Por uma noite.





* Nota das autoras: A música presente neste capitulo foi um pouco alterada em vez de “Drew” foi posto “He” para assim ter sentido com a história. Quem quiser ouvir a música aqui está http://www.youtube.com/watch?v=R7DRtl6CTqc. Com a música é muito mais emocionante!     


 Hermione encontrava-se na barulhenta mesa de jantar da grifinória, mas sua mente ainda estava nas palavras, na caligrafia perfeita que recitou a coisa mais linda que ela já lera. Era óbvio que Hermione dava àquelas palavras muito mais importância do que elas tinham, não que não fossem bonitas! Eram lindas... Mas Hermione entrava em estado beta toda a vez que as lembrava.


            _ Então disseram que a primeira tarefa seria sexta-feira... – continuava Harry, mas Hermione não ouvia. – E que seria algo sobre a coragem...


            De repente Hermione voltou ao presente, sentindo um BAQUE no seu estômago.


            _ Sexta? Essa sexta? – perguntou Hermione tensa.


            _ Uhum. – confirmou Harry.


            _ Tão rápido? – Hermione parecia desolada.


            _ O quanto mais eles poderiam adiar? – perguntou Harry levantando os ombros.


            _ Algum tempo... – murmurou Hermione, ela mal havia se acostumado com a idéia de Harry e Cedric no Torneio, mas ainda assim a primeira tarefa estava, agora, bem na sua frente.


            Depois disso a conversa entre Harry e Hermione até o fim do jantar foi bem monótona. Eles haviam se levantado para rumar para grifinória, quando...


            _ Oi, linda! – exclamou Jack Dawson.


            _ Te vejo depois, Mi? – concluiu Harry.


            Hermione acenou com a cabeça afirmativamente.


            _ Oi, Jack! – saudou Hermione colocando um espaço seguro entre o seu pescoço e os lábios de Jack. Percebeu a presença de uma outra menina e saudou-a educadamente. – Olá!


            A menina deu um sorriso bem forçado. Ela também pertencia a sonserina, tinha cabelos longos e loiros em um liso ou ondulado, era difícil dizer, perfeito. Seus olhos eram azuis e ela tinha o porte de uma modelo. Claro que o ar superior vem de brinde numa sonserina.


            O clima ficou um pouco pesado, Hermione começou a se sentir um pouco desconfortável perto da menina, era como se a sonserina não gostasse dela, por alguma razão.


            _ Ah! Que grosseria! – exclamou Jack – Isa, essa é a Mi, lembra? Eu te falei sobre ela!


            _ Sim, eu me lembro. – respondeu a menina loira com o maxilar contraído – Isabella Anne Nalick. – disse Isabella esticando sua mão de mal grado.


            _ Hermione Granger. – Ao aceitar o aperto de mão, Hermione sentiu sua mão ser esmagada pela de Isabella.


            _ Então, Mi, com tempo livre? – perguntou Jack.


            _ Eu... – Hermione estava com um pouco de medo de responder. Isabella parecia querer explodir sua cabeça com os olhos.


            _ Mi! – chamou Chris atrás de Jack – Com licença? – pediu ao abrir caminho entre Jack e Isabella.


            _ Oi Chris! – saudou-o Hermione um pouco aliviada.


            Chris estava acompanhado por uma menina da Lufa-lufa. Hermione lembrava de tê-la visto no jantar que teve com os amigos de Cedric. Ela era um dos rostos bonitos naquela noite, com seu cabelo castanho de tamanho mediano e seus olhos verdes ela sorria animadamente. Será que para ser amigo de Cedric você precisa ser bonito?


            _ Está na hora! – avisou Chris.


            _ Ah, certo! – exclamou Hermione feliz por fugir de Jack, seja lá para onde for. – Desculpe, Jack! Eu tinha combinado com o Chris e a...


            Hermione se lembrou que não sabia o nome  da acompanhante de Chris.


            _ Katherine, Katherine Bellamont. – respondeu a menina rapidamente sorrindo. – Mas é que a Mi sempre me chama de Kate, né, Mi? – perguntou olhando significativamente para Hermione.


            _ Claro! – exclamou Hermione rindo. – Eu acabo sempre esquecendo por causa disso. É Kate, Kate, Kate... o tempo todo! – Hermione estava exagerando. Kate bate com a mão na cabeça.


            _ Gente! Qual foi a de vocês ficarem lerdando? – perguntou uma menina colocando os braços em volta dos ombros de Kate e Chris. Ela era alta e linda. Tinha um jeito rebelde com os cabelos vermelhos e pela clara. Os olhos eram castanhos claros, muito bonitos, estavam marcados por uma sombra escura. Estava sorrindo descontraidamente.


            _ Eu vou indo, linda. – disse Jack dando um beijo nas costas da mão de Hermione. Hermione viu Isabella dar uma careta. Ela não se despediu de Hermione.


            _ Quem era o “não vou me despedir dos outros nem por educação”? – reclamou a menina de cabelos vermelhos.


            _ Ele era o Jack... um amigo meu. – respondeu Hermione meio risonha.


            _ Ah! E você é a Mi, né? – perguntou a menina andando para dar dois beijinhos em Hermione.


            _ Ah... – Hermione ficou confusa. – Nos conhecemos?


            _ Não...! – respondeu a menina rindo. – É que eu já ouvi falar de você!


            Hermione balançou a cabeça entendendo. O Chris devia ter falado dela, ou Rudy.


            _ O Ced vive falando de você! – disse a menina animadamente.


            Hermione parou de respirar. O Cedric havia falado dela?


            _ O Cedric? – perguntou sem acreditar.


            _ É! – disse a menina rindo da expressão de Hermione. – É sempre... A Mi é tão inteligente... A Mi é tão teimosa... A Mi é...


            _ Acho que ela já entendeu! – disse Rudy cortando a menina, aparecendo do nada. Estava acompanhado de Moon.


            _ Pera aí que eu quero saber dessa história! – disse Moon rindo.


            _ Não, não quer não! – disse Rudy arregalando os olhos para Moon.


            _ Tá vendo, Mi? Me namora há um dia e já quer controlar minha vida... – comentou Moon sorrindo maliciosamente.


            _ O quê?! – perguntou Hermione surpresa.


            _ O quê?! – perguntaram Chris e Kate juntos.


            _ O quê?! – perguntou Rudy se afastando e olhando-a incrédulo.


            Moon ri alto.


            _ Ele me beija e acha que pode me dizer o que fazer, agora EU não posso nem dizer que somos namorados... – comentou Moon ainda rindo. – Você entende esse garoto?


            Todos olhos de Rudy para Moon e de volta sem saber o que dizer.


            _ Ah! Que comédia essa Moon! – disse a menina de cabelos vermelhos. – Então Mi... – disse mudando de assunto. – Meu nome é Rosalie, Rosalie Van Hanford, mas pode me chamar de Rose.


            _ Prazer... – disse Hermione ainda focada no que Moon dissera. Era óbvio que ela e Rudy tinham visto algo mais um no outro mas.... Beijaram-se! Hermione sentia como se tivesse perdido muita coisa, TUDO melhor dizendo.


            _ Bom, - começou Chris tentando voltar ao assunto inicial – Nós vamos a Hogsmead e queremos saber se você quer ir junto, Mi!


            _ Hogsmead? – perguntou Hermione atordoada – Mas, hoje é quarta.


            _ E? – perguntou Chris sem entender.


            _ Os passeios para Hogsmead não são aos sábados? – perguntou Hermione.


            _ Ah! Tão inocente, Mi! – exclamou Chris rindo – Nós não vamos pedir permissão, aliás, você já viu alguém indo para Hogsmead no meio da noite?   


            _ Vocês vão ilegalmente? – perguntou Hermione franzindo o cenho.


            _ Ilegalmente é uma palavra muito forte! – exclamou Katie – Não é como se fossemos criminosos... Nós só vamos sair sem avisar!


            _ Sair escondido? – perguntou Hermione – Não obrigada!


            _ Ah, Mi! Qual foi? – perguntou Rosalie – Não seja chata!


            _ Eu... – tentou começar Hermione.


            _ Querem saber? – interrompeu-a Rose – Ela vai! Meninos, podem ir se trocar e esperam agente aqui, O.k?


            Chris e Rudy obedeceram, sendo que Rudy se afastou com um olhar ainda estupefato. Hermione realmente estranhava que ele não tivesse falado nada durante toda a conversa. Quando estavam sozinhas Hermione se pronunciou.


            _ Mas eu não quero ir... – tentou começar, mas outra vez foi interrompida por Rose.


            _ Moon você é retardada?! – perguntou Rose nervosa.


            _ Já vai começar com a bronca? – perguntou Moon lamentando-se.


            _ Você merece dessa vez... – disse Kate.


            _ O quê? – perguntou Hermione confusa.


            _ Ah é! – exclamou Rose – Você não sabe da história! Bem, eu me encontrei com a Moon hoje de manhã e falei para ela que Rudy iria pedi-la em namoro... – Rosalie olha para Moon apertando os olhos. – Mas a “srta Ansiedade” aqui não conseguiu esperar até ele pedir!


            Moon encolheu os ombros.


            _ Foi mais forte do que eu! – exclamou fazendo biquinho.


            _ É, mas você pode ter estragado tudo... – disse Kate balançando a cabeça.


            _ Espera! – exclamou Hermione – Rudy ia pedir Moon em namoro? Mas... eles só se conhecem há dois dias ou um... Eu... – dizia Hermione confusa – Perdi muito, certo?


            _ Ah! – exclamou Moon com um grande sorriso – Lembra do dia em que você brigou com Cedric e Rudy veio falar comigo?


            _ Lembro. – respondeu Hermione com um tom meio zangado ao se lembrar da cena.


            _ Então... – Moon sorriu ainda mais – Foi quando ele me disse que tinha  me achado muito divertida, engraçada, linda e... que ele não tinha conseguido parar de pensar em mim! – exclamou Moon derretendo-se.


            _ Merlin! – exclamou Hermione surpresa, mas realmente feliz – Moon, acho que você está apaixonada!


            Moon soria abobadamente e estava ridiculamente aérea.


            _ Você acha? – perguntou Kate estalando os dedos na frente de Moon para tentar acordá-la.


            _ E ele também está bobo por ela... Mas do que ele já é! – comentou Rosalie.


            _ Mas... Rose, como você sabia que Rudy pretendia pedir a Moon em namoro? – perguntou Hermione. A dúvida e a curiosidade estavam evidententes em sua voz. – Não achei que meninos comentassem esse tipo de assunto com meninas... muito menos se elas forem amigas desse “tipo de assunto”.


            _ Ah! – Rosalie exclamou rindo – Essa parte é um pouco mais difícil de acreditar...


            _ Difícil de acreditar? – perguntou Hermione confusa.


            ­_ É... – afirmou Rosalie pensando no que dizer – Ah, não importa! – exclamou desistindo – O negócio é o seguinte, digamos que eu possa... ver o futuro.


            Hermione olhou-a com uma visível descrença, mas Rose já esperava por isso.


            _ Ah, claro! Que nem a Trelawney, certo? – perguntou Hermione com uma cara cínica.


            Rosalie continuou pacientemente.


            _ Na verdade, sim. Também não é algo que eu possa controlar, mas acontece com mais freqüencia do que o normal. – explicou Rose tranqüilamente.


            Hermione a encarou estática.


            _ Você realmentepode ver o futuro? – perguntou Hermione chocada.


            _ Não... só estávamos zoando com a sua cara! – exclamou Moon, muito menos paciente que Rose.


            _ Calma, Moon! – disse Rose rindo – Sim, Mi, eu vejo o futuro, mas como já disse não controlo quando ou como...


            _ Fascinante! – exclamou Hermione – Então foi assim que você sabia quem  eu era?


            Rosalie olhou-a confusa.


            _ Não... – respondeu Rosalie – Mi, eu já te falei! O Ced vive falando em você! Sabe, quando o Rudy enche o saco de ouvir, ele fala para mim!


            Hermione sentiu seu rosto corar e ela sorriu involuntáriamente.


            _ Nossa! Depois a Moon que é a apaixonada! – exclamou Kate, rindo da cara de Hermione.        


            _ Hã? – Hermione tentou fazer-se de desentendida.


