O APANHADOR



Capítulo 13
– O Apanhador –


Hermione escovava seus cabelos numa manhã normal de segunda-feira. Logo seria seu aniversário, e ela sentia que a falta de comoção da parte dos amigos era sinal que fariam alguma coisa interessante. Podia até sentir o gosto de surpresa na sua língua, e, ao mesmo tempo, uma certa vergonha.
Ela era a mais velha, afinal, e mesmo que isso não tivesse nada a ver, ela era a mais fraca. No ano anterior, um Rony machucado teve que levá-la em seu vôo até o alçapão de Fofo, porquê ela não conseguia voar e carregar o amigo. Harry e Rony sempre a protegeram enquanto ela ainda tinha sangue humano em suas veias, e o moreno até hoje a defendia, além do ruivo ser simplesmente um irmão mais velho. Sentia-se fraca, mesmo sendo tão mais forte que qualquer humano. Ela podia facilmente levantar pilhas de livros pesadíssimos ou carregar um de seus amigos nas costas, mas ainda assim, qualquer um ali podia machucá-la facilmente.
Justo quando tinha dado seu sangue por mais poder, descobria que continuava fraca.
A escova escapou de suas mãos. Suspirando, ela a trancou em sua gaveta no banheiro. Por algum motivo, os dormitórios femininos eram equipados com espelhos, uma bela penteadeira e o armário do banheiro tinha gavetas o suficiente para todas as garotas. A de Hermione contava apenas com sua escova de cabelos.
O pente que Harry lhe dera estava em seus cachos, e seu material em seus braços. Totalmente vestida e pronta para o dia de aula, deu bom-dia às que ainda estavam no quarto e desceu para o Salão Principal. Suas mãos deslizavam pelo corrimão gasto das escadarias de pedra que se moviam sozinhas. Sentia-se entristecida por seus pensamentos de fraqueza e medo.
Naquele dia Harry teria seu primeiro treino de Quadribol. Ele seria ótimo, como sempre, e então talvez pudessem conversar mais um pouco sobre as vozes que o garoto escutara. Ela tinha uma ou duas teorias fantásticas, e ainda quebrava a cabeça para descobrir o quê poderia falar sem ser visto.

As asas já estavam de fora. Harry estava excitado com a possibilidade de subir aos céus novamente. Voar era tão maravilhoso que era quase um crime permanecer tanto tempo no chão. Não houvesse aquele sol irritante acima de suas cabeças, seria ótimo. Um dia ele voaria de noite, com apenas a lua nova lhe envolvendo. Vestiu rapidamente o uniforme vermelho e dourado e entrou no campo.
A Sonserina estava lá.
Olívio disparou na frente deles, seu olhos feito pequenas fendas de raiva.
– O quê vocês estão fazendo aqui? Eu reservei o campo para hoje!
O capitão da casa das cobrinhas era um brutamontes do sétimo ano. Grande e pesado como um Trasgo, bufou.
– O Professor Snape nos deu a permissão de treinar no campo. – Ele jogou um pergaminho no peito de Olívio, que o pegou num reflexo.
– Campo reservado para treinar o Apanhador? – Resmungou Olívio em voz alta. – Que Apanhador?
– Draco!
O grito viera de Hermione, que descia das arquibancadas correndo, junto de Rony. Eles vieram assim que a confusão entre os times se instaurou, e a garota apontava diretamente para a menor e mais pálida figura entre os trasgos sonserinos. O capitão do time verde e prata riu.
– Parece que a garotinha adivinhou!
Os brutamontes riram estupidamente, enquanto Draco Malfoy dava um passo a frente. Era tão difícil vê-lo longe do alto e estranho Jack que ele parecia ainda menor e mais arrogante sem companhia.
– Exato! – Riu ele. – Você não é o único apanhador jovem por aqui, Harryzinho.
Harry sorriu lentamente, deixando as garotas do time incomodadas com o brilho em seus olhos verdes.
– É, Draco. Realmente não sou mais o único apanhador jovem por aqui... Sou apenas o único apanhador bom.
O time da Grifinória estourou em gargalhadas, ao mesmo tempo em que o Sonserino fechava a cara e parecia querer matar o moreno.
– Vamos lá, Draco – Chamou Rony. – Quanto seu pai pagou pra você entrar no time?
Olívio sorriu malignamente.
– Muito, pelo que vejo – Riu. – Esses sapatos novos não estavam aqui ontem, nem mesmo esses uniformes novos e brilhantes. E parece que o capitão aqui está com luvas de alta qualidade que não poderia comprar sem este novo apanhador...
– Eu não tive que comprar meu lugar! – Rugiu o loiro. – Diferente do Potter que... Ah... É mesmo. – Debochou. – Ele não pode comprar nada, pois o grande Pottinho não tem dinheiro. Acho que a mamãe dele não deixou nada quando morreu...
– CALE-SE! – Hermione estava na frente agora, encarando o sonserino diretamente nos olhos. – Cale essa sua boca imunda!
O garoto levantou a mão, e as asas de Harry se abriram um pouco mais, assim como Rony deu um passo para a frente. Draco pareceu pensar melhor, e apenas sorriu.
– Como ousa falar assim comigo? Sua sujeitinha de Sangue Ruim.
Harry sentiu Hermione se encolher como se as palavras fossem um golpe físico. Rony arreganhou os dentes, e o time todo da Grifinória prendeu a respiração ao ouvir a expressão. Era tudo que ele precisava, e antes mesmo que alguém se desse conta, ele já agarrara o filho de Lúcio Malfoy pelo pescoço e o erguera vários centímetros do chão.
O time sonserino pulou para a frente, mas a Grifinória fora mais rápida e alguns raios coloridos já banhavam suas mãos. A tensão mágica no ar era evidente, enquanto alunos dos mais variados anos se encaravam. No meio da batalha mental ali, Harry ainda estrangulava lentamente Draco, que ficava cada vez mais branco. Rony estava ao lado de Hermione, que parecia sair de um estado de choque.
– O quê está acontecendo aqui?
A voz poderosa de Hagrid pareceu quebrar o gelo. O vampiro gigantesco avançava rapidamente pelo gramado do Campo de Quadribol.
– Afastem-se ou vou chamar os diretores de suas casas! – Rugiu. Os sonserinos bufaram, e deram um passo para trás, enquanto os vampiros de vermelho também se afastavam, deixando a magia quebrar.
– Solte ele, Harry! – Exigiu o Vampiro adulto. Harry não o ouvia, tudo o quê sentia era a respiração de Draco minando sob seu aperto. Claro que ele não morreria, mas a falta de ar o faria desmaiar em breve, e depois de tanto tempo, seu lado ruim finalmente podia se divertir.
A mãozinha gelada de Hermione tocou seu braço. Ele estremeceu, e seu aperto relaxou imperceptivelmente.
– Harry, por favor, solte-o. Não vale a pena...
O tom de voz calmo e triste dela o controlou totalmente. O moreno abriu sua mão, e Draco caiu de costas no chão úmido, apertando o pescoço. Hermione lhe sorriu fracamente. Só de ver a tristeza que ela sentia, ele teve vontade de agarrar aquele maldito novamente e o transformar em carne moída.
– Muito bem. – Vociferou Hagrid. – Chega de confusões.
– Pessoal – Disse Olívio. – Deixem eles treinarem. Vou pedir outro horário com a Profa. McGonagall.
Os Grifinórios abandonaram o campo rapidamente, enquanto Hagrid arrastava o trio de amigos até sua cabana.

