CAPÍTULO IV
Ginny encontrava-se a meio caminho de casa, quando subitamente o carro começou a falhar e, após estranhos ruídos e sacudidelas, parou por completo.
Com o coração agitado, Ginny verificou consternada que não havia nenhuma gota de gasolina. Esquecera-se por completo de encher o tanque. E, para cúmulo de má sorte, estava sem um centavo!
Aquilo já era demais! Sem gasolina, sem dinheiro e sozinha, na parte mais deserta da estrada!
- Oh! Gemeu e encostou a cabeça na direção. – Que faço agora?
Teria que andar alguns quilômetros até alcançar a primeira casa. E o que fazer lá? Telefonar para Harry? Oh, não! Não suportaria recorrer a ele mais uma vez no mesmo dia e muito menos dar outras explicações.
Naquele momento um violento trovão fez Ginny saltar no assento. Pela vidraça do carro, constatou estarrecida que o céu negro e as nuvens cinzentas anunciavam uma tempestade iminente.
Fechou os olhos e suspirou, derrotada por tantos contratempos. Parecia que carregava todo peso do mundo sobre seus frágeis ombros! Permaneceu alguns minutos parada, ouvindo os trovões, e finalmente decidiu sair do carro e andar pela estrada deserta.
Mal dera uns poucos passos quando um carro passou por ela a toda velocidade! Porém, logo em seguida parou e voltou de marcha a ré. Era a Mercedes esporte de Matt Bartholomew, que logo veio ao encontro dela.
- Ginny! Ele saudou, sorrindo. - Nunca imaginei encontrá-la aqui. Aconteceu alguma coisa?
- Oh! Eu fiquei sem gasolina - ela disse em desespero e depois, subitamente animada, perguntou: - Você teria um galão de gasolina para me ceder? Ou uma mangueira para eu puxar o líquido? Estou tão desesperada!
- Não. Não tenho nem um, nem outro. Mas não há problema. Posso levá-la Vara casa.
Ginny franziu levemente o cenho.
- Oh! Acho que não posso aceitar. Afinal, você estava indo na direção oposta. Se puder me dar uma carona até um lugar onde possa telefonar...
Ela disse as últimas palavras quase aos gritos, pois o barulho do vento que soprava era ensurdecedor e as primeiras gotas de chuva começavam a cair.
- Ginny, não vou deixá-la aqui, com uma tempestade a caminho. Venha você vai ter de aceitar minha carona, queira ou não.
- E o meu carro?
- Por enquanto não há o que fazer. Qual é o problema? Está com medo de entrar no meu carro? Não sou um desconhecido, Ginny.
- Oh! Não! Não é isto...
Matt Bartholomew sorriu abertamente.
- Acho que alguém andou falando mal de mim para você, não é? Pensa que vou raptá-la ou fazer coisas terríveis?
- Não penso nada disto - ela respondeu meio irritada. No entanto, os comentários sobre o caráter duvidoso de Matt giravam em sua cabeça e não podia evitar uma vaga sensação de medo.
- Vamos, Ginny, estamos nos molhando - Matt apressou-a.
- Oh! Sim, obrigada. E a melhor coisa a fazer, eu acho retrucou ela, sem jeito, entrando no Mercedes.
- Discordo disso. Há coisas melhores para fazer. Oh! Agora me lembro Ginny, Harry estava procurando você. Você fez alguma coisa errada? Ele parecia estar de mau humor.
Ginny continuou calada, procurando avaliar o tamanho da raiva de Harry.
- Vocês brigaram? Insistiu Matt, curioso.
- É mais ou menos - ela murmurou.
- Quer me contar o que houve? Oh! Que inferno! - exclamou ele, quando a chuva caiu com violência, quase lhe impedindo a visibilidade.
- Não, prefiro não falar nisso. - E lágrimas quentes desceram-lhe pelo rosto.
- Ora, minha querida! - exclamou Matt Bartholomew e estacionou o carro fora da estrada.
Ginny ficou tensa e virou-se para ele, ansiosa.
- O que está fazendo?
- Não posso dirigir com esta tempestade - ele respondeu, sorrindo. - Correria o risco de um acidente. Não fique nervosa, temporais assim tão fortes passam logo. Aproveite e desabafe seus problemas. Pode confiar em mim. Harry tem sido grosseiro com você?