            _ Ah, nem vem, Mi! – exclamou Moon rindo com as outras – Nem vem dizer que você não tem uma queda pelo Cedric!


            _ O.k... Talvez eu tenha uma queda. – admitiu Hermione, editando a resposta em sua cabeça que era algo como “Sim, eu estou completa e irrevogavelmente apaixonada por aquele lufa-lufa desgraçado!”.


            _ Aaaaah! – exclamou Moon – Imagina que perfeito! Nós saindo em casais: Eu e Rudy, você e Cedric!


            Hermione arregalou os olhos, assustada.


            _ E Kate e Chris! – exclamou Rose.


            _ Ah, não comecem! Vocês sabem que ele é só meu amigo! Sabem que eu não gosto dele... – pediu Kate balançando a cabeça.


            _ Ah, sim! – lembrou-se Rose – Você ainda tem uma obcessão pelo K...


            _ Rose! – advertiu Kate.


            _ Esperem! – gritou Hermione ainda perdida na frase de Moon, todas voltaram a cabeça para ela – Vocês estão delirando? Em que mundo Cedric Diggory iria querer ficar comigo?! – perguntou Hermione levantando uma sobrancelha.


            _ No mundo bruxo? – perguntou Moon rindo.


            Hermione estreitou os olhos.


            _ Ah, Mi! Não é como se não fosse óbvio o jeito como ele te olha às vezes... – Moon gesticulava enquanto falava.


            _ Gente... Sabem a Chang? Ela é por quem o Cedric tem uma queda. – disse Hermione desviando os olhos. De acordo com o Cedric “feliz” isso não era verdade.


            Rose fez uma careta.


            _ Ugh! Essa garota é... – começou Rosalie.


            _ Ah! – gritou Kate, interrompendo-a.


            Todas a olharam assutadas.


            _ O que foi, mulher? – perguntou Moon bem estilo Rudy.


            _ Temos que nos arrumar, lembram? – perguntou Kate, apontando para o relógio – Agora só temos meia hora!


            _ Vocês levam mais de meia hora para se arrumar? – perguntou Hermione confusa.


            Todas encararam Hermione como se ela tivesse problemas por perguntar aquilo


            _ A gente dá um jeito em você no meu quarto... – comentou Rose dando tapinhas nas costas de Hermione.


            _ Dar um jeito em mim? – perguntou Hermione colocando as mãos na cintura. – Espera aí! Eu não vou!


            _ Isso agente também dá um jeito no quarto da Rose! – disse Moon olhando significativamente para as outras.


            Elas começaram a empurrar Hermione escada abaixo para a casa da Lufa-lufa a qual, agora, tanto Hermione quanto Moon já conheciam. Hermione por um deslize do Cedric “feliz” e Moon por um deslize de Rudy na vontade de beijá-la. Engraçado como somente Hermione parecia ser pega mostrando sua casa. Mundo injusto? Não, destino.


            ●●●


            _ Rosalie desgraçada! – exclamava Rudy na sala comunal da Lufa-lufa.


            _ Rudy, acalme-se. – Cedric tentanva controlá-lo – Provavelmente Rose não pensou...


            _ Isso é meio óbvio! – interrompeu Rudy.


            _ Esqueçam o “deslize da Rose”! – interpôs Chris – Vamos ao que enteressa... RUDY STEINER ESTÁ NAMORANDO!!!


            _ É muito difícil de acreditar... – concordou Cedric.


            _ Não estou!corrigiu-os Rudy – Não depois que a Rose contou tudo...


            _ Como assim? – perguntou Cedric – Você não vai mais pedir a Moon em namoro?


            _ Ah, eu vou resolver isso... do jeito Rudy ... – disse Rudy rindo maliciosamente.


            _ Medo! – manifestou Chris – O que você pretende fazer?


            _ Bem... – começou Rudy.


            ●●●


            As meninas estavam paradas na frente da entredada secreta da lufa-lufa, abaixo das escadas de mármore, numa breve passagem pelas masmorras.


            _ Hermione, pare de reclamar! – pediu Rosalie.


            _ Mas eu não quero sair em um passeio clandestino! – continuava a protestar Hermione.  


            _ Você vai me deixar ir sozinha? – perguntou Moon fazendo biquinho.


            _ Não discordo que Moon precise de supervisão... – comentou Kate, balançando a cabeça afirmativamente.


            _ Eu já sou bem grandinha! – protestou Moon.


            _ E bem maluquinha! – completou Kate, fazendo Hermione e Rosalie rirem.


            _ Esse não é o caso, de qualquer forma! – respondeu Moon – Mas eu não posso ir sozinha...


            Kate e Rose abafaram um ataque de risos.


            _ Rosalie! Katherine! – repreendeu-as Moon – vão me deixar continuar ou não querem que a Mi vá conosco?


            Kate e Rose silenciaram-se.


            _ Mi, - agora Moon olhava Hermione suplicante – não me deixe sozinha depois do que eu fiz... Eu preciso de apoio essa noite, porque terei que amaciar o ego do Steiner ao máximo e se não der certo... Bem, eu preciso de um ombro para chorar. – finalizou Moon com um olhar triste.


            Depois disso Hermione viu que não tinha escolha e, muito relutante, balançou a cabeça afirmativamente.


            _ Está bem, Moon... – rendeu-se Hermione.


            _ Promete? Não vai desistir na última hora? – perguntou Moon ainda fazendo biquinho.


            _ Como eu faria isso? – perguntou Hermione – Eu não tenho saída! Não depois do que você me disse.


            _ Promete? – insistiu Moon, levantando o dedo mindinho.


            _ Prometo... – respondeu Hermione, encarando a mão estendida de Moon com interrogação.


            _ Ótimo! – respondeu Moon, animadamente, sem um pingo da desesperança anterior. Não precisava, afinal, agora já havia conseguido o que queria. – Pink Promesse! – anunciou cruzando seu mindinho com o de Hermione.


            _ Pink o que? – perguntou Hermione confusa.


            _ Prometeu pelo cabelo da Moon! – exclamou Rose, enquanto Kate batia  a varinha nove vezes nos tijolos amarelos a sua frente.


            Na mesma hora a parede se abriu dando passagem para uma escadaria de madeira-clara em caracol, esta as encaminhou para a tapeçaria do cavaleiro Sr Coddagan, uma vez dita a senha estavam dentro da sala comunal da Lufa-lufa.


            A sala comunal da Lufa-lufa era bastante distinta de todas as outras, pois ao invés de pedra, a sala é toda de madeira-clara. As paredes forradas de madeira clara seguram algumas pedras à mostra, muitas janelas iluminam muito bem a sala aconchegante e sempre limpa. O teto bem baixo também de madeira, tem pequenos lustres com velas penduradas. O chão é tão encerado que mais parece um espelho, todo de madeira clara, e cheio de tapetes, felpudos pretos e amarelos. No centro há uma lareira grande num formato circular, com três buracos para a saída do calor do fogo, em volta da lareira, muitos pufes enormes e peludos amarelos e pretos, e centenas de almofadas pequenas jogadas pelo chão próximo a lareira.


No canto direito da entrada, uma grande estatua de madeira clara de um texugo. No canto esquerdo, um grande piano de cauda de madeira clara, rodeado por mais alguns pufes e uns quadros de animais gordinhos e peludos, e alguns bruxos de aparência amigável a maioria rechonchudos de bochechas rosadas e sardentas. No mais à frente, uma porta que leva a uma sala de estudos, no outro canto da sala comunal, um buraco grande do tamanho de uma pessoa, na parede, dá acesso a um comprido corredor listrado de amarelo e preto em diversas direções, chegando a um longo corredor com 14 portas, sete de cada lado, sendo o lado direito dormitórios das meninas, e do lado esquerdo dos meninos. Cada uma das portas indica o dormitório de um ano, e no fim do corredor, uma escadaria leva de volta à sala comunal. Entre o buraco do escorregador, e o alçapão das escadarias dos quartos inferiores, uma porta de madeira clara dá acesso à sala do diretor da casa e seus aposentos.


            Chris estava sentado em uma das almofadas que estavam espalhadas perto da lareira, Rudy estava em pé, e parecia discutir algo com os amigos, por fim, sentado desleixado em um pufe preto estava Cedric, rindo de algo desconhecido por Hermione. Ao entrar na sala, Hermione encontrou o sorriso dele, e seu coração disparou, ela levou a mão ao peito, tentando controlá-lo. Era tão constrangedor ser assim, tão evidente... Principalmente para Hermione que nunca fora fácil de se ver.


            _ Mas vocês nem foram se arrumar?! – exclamou Chris ao ver as meninas adentrando a sala. – Vocês querem sair a que horas? Amanhã?


            _ Reclama com a minha mão, Chris! – exclamou Rose, virando o rosto e mostrando sua mão.


            _ Pelo menos ela me ouve mais do que você... – comentou Chris um pouco emburrado.


            _ Viu como eu sou legal? – perguntou Rose, gesticulando com a sua mão fingindo que era ela a falar.


            _ Não vamos demorar. – interveio Moon.


            Apesar de Rudy estar olhando Moon ele estava estranho, indiferente.


            As meninas dirigiam-se ao dormitório feminino. Moon estava visivelmente chocada.


            _ Vão subindo... – pronunciou Hermione pela primeira vez – Vocês têm que se arrumar primeiro mesmo...


            Rosalie, Kate e Moon não se opuseram, provavelmente estavam loucas para falar sobre a indiferença repentina de Rudy.


            _ Rudy Steiner, o que foi aquilo? – perguntou Hermione com as mãos na cintura, assim que estava a sós com os meninos.


            Os três estavam encarando Hermione, Chris e Cedric divertidos, já Rudy mantinha sua expressão séria. Hermione vacilou um pouco com a expressão decidida de Rudy, ele estava com uma camisa branca de manga, dobrada até os cotovelos, calça jeans, e seu cabelo castanho-claro em seus olhos, como sempre.


            Chris estava com uma blusa vermelha, jaqueta e calça jeans escuras, seus cabelos negros penteados para o lado, seu rosto estava reprimindo um riso. Cedric estava com um suéter cinza e uma calça jeans, parecia ter bagunçado o cabelo ao invés de penteá-lo e mesmo assim estava incrivelmente lindo! Ele também tinha seu rosto risonho.


            Apesar de Rudy e Chris estarem de “tirar o fôlego”, Hermione não conseguia vê-los do mesmo jeito que via Cedric. Ela se frustrava com isso, aquele garoto mesquinho havia tomado conta até de seus olhos! Hermione tentou ao máximo ver Rudy ou Chris com alguma cobiça, mas percebeu que passara a enxergar, não com os olhos, mas com seu coração.


            _ Isso o que? – perguntou Rudy, por fim, olhando para si e ao seu redor – Estou feio? A roupa é ruim? – perguntou cinicamente.


            _ Você é lindo! – respondeu Hermione impacientemente – Estou me referindo a sua indiferença com a Moon!


            _ Ouviu, Ced? – perguntou Rudy, ignorando Hermione – Ela me acha lindo e você é mesquinho!


            _ Rudy, você me ouviu?! – perguntou Hermione frustrada por ser ignorada.


            _ Todos ouvimos... – comentou Cedric rindo, Chris gargalhava – Por que o Rudy é chamado de lindo?


            _ O quê? – perguntou Hermione olhando-o, confusa.


            _ Por que só o Rudy pode ser lindo? – perguntou Cedric, encarando-a cruzando os braços, ainda sentado no pufe. – É meio injusto, não?


            _ Você quer que eu te chame de lindo? – perguntou Hermione incrédula.


            _ Seria bom... – disse Cedric encolhendo os ombros cinicamente.


            _ Você já não tem gente o suficiente que faz isso por você? – perguntou Hermione ironicamente.


            _ Você dizer vai fazer o Ced ganhar o dia! – exclamou Chris rindo.


            _ Ele iria ter um ataque do coração! – completou Rudy.


            Hermione observou Cedric baixar os olhos, corando e, apesar de não querer, sentiu um ímpeto gigante de defendê-lo.


            _ Parem de rir! – disse Hermione – É óbvio que Cedric não se sente assim!


            Cedric primeiro havia sorrido estonteante e logo depois sua expressão ficou confusa.


            _ Por que é óbvio? – perguntou Cedric encarando Hermione.


