O Diário de Amy

O Diário de Amy



Capítulo 12 – O Diário de Amy


Amy e Pedro saíram cedo na manhã seguinte, e se encaminharam para o enterro do prof. Dippet. Amy reencontrou a sua mãe e ela conheceu seus amigos, mas teve que ir embora logo após as homenagens de Dumbledore ao seu irmão, deixando Amy com um novo livro de capa azul, várias recomendações e conselhos sobre oclumência e legilimência.

À tarde, Dumbledore chamou Amy para a sua sala.

 Queria me ver, professor? – ela disse, entrando na sala acompanhada de uma gata.

 Sim, sim! – ele sorriu. – Vejo que veio acompanhada!

 Essa gata me seguiu! – ela riu. – Me guiou, eu acho. Ou então ela queria vê-lo!

 Certamente! Ela é a sua nova professora de Transfiguração. A Professora Minerva McGonagall.

A gata virou uma mulher de cabelos negros preso num coque impecável e um olhar severo escondido por pequenos óculos quadrados. Ela sorriu para Amy.

 Olá! Aqui estou, professor Dumbledore. Disse a senha à gárgula como o senhor me pediu, e trouxe a garota até aqui.

 Muito bem, pode ir agora até a sua sala preparar as aulas, muito obrigado, professora!

 Obrigada professora! – Amy disse, olhando a sala e vendo diversos quadros nas paredes. Da outra vez que estivera ali, estava tão tensa que nem tinha notado que eles existiam.

 São os diretores que Hogwarts já teve. – ele lhe indicou uma cadeira à sua frente e ela se sentou. – Mas não foi para vê-los que eu a chamei. Estive conversando com a sua mãe no velório. Ela é uma grande bruxa!

 Sim, ela é maravilhosa! – Amy sorriu, mas não conseguiu conter a pergunta. – Não é sobre ela essa conversa, certo?

 Tem um pouco a ver com ela sim. Na verdade, Amy, após o acontecido, eu estive pensando se esse não era o fim de Hogwarts. Se não era o caso de mandar todos vocês alunos para casa, fechar o colégio.

 Mas o senhor não o fez. – Amy disse mais para si mesmo que para Dumbledore. – Algum motivo especial para convencer o senhor de que não era o caso?

 Bem... os comensais não burlaram nenhum feitiço de segurança para entrarem em Hogwarts, eles foram mandados para cá e facilitaram a entrada deles. E eles fizeram tudo isso para pegarem você, Amy. Mais precisamente, os seus pesadelos.

 E então o senhor chegou a conclusão que eu sou o problema de Hogwarts, certo? O senhor quer que eu vá embora e então a paz reinará novamente, certo? – ela olhou para baixo, os olhos se enchendo de lágrimas. Esteve pensando que, sendo culpada por isso tudo, Dumbledore não aceitaria que ela ficasse na escola.

 Não, Amy, não é isso! – ele sorriu para alegrá-la. – Não quero que você vá embora. Acho que é mais seguro que você fique em Hogwarts até seu 7º ano acabar. Aí sim eu me preocupo com a sua permanência.
 Eu... eu não devo ficar em Londres quando me formar?

 Voldemort está procurando você e não descansará até encontrá-la. Ele procura profecias em seus pesadelos, algumas das quais ele poderia ter proveito, algumas que poderiam deixá-lo mais forte. E ele acha que tendo você e seu poder de invadir a mente de todos, inclusive a dele, ao seu lado, tudo seria mais fácil, todos os seus planos seriam bem-sucedidos. Você deve deixar a Inglaterra, e deverá ser assim que você sair daqui. Use o feitiço Fidelus, se esconda. Você deverá estudar, se aprofundar em Legilimência e Oclumência. Algo dentro de mim diz que você voltará e será útil no futuro, mas para isso você deve abrir mão de coisas que são importantes para você aqui.

 Entendo... – ela não tinha conseguido segurar as lágrimas, mas chorava discretamente. – Esse é o meu destino, não é? Foi por ele que comecei a usar o rouba-pesadelos de novo! Eu sonhava constantemente com meus dias sombrios de esconderijos, solidão e tristeza. É o meu destino. Eu tenho que deixar Sirius, deixar tudo que amo apenas para permanecer viva e ser útil no futuro, não é?