– Sangue Ruim? Eu não acredito! – O rugido enfurecido de Hagrid acompanhou a batida de três canecas sobre a mesa. Cada uma do tamanho de um balde, e cheias de chá quente.
Hermione tomou um longo gole da sua. Harry se mantinha de braços cruzados, num canto, longe da luz crepitante da lareira. Ela levou sua caneca e a dele para lá, e a entregou.
– Obrigada – Murmurou. Era contra seus princípios, mas amara a maneira que ele a defendera. Mesmo que de forma tão violenta e assustadora. Ele assentiu em silêncio, e tomou um gole.
– O quê é sangue ruim? – Resmungou.
Eles ficaram em silêncio.
– É o pior xingamento que se pode fazer a alguém como eu. – Respondeu Hermione, quietamente. – Que nasceu de pais humanos.
– Alguns Vampiros – Começou Hagrid, triste. – Mantém uma idiota crença que não devíamos nos misturar com meio-vampiros ou tratarmos os humanos com respeito, admiração ou apenas como mais que caça. Eles têm um forte preconceito com os nascidos entre os humanos, dizendo que pertencem à uma raça inferior, impura...
Harry tomava seu chá, olhos colados em Hermione.
– Um monte de merda – Disse Rony, repentinamente.
Hagrid sorriu.
– Eu também acho. Veja, Harry, sua mãe era meio-vampira e era simplesmente a Vampira mais poderosa e incrível que já conheci. Enquanto os pais do menino Malfoy são totalmente Vampiros, e veja só o quê são...!
Hermione fechou os olhos. Mas então braços mornos a envolveram. E depois, braços da mesma temperatura que os dela.
– Eu vou matar aquele loiro idiota. – Resmungou Rony, abraçado a ela.
– Eu vou matar ele primeiro – Rebateu Harry, também abraçado a ela.
– Eu.
– Eu!
– EU!
Hagrid riu, carinhosamente, enquanto via os dois garotos abraçados na menina, que agora ria, divertida. A boba disputa de quem mataria Malfoy primeiro continuou por mais um tempinho, enquanto ela apenas esperava a decisão final.
– Fazemos assim – Decidiu Rony. – Nós o matamos juntos.
– Feito!
E ela os envolveu em seus braços, num abraço triplo que mostrava que aqueles dois doidos eram tudo que ela poderia querer. Harry sentia o cheiro de sua pele macia e gelada.
Teria que se desculpar com Rony depois, mas ele que mataria Draco por ter tentado machucar SUA Hermione.


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Bem, eu já disse nos comentários. Formatei meu PC. Um vírus me tirou a internet e tive que dar uma limpada no HD.
Infelizmente de lá pra cá não escrevi nada de V.V., nem de coisa alguma. Tá tudo desatualizado, sei disso. Os dois capítulos de hoje eu escrevi ontem, sem revisar, sem nada.
Perdoem por estar tão mal escrito e curto.

Posto o 15 e o 16 no Sábado.

Não abandonem a fic, por favor /o\

E até!

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