            Rudy e Chris observavam atentamente.


            _ Você entendeu... – disse Hermione – Me coloque do lado de Fleur Delacour e veja o contraste.


            Cedric levantou-se ficando cara a cara com Hermione. Estava sério e o coração de Hermione teve um ataque com a proximidade.


            _ Por que você faz isso? – perguntou Cedric seriamente.


            _ Eu? O quê? – perguntou Hermione, nervosamente.


            _ Não se faça de desentendida! – disse Cedric com um sorriso torto, perfeito. – Você é linda e inteligente, sabe disso!


            _ Sei? – perguntou Hermione surpresa. Ela não acreditava na cena em si, e nem no ritmo de seus batimentos cardíacos.


            _ Agora você quer elogios, não é? – perguntou Cedric, lembrando-se da aula de Runas Antigas que teve com Hermione.


            _ Agora? Teve um antes? – interrompeu Rudy como se aquilo fosse uma novela.


           Cedric olhou feio para ele.


            _ Quê? Eu quero saber a história completa! – protestou Rudy. Chris acenava a cabeça concordando.


            _ Ah... Entendi! – disse Hermione, caminhando para o dormitório feminino – Isso foi tudo para me tirar a atenção do assunto principal! Mas Rudy... – ela virou-se para os meninos outra vez – Você não vai fugir da Moon!


            _ Eu sei! – respondeu Rudy.


            Hermione se foi.


            _ Ela não acreditou em mim... – disse Cedric incrédulo.


            Rudy e Chris caíram na gargalhada.


            ●●●


            Quando Hermione finalmente adentrou o dormitório feminino as garotas já estavam quase prontas. O dormitório feminino é um aposento muito bem iluminado, aconchegante e limpo, com chão, paredes e teto baixo de madeira clara como o restante dos domínios da Lufa-Lufa. Camas de madeira-clara grandes e altas com colchões muito macios e sem cortinado. Travesseiros de fronhas amarelas estampadas com texugos pretos, cobertores de pelos pretos e lençóis amarelos, muito quentes. Criados mudos de madeira clara com abajures de vela que transmitem uma luz amarelada.


Na parede oposta à porta de entrada, uma lareira de madeira em formato circular encostada na parede. Ao lado esquerdo da lareira, um grande armário com espelhos cheios de adesivos de bichinhos nas portas. Do outro lado, um grande quadro de avisos cheios de fotos de garotos e bruxos famosos, entre eles Victor Krum. No canto direito à porta de entrada, mais um buraco com um escorregador que chega ao banheiro abaixo do quarto. Do outro lado da porta, um alçapão por onde uma escada circular trás de volta a pessoa que estiver no


banheiro. 


            Moon estava colocando um colar de flores em seu pescoço, estava com uma blusa azul de manga colada, a blusa tinha alguns detalhes na parte de cima como babados, também usava uma mini-saia branca. Kate estava com um vestido solto e branco, enquanto Rosalie estava com uma blusa tomara-que-caia cinza e uma calça preta. Hermione ficou pasma, todas estavam incrivelmente bonitas.


            _ Você está atrasada! – acusou Kate.


            _ Eu... – tentou começar Hermione.


            _ Não fale! – interrompeu Moon.


            _ Só fique quieta. – completou Rosalie.


            As três avançaram em Hermione com escovas, roupas e sapatos. Kate havia ficado com os sapatos, escolhera sandálias prateadas de salto com tirinhas que iam até um pouco abaixo da metade da panturrilha de Hermione. Moon ficara com a roupa, decidiu-se por um vestido bege de alças, ele era colado desde a parte de cima até a cintura, mas terminava em uma saia solta e leve que ia até metade das coxas de Hermione. Desse detalhe ela não gostou muito. Apesar de Hermione estar relutante em deixar Rose, que tinha cabelos cor de fogo, cuidar de seus cachos rebeldes ela se entregou nas mãos do destino. Rose prendeu o cabelo de Hermione em um rabo de cavalo, que prendia o volume extra do cabelo dela e colocou-lhe brincos de argola. Hermione nunca usaria nada daquilo, raramente usava vestido, só em ocasiões extremas, como um casamento ou batizado de seu primo em 2º grau. E sandálias com salto? Hermione já não era desastrada o bastante?


            _ Não! – protestava Hermione decidida.


            _ Mas, Hermione, você tem uma pele tão bonita... – argumentava Moon.


            _ Por que eu não entupo meus poros com isso aí! – disse Hermione, apontando para o estojo de maquiagem em cima da cama.


            _ Pare de ser exagerada! – contrapôs Kate – Você não quer ficar poderosa?!


            _ Não... – respondeu Hermione, encolhendo os ombros.


            _ Bom, já é um começo ela ter aceitado o vestido e tudo mais... – comentou Rose levantando-se para pegar a bolsa.


            _ A gente ainda te convence! – “ameaçou” Moon.


            _ Por agora, estamos atrasadas. – anunciou Kate – Vamos antes que o Chris arranque os cabelos...


            _ Claro, o Chris! – comentou Moon rindo – Não podemos deixá-lo nervoso!


            _ Nem comecem! – advertiu Kate.


            ●●●


            Rudy, Chris e Cedric esperavam impacientemente, a única coisa que faziam era reclamar.


            _ Elas mandaram fazer as roupas? Já faz uma hora! – disse Rudy.


            _ Eu já desisti de esperar! – anunciou Chris.


            _ Nem vem! Você que vai pagar! – exclamou Rudy.


            _ Eu? Por quê? – protestou Chris.


            _ Você é o mais rico dos três! – respondeu Rudy – Certo, Ced?


            _ Cedric é justo! Diferente de você! Não é? – perguntou Chris virando-se para Cedric.


            _ Você acha a sua conta bancária justa? – debochou Rudy – Você ouviu Ced? Hey, Ced!


            Cedric estava observando o fogo, não ouvia uma palavra. Rudy o trouxe de volta ao presente estalando os dedos na frente de seu rosto, enquanto Chris gritava.


            _ Eu? O quê? – Cedric disse confuso.


            _ Pega a carteira do Chris, que está ao seu lado! – mentiu Rudy.


            _ Não! Não era isso! Cedric, devolve! – pediu Chris.


            Era uma questão de segundos para Cedric e Rudy estarem brincando de bobinho com a carteira de Chris.


            _ Gente, devolve! – pedia Chris enquanto corria de um lado para outro atrás de sua carteira.


            De repente, as gargalhadas cessaram, o único que ainda ria era Cedric, que estava de costas para as escadas do dormitório feminino. Rudy e Chris tinham desistido de “brincar” e estavam indo à direção atrás de Cedric.


            _ O quê? – perguntou Cedric observando os amigos.


            _ Eu disse que ela tinha pernas lindas! – sussurrou Rudy, rindo quando estavam ao lado de Cedric, para logo depois passar por ele.


            Cedric franziu o cenho e olhou para trás, ao fazê-lo, viu algo que o fez perder o equilíbrio, então ele tropeçou. Ao olhar para cima viu a causa de sua perda de equilíbrio, viu um anjo que o ajudava a levantar. Hermione estava na sua frente, olhando-o com uma cara preocupada, mas Cedric ainda sentia sua mente muito enevoada para respondeu àquela expressão.


            _ O chão está escorregadio, Ced? – perguntou Rosalie, rindo.


            _ Não... – respondeu Cedric em um meio-sorriso abobado, ele parecia querer dizer mais, só não conseguia.


            _ Deixa para babar depois, Ced! – exclamou Rudy – Agora temos que ir.


            Embora Rudy levasse Moon pelo braço, como um perfeito cavalheiro, ele ainda estava frio, Moon percebeu isso. Chris levava sua melhor amiga Kate e Rose e Hermione estavam sozinhas.


            _ Senhoritas? – Cedric ofereceu-se para levá-las, com um sorriso encantador e um perfeito cavalheirismo.


            Se comparados, os pensamentos de Rose e de Hermione possuíam diferenças gritantes.


            “Que lindo! Ele é um perfeito cavalheiro. Mas que droga! Ele só torna as coisas mais difíceis.” Pensava Hermione.


            “Espertinho! Querendo fazer bonito para Mi! Já te saquei...” Pensava Rose.          Os sete alunos estavam do lado de fora do colégio, estava escuro, deserto e nenhum deles sabia o que fazer.


            _ Grande gênio, Rudy! – exclamava Chris – Como saímos da escola agora?


            _ Me deixe pensar! – protestou Rudy.


            _ Não há o que pensar! Não há como sair daqui sem uma carruagem! – respondeu Chris.


            _ Vocês brigarem não vai resolver nada! – interveio Cedric – Nós vamos sair daqui.


            _ Como? – perguntou Chris sem esperanças.


            _ Ele deve acreditar em contos de fada... OPS! Será que eu sou o príncipe? – disse uma voz escondida no escuro.


            _ Jack? – Hermione havia reconhecido a voz de imediato.


            _ Saindo escondido, linda? – perguntou Jack em falsa repreenda.


            Jack estava suficientemente perto, agora, todos o viam. Atrás de Jack estavam dois sonserinos: Isabella Anne Nalick e um garoto de cabelos castanhos, mal penteados, uma pela branca e olhos castanhos escuros. Ele tinha um porte frio, parecia um perfeito lorde, olhava como se todos a sua volta fosse inferiores. Mas cada um dos “seres inferiores” teve que admitir, esse era um garoto muito bonito.


             _ O que você... vocês estão fazendo aqui? – perguntou Hermione.


            _ Você não respondeu a minha pergunta... – disse Jack.


            _ Nem você a minha... – respondeu Hermione.


            Risos foram abafados atrás de Hermione, seus amigos pareciam se esforçar para não rir.


            _ Tudo bem, Hermione… - começou Jack, rindo levemente. – Até eu ficaria hostil na companhia de...


            _ Por favor, não termine! – pediu Hermione, tentando evitar uma briga – Por que você não está na sua casa?


            _ Pelo mesmo motivo que você não está. – respondeu Jack – Vim dar um passeio... Mas vejo que você precisa da minha ajuda.


            _ Você ajudaria? – perguntou Hermione, cuidadosamente.


            _ Nunca te negaria nada, você sabe! – respondeu Jack em sorriso galanteador.


            _ Mas nós não precisamos de sua ajuda! – disse Cedric, ficando entre Jack e Hermione.


            _ Não estou oferecendo ajuda a você. – respondeu Jack indiferente.


            _ Não posso sair sem meus amigos. – disse Hermione, ao fazê-lo colocou as mãos no ombro de Cedric, puxando-o, para que ele permitisse que ela ficasse frente a frente com Jack mais uma vez.


            _ Isso seria um impasse... – começou Jack – Mas se você for, eu aceito.


            _ E como você pretende sair do colégio, “salvador da pátria”? – perguntou Cedric, ele não queria ficar nem a meio metro de Dawson.


            _ Com a minha carruagem… - respondeu Jack, como se fosse óbvio.


            _ Sua carruagem?  – perguntou Rudy, incrédulo.


            _ Você é surdo? – perguntou Jack impacientemente.


            _ Não tanto quanto você é retardado! – respondeu Rudy, dando um passo em direção a Jack.


            _ Chega de “troquinhas de farpas”! – o menino sonserino se pronunciou pela primeira vez – Vamos agora ou simplesmente não vamos! Eu particularmente quero ir, então proponho que todos calem a boca e sejam gratos por sair dessa prisão! – concluiu rudemente.


            _ Mas é mais doce do que mel com açúcar esse menino! – comentou Rosalie em voz baixa para Moon, esta riu.


            _ O que é tão engraçado? – perguntou John.   


            _ Nada que você precise saber! – respondeu Rosalie.


            _ Você é mais doce do que mel com açúcar, hein! – exclamou o sonserino.


            Moon caiu na gargalhada, não pelo fora que Rose levou, mas pela semelhança entre a fala do sonserino e a da lufa-lufa.


            _ Acho que está mais do que provado que essa mistura não vai dar certo! – concluiu Cedric.


            _ Ah, se Harry estivesse aqui! – exclamou Hermione, lembrando-se do Mapa do Maroto e de todas as passagens para fora de Hogwarts que havia nele.


            _ Potter? – perguntou Cedric confuso.


