De volta ao Largo Grimmauld, n



Capítulo cinco: De volta ao Largo Grimmauld, número doze


Harry ficou estupefato. Hermione soltou um gritinho e levou a mão à boca. Rony se assustou e pediu com a voz fraca:

- Leia o resto, Harry.

Harry olhou para o amigo e fez que sim com a cabeça.

- Se aproximem. – pediu Harry, com a voz rouca.


COMENSAIS DA MORTE FOGEM DE AZKABEN E DEMENTADORES DEIXAM SEUS POSTOS A MANDO DE VOCÊS-SABEM-QUEM


Ontem á noite, uma bomba aconteceu no ministério, uma fuga em massa. Pela segunda vez seguida, os comensais fogem de azkaban e voltam para seu mestre. Lúcio Malfoy, Rodolfo Lestrange, Crabbe, Goyle, Rabastan, Jugson, Antônio Dolohov, Augusto Rookwood, Nott, Avery, Macnair e Mulciber. Todos foram encontrados há dois meses no incidente do ministério da magia, e presos, sem direito a julgamento. Entrementes, Sirius Black foi julgado e inocentado de todas as acusações, passando todos os seus bens para seu afilhado, Harry Potter. E nós, do profeta diário, temos uma importante notícia em primeira mão! Pedro Pettigrew foi quem matou treze trouxas aquela noite na rua e foi o fiel do segredo dos Potter, contando para o lorde das trevas onde eles haviam se escondido. Cortou o próprio dedo para fingir a morte, se transformou em animago (rato), e fugiu.
Pedro Pettigrew, como todos os outros e Belatriz Lestrange, estão foragidos. Os dementadores também fugiram e estão fora do controle do ministério. O ministro está tomando providências e diz para todos ficarem calmos, mas avisa: “A guerra já começou”. O atual ministro da magia Arthur Weasley afirma que vocês-sabem-quem está recrutando mais seguidores. “ Ele está ficando mais forte á cada dia, já recrutou gigantes, os comensais da morte, os dementadores e Dumbledore acredita que ele esteja tentando recrutar centauros e vampiros. Se ele tentar recrutar VOCÊ, não se deixe levar, prefira morrer. Porque mesmo depois que você se juntar á ele, seu destino será esse.”


- Eu não acredito! – exclamou Hermione. – Doze comensais fugiram e os dementadores abandonaram seus postos em Azkaban! Ah meu deus!

- Estamos ferrados! – gritou Rony desesperado.

- O que é isso, Rony! – disse a Senhora Weasley. – Não diga isso nem brincando! Eu vou ver o que está acontecendo no outro carro. Fiquem quietos! E não se desesperem. – disse a Senhora Weasley. E saiu. Harry ficou um instante pensando e chegou á uma conclusão.

- Eu preciso contar uma coisa a vocês. – disse. Tinha que contar. Não podia ficar com aquilo á vida toda.

- O que foi, Harry? – perguntou Hermione.

- Eu sei o que dizia a profecia. – disse ele.

- Sabe? O que dizia, cara! Porque você não nos contou antes? – perguntou Rony indignado.

- Não falem nada! Apenas escutem.

- Está bem. – disseram Rony e Hermione juntos.

- Vocês sabem porque Voldemort tentou me matar quando eu era apenas uma criança? – perguntou Harry. Rony fez uma careta ao ouvir o nome de Voldemort, mas respondeu junto com Hermione:

- Não.

- Por causa daquela profecia do departamento de mistérios. – respondeu Harry.

“Há dois meses atrás eu estava no escritório do Dumbledore quando o Sirius tinha... – ele parou um pouco e entristeceu. Ainda doía muito pensar em Sirius. Continuou: - ele me disse sobre a profecia. Ela dizia mais ou menos assim: que aquele que podia vencer o lorde das trevas se aproximava. Nascido dos pais que o desafiaram três vezes e nascido ao terminar o sétimo mês. E o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o lorde das trevas desconhece... E um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois... – Harry fez uma pausa. Respirou fundo e continuou: -... pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver”.– terminou ele. Hermione levou a mão á boca para abafar um grito e seus olhos se encheram de lágrimas. Rony abriu a boca e arregalou os olhos, assustado.

- Cara... – disse Rony com a voz fraca. – Eu não sei o que dizer.

- Não diga nada. – aconselhou Harry.

- Mas...(hic) Har...(hic) Harry...(hic) Isso quer...(hic) Isso quer dizer que...(hic) – ia dizendo Hermione, que a essa altura já estava aos soluços e chorando descontroladamente. – Que...(hic) Você... (hic) Vai ter...(hic) Matar...(hic) Ou morrer...(hic)? – perguntou Hermione num fio de voz.

- Sim. – respondeu Harry infeliz.

- Eu não sei o que dizer. – Rony repetiu.

- Eu sei. – disse Harry. – “Vou pegar um copo d’água pra Mione”.Era isso que você deveria fazer - disse Harry.

- É. Eu vou fazer isso. Aproveito e pego um copo d’água pra mim... E pergunto porque estamos demorando tanto pra sair. – disse Rony. Fez menção de sair do carro, mas parou e olhou para Harry.

