CONVERSAS DA MEIA-NOITE



Capítulo 5
– Conversas da Meia-Noite –





Infelizmente naquela noite Harry não conseguiu dormir. Algo o incomodava tanto, que sentia seu peito se apertar. Ele rebolou de um lado para o outro na cama por horas, até desistir e descer. Foi silencioso como um gato, até entrar na sala escura. Sentou no sofá macio e admirou a lareira apagada.
– Harry?
Ele se assustou, e virou para a porta. Hermione estava ali, usando uma camiseta tão grande que cobria-lhe até os joelhos. Ela sorriu tensa para ele, e o menino a convidou para se sentar ao seu lado.
– O quê houve, Mione?
– Tive um pesadelo – Ela suspirou. – Não consegui mais dormir, então saí do quarto para não acordar Gina. E você?
– Mesma coisa, menos o pesadelo.
Ficaram em silêncio, até Harry pegar a mão dela.
– Você está gelada.
Hermione riu, e colocou as mãos na face do melhor amigo.
– Meu coração não bate, Harry, eu sou gelada!
Harry riu um pouco, mas então baixou os olhos. Hermione percebeu seu silêncio amuado, e despenteou carinhosamente seus cabelos.
– Que foi? – Perguntou meigamente.
– Queria saber se foi uma decisão certa. Eu não devia ter te mordido, não mesmo!
– Harry Potter – Ela o virou até que se encarassem olho a olho. – Eu decidi isso, então eu estava certa do quê queria. E nunca, nunca mesmo, vou me arrepender de ter entregado meu sangue à você.
Eles se olharam tão profundamente que se arrepiaram. Hermione pousou sua mãozinha gelada no rosto de Harry e se aproximaram. Se Hermione tivesse um coração que batesse, este já estaria batendo tão forte que até doeria. Na verdade ela sentiu, realmente, uma vibração dentro de seu peito. Todas as células de seu corpo se arrepiaram quando sentiu o toque dos lábios de Harry Potter.


Gina levantou devagar, silenciosa como nunca, e espiou a cama ao lado da sua. As cobertas reviradas que ela olhara nos últimos minutos continuavam lá. Ela esperara, (im)pacientemente que a menina voltasse, como se talvez tivesse ido tomar um copo de água. Mas longos dez minutos se passaram desde que ela vira a colega de quarto sair furtivamente do quarto.
A menina ruiva sempre acalentara em seu íntimo a lenda do Menino-Que-Sobreviveu. Era como um grande e gordo gatinho que ela alimentara durante muito tempo. Uma lenda que já estava entranhada em seu espírito. Romântica como sempre, a menina cresceu sonhando com um cavaleiro que derrotava o mal e vinha lhe salvar. Por fim ficara perdidamente apaixonada por um herói que só existia em sua imaginação.
Mas um dia, ao ver a entediante despedida de seus irmãos e ela ficando mais uma vez para trás, encontrou-se subitamente com seu herói.
Que decepção! Nada de cavalo branco, roupas de seda ou capa e espada! Apenas roupas velhas e largas, carregando um malão que nem podia agüentar. E que bravura o quê! Ele parecia mais assustado que um gatinho!
Infelizmente já não havia mais volta. Depois de vê-lo, ela começara a sonhar com ele. Sozinha com os pais na casa, ela passava grande parte de seu tempo enfiada em seu quarto, sonhando acordada ou adormecida com um garoto de cabelos negros arrepiados, que subia no tal cavalo branco e trocava as roupas largas pelas vestes de seda. E em seus devaneios ele carregava uma espada cravejada de jóias, trazendo um sorriso apaixonado para ela.
E então ele surgia em sua casa! Desmaiado, morrendo de fome como um pária, um mendigo! Era como se ele fizesse questão de destruir todos os seus sonhos!
Mas ali estava ela, reconstruindo seu devaneio amoroso, e agora surgia um novo empecilho! Quanto será que Mione gostava dele?
Não, ela não deixaria a garota, que podia até se tornar sua amiga, roubar seu príncipe encantado. Ela, que nunca pudera ter grandes coisas, não perderia seu maior objeto de desejo. Harry Potter seria dela, eterno príncipe em seu reino!

Harry desgrudou seus lábios da testa de Hermione e sorriu.
Conte-me seus sonhos – Disse ele.
Ela riu com gosto, disfarçando seu constrangimento diante do beijo carinhoso que recebera.
– Estou com frio – Desviou ela.
– Ora, não era você a Srta. eu-sou-gelada-naturalmente-obrigada?! – Riu o garoto. Então ele a tomou nos braços e a puxou para seu colo. Ela se recostou contra seu peito, e fechou os olhos, sentindo-se a garota mais protegida e segura do universo.


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Minha cabeça dói, então não vou falar muito.
Obrigado pelos comentários e continuem comentando, para que eu possa saber o quê acham da história. Tentarei postar mais rápido da próxima vez.

Bye.

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