            _ Não há outro, Cedric! – Hermione pronunciou lentamente para que ele entendesse de uma vez por todas.


            _ Mas como ele veio parar na conversa? – perguntou Cedric em um tom um pouco mais alto. – Por que ele teria que estar aqui?


            _ Sem motivo real... – mentiu Hermione, ela não poderia contar a todos sobre o Mapa do Maroto.


            Nessa hora uma carruagem apareceu, chamando a atenção de todos. Puxada por quatro cavalos negros, a carruagem era igualmente preta, com alguns detalhes dourados, era grande o suficiente para todos os presentes e, talvez, alguém mais.


            _ Bem na hora! – anunciou Jack acariciando um dos cavalos, eles haviam puxado a carruagem até lá, pois não havia condutor.


            _ Eles chagaram aqui sozinhos? – perguntou Hermione, chegando mais perto das magníficas criaturas negras.


            _ Sim! – respondeu Jack, orgulhoso – São cavalos especiais, treinados...


            _ Fascinante! – admitiu Hermione.


            _ Cavalos normais não sabem puxar carruagens?! – interrompeu Cedric prostrando-se ao lado de Hermione.


            _ Acho que está na hora de ir! – exclamou Hermione, evitando outra briga.


            _ Por favor... – disse Jack abrindo caminho para que Hermione entrasse.


            Cedric rapidamente pegou a mão de Hermione e entrou com ela, para que Jack não o fizesse. Hermione sentiu seus batimentos cardíacos aumentarem estupidamente, e rezava para que Cedric não percebesse. Uma vez sentados ela tentou se acalmar, mas não conseguia, pois Cedric ainda segurava suas mãos.


            _ Perdão. – disse Cedric fitando as mãos entrelaçadas, mas não a soltou.


            _ Por que está pedindo perdão? – perguntou Hermione, ela não gostava quando ele pedia desculpa por coisas como segurar sua mão.


            _ Isso não deve ser nada confortável... – disse Cedric levantando as mãos ainda entrelaçadas. – Mas não vou soltar... – avisou, abaixando as mãos mais uma vez.


            _ Por quê? – perguntou Hermione, agora ela ouvia seus batimentos cardíacos.


            Cedric olhou feio para Jack.


            _ Por Jack? – perguntou Hermione ao ver para onde Cedric olhava.


            _ Não fique nervosa. – pediu Cedric – Eu não vou matá-lo... – ele hesitou por um segundo – Nem tentar. – acrescentou de mal grado.


            _ Não estou nervosa... – mentiu Hermione.


            Cedric riu e os batimentos cardíacos de Hermione ficaram preocupantemente altos.


            _ Sério, acalme-se. – pediu Cedric acariciando a mão de Hermione que segurava. – Não quero que você tenha um treco.


            _ Ah, é? – perguntou Hermione incrédula.


            Cedric olhou-a confuso e a carruagem deu a partida. Hermione desviou seu olhar para janela e conversas paralelas iniciaram-se na carruagem. Rudy conversava animadamente... com Chris, Kate e Rose. Quanto a Moon Ignorada, ela estava com uma cara de quem queria jogar Rudy pela janela.


            _ John, melhora essa cara! – exclamava Jack para o amigo sonserino.


            John fingiu sorrir rudemente, aliás, ele parecia ser sempre rude.


            _ A Isa faz melhor que isso! – disse Jack, balançando a cabeça.


            _ Ah! A minha existência foi lembrada! – exclamou Isabella, levantando os braços para cima em agradecimento.


            _ Não vai começar, vai? Você também? – perguntou Jack derrotado.


            _ Não, Jack… - respondeu Isabella – Eu sou uma ótima atriz, lembra?


            _ Uhum… - murmurou Jack, mas ele não estava ouvindo, estava olhando Hermione.


            _ Você nem sabe o quão boa... – murmurou Isabella para sim mesma, tristemente. Depois disso Isabella sorriu, radiante e começou a conversar com John.


Na outra ponta da carruagem, perto da janela, Cedric e Hermione ainda estavam em silêncio. Cedric observava Hermione, ela estava com a luz do luar em seu rosto. Era tão linda... Mais uma vez Cedric sentiu sua garganta ficar seca. Então ele desviou seus olhos para baixo, mas encontrou suas mãos entrelaçadas com as de Hermione, e pensou no porque de não querer soltá-las.


            Ele pensou em segurança, ou proteção fraternal, tudo que justificasse sua reação. Também havia Dawson, Cedric não permitiria que ele chegasse perto de uma amiga sua outra vez... Outra vez...


            Cedric sentiu seu coração parar por um segundo e depois voltar a bater dez vezes mais rápido. Tudo passava por sua cabeça na velocidade da luz. Eram flashes, que passavam tão rápido, que faziam sua cabeça doer. Vários sorrisos fascinantes, todos diferentes, sorrisos leves ou gargalhadas. Um monstro que crescia toda vez que um garoto aproximava-se dela...


            Ele viu, viu clara e abertamente. Cedric percebeu que se segurava a mão de Hermione, não era por zelo, e sim porque ele sentia-se fantástico ao fazê-lo. Afastá-la de Jack tinha a ver com sua necessidade de ter Hermione só para ele. Ele esteve, inconscientemente, pensando nele esse tempo todo! Ele er  um garoto egoísta, ele era um garoto... apaixonado. Cedric sentiu que havia começado a esmagar a mão de Hermione embaixo da sua.


            _ Ai! – disse Hermione, sentindo a abrupta mudança de força com qual Cedric segurava a sua mão.


            _ Desculpe! – disse Cedric afrouxando seu aperto na mesma hora. – Eu te machuquei? – perguntou preocupado.


            _ Não… Tudo bem! – respondeu Hermione – Calma, não foi nada. – acrescentou ao ver a cara que Cedric fizera.


            Ele respirou profundamente, e Hermione voltou sua atenção para janela mais uma vez, um pouco confusa. Para Cedric nada era confuso, não agora. Ele a amava e não machucá-la, de qualquer jeito que fosse, tornara-se sua razão de viver. Era novo e desconhecido, da ultima vez fora tão diferente... Hermione havia tomado conta de seu coração em um prazo de alguns dias, da última vez necessitaram-se anos!


            Cedric sentia-se como um cego andando em meio a uma avenida movimentada sem nada para guiá-lo, a não ser as loucuras que dizia seu coração. Ele estava com medo, mas sabia que era isso que queria, andar por aquela avenida. Mas o que fazer agora? E se não houver avenida? E se Hermione não sentir o mesmo por ele?


            Suas perguntas foram interrompidas pelo som da carruagem parando. Haviam chegado, Hermione soltou sua mão da de Cedric quando todos começaram a sair, e de repente Cedric sentiu sua mão vazia, incompleta de certo modo.


            _ Então, para onde vamos? – perguntou Isabella ao lado de Jack, mais para os amigos sonserinos que para os outros.


            _ Nós vamos ao Três Vassouras. – disse Cedric – Vocês eu não sei...


            _ Vamos todos ao Três Vassouras. – corrigiu-o Jack.


            _ Menos você. – insistiu Cedric, calmamente.


            _ Você não decide aonde eu vou! – protestou Jack.  


            Cedric responderia muito mal a Jack, mas encontrou o olhar de Hermione, e lembro-se da promessa que havia feito: nada de tentar matar Dawson.


            _ Pode ir... – disse Cedric – Se você quiser ser ignorado. – acrescentou.


            Jack riu.


            _ Eu nunca sou ignorado, Diggory. – disse Jack cheio de si.


            Cedric olhou-o divertido, virou-se, pegou Hermione pela mão e foi em direção ao Três Vassouras. Jack continuou imóvel, incrédulo.


            _ Cara, se você ainda não percebeu, você foi completamente ignorado! – disse Rudy, rindo da cara de Jack.


            Depois disso Rudy, Chris, Moon, Kate e Rose foram atrás de Cedric e Hermione.


            _ Por favor, vamos a outro lugar! – pediu John. – Eu não vou agüentar ficar nem mais dois minutos ao lado deles...


            _ E dar a Diggory o que ele quer? – perguntou Jack, balançando a cabeça em negação.


            _ Essa é a idéia… - respondeu John.


            _ Vamos tomar alguma coisa? – perguntou Jack indo à direção do bar.


            _ Só com bebida eu agüento isso! – exclamou John saindo atrás do amigo.


            _ Isso que é um passeio divertido! – comentou Isa, rindo duramente e depois indo ao encontro dos dois.


            ●●●


            A atmosfera no Três Vassouras era aconchegante e leve, quando Cedric entrou com Hermione o lugar estava cheio de jovens estagiários que procuravam um lugar para relaxar após um longo dia de trabalho.


            _ Por que você não quis deixar Jack vir? – perguntou Hermione ao lado de Cedric, uma vez que eles estavam em uma mesa.


            _ Isso é uma piada? – perguntou Cedric sarcasticamente, um pouco nervoso pela pergunta.


            _ Desculpe… - murmurou Hermione. Cedric foi um pouco mais rude do que havia percebido.


            _ Não, me desculpe. – pediu Cedric – Eu não pretendia usar esse tom...


            _ É impossível ficar chateada com você, menino! – Hermione pensou alto.


            Cedric torceu o nariz para a palavra “menino” outra vez.


            _ Mentira! – protestou Cedric – Você fica brava comigo a tempo todo.


            _ Não por mais de três segundos! – retorquiu Hermione.                 


            _ Mas você não é fácil! Eu tive que encher a cara para você me perdoar... – começou Cedric para logo depois parar de falar abruptamente.


            Eles não haviam tocado no assunto daquela noite em particular desde que ele admitiu o beijo. Aquele beijo que, agora, Cedric via o quanto significava. Ao lembrar-se da cena Cedric fitou o pescoço de Hermione, seus olhos subiram até seus lábios e de repente um desejo incoerente tomou conta do seu ser.


            _ Teve? – perguntou Hermione confusa.


            _ Não que tenha sido proposital... – Cedric tentou responder, mas só tinha uma coisa na cabeça agora.


            Um estrondo eclodiu pelo aposento uma vez que um grupo de jovens barulhentos o adentrou. Cedric e Hermione afastaram-se rapidamente, mais por costume que por uma razão em si.


            _ Foi hilário! – comentava Rudy enquanto o grupo se sentava. – Você tinha que ter visto a cara do Dawson!


            _ Sei que meu rosto é uma dádiva e merece ser apreciado, mas não vamos exagerar! – disse Jack Dawson que vinha atrás com seus amigos.


            _ Tem como exagerar mais? – quis saber Rudy ironicamente.


            Jack ignorou Rudy e pegou uma cadeira para sentar ao lado de Hermione. Era o debate da aula de história denovo e denovo!


            _ Olá outra vez! – disse Jack com a menção de beijar os lábios de Hermione, ao perceber o que ele pretendia, esta virou o rosto, fazendo com que Jack beijasse sua bocheche, não seus lábios.


            Cedric estava olhando para a mesa com os punhos cerrados, provavelmente tentando manter a promessa que havia feito a Hermione.


            _ Posso oferecer algo? – perguntou uma linda mulher de cabelos cacheados e negros, tinha olhos claros e vestia-se como uma cigana. Ela estava esperando que fizessem o pedido.


            Todos começaram a falar ao mesmo tempo, provocando um caos. O grupo estava distribuído em uma mesa redonda da seguinte forma: começava por Cedric no meio, Hermione a sua esquerda, ao lado de Hermione estava Jack, ao lado de Jack, Isa, depois Rudy, Moon, John, Rose, Kate, Chris e de volta para Cedric.


            _ Por que vocês não me dizem um de cada vez? – sugeriu a mulher, sorrindo simpaticamente.


            _ Eu vou querer uma cerveja amanteigada. – disse Hermione.


            Rudy sussurrou algo com o restante da mesa.


            _ Faça mais seis, por favor. – disse Rudy depois de ter certeza que todos queriam o mesmo.


            _ Dois whiskies de Fogo,  - pediu Jack – e um Martine de Maçã. – acrescentou olhando para Isabella.


            _ Certo! – concordou Isabella, sorrindo estonteante.


            _ O.k... – disse a garçonete, terminando de anotar os pedidos – Meu nome é Lívien, eu estarei atendendo vocês essa noite! Seus pedidos estão a caminho. – finalizou ainda sorrindo, antes de ir embora.