 Querida Amy, você é uma bruxa mais cheia de virtudes do que eu imaginava! – ele passou a mão no ombro dela, num gesto de consolo. – Você sabe o que tem que ser feito para que tudo dê certo. Cabe a você decidir o que fazer!

Ela concordou com a cabeça, tomou o resto do chá e saiu da sala do diretor atordoada. Foi ao banheiro lavar o rosto para que não vissem que ela andara chorando e foi à enfermaria, ver se Sirius já tinha acordado.
Sirius ainda dormia quando ela chegou, mas tinha uma aparência mais saudável e bem menos abatido que a última vez que ela o tinha visto.

 Como ele está? – perguntou a madame Pomfrey.

 Se recuperando! Seu corpo já está curado e todo o sangue que ele perdeu já foi reposto com as poções. Ele deve acordar essa noite, e com um grande apetite! – ela riu para Amy, que lhe devolveu o sorriso gentil.

Amy ficou sentada ao lado dele o resto da tarde. Lily subiu para convencê-la a descer para jantar, mas ela recusou. Não tinha fome, preferia escrever em seu livro azul ao lado de Sirius.

 Eu vou querer ler isso algum dia! – ela ouviu uma voz fraca vindo de onde Sirius estava deitado.

 Sirius! – ela se levantou. – Você está acordado há quanto tempo?

 Acordei quase agora! – ele riu. – Vi você escrevendo aí. Não é a primeira vez que vejo você escrever! Vou querer ler qualquer dia desses, sabia? – ele riu. Ela o beijou.

 É um diário. Eu o escrevo para que minha mãe saiba o que eu tenho vivido longe dela. – ela o beijou de novo. – E você pode lê-lo, se quiser!

 Quanto tempo eu passei dormindo? – ele olhou ao redor.

 Quase 15 horas! Mas você tomou poções para descansar e se curar, é normal!

Ela contou-lhe tudo o que aconteceu, sobre o enterro e a história de Pedro estar sobre a maldição Imperius, mas não comentou sobre sua conversa com Dumbledore. Contaria a ele algum dia, mas aquele não era o momento certo e ela não tinha certeza se ele entenderia.

 Uma pena! – ele disse ao fim. – Eu queria ter conhecido a sua mãe!

 Ela também gostaria de conhecê-lo. – ela sorriu para ele. – Você deve estar faminto, não?

 Sim, pra falar a verdade, estou.

 Então seus problemas acabaram! – Tiago vinha rindo com um prato de sopa numa bandeja. – Madame Pomfrey me disse que trouxesse isso, pois você já deveria estar acordado! Ela é uma ótima enfermeira!

 Lembre-me de agradecê-la! – Sirius riu, agarrando a bandeja das mãos de Tiago.

Quando ele terminou de comer, os outros se juntaram a eles. Mesmo que Madame Pomfrey achasse que era melhor que ele descansasse sozinho, eles ficaram duas horas conversando e rindo baixo até Sirius estar bem o bastante para poder ir ao salão comunal da Grifinória.

A terceira semana de Novembro não trouxe nenhuma novidade, a não ser a primeira aula da professora Minerva. Todos ficaram em silencio quando ela cruzou a sala com seu olhar severo, mas, apesar de exigente, ela logo se mostrou amiga de todos. Ela também tinha assumido o papel de diretora da Grifinória.

No sábado da última semana de novembro, os alunos tiveram mais um final de semana em Hogsmeade.

 Oh, que ótimo! Vamos poder fazer nossas compras de natal! – Lily comemorou.

 Todos nós vamos ficar em Hogwarts para o feriado? – Alice perguntou.

 Nem todos. Pedro vai ver a família. – Amy respondeu, enrolando os cabelos com as pontas dos dedos.

 Fora ele, todos iremos ficar, certo? – disse Alice. – A gente devia fazer a nossa festinha de natal...

 Claro! – Dylan se animou. – Vamos nos livrar dos meninos nessa visita a Hogsmeade pra podermos comprarmos os presentes em paz.

 É, vocês sabem que os homens não têm paciência pra acompanhar as mulheres nas compras! – Lily disse, fazendo as garotas rirem.

Pela primeira vez desde que começaram a namorar, as meninas andaram sozinhas em Hogsmeade, os meninos se sentindo meio entristecidos por causa disso, pois já tinham comprado secretamente os presentes de natal de suas namoradas.

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