- Porque não nos contou isso antes, Harry? – perguntou ele, ainda olhando para Harry.

- Porque eu queria contar apenas quando eu estivesse preparado. – disse Harry. Rony apenas acenou com a cabeça e saiu.

- Não sei porque! – disse Hermione, que agora já havia limpado as lágrimas e tentava, em vão, fazer os soluços pararem. – Nós somos (hic)! Seus amigos (hic)!

- Mione... – disse Harry. – Eu preciso que você entenda que eu ainda não estava preparado pra contar... Eu estava muito abalado por causa do Sirius e todas aquelas coisas que estavam acontecendo...

- Eu entendo, Harry (hic). Mas só quero que você (hic) saiba (hic) que estamos (hic) do seu lado... – terminou ela.

- Obrigado Mione. – disse Harry. Hermione levantou-se de um pulo e o abraçou. Era um abraço de conforto e amizade. Nesse instante a porta do carro se abriu.

- O que está acontecendo aqui? – Era Rony. Hermione soltou-se de Harry tão rápido que ele só viu um borrão passar por ele e sentar-se á sua frente.
- Nada. – respondeu Harry.

- Como assim nada?! Eu vi vocês se abraçando! – disse Rony, entregando á água á Hermione e sentando-se ao lado de Harry com as orelhas vermelhas. – Pode me falar a verdade.

- Nós já falamos, Rony. Não aconteceu absolutamente nada! – disse Hermione. Harry percebeu que por mais que ela tentasse, ela não podia esconder seu rosto corado.

- Hermione está certa, cara. Não aconteceu nada e nem vai acontecer. Eu e Hermione somos apenas amigos. Não é, Mione? – perguntou Harry.

- Claro que sim! – respondeu ela, depressa demais. Rony apenas lançou um olhar desconfiado aos dois e falou:

- Ainda não saímos porque estamos esperando papai. Ele já deve estar chegando. – disse ele. A porta do carro se abriu novamente e por ela entrou uma menina de cabelos cor de fogo, olhos castanhos e um sorriso muito branco.

- Oi. Será que eu posso me sentar com vocês? – perguntou ela.

- Claro Gina. Pode entrar. – disse Harry.

- Obrigada. – disse Gina. Fechou a porta do carro e sentou-se ao lado de Hermione. Gina olhou de relance para a menina e percebeu que Hermione havia chorado.

- Mione! O que aconteceu? – perguntou ela.

- Nada, Gi. Não se preocupe. Eu já estou bem, obrigada. – disse Hermione. – Então, Gi... O que você pretende ser quando se formar? – perguntou Hermione, tentando desviar o assunto.

- Ah, não sei... Acho que auror... – respondeu Gina. E pela terceira vez a porta do carro se abriu.

- Meninos, nós já vamos indo. Apertem os cintos. – disse a Senhora Weasley. Entrou no carro e fechou a porta. - Primeiro nós vamos ao Hospital St. Mungus pro Arthur pegar uma coisa. Depois voltamos aqui no Caldeirão Furado para irmos ao Beco Diagonal. – disse ela.

A viagem correu tranqüila até o St. Mungus. O Sr. Weasley pegou o que precisava e depois embarcaram novamente. Quando pararam, Harry percebeu que não estavam diante do Caldeirão Furado, mas sim diante de outro lugar... Largo Grimmauld, número doze. Harry estremeceu. Não queria entrar na casa. Não podia entrar na casa. Ele sabia que se entrasse, iria entristecer mais ainda e lembrar de Sirius... Ele não queria isso... Não queria se lembrar que Sirius era seu padrinho... Não queria se lembrar que Sirius era o melhor amigo de seu pai... Não queria se lembrar de suas aventuras com ele... Enfim... Não queria se lembrar dele.
- Porque paramos aqui, Senhora Weasley? – perguntou Harry, alguns minutos depois de desembarcarem.

- Porque Dumbledore quis que nós viéssemos aqui, querido. – respondeu ela.
- Mas porque mentiram pra mim? Eu pensava que nós íamos ao Beco Diagonal! – falou Harry indignado.

- Harry, nós mentimos pra você porque sabíamos que você não iria querer vir pra cá! – falou Hermione, entrando na conversa.

- Vocês sabiam? E não me contaram? – perguntou Harry, olhando de Hermione para Rony e de Rony para Gina. Hermione corou um pouco, as orelhas de Rony ficaram vermelhas e Gina continuou impassível.

- Não podíamos lhe contar. M e desculpe, Harry. Prometemos pro Dumbledore! – disse Gina.

- Sei...

- Cara... Promessa é dívida. Eu não pude te contar. Foi mal. – disse Rony, suas orelhas ainda muito vermelhas.

- Depois a gente conversa. – disse Harry aborrecido, entrando na casa. Assim que entrou, viu que a casa continuava a mesma de sempre. Os móveis no mesmo lugar, os cômodos, enfim, tudo. Inclusive uma coisa. Monstro. Ele continuava lá, mesmo depois de Sirius ter morrido. Monstro causara a morte de Sirius há um mês atrás e tinha a cara-de-pau de aparecer resmungando. Como a casa agora era de Harry, monstro agora obedecia Harry. E Harry não podia despedi-lo, pois monstro sabia muita coisa sobre a Ordem da Fênix, então, podia contar a Voldemort.