            Os pedidos foram engraçados, já que a grande maioria quis somente uma cerveja amanteigada, mas o grupo de sonserinos quis Whiskies do Fogo e Martine de Maçã.


            _ Chris, você trouxe seu violão! – exclamou Hermione, ao ver o violão de Chris encostado entre a cadeira dele e a de Kate. Até aquele momento, ela não tinha percebido que ele estava ali.


            _ Eu não consigo ficar um dia inteiro longe dele! – respondeu Chris, sorrindo.


            _ Sei o que você quer dizer. – concordou Hermione – Eu quase não toco quando estou no colégio, não é muito fácil trazer um piano de cauda na bagagem...


            _ Por que você não vem tocar na Lufa-lufa? Nós temos um piando que precisa de companhia! – sugeriu Chris – Quer dizer, além de Cedric. – completou.


            _ Seria ótimo voltar a toc... – Hermione não terminou sua frase, ao invés disso franziu cenho – Cedric?


            _ Eu? – Cedric virou-se para Hermione, saindo da conversa com Rudy, Kate e Rose. Moon ainda estava emburrada.  


            _ Você toca piano? – perguntou Hermione incrédula.


            _ O quê? Eu... não, quer dizer... – disse Cedric, ele havia sido pego de surpresa.


            _ Você pretende completar alguma dessas frases? – perguntou Hermione divertida. O que tinha de ruim nele tocar, afinal?


            _ Mas eu não toco... – insistiu Cedric.


            _ Toca sim! – protestou Chris – Ai! – Cedric acabara de chutá-lo por debaixo da mesa. – Quer dizer... toca sim, só se for nos seus sonhos! Há, há, há... – disse Chris num péssimo fingimento.


            _ Me diz que você não o chutou por debaixo da mesa! – pediu Hermione, encarando Cedric ficar vermelho.


            _ Não chutei o Chris por debaixo da mesa... – disse Cedric encolhendo os ombros.


            Hermione estava prestes a responder, quando foi interrompida pela garçonete.


            _ Aqui está. - disse ela colocando as bebidas na mesa, junto a um prato de petiscos. – Qualquer coisa é só me chamar! – finalizou sorrindo e depois indo embora.


            _ Cedric? – Moon interrompeu a segunda tentativa de Hermione falar. – Pode vir aqui um instante? – perguntou com uma cara um pouco preocupada.


            _ Claro... – respondeu Cedric, franzindo o cenho.


            Os dois se foram para um lugar afastado da mesa. Hermione ficou imaginando o que Moon queria com Cedric, e porque não podia ser dito na frente de todos. Hermione olhou o resta da mesa e viu Rose e John discutindo energicamente, parecia que em algum momento iriam se atracar. Kate repreendia Chris por alguma coisa e Jack estava encarando Hermione, ela desviou o olhar. Foi quando viu Isabella e Rudy conversando alegremente.


            Isabella estava levemente inclinada para Rudy, ela ria estonteante. Hermione reparou que ela possuía algo nas costas, as observar mais atentamente viu que era uma cobra.... UMA COBRA! Hermione piscou algumas vezes, mas lá estava ela, gravada nas costas de Isabella como uma tatuagem. Isabella Anne Nalick era, com certeza, alguém muito interessante... Além de ser extremamente bonita e possuir uma “sutil” tatuagem de cobra em suas costas, ela era sedutora. Ela jogava os cabelos para trás e sorria para as piadas de Rudy, e Hermione pode ver porque Moon estava tão estranha.


            ●●●


            _ Por favor! – implorava Moon.


            _ Moon, não faça essa cara! Eu não posso... – respondeu Cedric.


            _ Mas... – insistiu Moon fazendo biquinho – Meu futuro depende disso!


            _ Não exagere... -  Cedric estava começando a ceder.


            _ É muito importante para mim! – insistiu Moon – E.. eu preciso da sua ajuda... Por favor?


            Moon sempre conseguia o que queria com seus olhares tristes e suas súplicas. Cedric suspirou e acenou a cabeça afirmativamente.


            _ Obrigada! Obrigada! – exclamou Moon, pulando de excitação.


            ●●●


            _ Jack! – Hermione chamou o sonserino, mesmo que não precisasse, já que ele estava olhando para ela o tempo todo.


            _ Falando comigo agora? – perguntou Jack um pouco magoado com a indiferença de Hermione.


            _ Não exagere! – pediu Hermione.


            _ Não é exagero! -  protestou Jack – Você se esqueceu de mim! – completou cobrindo a mão de Hermione com a sua.


            _ Isso não é exagerar? – perguntou Hermione, sentindo-se estranha, aquele toque era diferente, estranho para sua mão.


            _ Talvez um pouco. – concordou Jack, olhando rapidamente para as costas de Hermione – Mas não me culpe, meu amor, eu sou assim...


            Hermione congelou por um segundo e logo depois puxou sua mão de volta, tentando fingir um sorriso. Ela não havia ficado nada feliz com o que Jack disse... “Meu amor”? Ela nem o tinha totalmente como amigo, ainda!


            _ Não vai se sentar, Diggory? – perguntou Jack à figura alta atrás de Hermione.


            Hermione virou-se e viu Cedric parado, congelado. Ele parecia ser feito de mármore, depois de alguns segundos ele se sentou.


            _ Você poderia trocar de lugar comigo? – perguntou Cedric.


            _ Eu? – perguntou Hermione confusa.


            _ Não. – respondeu Cedric, friamente. – Dawson.


            _ Por quê? – perguntou Jack sem entender.


            _ Eu gostaria de falar com a sua amiga. – respondeu Cedric, olhando Isabella.


            _ Claro! – respondeu Jack, prontamente.


            _ Não! – exclamou Hermione, sem querer em voz alta.


            Cedric levantou-se para trocar de lugar com Jack, parecia ter ignorado o que Hermione deixou escapulir, mas as passar por ela sorriu de leve, e ao se sentar apertou sua mão por debaixo da mesa.


            Hermione sentiu um grande alívio só pelo sorriso, que indicava que ele não estava zangado com ela, ao sentir seu toque parecia ter visto estrelas. Logo depois Cedric soltou sua mão e voltou sua atenção para Isabella, esta por sua vez não conseguia decidir com quem falava, Rudy ou Cedric. Uma vez que Moon juntou-se ao grupo, Cedric captou toda a atenção de Isabella.


            _ Você tem um lindo sorriso sabia? – perguntou Cedric, jogando charme.


            _ Você é muito gentil! – agradeceu Isabella, sorrindo.


            _ Aí está o sorriso! – comentou Cedric, seus olhos cor-de-mel queimando. Os dois riram.


            Hermione não ouvia uma palavra do que Jack dizia e agradecia por não haver nenhuma faca por perto. Ela precisava desviar sua atenção da cena, mas a conversa de Jack sobre o time de Quadribol da Bulgária só parecia atrair Kate,  que somente só se manifestava quando o nome de Victor Krum aparecia.


            Rose e John ainda discutiam e Hermione resolveu ouvir a briga.


            _ Lufa-lufa é a casa do resto – exclamou John.


            _ Como você pode dizer isso? – perguntou Rose vermelha.


            _ Dizendo! – respondeu John igualmente nervoso.


            _ Não! – exclamou Rose. – Só um sonserino colocaria diferenças depreciativas entre as casas, todos os outros alunos sabem que cada casa tem uma característica própria, que a torna especial e...


            _ Há! – interrompeu John – Me diga qual é a da Lufa-lufa! Grifinória: morada dos corajosos, se você prefere músculos a um cérebro. Depois Corvinal: os inteligentes, a única coisa que sabem fazer é estudar! Mas a lufa-lufa... nem tem uma característica para ser inútil!


            _ Você nem sabe do que esta falando! – respondeu Rose, faíscas saíam dos seus olhos. – Quer que eu mencione a Sonserina?!


            _ Nem precisa! – disse John – Morada dos inteligentes, mas que não vivem para isso, e corajosos até o ponto que seja racional ser!


            _ Desculpe destruir o seu conto de fadas... – disse Rose, rindo cinicamente – Mas uma casa de garotinhos arrogantes, que acham que são muito mas não são nada, não pode se encaixar em nenhuma das características que você deu!


            _ Ai! Essa doeu lá no fundo! – exclamou John sarcasticamente. – Mas me responda, Srta “Igualdade Para Todos”, você não acabou de depreciar a minha casa?


            _ Ugh! – grunhiu Rose com nojo de John.


            _ Depois sou eu  que não tenho argumento... – comentou John, acidamente.


            _ Você quer um argumento?! – perguntou Rose encarando-o – Você é o ser mais desprezível e rude da face da Terra!!! Como você pode sobreviver sendo você?!


            Em um segundo John havia silenciado Rose, tapando a boca dela com sua mão. Rose lutava contra John energicamente.


            _ Ai! – exclamou John incrédulo. – Você me mordeu!


            _ E agora tenho que lavar minha boca com desinfetante! – reclamou Rose.


            _ Mas que canibal! – exclamou John, rindo.


            Rose estava prestes a responder quando outra briga chamou a atenção da mesa.


            _ Rudy Steiner! Por que você está sendo tão ridículo? – perguntou Moon, cruzando os braços ao lado de Rudy. – Foi um acidente...


            _ Do que você está falando? – perguntou Rudy cinicamente. – Que acidente?


            _ Não finja que não sabe! – protestou Moon.


            _ Moon... – Rudy começou sério. – Eu não sei do que você está falando, mas precisamos conversar, a sós. – acrescentou.


            _ Você... – Moon ficou cor de papel – Vai terminar COMIGO?!


            _ Mas Moon, nós nem começamos... – comentou Rudy confuso.


            _ Exatamente! E é tão idiota... – começou Moon histérica.


            _ Moon... – chamou Rudy


            _ Foi sem querer, eu não queria ter te zoado... – continuava Moon em sua histeria.


            _ Moon! – tentou mais uma vez Rudy.


            _ Agora já está tudo acabado! Não tem luz no fim do túnel! O meu mundo está... – Moon estava delirando.


            _ MOON! – gritou Rudy, mas ela não ouvia.


            _ Mas pensa, você já se zoa sozinho o tempo todo!  - continuava Moon.


            Rudy subiu na mesa, chamando atenção de todo o bar.


            _ MONALISA STEWART VOCÊ QUER NAMORAR COMIGO?! – Rudy berrou.


            O bar explodiu em assobios e palmas, Moon ainda estava em seu lugar, chocada.


            _ Vai Moon! – exclamou Hermione, empurrando a amiga.


            Moon ainda estava em choque, mas não hesitou nem um minuto. Subiu na mesa e deu um beijão em Rudy, daqueles de tirar o fôlego. Enquanto todos aplaudiam, Hermione pôde ver Rudy dar um sorriso escondido junto aos lábios de Moon e depois a levantou da mesa, beijando-a enquanto a rodava.


            *momento para imaginar essa cena linda, e chocante*


            Hermione tinha um sorriso de orelha a orelha, assim como todos na mesa, no bar, talvez toda a rua estivesse aplaudindo! Até a Isabella estava sorrindo para cena. Hermione não entendeu, e nem entenderia, era cedo demais para isso.


            Quando Moon e Rudy desceram da mesa, radiantes, as pessoas ainda aplaudiam.


            _ Isso foi incrível! – exclamou Hermione.


            _ Eu sei! – respondeu Rudy orgulhoso.


            _ Eu sabia! – exclamou Rose.


            _ Você sabia? Como? – perguntou Moon incrédula.


            _ Na minha visão... o Rudy gritava isso para o mundo em cima de uma mesa, mas eu só não sabia quando seria. – disse Rose, rindo.


            _ Ah! Que pequeno detalhe você deixou escapar! – disse Moon com as mãos da cintura estilo Hermione.


            _ Quem disse que foi sem querer que ela deixou escapar? – perguntou Rudy no ouvido de Moon, segurando-a pela cintura e apoiando seu queixo no ombro da menina.


            _ Hã? O que? – disse Moon confusa – Vocês... Vocês sabiam de tudo? Estavam mancomunados? – perguntou acusando a todos.


            _ Eu não sabia de nada! – defendeu-se Hermione.