Ginny não gostou do rumo que a conversa estava tomando. Procurou, então, usar um tom leve, que desfizesse a impressão causada por suas lágrimas inesperadas.
- Não é isto. Harry é muito bom. Mas hoje de manhã eu fiz uma bobagem e fiquei numa situação horrível. Foi Harry que me ajudou a consertar o meu erro.
- Conte-me, Ginny - Matt sugeriu.
Sentindo-se mais confiante, ela relatou os desastrosos acontecimentos daquela manhã. Matt sorriu-lhe com simpatia e Ginny nem suspeitou que no fundo ele poderia achar ridículo o que lhe causava tanto desespero.
- Ginny, não vejo nada tão sério assim. Qualquer um poderia ter se envolvido num caso como este.
- Foi o que eu disse. Mas tenho de admitir que, embora estas coisas possam acontecer com todo mundo, na verdade só acontecem comigo. Às vezes acho que faço as pessoas perderem a paciência. - Ela suspirou e concluiu, com certo desânimo: - Talvez entre num convento. Tenho boa memória, poderia dar aulas. Mas talvez também fosse provocar muita confusão lá.
Ginny deu-se conta de que dizia aquelas bobagens movida pela tensão e pela ansiedade; nunca pensara, na vida, em entrar para um convento. A única coisa que desejara era estar a salvo daquela tempestade, levar seu carro de volta para casa e que Harry jamais descobrisse que ela ficara sem gasolina, no meio da estrada!
Sorrindo, ela se voltou para Matt. A expressão dele a chocou, deixando-a paralisada. Esperara vê-lo rir com sua brincadeira sobre o convento, porém o que viu realmente a assustou. Matt a fixava com um brilho perigoso nos olhos. Ginny conhecia aquele olhar, já o vira em outras ocasiões e não o suportava. Não podia haver engano quanto à intenção dele.
- Eu... Ginny balbuciou.
- Você o quê? Perguntou Matt quase sem mover os lábios, enquanto deslizava o braço em torno dos ombros dela. - Sabe que você tem uma boca adorável? De forma alguma ela ficaria bem num convento. E seria uma pena! Seus lábios foram feitos para ser beijados e você, para ser amada.
- Esta história de convento foi apenas uma brincadeira - Ginny conseguiu dizer. No entanto, mal acabou de falar enrubesceu, pois se deu conta de que ele poderia interpretar mal suas palavras.
- Hum! Eu adoro vê-la vermelha. Assim rosada, você produz um efeito devastador sobre mim. Resisti muito tempo, Ginny, mas agora não posso esperar mais.
Matt puxou-a para si, e seus lábios ávidos e sedentos colaram-se aos dela como se quisessem sugar-lhe toda a resistência.
Mais tarde, Ginny não soube dizer por que razão o beijo de Matt a levou a um estado de pânico. Deveria ter usado uma outra tática para livrar-se dele. Porém, no momento, não houve como raciocinar; simplesmente levantou a mão fechada e desfechou-lhe um tremendo soco no meio do rosto! Para sua surpresa e horror, aquilo pareceu deixá-lo ainda mais excitado.
- Sua gatinha selvagem! - Ele disse, com a voz enrouquecida - Você me paga! Ou será que fez isto só para me deixar ainda mais louco por você do que já estou?
- Não, não - Ginny soluçou, contorcendo-se nos braços dele desesperadamente. - Largue-me! Deixe-me ir embora!
- Ainda não, doçura - Matt falou com voz pastosa, enfiando os dedos nos cabelos de Ginny. - Ah! Como eu gosto deste seu jeito ingênuo e selvagem!
Mais uma vez, Matt debruçou-se com lábios famintos sobre Ginny, forçando-a a abrir a boca, introduzindo nela a língua quente e invasora. Ele a segurava com força pelos cabelos e qualquer movimento para escapar causava-lhe dor.
Ginny tentou ficar quieta imóvel e mostrar seu asco através da passividade. Porém foi impossível manter aquela atitude por muito tempo. Subitamente ocorreu-lhe que ele poderia interpretar sua submissão como consentimento.
