. Depois de acomodar-se no carro, ela lhe explicou tudo.

- Não mudei de idéia, Harry.

- Ele tentou influenciar você?

- Não exatamente.

- Ainda assim, você acha que o está enganando, não é? Ginny não respondeu e Harry pousou a mão morena forte e quente, sobre as dela.

- Confie em mim, Ginny. Tudo dará certo.






Naquela noite o casal Clayton teve uma longa conversa na cama, no meio da noite.

- Não estou muito tranqüilo quanto a Harry Potter disse Ted Clayton. - Quer dizer, gosto dele, mas...

- Uma vez você me disse que ele era um homem de caráter.

- Isto foi antes de Harry querer se casar com Ginny respondeu ele, meio irritado.

- Não vejo nenhuma diferença. Você não queria vê-la casada com alguém de quem não gostasse, não é mesmo, Ted?

- É claro que não! Mas, ainda assim, não sei se ele é o homem certo para Ginny.

- Por quê? Só por ser mais velho? Pois acho que é de um homem exatamente assim que Ginny precisa – acrescentou ela, com a sábia intuição feminina.

- Foi o que a própria Ginny me disse.

- Todos os pais acham que ninguém é bom bastante para casar com suas filhas.

- Amo Ginny como uma filha e me preocupo. Mas parece que você está muito tranqüila com este casamento. Como pode?

- Ora, Ted. Ninguém pode afirmar se um casamento dará certo ou não. Só o tempo dirá. Contudo, respeito e gosto de Harry Potter e acho que Ginny está em boas mãos. Ela é muito ingênua e franca demais, isso poderia lhe criar problemas. Mas, ao lado de Harry, estou tranqüila; ela encontrou o homem forte de que precisava. Sorte dela!

- Como você! Completou o reverendo.

A Sra. Clayton riu com carinho e acariciou o rosto do marido.

- Como eu, Ted.







Durante os dias que antecederam seu casamento, Harry esteve ocupadíssimo com o trabalho na fazenda e também com os preparativos para a cerimônia e a lua-de-mel.

Ninguém parecia notar nada diferente em Ginny, com exceção de Dora, que a achou preocupada. Ginny sentiu-se levemente culpada por não dizer uma única palavra à sua melhor amiga sobre o passo mais importante de sua vida. Por outro lado, a idéia de explicar-lhe toda a situação parecia-lhe aterradora e iria irritar Harry!

Os dias passavam rápidos e agitados e ela quase não o via. Oscilava entre o pânico diante do que ia fazer e uma sensação de irrealidade, como se tudo aquilo não lhe estivesse acontecendo. Às vezes aquela perturbação interferia no seu trabalho, como na ocasião em que Harry lhe ditava algumas cartas...

Ele parara de falar e se dirigira à janela. Ginny observara seus movimentos firmes e elegantes, suas costas, os ombros quadrados e fortes, e ficara sonhadoramente mordiscando a ponta da caneta.

- Você tem um passaporte, Ginny? Perguntara ele, de súbito.

- Sim. Tenho. Meu pai antes de morrer queria me levar à Nova Guiné. Por que pergunta?

- Podemos mudar este passaporte para seu nome de casada. E também tomar umas vacinas.

- Por quê?

- Pensei em passarmos nossa lua-de-mel em outro país.

- Sim? E onde?

- Para falar a verdade, ainda não sei. Quero que você também goste da idéia.

- Que é que você está pensando? Que vamos sair do mundo?

- Não estou entendendo.

- Bem, você não me fez nenhuma pergunta Ginny. Não perguntou nada sobre nossa lua-de-mel, sobre nossa vida em comum. De fato, mal temos nos falado... Quer conversar sobre este assunto?

Ginny corou violentamente e se perguntou por que se sentia tão intimidada quando pensava numa lua-de-mel com aquele homem. Depois disse um tanto hesitante:

- Bem, achei que nossas vidas não seriam muito diferentes de agora. Eu continuaria trabalhando para você. Gosto tanto disto!

- Está bem. Então, em vez de discutirmos a lua-de-mel, diga-me: o que vai usar no dia do casamento? Que tipo de vestido?

Pela primeira vez Ginny apavorou-se realmente, pois não tinha um único traje para a ocasião.

- Eu... Eu... - ela gaguejou - Não pensei ainda.

- Não gostaria de fazer compras hoje à tarde? Comprar um vestido de noiva, por exemplo?

Imediatamente Ginny imaginou um vestido branco, vaporoso e virginal, e mordeu os lábios, confusa.

- Oh! Não, obrigada. Acho que não é necessário me vestir de branco, não é mesmo?