            _ Ninguém sabia de nada! Só eu e o Rudy! – respondeu Rose. – Quando eu tive a minha visão, e deixei ela escapar para você eu a editei, pois sabia que você ia dar com a língua nos dentes e que Rudy ficaria nervoso. Viu? Tudo se encaixa perfeitamente! – finalizou com um grande sorriso.


            _ E todos viveram felizes para sempre! – exclamou John revirando os olhos. – Agora, será que podiam parar de bater palmas?! – perguntou referindo-se ao resto das pessoas que aplaudiam. – Que dor de cabeça...


            _ Eu vou é explodir a sua cabeça! – disse Rose levantando-se para bater em John.


            Hermione segurou Rose impedindo-a de cometer essa “loucura”. John gargalhava.


            _ Tá rindo de que? Seu idiota! – disse Rose vermelha. Por que esse garoto era tão chato?


            _ Idiota é você garota! – disse John ainda rindo.


            Rose consegue sair um pouco do aperto de Hermione e tenta dar um tapa no braço de John, mas ele se esquiva, assim Rose só deixou marcas de suas unhas na pele do garoto. Três marcas sobressaiam no braço de John, e permaneceriam lá pelo menos até o dia seguinte.


            _ Uuuuh! – exclamou John olhando para as marcas ainda vermelhas no seu ombro, ele ainda ria. – Mal nos conhecemos e você já me deixa cicatrizes? Que menina malvada! – ele ria e ria com o duplo sentido de suas palavras.


            _ Meu nome não é menina! E você não sabe o quanto eu sou malvada! – exclamou Rose com uma pose arrebatadora, para logo depois sair de perto dele e se sentar com os outros.


            _ Estou louco para descobrir... – sussurrou John, ainda sorrindo.


            ●●●


            Hermione, assim como Chris e Kate, escutava as reclamações de Rose. Moon e Rudy estavam muito aéreos para prestar atenção em qualquer outro mundo que não fosse o deles. “Mundo Moon e Rudy”, coisa para se ter medo.


            Quando Hermione desviou seu olhar das reclamações de Rose uma vez, desejou estar ouvindo ela berrar ao estar vendo o que via. Cedric conversava animadamente com Isabella, mas ele não precisava mais tirar a atenção dela de Rudy. Ele estava fazendo porque queria. Hermione sentiu uma dor lhe cortar o peito, e involuntariamente fechou as mãos em punhos embaixo da mesa, apertando-as fortemente.


            Eles conversavam sobre algo que Hermione não tinha conhecimento, e isso a estava deixando louca! De repente Isa inclina-se para o ouvido de Cedric e passa sua mão pelo braço do menino. Cedric ri de algo dito por Isa. Hermione sentiu a umidade em seus olhos e antes que desse uma cena se levantou.


            _ Preciso tomar um ar... – disse para os outros. Moon e Rudy estavam ocupados demais para ouvir e Chris e Kate não conseguiam por causa da gritaria de Rose.


            _ Espera! – Jack parecia ter sido o único a ver que Hermione estava se retirando.


            Hermione se virou.


            _ E eu, não ganho beijo? – perguntou Jack sorrindo, muito mais para tirar a cara triste de Hermione do que para dar em cima dela. Ele estava realmente começando a gostar muito de Hermione.


            _ Depende de onde! – Hermione riu.


            _ Droga! – Jack fingiu revolta. – Na testa?


            _ Hum... – Hermione pensou – Pode ser!


            Jack sorriu radiante, um sorriso lindo, e inclinou-se para beijar a testa de Hermione. Ela deu um sorriso triste e virou de costas.


            Hermione se afastou da cena, desejando nunca ter vindo nesse passeio idiota.


            ●●●


            Cedric estava muito feliz por tudo ter dado certo entre Rudy e Moon. Olhou para o lado e viu que Isabella também sorria, isso o deixou meio confuso.


            _ Por que você está sorrindo? – perguntou Cedric.


            _ Ah, você não gosta mais do meu sorriso? – perguntou Isa, rindo agora da expressão de Cedric.


            _ Não, não é isso! – exclamou Cedric meio desesperado em justificar o seu comportamento anterior.


            _ Acalme-se! – pediu Isa com sua voz doce, e ao mesmo tempo perigosa. Era dela, ela não conseguia falar sem ser sedutora. – Eu sei o que você estava fazendo pela sua amiga... foi bem nobre da sua parte.


            _ Você sabia? – perguntou Cedric confuso. – Mas então por que...


            _ Bom, se você não tinha percebido, todos os meus amigos estavam me ignorando e eu tinha que conversar com alguém. Mesmo que fosse forçado! – interrompeu Isa rindo.


            _ Ah...! – Cedric sorriu também.


            _ Fala sério, Romeu! Você não é de se jogar fora! – completou Isa, sorrindo.


            _ E você realmente tem um lindo sorriso. – disse Cedric sentindo-se  à vontade com uma sonserina. Não era algo comum.


            _ É... pena que seu amigo já tem dona. E você também! – argumentou Isa.


            _ O quê? – perguntou Cedric confuso outra vez.


            _ Eu tenho um lindo sorriso... – Isa começou a explicar. – mas não foi o meu sorriso que tirou a sua atenção a noite toda... – Isa deu uma olhadela discreta para as costas de Cedric.


            Cedric olhou rapidamente para trás, e pôde ver Hermione, e então ele entendeu.


            _ Ah... – foi a única coisa que conseguiu falar primeiramente. – Estou sendo tão óbvio?


            _ Não, você não está. – disse Isa colocando a mão na cabeça. – Mas eu não tenho muita coisa para fazer essa noite ao invés de observar os outros.


            _ Claro, culpa do seu amigo. – disse Cedric apontando para Jack. – E desculpe não estar disponível.


            _ Pode deixar, Romeu. Eu também sou a Julieta de alguém. – comentou Isa, rindo. – Só que ele ainda não sabe..


            _ Ah! – Cedric exclamou, rindo. – Pequeno detalhe...


            _ É, mas quer saber? – Isa inclinou-se para Cedric e passou sua mão pelo braço do garoto enquanto sussurrava em seu ouvido. – Vocês não sabem o que estão perdendo!


            Logo depois Isa se afastou e Cedric riu abertamente da brincadeira da garota. De repente, teve uma imensa necessidade de ver Hermione, depois de finalmente falar sobre seus “novos” sentimentos com alguém. Fato que ele nunca poderia contar a Rudy, pois ele o mataria.


            Cedric olhou para trás esperando ver o sorriso de Hermione, e o encontrou, só que não foi a única coisa. Acabou vendo Hermione conversando com Jack. Foi uma conversa rápida, com somente um sorriso, mas o fato de Jack ter beijado a testa de Hermione fez o conhecido monstro crescer em seu estômago, e ele estava mais feroz do que nunca. Cedric fechou as mãos em punhos e as apertou por debaixo da mesa.


            ●●●


            Hermione andava por entre as mesas do restaurante para chegar até a porta, mas não conseguia. O Três Vassouras estava realmente lotado naquela noite. Acabou desistindo e sentando-se no bar, não poderia voltar para mesa agora.


Hermione pensava em Cedric rindo junto com Isabella e ela sussurrando no ouvido do garoto. Era como se um buraco pequenino estivesse aberto em seu coração, pequeno o suficiente para não matá-la, mas grande o suficiente para deixá-la com o desejo de sair correndo dali, correr até não poder mais, até esquecer de tudo e se perder no mundo. Ela não sentira isso quando Cho e Cedric estavam juntos, não ainda, pois a esperança conquistada quando Cedric lhe disse que não amava Cho ainda existia, escondida, mas existia. Hermione sentia a fria e dolorida facada do ciúme. Mas essa não seria a última vez.


            _ Posso ajudá-la, querida? – perguntou a mesma mulher Cigana que os havia atendido na mesa.


            Hermione olhou para trás ainda meio confusa.


            _ Eu sou a garçonete que atendeu vocês, lembra? Lívien... – a garçonete explicava pacientemente.       


            _ Ah, sim. Desculpe. – disse Hermione voltando de seus desvaneios. – Não, obrigada.


            _ Talvez você queira experimentar essa fruta... – Lívien sugeriu, levantando uma fruta exótica. Era dourada e tinha uma forma arredondada.


            _ Ah... não sei. – Hermione estava visivelmente tentada em comer aquela magnífica fruta, mas seu bom senso não a deixava provar de algo que não conhecia.


            _ Ah, é por conta da casa! – Lívien garantiu – E não faz nenhum mal, somente traz para fora felicidade. Traz os sentimentos... – Lívien hesitou – Traz somente alegrias...! – garantiu.


            _ Bom... qual é o gosto? – Hermione pegou a fruta nas mãos.


            _ É... bem, digamos que tem o mesmo gosto que um suco de frutas cítricas... – Lívien tentava explicar.


            _ Bom... nada pode ficar pior do mesmo jeito. – Hermione mordeu a fruta com vontade.


            _ E então? – perguntou Lívien sorrindo.


            _ Bom... não sinto muita diferença. – respondeu Hermione.


            Lívien sorriu abertamente.


            _ Qualquer coisa que precisar, me avise.


            _ Tudo bem, obrigada. – disse Hermione levantando-se do bar. Não sentia mais a necessidade de correr, e sim de ficar. Sim, ficar...


            ●●●


            Cedric assistiu Hermione voltar, ela não tinha nada parecido em seu rosto com a cara de tristeza de quando havia saído. Ele se perguntava o que teria acontecido. Hermione senta-se ao seu lado outra vez, mas não fala com ele, e sim com Jack.


            _ Oi lindo! – cumprimentou Hermione sorrindo.


            _ Oi linda! – Jack pareceu muito feliz com a atitude de Hermione.


            _ E então, como é que você está? – perguntou Hermione ainda sorrindo.


            _ Agora que você está aqui, ótimo! – disse Jack sorrindo galanteador.


            _ Ah! Eu também gosto muito de você Jack! – disse Hermione passando a mão pelo braço do sonserino.


            Cedric parecia que ia explodir. Seu maxilar quadrado estava duro. Ao ver Hermione dando em cima de Jack daquele jeito, ele ficou louco. Os ciúmes o estavam deixando louco.


            _ Hermione. – Cedric chamou ao seu lado. Ela fingiu não ter ouvido, mas deu um sorrisinho de vitória.


            _ Então, Jack, que bom que você não entrou nesse Torneio ridículo, isso é para idiotas que precisam muita de atenção. – comentou Hermione tirando uma mexa do cabelo encaracolado de Jack dos olhos dele.


            _ Sim, é claro. Eu não preciso disso. – disse Jack pegando a mão de Hermione e beijando as suas costas.


            Cedric bateu com os punhos na mesa. Até os gritos de Rosalie foram abafados e todos olhavam para ele.


            _ Você está bem? – perguntou Hermione cinicamente. Cedric ainda estava muito nervoso, esperou um pouco para se acalmar e relaxar o maxilar.


            _ Na verdade, não. – ele comentou com um sorriso malicioso.


            _ Por quê? – Hermione perguntava se virando para o lado dele, triunfante.


            _ Tem uma coisa me incomodando. – disse Cedric tirando a franja de Hermione de seus olhos. Ao fazer isso desceu para o rosto da menina, acariciando-o.


            Hermione ficou paralisada com o toque, embasbacada com o sorriso. Ela sentia como se todos os seus sentimentos não fossem algo que se precisasse esconder. Era como se ela pudesse dizer tudo o que quisesse, e naquele momento, se Cedric não falasse o que está prestes a falar, ela o teria beijado.


            _ Sinto falta da Cho, pena que ela não pôde vir. – comentou Cedric rindo com amargura.


            Hermione sentiu mais uma vez aquela facada, o buraco aumentando cada vez mais. Só que dessa vez ela não fugiria. Não, para ela não era necessário esconder seus sentimentos.


            _ Você é o único! – exclamou se afastando de Cedric, mas ainda estava virada para ele.


            Cedric pareceu surpreso pela reação de Hermione.


            _ Perdão? – perguntou Cedric confuso.


            _ Além de cego, por não ver a vaca que essa garota é você também é surdo? – perguntou Hermione, faíscas saindo de seus olhos.


            Todos prestavam atenção agora. Rudy começou a rir com a comparação que Hermione havia feito. Moon deu um tapinha nele, e ele tentava se segurar.