Novamente uma onda de fúria tomou conta dela e o sangue correu-lhe nas veias mais velozmente. Quando conseguiu desviar a boca dos lábios de Matt, gritou enraivecida, movida por indomável indignação:
- Oh! Como todos estavam certos sobre você! É pior que Miguel Corner!
Por um breve momento Matt Bartholomew relaxou o aperto de seu abraço. Encarou-a, surpreso, com um olhar incrédulo.
- Miguel Corner?
- Sim! Ele é muito melhor do que você.
- E eu que pensei que fosse Harry... Tinha certeza de que ele a andava rondando. Até foi meio grosseiro comigo, dizendo para eu não me aproximar, como se você fosse sua filha. Meu benzinho saiba que Harry perdeu o coração há muito tempo. No peito dele há um pedaço frio de mármore! Ele não poderia lhe oferecer nada. E, quanto a Miguel Corner, é ainda um filhote de orangotango. Nenhum dos dois saberia fazer amor com você, por isso vamos esquecer esta gente. Eis aqui o velho Matt, que sabe o que faz.
Ginny ergueu os olhos para fulminá-o com seu desprezo, porém Matt riu outra vez e apertou-a contra si, com renovado ardor.
Naquele exato momento, um violento choque na traseira do carro projetou os dois para frente, desfazendo o detestado abraço.
Atordoada com o susto e agradecendo aos céus por lhe enviarem um socorro providencial, Ginny agiu por puro instinto. Abriu a porta do carro e deslizou para fora.
Matt tentou segurá-la, bradando aos berros todos os palavrões que conhecia, mas Ginny escapou e começou a correr sob a chuva torrencial.
Corria desabaladamente, em desespero, ignorando a dor nas pernas, a falta de ar e repetia para si: "faltam apenas uns dois quilômetros. Chegarei lá. Oh! Meu Deus faça com que este homem não venha atrás de mim!”.
Com um pequeno grito de alívio, reconheceu a cerca branca como um ponto da fazenda e os postes iluminados, surgiram na escuridão da tempestade.
Porém, uma súbita dor lancinante no lado do corpo forçou-a a dobrar-se para frente e parar a corrida.
Nem percebeu que um carro se aproximava; quando ouviu o rangido dos freios, ergueu os olhos e foi imediatamente ofuscada pelo intenso brilho dos faróis.
Ginny não conseguia mais raciocinar. No meio da dor que a afligia e da chuva que a reduzira a uma deplorável figura enlameada teve a intuição de que o homem alto que saíra do carro e se aproximava era Harry.
As pernas enfraqueceram tudo ficou escuro à sua frente, e, quando o vulto de Harry inclinou-se sobre ela, chamando seu nome, ela desmaiou.
- Agora está disposta a me contar o que houve? - Disse Harry Potter com ar severo.
Ginny baixou os olhos timidamente sobre o copo de vinho que segurava nos dedos trêmulos e não conseguiu achar um modo convincente de explicar o que acontecera.
Voltaram-lhe à mente, de modo vago e confuso, o instante em que Harry a transportara nos braços para dentro de casa, os gritos surpresos da senhora Hunter e a lenta volta à consciência. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria de enfrentar Harry e explicar aquele novo incidente. Olhou para seus braços e pernas, pincelados com mercúrio em todos os cortes e arranhões sofridos ao longo da louca correria na estrada molhada.
Ergueu os olhos e contemplou-se no espelho em frente, vendo com incredulidade que seu aspecto era terrível. Suspirou melancolicamente e voltou a olhar o copo que segurava. A expressão irônica de Harry, sentado à sua frente, não lhe passou despercebida. Enfiada no largo pijama florido da Sra. Hunter, Ginny, em completo desamparo, afundou ainda mais na poltrona.
- Estou esperando, Ginny.
Harry falou com rispidez e não havia dúvida quanto ao tom de autoridade naquela voz.
Ginny sorveu um grande gole de seu vinho para acalmar os nervos tensos.
- Eu... Fiz... Uma estupidez - balbuciou finalmente, mordendo os lábios trêmulos.
- Sim? Mas que surpresa! - Harry retrucou com ironia.
Levantou-se e dirigiu-se à janela.
Seus movimentos precisos irradiavam energia e confiança, indicando também uma irritação contida. Estava impecavelmente vestido, os cabelos escuros bem penteados, apesar de úmidos, e tinha uma beleza intimidadora.