- Se você realmente não quiser, não - ele disse e depois acrescentou, calmamente: - Ginny se está preocupada em usar branco, por favor, não se atormente. Você é muito mais pura do que muitas noivas por aí.

- Mesmo assim, acho que não teria coragem. Seria uma mentira! Ela desviou o olhar.

- Então, use seu vestido cor-de-rosa. É muito bonito e eu gosto do modelo.

Ginny continuava de olhos baixos e Harry ergueu-lhe o queixo, forçando-a a olhá-lo.

- Escute Ginny. Não me casaria com você se não a achasse digna. E pode usar o que quiser de cabeça erguida. É uma das pessoas mais honestas que já conheci.

Os olhos verdes de Harry fixaram os dela e uma força misteriosa e indefinível fluiu entre os dois, um elo de magia ligou-os numa comunicação perfeita. Ginny subitamente encheu-se de coragem e disse:

- Você tem razão. Não tenho do que me envergonhar.

- Ótimo. - A expressão do rosto de Harry suavizou-se e ele fez uma pequena careta, novamente provocador: - Use qualquer coisa, sei que vou gostar. E comece a fazer as malas, vou providenciar seu passaporte.

Ginny ia acrescentar alguma coisa, porém o telefone tocou e Harry imediatamente retomou sua atitude profissional.








Quatro dias depois Ginny e ele se encontravam a bordo de um avião com destino a Perth, na Austrália Ocidental.


A mente da moça ainda estava ocupada com as lembranças da cerimônia do casamento. A igreja fora toda decorada com flores brancas, velas acesas e laços de cetim rosa. Ela carregara nas mãos um delicado buquê de lírios brancos, uma idéia de Harry. A senhora Clayton cuidara do serviço com desvelo maternal e após a cerimônia houvera um ótimo Champanhe gelado e um delicioso bolo de nozes.

- Por que você escolheu Perth, Harry? Alguma razão especial?

Ele procurou a mão de Ginny e admirou o belo aro de ouro incrustado de brilhantes em seu dedo.

- Gostou do anel, Ginny?

- Oh! Muito! Nem sei como agradecer...

Mais uma vez ela desviou os olhos timidamente e ele a puxou mais para si, de modo protetor.





Quando finalmente aterrissaram em Perth, a noite já caíra. Acomodaram-se num luxuoso hotel, onde as arandelas do saguão já estavam acesas, iluminando com suavidade o ambiente.

"Que estranho!", pensou Ginny, "atravessei o continente com apenas uma muda de roupa, algumas camisolas e meu passaporte".

Contudo, Harry não lhe deu tempo para preocupar-se. Fez uma reserva para o restaurante e quando, hesitante, ela lhe disse que não tinha roupa para trocar, respondeu simplesmente que ela estava perfeita.

- Vamos cuidar desta questão de roupas amanhã, Ginny. Mas venha você deve estar faminta; não comeu nada no avião.

Durante o jantar e ajudada pela atmosfera à meia-luz do restaurante, Ginny ficou à vontade; comeu um delicioso prato de camarão e serviu-se de vinho branco.

"Por que está nervosa com a noite de núpcias?" Ela se perguntou; "afinal, não será a primeira vez".

Primeira vez ou não, quando eles voltaram à suíte, com sua visão panorâmica de Perth, Ginny ficou muda e tensa, parada no meio do hall imenso, torcendo as mãos nervosamente.

- Que é isto? - Harry perguntou, voltando do bar, onde fora apanhar dois licores.

- Não sei - ela respondeu, corando, ao mesmo tempo em que segurava o pequeno cálice.
Tomou um gole, sentindo-se observada.

- Por favor, não pense que você tem que... Quer dizer... Ginny começou hesitante.

Os lábios dele se abriram num leve sorriso.

- Não quer que eu faça amor com você, Ginny? É isto que quer dizer?

"Sim. Não. Quer dizer, não sei", ela pensou desesperada, e, erguendo os longos cílios, viu Harry dirigir-se à mesa e descansar o cálice.

Ela recuou involuntariamente; contudo, ele não veio ao seu encontro; apenas retirou a gravata, enfiou as mãos nos bolsos e ficou a contemplá-la fixamente, com expressão enigmática.

- Responda Ginny - ele falou por fim, com naturalidade.

Ginny ficou subitamente excitada ante a visão perturbadora dos pêlos escuros que apareciam pela camisa entreaberta de Harry. O tronco dele era musculoso, os ombros retos, o corpo elegante e esguio.

- Somente se você quiser - ela sussurrou, tentando recuperar-se. - Não sei por que às vezes me sinto tão intimidada. Como se... Nada fosse real.

Harry não respondeu imediatamente. Então veio ao encontro dela e ergueu-lhe o queixo, num gesto que já se tornara familiar.