- Eu vou pro meu quarto. – disse Harry. Ele subiu as escadas e assim que chegou ao segundo andar, abriu a porta do seu quarto e deu de cara com uma pessoa sentada em sua cama. Essa pessoa tinha cabelos longos e brancos e olhos muito azuis. Era Dumbledore. Harry nunca tinha imaginado Dumbledore no seu quarto, sentado na sua cama, sorrindo.

- Olá, Harry. – disse Dumbledore, quando Harry entrou no quarto. Harry percebeu que seu malão estava ao lado da sua cama. Caminhou lentamente até Dumbledore.

- Eu estava aqui pensando se você ficaria surpreso quando me visse aqui no seu quarto. Pensando bem, acho que não foi tanta surpresa assim. – disse Dumbledore, olhando para Harry, e sorrindo.

- Mas... Professor Dumbledore... O que o senhor está fazendo aqui? – perguntou Harry confuso.

- Eu estou aqui para conversar com você, Harry. Sente-se. Preciso explicar algumas coisas que, creio eu, você gostaria de saber. E lhe dizer algumas... Novidades. – disse Dumbledore.

Harry o olhou confuso. Relutante, sentou-se na cama de Rony. O que ele queria dizer com novidades?! Mas não teve tempo de pensar no assunto. Dumbledore havia recomeçado a falar.

– Antes de qualquer coisa, quero que você saiba, que fiz seus amigos prometerem não lhe contar nada sobre a sua volta para esta casa, portanto, eu acho que você não deve ficar aborrecido com eles. – disse Dumbledore divertido. Harry se espantou com aquelas palavras. Como Dumbledore sabia que ele estava aborrecido com seus amigos? Como sabia que ele ia ficar sem falar com eles por dias?

- Você deve estar se perguntando, – começou Dumbledore. – como eu sei que você está aborrecido com seus amigos, não é, Harry? – perguntou ele gentilmente. Harry afirmou com a cabeça.

- Esse é mais um dos assuntos que eu irei tratar com você essa noite. – disse Dumbledore. – Oclumência. Harry estremeceu. Ele iria aprender Oclumência de novo. Isso só significava uma coisa: iria rever Snape.
- Eu sei que você deve estar pensando, Harry, que Snape irá ensiná-lo Oclumência de novo. – disse Dumbledore. Harry se assustou. – Não será assim. Creio eu, que já lhe disse que eu sou excelente em Legilimência. Portanto, sou eu que irei lhe ensinar Oclumência. – disse ele. Harry ficou aliviado.

- Que bom! – disse Harry. Tudo bem que Oclumência não era muito bom, mas com Snape, com certeza seria muito pior do que com Dumbledore. – Fico feliz!

- Ótimo. E eu também acho, Harry, que você quer saber porque vocês vieram pra cá.

- Quero.

- Vou lhe explicar. – disse Dumbledore. – Como você já deve saber, há dois dias atrás, doze comensais da morte fugiram de Azkaban e os dementadores abandonaram seus postos na prisão. Eles, provavelmente estão á sua procura e eu achei que não seria correto deixá-lo no Caldeirão Furado. Lá não é seguro. Aqui é bem mais seguro do que qualquer outro lugar no mundo, exceto Hogwarts, é claro. Com certeza será muito mais difícil lhe encontrarem aqui do que no Caldeirão Furado. Então apenas trouxeram os seus pertences para cá e contei uma “pequena” mentira para que você viesse aqui. Tenho certeza que se você soubesse o real motivo da sua saída, não viria sem relutância. – concluiu Dumbledore sorrindo.

- Também acho. – disse Harry. E sorriu.

- Bom Harry, agora acho que já está tudo explicado. Eu vou descer para a reunião e chamarei seus amigos aqui. Acho que você quer dar uma palavrinha com eles. – disse Dumbledore. – Uma boa noite pra você e até qualquer dia. – Dumbledore sorriu e se encaminhou para a saída. Nesse momento Harry se lembrou de uma coisa.

- Á propósito. Vou verificar o horário das suas aulas de Oclumência, Harry. Não se preocupe. Boa noite. – e saiu do quarto. Instantes depois, Rony, Hermione e Gina entraram correndo no quarto.

- O que houve, Harry? – perguntou Hermione ofegante.

- Ainda está chateado com a gente? – perguntou Gina. Harry olhou para a menina. Aliás, nem menina era mais. Ele reparou que ela estava vermelha de cansaço porque subiu as escadas correndo junto com Rony e Hermione.
- Não. – disse ele calmamente.

- Que bom cara. – disse Rony, sentando-se ao lado de Harry. Harry sorriu para eles. Todos retribuíram o sorriso.


N/a: Aew, pessoal! Comentem! E votem! Quero agradecer á minha amiga Heloísa por ter me ajudado com o capítulo! Valeuz, Helô!! Um beijo!!

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