MENSAGEM NA PAREDE
Capítulo 14
– Mensagens na Parede –
Aconteceu que o aniversário de treze anos de Hermione chegou. E ela se penteou especialmente, colocou algumas gotas de seu perfume favorito, e voltou para o dormitório, fechando suavemente a porta do banheiro atrás de si.
Era um sábado calmo e ensolarado, em que ela pretendia passar se espreguiçando no jardim, com um bom livro e seus amigos.
O presente de seus pais, um grosso livro e um gorro tricotado pelas próprias mãos da Sra. Granger repousava sobre sua cama. Sorriu, e uma batidinha na janela anunciou que mais embrulhos chegavam.
Edwiges se enfiou pela fresta que ela abrira na janela, e deixou dois pacotes sobre a cama da menina. Piou alegremente, deu umas bicadinhas em sua mão, e saiu, parecendo um fantasminha ao sumir no céu claro.
Cara Srta. Granger,
Como é ser uma velha? Aposto que é exatamente como parece, não?
Mas afinal, parabéns, Mioninha. Treze anos, uma grande responsabilidade. Já pode... Já pode... Bem, não pode fazer nada de diferente, mas é uma coisa boa.
Espero que goste deste presentinho. Antes que você pergunte, não é um livro, mas tenho certeza que você o achará, pelo menos, divertido.
Harry
P.S. É um ungüento para seu reumatismo.
Harry era um comediante. Hermione fechou a cara pra carta, mas, afinal, não conseguia ficar brava. Pegou o pacote nas mãos, e o desembrulhou, revelando um globo de vidro, pouco maior que seu punho, onde flutuavam estrelas, planetas, palavras e cores líquidas. Ela sabia o quê era aquilo, e só pôde sorrir.
Um globo que mostrava seus pensamentos e sentimentos, a partir do toque. Encostou a ponta dos dedos nele, e uma suave corrente de um azul clarinho surgiu dentro do vidro, rodando e rodando, circundando delicadas estrelas e o nome de Harry.
O presente de Rony era um grosso volume absolutamente interessante, mas mais uma vez o presente do moreno vencera. Passou horas brincando com o globo, e só parou quando uma densa nuvem vermelho-sangue surgiu, e ela não podia ver mais nada lá dentro. Depositou o presente em sua mesinha de cabeceira, e saiu do quarto.
A nuvem do globo lentamente sumiu, mas o nome de Harry ficou flutuando lá dentro.
– Feliz aniversário! – Riram os garotos quando Mione chegou, sorrindo imensamente.
– Obrigada! – Ela os abraçou e beijou suas faces. Rony corou levemente, mas logo já corriam até o Salão Principal, mortos de fome.
Roubaram o máximo de torradas com geléia que puderam, copos e uma jarra de suco, e foram para os jardins, deitar perto do lago, e aproveitar os últimos raios de sol de Setembro.
Sem aulas, sem nada, eles sentaram-se, e logo Neville, Lilá, Simas, Dino e Parvati se reuniram, mesmo não sendo amigos chegados. Cumprimentaram Hermione, conversaram por longas horas, e logo Harry e Rony trouxeram do Salão o almoço para eles, com uma dose dupla de sangue para Mione.
Só quando a noite caiu que decidiram voltar para o Castelo.
– Foi um ótimo aniversário! – Sorriu a castanha. – Obrigada, a todos vocês!
Rony e Harry a abraçaram, e eles andaram assim por alguns instantes. Harry se soltou.
– Vou ao banheiro, rapidinho, já volto! – Disse ele, se distanciando dos amigos e pegando um corredor lateral, seguindo para o banheiro dos meninos no primeiro andar, enquanto os amigos esperavam em frente a porta do Salão. Hermione viu que logo Madame Nora o seguiu, como uma suja bola de pelos esperando para pegar alunos quebrando regras. Mas ainda era cedo, não estavam fazendo nada de errado.
Longos minutos se passaram. Então Harry voltou, sorrindo muito.
– Ei, cara – Reclamou Rony. – Que demora hein!
– Encontrei com o Olívio no caminho – Respondeu o moreno, se espreguiçando. – Desculpa a demora.
Seguiram para seus bancos, onde jantaram e se divertiram, quando Simas tentou transformar um copo d’água em suco, e conseguiu uma pequena explosão.
– Simas, você é do fogo! – Exasperou-se Lilá. – NUNCA que vai conseguir transformar água!
– Vou sim! – Rebateu ele. E acabou derrubando um copo sobre a mesa, fazendo um pequeno rio de suco, que acabou no colo de Parvati. Depois de uma violenta discussão entre eles, deixaram a sobremesa para trás e saíram.
Hermione, Rony, Harry e Neville os seguiram, enquanto Dino ficava para acabar com o pudim.
– A Hermione consegue conjurar fogo! FOGO! – Rugia Simas. – E ela é Água!
– Mas é a Hermione! – Replicou Parvati.
– E eu sou o Simas – Treplicou ele.
Rony não pôde deixar de cair na gargalhada, o quê fez o humor do pobre garoto ir pro espaço. Irritado, ele bateu os pés por toda a Escadaria de Mármore, o quê foi uma atitude muito idiota, pelo tamanho da escada.