- É pena que você ache tudo irreal, Ginny. Por outro lado, gosto de vê-la tímida porque você fica muito doce, muito meiga. Em todo caso, podemos dar um jeito nisto. Venha cá, sente aqui comigo.

Em seguida, sem que Ginny tivesse tempo de se recobrar da surpresa, ele a tomou nos braços e sentou-se no sofá, mantendo-a no colo.

- É confortável? - Ele perguntou e, vendo-lhe o ar indeciso, prosseguiu: - Olhe, às vezes é bom ter as mãos ocupadas. Assim, enquanto eu desabotôo esta fileira de botõezinhos do seu vestido, você pode ir abrindo a minha camisa. Afinal de contas, vamos basear nossa relação na igualdade, não é mesmo?

Ginny riu e disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça:

- As mulheres japonesas sempre despem o homem, me disseram.

- É. E parece que elas entendem muito destas coisas. Por que não imitá-las? Ele respondeu, sorrindo.

- Já sei! Estou bancando a tola, como sempre!

- Talvez você tenha tido estas idéias malucas por que eu nunca a toquei assim - ele disse, abrindo o último botão do vestido e deslizando os dedos pelas espáduas nuas de Ginny. - Pensou que fosse falta de interesse da minha parte?

Ao contato da mão dele na sua pele, Ginny estremeceu e não respondeu à pergunta, sabendo no fundo do coração que o receio de fazer amor de novo a atormentara nas últimas semanas. Pensava, pesarosa, que sua reação ardente ao corresponder ao abraço dele, algumas noites atrás, quando se amaram pela primeira vez, fora rápido demais.

- Ginny... - Ele sussurrou acariando-lhe o pescoço e os ombros: - Foi o que você pensou?

Ela moveu a cabeça, concordando silenciosamente, e ele riu.

- Não foi nada disto! Eu achei que você iria preferir esperar o casamento. Sabe que ainda não a beijei como queria. E é um prazer tão grande! Não quer experimentar?

Ginny olhou-o, pensando que na sua primeira noite ele lhe beijara todo o corpo, mas não explorara o interior de sua boca.

- Eu... - ela começou, mas Harry a silenciou, pousando os lábios firmes na sua boca.

Introduzindo os dedos na massa dos seus cabelos, puxou-os levemente para trás e a segurou tão junto ao peito que Ginny mal podia respirar. Depois começou a beijá-la no rosto, no pescoço, nos ombros, fazendo brotar no mais íntimo do seu ser uma onda de doçura. Instintivamente, ela entrelaçou os dedos nos cabelos de Harry e abriu a boca para receber o beijo envolvente. Curiosamente, aquele gesto pareceu-lhe o mais íntimo de todos. O olhar profundo e penetrante dele tinha o poder de afastar seus medos e incertezas.

- Quer fazer amor agora, Ginny? Ele perguntou, numa voz baixa e rouca.

- Sim, sim!

O quarto estava mergulhado numa semi-obscuridade, iluminado somente pelas luzes da rua e pelo clarão do luar, que transformava os telhados em lençóis de prata. Harry despiu-a lentamente, detendo-se por um longo tempo a acariciar-lhe o corpo com suas mãos fortes e experientes, até que a sentiu estremecer em resposta.

Com a onda de emoção que começou a invade, Ginny instintivamente tocou o peito de Harry, e entrelaçou os dedos, nos cabelos dele, puxando-o mais para perto do seu rosto, num convite tímido. Como num sonho, entreabriu os lábios para corresponder ao beijo sensual e receber-lhe a língua. Os braços de Harry a aconchegaram ainda mais ao seu corpo potente e viril.

Aos poucos, Ginny começou a sentir o calor do desejo acelerar seu coração, e, quando Harry finalmente a tomou, ela buscou com sofreguidão aquele estranho e inenarrável prazer que ele queria compartilhar com ela.

Já era madrugada quando adormeceram entrelaçados sobre os alvos lençóis da cama, cobertos apenas por uma colcha macia. Os cabelos de Ginny espalhavam-se docemente sobre o peito de Harry.








N/A: Oi! Ai está mais um capitulo, espero que gostem!



Eu tenho uma noticia para dar, se ela é boa ou ruim vocês é que vão decidir.


Bem... É o seguinte a Natalia mi perguntou logo no começo da fic quantos capítulos ela teria. Eu respondi que era 10, mas nesses últimos dias eu estava olhando direitinho tudo e vir que a fic vai ter mais de 10 capítulos isso mesmo a fic agora vai ter nada mais nada menos que 15 capítulos. O que vocês acham? Isso é uma boa ou má noticia?



Obrigado pelos comentários beijos e até.

Bianca
Yumi
Quézia
Anna Weasley
Thamis
Natalia

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