            _ Você está bem? – perguntou Cedric sem entender Hermione.


            _ Não, Cedric, eu não estou! – Hermione colocou as mãos na cabeça, mas logo depois encarou Cedric denovo. – Você não percebe?


            _ O quê? – agora Cedric estava mais interessado do que nunca.


            _ Nada! – Hermione estava nervosa por ele não fazer idéia do que ela estava falando. Será que ele podia ser tão idiota?


            _ Mas... Hermione.... – Cedric tentou, mas ela já estava do outro lado da mesa, junto a Kate, Moon e Rose que se juntaram para fazer mil perguntas a Hermione.


            ●●●


            _ Mi, o que foi aquilo? – perguntou Kate impressionada.


            _ Vômito de palavras... – Hermione ainda estava um pouco estressa pela lerdeza de Cedric.


            _ Vômito de palavras? Foram as palavras mais bem colocadas que eu já vi! – comentou Rose rindo.


            _ É, ela é mesmo uma vaca. – disse Moon. – Uma vaca com X!


            _ Vaca com X? – perguntou Hermione confusa.


            _ Piada interna, não vale a pena explicar! – apressou-se a dizer Kate.


            _ Mas o interessante mesmo... – começou Rose.


            _ É você explicar para gente aquela cena com o Ced! – completou Moon.


            _ Eu estou apaixonada pelo Cedric. – Hermione falava confiante. Não tinha mais medo.


            Rudy cuspiu cerveja amanteigada em cima de John.


            _ O quê?! – perguntou Rudy histérico.


            John revirou os olhos, pegou a cerveja amanteigada de Chris e jogou em cima da camisa de Rudy.


            _ Qual foi, cara? – perguntou Rudy levantando-se para bater num risonho John.


            _ Rudy, pára! – advertiu Moon sugando o líquido com a varinha. – Não vale a pena.


            John balançou a cabeça e saiu para o bar.


            _ Mi, me explica direito. – pediu Rudy um pouco mais calmo.


            _ Rudy, eu estou apaixonada pelo Cedric. – Hermione disse sorrindo.


            _ Caramba! – exclamou Chris atônito.


            _ E você vai dizer para ele quando? – perguntou Rudy, a felicidade transparecendo em seu rosto.


            _ Eu não vou falar para aquele mongol! – disse Hermione cruzando os braços.


            _ Ah, eu sei que o Ced é meio tapado. – comentou Rose. – Mas dá uma chance para ele Mi!


            _ Mi, você pode perder a chance da sua vida de ficar com o seu príncipe encantado! – disse Kate.


            _ Você fantasia, Kate. – comentou Chris rindo e abraçando-a de lado pelo pescoço.


            _ Por quê? – perguntou Kate olhando-o assim que ele a soltou.


            _ Não existem “príncipes” e “princesas”... Não há algo tão forte como nos contos de fada... – ele comentou balançando os ombros.


            _ Existe sim! – protestou Kate.


            Moon e Rose se olharam, para logo depois rir.


            _ Ok, então existe... – disse Chris rindo.


            O rosto de Hermione se iluminou.


            _ Você estaria disposto a provar isso, Chris? – perguntou Hermione sorridente.


            _ Hã? – Chris perguntou confuso. – Ah, não sei... Talvez... Sim?


            _ Ótimo! Então venha comigo, e traga o seu violão. – disse Hermione levantando-se toda sorrisos.


            _ Espera! O que você vai fazer? – perguntou Rudy.


            Hermione sorriu de orelha a orelha.


            _ Dar uma segunda chance àquele lufa-lufa bobo...


            ●●●


            Cedric olhava para os lados. Estava procurando por uma grifinória maluca que sempre o deixava confuso. Vira ela saindo com Chris há mais de meia hora atrás... Cedric sabia que isso era infantil e ridículo, mas estava com ciúmes de Chris. Seu amigo, Chris, que ele conhecia desde os 11 anos e que se diz estar apaixonado por outra garota misteriosa a qual ele nunca contou a Cedric quem era. Esse Chris. Cedric só podia estar louco. Loucamente apaixonado.


            _ Oi nervosinha... – cumprimentou John por detrás de Rose, esta sentiu um arrepio correr sua espinha. Olhou para trás, fez uma careta e olhou para frente denovo.


            John sorriu.


            _ Oh garota, você é bem chatinha às vezes... – ele comentou no ouvido de Rose.


            _ Chatinha? – perguntou Rose indignada – E você é um completo idiota! E aí? Estamos quites? Você já pode ir embora?


            _ Nossa! – John ria alegremente. – Você é muito estressada, garota! Não me impressiona que você não tenha um par.


            _ Se eu não tenho um par é porque eu não quero, já que muitos morreriam para estar aqui comigo. E o meu nome não é garota! – Rose estava com raiva, e queria assegurar o seu lado sedutor.


            _ Ah, e você beberia algo com algum homem aqui se ele se apresentasse? – perguntou John com uma voz descrente.


            _ Claro! – confirmou Rose sem dúvidas.


            _ Prazer, John Alexander Ericson... – cumprimentou John estendendo a mão para Rose. – garota... – completou sorrindo.


            Rose ficou olhando para ele sem ação por algum tempo.


            _ Você só pode estar brincando com a minha cara! – exclamou ela por fim. John riu ainda mais. – Você vem, insulta a minha casa, me xinga e depois... Dá para parar de rir? – perguntou Rose cruzando os braços.


            John agora gargalhava.


            _ Pára de rir! – ordenou Rose. – Ah, quer saber? Tomara que se engasgue e morra! Eu não vou ao bar com você e meu nome não é garota,  é Rosalie  Van Hanford!


            _ Muito bem, Rose, minha garota, agora podemos parar de ser infantis? – perguntou John estendendo a mão para Rose outra vez.


            _ Você é um idiota! E para você é Hanford, Ericson! – disse-lhe Rose franzindo o cenho.


            _ Repete isso denovo... – pediu John inclinando-se para Rose.


            _ “Você é um idiota”? – perguntou ela sem entender.


            _ Não, a última parte. – ele disse abrindo um sorriso malicioso.


            _ “É Hanford Ericson”? – perguntou Rose tão confusa quanto antes.


            _ “Hanford Ericson”... – repetiu John pensativo – Fica legal, não é? Combina... mas você ainda vai ter que esperar uns anos para casar comigo, garota. – finalizou rindo triunfante.


            _ Você é  i-m-p-o-s-s-i-v-e-l! – disse Rose desistindo e olhando para o outro lado, revirando os olhos.


            _ Digo o mesmo de você, minha garota. – disse John sedutor. Creio que se ouviram suspiros de algumas garotas em uma mesa próxima, mas nada que uma Rose zangada conseguisse ver.


            _ Eu não sou garota. – disse Rose entredentes. John só fez sorrir mais uma vez, aquele sorriso sarcástico dos sonserinos e ir sentar no seu lugar.


            _ Fala sério, Rose. – disse Kate.


            _ Não comente. – avisou Rose.


            _ Ok... – Kate concordou na hora.


            Como Chris havia ido ajudar Hermione com a operação ”Busca do Resgate Ao Tapado” , carinhosamente apelidado de BRAT, Rose era a única com quem Kate podia conversar, já que Cedric parecia aéreo ao mundo exterior e Moon e Rudy estavam em seu próprio mundo.


            _ Eu ainda não acredito que você fez isso... – comentava Moon sentada no colo de Rudy, este a abraçava.


            _ É... nem eu. – disse Rudy rindo. – Não acredito que você realmente conseguiu me fazer pedir você em namoro.


            _ Não acredito que você me fez aceitar! – comentou Moon, rindo.


            _ Ah, claro. – disse Rudy, fechando a cara.


            _ Ah, pára! Você sabe que eu já gostava de você. – disse Moon, ainda rindo.


            _ É... – disse Rudy, beijando Moon rapidamente nos lábios.


            Moon sorriu e o puxou para um beijo muito mais longo e intenso. Seus lábios se mexiam como numa dança e Rudy começou a baixar as mãos para a cintura de Moon.


            _ Ok... – disse Kate ao lado deles. – Arrumem um quarto!


            Moon corou e Rudy riu de sua expressão. Moon era muito mais desavergonhada que Hermione, e uma mulher muito madura, mas Rudy sabia que ela também tinha algo de menina dentro de si. E era o que ele mais adorava.


            Rudy beijou a parte abaixo na orelha de Moon para depois murmurar.


            _ Te amo... – ele disse levado pelos sentimentos.


            Moon pareceu ficar congelada.


            _ O quê? – ela perguntou, rindo. – O que você disse?


            _ Que eu te amo... – respondeu Rudy, rindo da incredulidade de Moon.


            _ Sério?! – Moon perguntou.


            Rudy gargalhou.


            _ Sério. – ele disse. – A não ser que você não vá dizer o mesmo, daí eu estava brincando.


            _ Não, não! Eu te amo. – disse Moon radiante.


            _ Ah, eu acho que vou vomitar... – comentou John.


            Rose se controlou para não bater nele por estragar uma cena tão linda.


            De repente todos na mesa percebem uma agitação no lugar, e começam a procurar o seu motivo.


            _ Oi... – a voz de Hermione soou alta e sonora no microfone do palco recém montado para uma banda que havia tocado mais cedo.


            Cedric olhou surpreso para cena. O que ela estava fazendo?


            _ Boa noite... – Hermione prosseguiu. Vários estagiários assoviaram em aprovação. Hermione sorriu. – Desculpe interromper, mas eu queria cantar uma canção que eu compus para dar um pouco... de vida para o ambiente...


            Todos aplaudiram Hermione, inclusive os seus amigos na mesa em que Cedric se encontrava. Um pouco de música seria ótimo. Mas, Hermione cantava? Cedric estava confuso, até a hora em que os estagiários começaram a gritar e aplaudir Hermione com animação demais. Começaram a gritar coisas como “É isso aí, linda!”


            Cedric queria espancar cada um desses estagiários que olhavam para Hermione com desejo, mas não poderia. Então mais uma vez fechou as mãos em punhos.


            _ Então... é isso! Vamos começar. – disse Hermione sentando-se na cadeira ao lado de Chris, que estava com o seu violão pronto. – O nome é Teardrops on my guitar. Espero que gostem...


            Era perceptível que Hermione estava meio nervosa, mas Cedric nunca a havia visto tão confiante, tão sem medo. Um sorriso involuntário cresceu no seu rosto.


            Uma melodia calma e doce começava a sair do violão de Chris, enquanto Hermione começava a cantar, com a sua maravilhosa voz.


He looks at me,


I fake a smile so He won’t see


That I want and I’m needing


Everything that we should be


I’ll bet she’s beautiful


That girl he talks about


And she’s got everything that I have to live without.


            Aquela música tinha sido escrita por Hermione há pouco tempo. Bem, ela havia terminado há pouco tempo. Havia começado a escrevê-la desde a primeira vez que havia se encontrado com Cedric, ela escrevera o primeiro verso aquele dia, e depois era uma questão de tempo para que ela completasse a canção com cada experiência que ela tinha com ele, apesar de, no começo, nem imaginar que estava escrevendo sobre Cedric. Ela pensou em todas as vezes que escondia o que sentia até dela mesma, ou de como se sentia um nada perto de Cho ou Fleur.


He talks


To me


I laugh ‘cause it’s just so funny


That I can’t even see


Anyone when he’s with me


He says He’s so in love


He’s finally got it right


I wonder if he knows he’s all I think about at night


            Todos no bar estavam boquiabertos, principalmente o grupo de aluno de Hogwarts, nenhum deles iria algum dia imaginar Hermione Granger cantando em um bar, pondo tanto sentimento em cada palavra, cada refrão. Todos no bar escutavam maravilhados, impressionados... Os assobios e brincadeiras haviam cessado, agora, todos escutavam. Principalmente um lufa-lufa que tinha seus olhos  e sua mente congelados na imagem daquela garota, cantando algo que o fazia questionar algumas coisas. Não tinha certeza, porém do que questionava. O refrão começou e Chris acompanhava Hermione com sua voz no fundo da música.   