Seguiram, ainda discutindo, até o sétimo andar, onde pararam subitamente.
– O quê é isso?
Um grito. Alto, esganiçado, surgiu. Um bolo de alunos se juntou a eles, e logo meia escola rodeava a parede ao lado da porta de um banheiro feminino.
– Eu sou Guardião, com licença! – Disse a voz de um garoto do quinto ano, se aproximando. – Ei, me deixem passar!
Sua voz sumiu ao se deparar com a parede para onde todos olhavam.
O chão estava completamente encharcado. Pedaços de pergaminho boiavam sobre a água. A porta do banheiro estava torta, e emperrada no chão. E num dos suportes para archotes que havia na parede, Madame Nora estava enfiada, tão paralisada que parecia estar empalhada.
Mas nada disso se comparava à mensagem na parede.
– A Câmara dos Segredos foi aberta – Leu Hermione, e sua voz ecoou no repentino silêncio. – Inimigos do Herdeiro, cuidado!
Sussurros invadiram o grupo de alunos como uma onda. Dedos apontaram a esmo, e alguns gritos de horror foram soltos.
– Que está acontecendo? – A voz gelada do Prof. Snape afastou os alunos de seu caminho. Ele observou a mensagem sem expressão alguma em seu rosto.
– Monitores e Guardiões do Dia. Levem seus colegas de volta para suas casas e tranquem as saídas. Guardiões-Chefes e professores, fechem todas as entradas e saídas do Castelo!
A voz poderosa e sábia de Dumbledore surgiu.
– Madame Pomfrey, avise o Sr. Filch e remova sua gata, leve-a para a Ala Hospitalar.
– Que aconteceu com ela? – Gritou uma voz na multidão de alunos.
– Magia Negra – Disse Snape. – Magia Negra poderosa.
Um arrepio passou por todos os alunos.
– Vão!
Harry, Rony e Hermione se uniram aos alunos que debandavam o mais organizadamente possível, na atual situação, de volta para a Mulher Gorda. Percy Weasley os regia, de peito estufado e olhar cheio de auto-orgulho. Seguiram numa onda de murmúrios, sussurros e gritinhos. Magia Negra poderosa, Herdeiro, Câmara dos Segredos, tudo girava ao redor deles.
Hermione deixou seu pensamento vagar e parou quando pensou em como seu aniversário terminara.
Então eles se reuniram no Salão Comunal, enquanto Percy conversava com a Mulher Gorda, entrava e se sentava numa poltrona. Outro Guardião murmurava algo rápido e comprido, e as janelas da torre se fechavam e lacravam.
– Harry! – Disse Simas, repentinamente. – O quê você fez aquela hora que falou que foi ao banheiro?
Todos do Salão silenciaram. Hermione perdeu a cor do rosto, assim como Rony. Harry levantou uma sobrancelha.
– Fui ao banheiro. Acho que você não precisa de detalhes sobre o quê fiz lá, Simas.
– Talvez eu precise – Contrariou o garoto, surpreendendo a Casa. – Você ficou com a gente por todo o dia, mas demorou pra caramba quando ficou sozinho para “ir ao banheiro”. E voltou todo sorridente, depois, não é?
– E que que tem? – Irritou-se o moreno. Sabia o quê estava acontecendo, e aquilo não o agradava.
– Magia Negra poderosa! – Gritou Simas. – Eu só conheço UMA PESSOA, cujo elemento são as Trevas!
– É a Sombra! – Partiu Rony, em defesa do amigo. – O elemento dele é a Sombra!
– É tudo a mesma coisa – Gritou alguém.
– É mesmo! – Rugiram outros.
– Como podemos saber se não foi você que fez aquilo, Potter? – Comandou Simas.
Os alunos perto de Harry se afastaram. Colegas que lhe davam “bom dia” toda manhã lhe deram as costas. Hermione segurou sua mão, e Rony se postou entre ele e o acusador Finnigan.
– Olha aqui, Simas, eu não te vejo por horas, todos os dias – Começou o ruivo. – Todo dia você dá uma sumida. Quem me diz que você não desenhou aquela parede hoje de manhã?
– A Madame Nora! – Interrompeu Parvati. – A gente viu ela seguindo o Potter! Ele deve ter silenciado ela aquela hora!
Gritos, confusão, opiniões diversas. Olívio disse que realmente se encontrara com Harry, que conversaram por alguns minutinhos. Alguém disse que isso não provava nada, outro disse que era melhor calar a boca. Um terceiro chamou o Capitão da Grifinória de mentiroso, que só não queria perder seu melhor atleta.
Harry subiu para o dormitório enquanto todos discutiam.
Ele não fizera nada, só fora ao banheiro. Seu lado ruim dizia que seria uma boa dar “um jeito” em todos aqueles idiotas que gritavam lá embaixo. Seu lado com a voz de Mione lhe dizia que devia encontrar o culpado, achar quem fizera aquilo de verdade. Nisso ele concordara.
A questão era... Quem era o Herdeiro?
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Sábado. Promessa.
Obrigado por terem comentado, pessoal. E esse capítulo vai pra vocês!
Mais uma vez, desculpem...
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