Ginny olhava-lhe o perfil, hipnotizada, e estremeceu quando os olhos dele mergulharam flamejantes nos seus. Constrangida, ela sentiu as faces em fogo e mais uma vez não lhe ocorreu o que dizer. Contudo, o tempo todo estava terrivelmente consciente do efeito que a presença física de Harry lhe causava. Não importava que naquele exato momento o odiasse.
Basicamente sempre sentia o mesmo: um frio na espinha, um tremor nos joelhos e uma atração irresistível. Oh! Era uma tortura ficar tão perto dele e ter de esconder suas sensações!
"Será que escondo mesmo?" Ela pensou desolada.
- Ginny! - A voz de Harry interrompeu seus pensamentos confusos. - Olhe para mim!
Ela engoliu em seco e forçou-se a encará-lo.
- Agora, por favor, você poderia me explicar se sofreu um acidente ou foi vítima de algum estupro? Pelo seu aspecto... Comece pelo começo, é mais fácil de entender - ele acrescentou diabolicamente cínico.
- Eu... Sofri... Uma espécie de acidente - ela gaguejou infeliz. Não queria mencionar a parte de Matt Bartholomew em seu infortúnio; afinal, ele era amigo e sócio de Harry. Seria insensato falar mal dele.
- E onde está o carro? - Harry perguntou, controlando a raiva.
- Oh! O acidente não foi com seu carro...
- Continue, Ginny.
Ela inspirou profundamente e em seguida narrou quase tudo de um só fôlego. Quando acabou de falar, um silêncio cheio de tensão pesou entre eles por um momento até que Harry disse levemente incrédulo:
- Então, você aceitou carona de um estranho! Pensei que fosse um pouco mais ajuizada. Francamente!
- Mas ele não era um... Ginny outra vez interrompeu-se - Bem, eu não sabia o que fazer!
- Poderia ter ido, a casa mais próxima e telefonado para mim.
- Essa casa ficava muito longe - ela disse desafiadora. E ia desabar um temporal. Além disto, depois do que me disse hoje de manhã, a última coisa que faria na vida seria chamar você.
Ginny colocou o copo sobre a mesinha e levantou-se também.
- Escute Harry. Estou morta de cansaço e tenho que, providenciar a retirada do carro, que está sem gasolina lá na estrada. Não podíamos dispensar toda esta conversa? Se lhe dá prazer, aceito levar toda a culpa: sou uma imbecil, mas da mesma forma que entro nas complicações, saio delas sozinha. E com a ajuda de Deus...
Os olhos de Harry fuzilaram de raiva e com um movimento ameaçadoramente rápido aproximou-se, Ginny então voltou a sentar-se assustada.
- Você não vai à parte alguma. Não é assim tão simples - ele disse, numa voz carregada de desprezo e fúria.
- Que é que você quer dizer com isto? Ela gaguejou, enquanto reunia toda a sua coragem para não se encolher na cadeira, como uma criança amedrontada.
Com os lábios firmemente, apertados, Harry deteve o olhar na boca entreaberta e, levemente machucada de Ginny. Então, pareceu relaxar. Puxou uma cadeira para si e sentou-se em frente dela.
- Quero dizer o seguinte; primeiro você fala, e com orgulho, que sai sozinha das suas confusões, o que não me parece verdade. Segundo; preciso ter dados sobre o seu... Hum... Atacante. Vamos avisar a polícia.
Ginny fitou-o boquiaberta.
- Oh! Mas. Bem, acho que talvez eu tenha sido culpada... - As sobrancelhas espessas de Harry se ergueram ante a surpresa.
- Como?
Com dificuldade, titubeante e contraditória, Ginny tentou explicar:
- Acho que... o homem apenas queria me beijar e eu... eu fiquei em pânico.
Atônito, Harry perguntou:
- O que é que você quer dizer? Que um estranho tem o direito de beijá-la?
- Não, claro que não, mas. . .
Ele esperou que ela concluísse o pensamento, porém Ginny calou-se.
- E o que fez você pensar que o que este homem queria era só um beijo? Qual foi mesmo a razão do seu pânico, Ginny! Fale!
- Não sei - ela quase gritou, preparando-se para sair correndo.
