Sem Escolha
Cap. 11
Sem Escolha
Novembro
“Querido Harry
Eu disse que escreveria em breve, é estranho pensar que mais uma vez eu estou longe de você, nós crescemos tão rápido não? Temos apenas 19 anos e temos um mundo a nossas costas, no momento eu estou vendo o meu mundo crescer dentro de mim...”
Dezembro
“Querido Harry
Eu não sei a que horas essa coruja está chegando, no momento em que escrevo já passa das três da madrugada, mas meu coração que está tão acelerado que eu acho que você precisava saber, ele mexeu! Quer dizer, ainda não sei se é ele ou ela, mas mexeu, é tão incrível! Eu queria que você pudesse sentir também...”
Março
“Querido Harry
É estranho como a gravidez está afetando meu humor, gravidez, depois de 6 meses ainda é estranho essa palavra, eu me sinto um ovo de páscoa, e só penso em comer, hoje eu descobri que é uma menina! Eu resolvi chamá-la de Dalilah...”
Maio
“Querido Harry
“Não enxergo mais meus pés, é incrível como ela parece tão grande, hoje fui dar uma volta, pareço incrivelmente desengonçada com esta coisa enorme no meio de mim, mas sentirei falta quando ela for embora, meu coração está doendo de tantas saudades...”
*º*
Ela estava sentada em uma cadeira de balanço em frente a uma janela, a barriga era só o que se enxergava, seus longos cabelos negros passavam da cintura, e ela descansava as duas botinhas de lã em cima da enorme barriga.
- Não se cansa mentir para ele dessa maneira? – a voz dele era azeda como sempre.
- O que quer que eu diga? – Myra respondeu no habitual tom casado – Querido Harry, sinto muito por ter te abandonado, mas eu estou morrendo?
A garota segurou firme na cadeira para se levantar, usava uma túnica branca que a esta altura era a única coisa que lhe cabia, seu rosto parecia uma folha branca, os lábios haviam perdido a cor, e ela possuía olheiras enormes.
- Quer que eu diga que eu nunca a verei crescer? Diga que não sei se serei uma boa mãe porque irei morrer pouco depois de ouvir seu primeiro choro? – ela começou a respirar pesadamente depois disso, e colocou uma das mãos em cima da barriga.
- Eu disse para não se apegar demais a esta criança - ele retorquiu frio. – Ela é a salvação do mundo bruxo.
- Para mim é apenas a parte dele que cresce em mim! – então ela teve que se deitar, pois as pernas dela já estavam ficando fracas.
- Tenho que renovar o feitiço – dessa vez a voz dele estava sem emoção alguma.
- Harry tem que conseguir – sussurrou ela.
A varinha dele encostava-se ao peito dela, enquanto ele murmurava sem parada uma ladainha numa linguagem quase desconhecida.
- Não te culpo por mentir, mas sabe que será pior para ele se descobrir – ele continuou sem emoção
- Você já ouviu falar da Invocação a Menon? – perguntou ela zonza
- Claro que já – respondeu ele seco.
- Você acha que eu...
- Myra, você mal tem forças para manter-se de pé, quanto mais invocar o primeiro espírito.
Ele olhou para ela, mas ela já dormia. Havia agora pelo menos alguma cor em seu rosto, apesar de que não havia mais nada que ela pudesse fazer, ela não teria forças para sobreviver após o parto, ele tinha sérios problemas em acreditar que as coisas dariam certo, principalmente agora que seu antebraço queimava.
*-*
Harry dobrou cuidadosamente a última carta que recebera de Myra, suspirou pesadamente, ele ainda estava em seu escritório e já passava das duas da manhã, havia passado os últimos oito meses procurando forças dentro de si para conseguir conjurar o feitiço da Paz Perpétua, e ele não sabia se na hora ele conseguiria conjurá-lo.
Era nessas horas que tudo desmoronava, ele sentia medo do confronto que teria com Voldemort, não tinha coragem de dizer a ninguém que apesar de saber que não tinha escolha, ele não queria que a Guerra fosse dele, e durante todo o tempo pareceu que era certo que ele venceria, mas Harry não tinha certeza disso, não podia negar que a imagem de um novo encontro com o homem de olhos vermelhos e rosto ofídico fazia arrepiar-lhe os pelos da nuca e o coração acelerar, medo, tão simples, mas no momento tão letal.