He’s the reason for the teardrops on my guitar


The only thing that keeps wishing on


A wishing star


He’s the song


In the car


I keep singing


Don’t know why I do…


            Quem quer que fosse esse cara era o mais sortudo do mundo! E o mais burro! Como ele podia fazê-la chorar? E como ela podia continuar pensando que ele era a razão dela? Tantas coisas passavam pela cabeça de Cedric que ele não conseguia pensar em todas direito, mas a semelhança entre a letra e a vida real era evidente. A música ficou mais lenta outra vez, assim que o refrão acabou e Hermione cantava sozinha denovo.   


He walks


By me


Can’t he tell that I can’t breathe?


And there he goes


So perfectly


The kind of flawless I wish I could be


She’d better hold him tight


Give him all her love


Look in those beautiful eyes


And know she’s lucky ‘cause


            O que a letra descrevia era tão difícil de se acreditar. Não existem caras assim... Bem para Hermione ele era, perfeito de um jeito imperfeito, ela adorava sua imperfeição quando ele não era o perfeito que todos conheciam , mas o perfeito dela... Isso a fazia esquecer de como respirar! Como Cho tinha sorte, olhar naqueles olhos era realmente um privilégio. O refrão começou mais uma vez, agora algumas pessoas já cantavam junto com a música. 


He’s the reason for the teardrops on my guitar


The only thing that keeps me wishing on


A wishing star


He’s the song


In the car


I keep singing don’t why I do


            Após o refrão Chris começou o solo, onde não havia música somente a melodia, os olhos de Cedric e de Hermione se encontraram, mas ela logo desviou e encarou o nada, para cantar a próxima parte da música e depois reiniciar o refrão. Essa parte a frustrava, por isso ela não podia olhá-lo nessa hora. Praticamente todos cantavam o refrão com Hermione, agora.


So I drive home alone


As I turn off the light


I’ll put his picture down and maybe get some sleep at night</i>


 


‘Cause his the reason for the teardrops no my guitar


The only one who’s got enough of me


To break my heart


His the song


In the car


I keep singing don’t why I do


            Mas todos tiveram uma surpresa, esse refrão era diferente, alguns versos haviam mudado. A razão para isso é porque Hermione escreveu o final dessa canção quando descobriu que estava apaixonada por Cedric, ela sabia que era dele que falava desde  início da canção e ele era o único que a levava ao êxtase de felicidade e ao mesmo tempo era o único que quebrava seu coração sem nem notar que o havia feito. Quando ele dizia coisas como “A Cho poderia estar aqui”, “Foi só um abraço, não significou nada, certo?” ou “Perdão”, essa era a que mais doía. Sempre que Cedric dizia isso a Hermione ela queria implorar: Perdão, não, não peça perdão!


He’s the time taken up


But there’s never enough


And he’s all that I need to fall into.


            Nessa hora, no final de sua música, Hermione não hesitou olhar Cedric nos olhos, ao contrário, ela olhou-o fixamente, queria ver sua expressão, queria se perder naqueles olhos. Cedric tinha uma mistura de incredulidade e riso em seu rosto, ao encontrá-lo Hermione sorriu e cantou os últimos versos  para ele.  


He looks at me


I fake a smile so he won’t


See…


            Mais uma vez naquela noite o bar explodiu em aplausos e assobios. Hermione sorriu em agradecimento, depois apontou para Chris e alguns gritos histéricos vieram da platéia.


            _ Você me deve uma! – Hermione murmurou para Chris, enquanto ele retribuía o aceno de várias estagiárias.


            _ Não... – murmurou Chris de volta, olhando para as costas de Hermione –Você me deve uma!


            Hermione já sabia o que esperar, mas mesmo assim sentiu sua boca ficar seca e seu coração disparar quando olhou para trás para encará-lo.


            _ Você foi... – tentou começar Cedric, mas não sabia o que dizer.


            _ Chris, Mi! – Kate veio atrás de Cedric, assim como Moon, Rudy e Rose – UAU! Isso foi incrível!


            _ Discutiremos o quão incrível na mesa! – interrompeu Chris, levando todos para longe do casal sem fala.


            _ Mostra para ela Ced! – gritou Rudy antes de todos se afastarem.


            Cedric e Hermione riram do comentário do amigo, e logo depois o riso se transformou em um silêncio constrangedor.


            _ Quer tomar um pouco de ar? – sugeriu Cedric, falando, por fim.


            _ Seria ótimo sair um pouco... – concordou Hermione.


            Cedric e Hermione saíram do bar sem trocar uma palavra, mas cada um já estava compenetrado demais em seus próprios pensamentos. Eles foram acompanhados por muitos olhares curiosos, alguns esperançosos e um outro raivoso.


            _ Vocês acham que vai dar certo? – perguntou Rudy ao grupo, apreensivo.


            _ Tomara... – comentou Rose – Eu podia ter uma visão agora, mas não! – completou frustrada.


            _ Mas que gente louca! – exclamou John – Um sobe em uma mesa e berra para o mundo ouvir de sua vida privada, aquela garota começou a cantar, simplesmente do nada, depois sai com um cara e os dois parecem gostar um do outro mas não se sabe se eles vão ficar juntos... Merlin! Para terminar a garota espancadora de cabelo vermelho é uma Trelawney da vida!


            _ Garota? – perguntou Rose mais uma vez vermelha – Você quer morrer?


            John riu mais uma vez.


            ●●●


            Cedric e Hermione estavam parados na porta do Três Vassouras, ainda sem dizer nada. Hermione estremeceu um pouco pela presença de Cedric.


            _ Está com frio? – perguntou Cedric, sempre cavalheiro.


            _ Um pouco... – respondeu Hermione, editando o fato de que sua reação não tinha nada a ver com o frio.


            Cedric retirou a jaqueta que usava por cima do suéter cinza e ofereceu-a a Hermione. Ela olhou para a mão de Cedric estendida por alguns segundos, um pouco atordoada até entender o ato e pegar a jaqueta.


            _ Obrigada... – murmurou, vestindo a jaqueta e sentindo o cheiro que agora tomava conta de sua mente.


            _ O que foi isso? – perguntou Cedric divertido – Você não está acostumada a ser tratada como uma dama ou não acha que sou um cavalheiro?


            _ Não existe um cara que te ofereça o casaco em cada esquina, Cedric! – disse Hermione, achando engraçado ele ter estranhado sua reação tanto quanto ela estranhara a dele – Portanto a primeira opção... – completou.


            _ Isso é um alívio! – disse Cedric, suspirando, falsamente.


            O silêncio desconfortável voltou e os dois desviavam olhares.


            _ Aquela música... – começou Cedric, os batimentos de Hermione aumentaram mais uma vez – Você cantando, foi... inacreditável!


            _ Inacreditável bom ou inacreditável ruim? – perguntou Hermione com os olhos baixos.


            _ Bom! – apressou-se Cedric a responder – Ótimo, na verdade... Você...


            _ O quê? – perguntou Hermione quando Cedric não completou a frase.


            _ Você tomou alguma coisa a mais no bar? – quis saber Cedric. 


            _ Cedric! Claro que não! O que você está pensando?! – perguntou Hermione surpresa com a pergunta e desapontada também.


            _ Calma! Não é como se você fosse do tipo que saísse cantando na frente de desconhecidos e... – tentou explicar Cedric.


            _ Você nem me conhece para dizer como eu sou! – retorquiu Hermione.


            _ Eu sei... – respondeu Cedric – Mas não se pode te conhecer, você é uma... caixinha de surpresas – disse sem achar adjetivo melhor – Não importa quanto tempo passemos ao seu lado, você sempre fará algo inusitado que nunca pensaríamos que faria.


            _ Hum... – foi a única coisa (inútil) que Hermione conseguiu dizer.


            _ Não me entenda mal, - continuou Cedric – não quis ofendê-la. Eu só queria ter certeza de que você não iria se esquecer disso... Já difícil o suficiente falar uma vez.


            Algo maluco passou pela mente de Hermione.


            _ Não! Você está apaixonado por aquela Isabella agora? – perguntou Hermione desesperada.


            _ O quê? – perguntou Cedric confuso.


            _ Se estiver não me diga! – advertiu Hermione – Você não estava ouvindo a música?


            _ Como a Isa veio parar nessa história? – perguntou Cedric ainda sem entender.


            _ Isa... – debochou Hermione, balançando a cabeça – Agora ela é Isa? Você a conheceu hoje...


            _ Eu chamo a todos pelo apelido... – respondeu Cedric.


            _ Que mentira... – disse Hermione, encarando-o.


            _ Você está me chamando de mentiroso? – perguntou Cedric incrédulo.


            _ Eu disse que isso era uma mentira, não que você era mentiroso! – respondeu Hermione.


            _ Você... – começou Cedric, mas parou ao reparar em uma fala anterior de Hermione – Música? Então a música...


            _ Era sobre você gênio! – exclamou Hermione, livre de seus medos, por aquela noite.


            _ Mas... – começou Cedric mais uma vez.


            _ Mas eu não sou Isabella, Fleur, Cho ou uma das trezentas garotas que babam por você, certo? – interrompeu-o Hermione.


            _ Certo! – respondeu Cedric.


            _ Você... Ugh! – exclamou Hermione, andando em direção a carruagem.


            _ Pare de se fazer de vítima! Você não é a única que morre por dentro aqui! – disse Cedric andando atrás dela.


            _ Ah, me explique isso, por favor! – pediu Hermione, abrindo a porta da carruagem, entrando e fechando-a na cara de Cedric.


            _ Isso foi muito gentil da sua parte! – exclamou Cedric, abrindo a porta.


            _ Não quero ouvir sua opinião sobre minha personalidade e sim sua teoria milagrosa! – respondeu Hermione.


            _ Certo! – respondeu Cedric entredentes – Eu sei o que você sente, se é que você sente tudo que eu sinto...


            _ Não é possível você saber... – interrompeu Hermione.


            _ Você se sente estranho e não entende a maioria dos seus atos. – continuou Cedric, ignorando o comentário de Hermione. – Quando qualquer um chega perto de você é como se eu tivesse levado um soco no estômago, não importa quem seja, não era eu. Estar com você é ao mesmo tempo perfeito e dolorido, mas é impossível viver longe, isso é um fato. – disse, rindo duramente – Os dias são cada vez mais confusos e sem sentido, até numa noite...


            Hermione estava congelada no seu lugar, encarando os olhos cor-de-mel de Cedric queimando. Ela ouvia a cada palavra como se estivesse sendo recitada por ela.


            _ Ah, Hermione! – exclamou Cedric frustrado – Até uma noite tudo fazer sentido!


            _ Tudo faz sentido? – perguntou Hermione cheia de adrenalina em sua voz.


            _ Faz sentido para você? – perguntou Cedric igualmente ansioso.


            Hermione respirou fundo.


            _ Há algum tempo... – admitiu – Mas o que isso quer dizer...


            Sua fala foi interrompida, da melhor maneira possível. Cedric sabia que essa era hora, talvez não a mais apropriada, mas a brecha para que ele realizasse um grande desejo de ambos. Sim, ele a beijou. O primeiro beijo deles, era tão esperado que a sensação de ambos quando seus lábios se tocaram fora de êxtase. Aprofundaram o beijo, era perfeito, a boca de Cedric estava quente e tão nervosa quanto a de Hermione. Eles desejavam esse momento desde quando se encontraram e agora, quando estava acontecendo o beijo era algo urgente. Suas bocas buscavam-se ferozmente, e podiam sentir seus corações batendo juntos.


            Ela afagava os cabelos de Cedric, enquanto ele passava as mãos das suas costas a sua cintura, o desejo entre ambos crescia. Ele estava inclinado por cima dela e agora ambos seguravam o rosto um do outro, quando puderam se separar, estavam ofegantes e seus corações estavam desgovernados.


            _ Eu te amo. – afirmou Cedric, olhando nos olhos de Hermione.


            Hermione olhou-o, sorriu, ele hesitou,


            _ Calma! – pediu Hermione, ainda rindo – Eu também te amo...


            Cedric não precisava ouvir mais nada, tomou-lhe mais uma vez os lábios, a sensação de fazê-lo pela segunda vez era tão bom ou melhor que a primeira. Ambos queriam que aquele momento durasse para sempre... Com certeza ficaria na memória de cada um para sempre... Pelo menos poderiam permanecer daquele jeito por essa noite. Um romance de uma noite. 

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