Porém, Harry foi mais rápido e impediu-a de fugir, agarran¬do-a pelo braço.
- Responda Ginny - ele trovejou ameaçadoramente. Há qualquer coisa no que você contou que não faz sentido para mim. Por que você está querendo proteger a pessoa que a importunou?
Ele passou um dedo sobre o queixo dela, justamente numa mancha roxa que doía ao menor toque e Ginny gemeu, recuando.
- Não é bem assim - ela falou no limite de suas forças.
- Mas...
Uma súbita luz de compreensão brilhou nos olhos de Harry e ele a interrompeu bruscamente.
- Você conhecia esta pessoa, não é! Não era exatamente um desconhecido, certo?
- Sim. Você tem razão - Ginny desistiu de continuar ocultando os fatos.
- Seria, por acaso... Matt Bartholomew?
Ginny estremeceu e Harry continuou implacável.
- Eu devia ter adivinhado! Você é mais tola do que eu pensava Ginny. Nunca reparou no jeito como ele olhava para você?
- Oh! Eu não sabia o que pensar nem o que fazer. Era uma situação tão difícil, entende? Se você não tivesse sido tão duro comigo hoje cedo, certamente eu não teria me envolvido nisto. Tudo começou quando lhe disse que queria entrar para um convento.
Lágrimas de humilhação encheram os olhos de Ginny e ela se interrompeu.
- Convento? - Harry repetiu rindo, mas sem nenhuma alegria. - Bem, quer dizer que a culpa é minha? Sua voz controlada alertou Ginny de que ele devia estar furioso com ela.
- Precisamos fazer alguma coisa, não é mesmo? Você não pode continuar por aí, metendo-se em situações difíceis como quem não sabe cuidar de si mesma.
De repente, a expressão dele suavizou-se e seus olhos verdes readquiriram o brilho zombeteiro.
- Não gostaria de ter nenhuma culpa em relação a você na minha consciência, meu bem. Tenho uma idéia. E, quando você se habituar a ela, vai ver que não é tão estranha como pode parecer a princípio.
- Não sei do que você está falando. Que idéia? Ginny perguntou.
- Não? - Harry esboçou um leve sorriso e passou o braço em volta dela. - Minha idéia é um casamento. Estou falando sobre nós dois nos casarmos, minha querida. Pelo menos assim eu poderia proteger você do mundo cruel lá fora. Você teria seus filhos para realizar-se como mulher...
- Oh! Pare com isto! - Ginny interrompeu-o arquejante, saindo enfim do transe em que as primeiras palavras dele a haviam lançado, e prosseguiu: - Não pode estar falando sério!
Enquanto seu coração magoado gritava: "Não faça isto comigo", ela o ouviu responder:
Uma onda de calor coloriu de vermelho rubro o pescoço e o rosto de Ginny, enquanto Harry fitava-a, esperando uma resposta. Ela baixou o olhar, querendo ocultar suas emoções tumultuadas ao mesmo tempo em que, com movimentos desajeitados, tentava livrar-se dos braços que a retinham.
Contudo, Harry não a largou.
- Olhe para mim, Ginny.
- Não posso - respondeu sufocada. - E também não posso me casar com você. Mas obrigada mesmo assim.
- Mesmo assim você casará comigo, minha querida ele disse baixinho.
- Oh! Harry - Ginny sussurrou desesperada, começando a chorar. Eram lágrimas incontroláveis. Não conseguia também impedir que seu corpo tremesse de emoção.
Vagarosamente Harry levou as mãos às faces de Ginny e enxugou-lhe as lágrimas com os dedos. De repente, sem que pudesse explicar como tinha acontecido, ela estava apoiada contra o largo peito dele, chorando em seu ombro, ao mesmo tempo em que pedia desculpas.
Calado, Harry apenas segurou-a mais firmemente contra si. Um sentimento de segurança há muito tempo não experimentado tomou conta do coração de Ginny: agora estava protegida, e todos os seus temores tinham desaparecido. Seus soluços acalmaram e ela ergueu os olhos para encará-lo. Em seguida, fechou-os, entregando-se ao aconchego daquele abraço em completa tranqüilidade.
N/A: Ai está, mais um capítulo espero que gostem e no próximo vamos sabe o que aconteceu nesse aconchego do abraço.
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