E durante todo esse tempo ele não parou para pensar que o sangue dele estava correndo dentro de Myra, ah, como ele desejava poder vê-la, ela parecia tão feliz e cheia de vida, que ele queria estar junto dela aproveitando este tempo tão sereno, em vez da atmosfera cheia de morte que ele continuava a enfrentar, porque para ele não havia mais escolha, Voldemort escolheu por ele, Harry gargalhou por um momento ao pensar que poderia ser Neville ao invés dele.
Ele retirou-se da sala e olhou em volta, parecia que o seu corpo sentia que estava quase na hora, e que muito em breve ele teria seu último encontro com Lord Voldemort.
*-*
O ar estava mais frio do que de costume, era um bosque com a mata fechada, mas em seu centro abrigava uma choupana, a construção praticamente estava caindo, havia três aposentos apenas, e somente um deles estava iluminado, o que seria um luxo de se dizer pois mal dava para enxergar algo dentro do quarto, eram cinco da manhã mas ainda demoraria a amanhecer.
- Você se chamará Dalilah porque é o que eu mais amo, e sabe o segredo da minha força – Myra sussurrava, ela estava escrevendo uma carta para a filha, mas não conseguia enxergar nada – Precisamos de um pouco de luz não acha?
Myra grudou o indicador no polegar e quando abriu uma esfera de luz de formou, apesar de pequena iluminou praticamente todo o aposento, porém Myra começou a ficar fraca, a respiração pesou e ela viu o efeito da pequena mágica.
O que ela não esperava é que o tempo fosse ficar apenas mais frio, ela se deitou na cama, mas o frio não passava, ela olhou pela janela e viu a mão podre e de dedos longos.
- Não... – murmurou ela
Mas era tarde, a porta da frente foi arrombada, e cinco figuras encapuzadas andaram com a varinha em riste.
- Ora ora ora – a voz de Amico Carrow ecoou pela choupana – Vejamos quem está aqui, se não é a nossa divindade Myra Black.
- Não tão divina assim! – exclamou Aleto Carrow.
Myra respirava com dificuldade, mas estava estática, isso não estava nos planos, se ela tentasse usar seus poderes poderia morrer sem forças, mas se fosse levada a Voldemort, com certeza morreria, ela pela primeira vez não sabia o que fazer. Ela viu Aleto brandir a varinha, mas uma mão segurou seu braço.
- O Lord das Trevas disse para não ferir nem a garota, nem o bebê – ela reconheceu a voz de Narcisa Malfoy.
- Bom, se ela tentar resistir... – disse Aleto
- A conversa está boa, mas quanto mais cedo o Lord receber o seu prêmio, mais cedo receberemos as congratulações – disse Lúcio Malfoy com os olhos brilhantes – Agora você tem que dormir.
Myra tentou gritar, mas ele tapou-lhe a boca.
- Shh – disse Lúcio – Você não tem escolha agora, então começou a recitar uma Ladainha, e os olhos dela ficaram pesados até tudo ficar escuro.
*-*
A tensão era comum na sala de reuniões, onde todos se reuniam antes de irem cada um para sua sala, todos estavam sentados na grande mesa, enquanto Harry comentava sobre o anormal desaparecimento dos Comensais da Morte, porém houve um estrondo na porta da sala, e o Choque pegou todos desprevenidos.
- Eles pegaram a Myra!
O ar sumiu dos pulmões de Harry enquanto ele fitava o rosto pálido e lívido de Severo Snape.
N/A: [Dee tirando a poeira daqui] Galerinhaaaaaa, eu to volta, desculpem-me por todo esse tempo sem postar, dane-se vocês não comentam mesmo [/hunf, mas tuudo beem estou aqui por quem lê fielmente, muita coisa passou desde q eu estive aqui, Porto Seguro, Final do terceiro Ano, e agora a prova da Fuvest, torçam por mim e quem sabe um dia vcs não comprem um Livro meu? [2010 é Letras na Usp (Yn)]
Bom não me matem, isso precisou ser feito, e lembrem-se quanto mais vocês comentam, mais eu posto ;D
Fic na Reta Final genteee
A Dee Ama Vocês
BeeeijO
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!